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    Desenvolvimento reprodutivo do cafeeiro: anatomia de vasos do xilema e dinâmica de carboidratos
    (Universidade Federal de Lavras, 2006-12-07) Gardin, João Peterson Pereira; Soares, Angela Maria
    O cafeeiro é uma espécie de grande importância econômica para o Brasil e a constante melhoria das condições de cultivo e dos conhecimentos sobre esta cultura não dispensa estudos. Muitos aspectos anatômicos do xilema de ramos e frutos e metabólicos relacionados ao desenvolvimento reprodutivo do cafeeiro ainda são pouco estudados. Em hipótese, o desenvolvimento diferencial do xilema nas gemas poderia refletir em desuniformidade do florescimento e um desenvolvimento desigual do xilema no pedúnculo do fruto. Isso possivelmente afetaria o crescimento dos frutos, proporcionando tempos diferentes para que este atinja seu tamanho potencial, gerando pequena uniformidade de crescimento o que acarretaria uma desuniformidade de maturação. O metabolismo dos carboidratos em ramos, folhas, gemas e frutos, estudado em conjunto durante o período reprodutivo do cafeeiro, serve de auxílio na compreensão do florescimento. Neste contexto, foram realizados experimentos que permitiram abordar diferentes aspectos do desenvolvimento reprodutivo do cafeeiro, cujos objetivos foram: Experimento I - verificar a influência da irrigação e da posição na planta, no desenvolvimento do xilema em ramos e em frutos do cafeeiro; Experimento II - verificar a influência do número e do diâmetro de vasos do xilema no crescimento dos frutos e Experimento III - estudar o metabolismo dos carboidratos em folhas, ramos e gemas, durante o desenvolvimento das gemas florais do cafeeiro. A maior área de parede celular e, conseqüentemente, de menor área de lúmem foi encontrada no tratamento não irrigado oeste, o qual apresentou também o maior número de vasos por milímetro quadrado. Já o tratamento irrigado leste apresentou maturação dos frutos mais rápida e mais uniforme que os demais tratamentos avaliados. Foi observado, em locais do ramo com vasos numerosos, que o diâmetro destes vasos é menor e que existe uma tendência de aumento do número e diminuição do diâmetro dos vasos do xilema do pedúnculo dos frutos, conforme aumenta o estádio de maturação desses frutos. Ainda, os maiores valores de número e diâmetro dos vasos no pedúnculo de frutos do cafeeiro proporcionam maior crescimento dos frutos e esta característica é definida antes da antese. Frutos oriundos de mesma florada no mesmo nó podem crescer diferencialmente, de acordo com as condições hidráulicas impostas pelo número e pelo diâmetro dos vasos do pedúnculo desses frutos. As reservas de amido da folha e da gema são importantes no crescimento das gemas, no entanto, a mobilização do amido do ramo no período reprodutivo do cafeeiro não ocorre. Durante o desenvolvimento das gemas ocorre acúmulo de AST indicando alta atividade metabólica. No período próximo à abertura das flores, os principais carboidratos acumulados são glicose e frutose. As invertases e a SUSY são enzimas importantes no período de desenvolvimento das gemas do cafeeiro. Estas enzimas ajudam a manter a relação sacarose/(glicose+frutose) baixa na gema, para que ocorra um gradiente de sacarose em direção a este tecido dreno. O baixo conteúdo de sacarose na gema deve-se, principalmente, à atividade da INC. A IAPC e a SUSY são as principais enzimas de degradação de sacarose no fruto de cafeeiro em estádio de expansão. A atividade da INC em ramos de cafeeiro não foi detectada.