Teses e Dissertações
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Resultados da Pesquisa
Item Diversidade e freqüência de fungos associados a frutos e grãos de café(Universidade Federal de Lavras, 2006-03-09) Pereira, Ricardo Tadeu Galvão; Pfenning, Ludwig HeinrichOs objetivos deste trabalho foram avaliar a diversidade e a freqüência de fungos associados a frutos e grãos em diferentes tipos de café; estudar a influência da permanência do fruto aderido à planta após o ponto ideal de colheita na infecção por fungos e contaminação com Ocratoxina A (OTA); propor uma metodologia eficiente para detecção e monitoramento de fungos em diferentes partes do fruto; e avaliar a possibilidade da implementação do plano HACCP para o agronegócio café. Para o monitoramento foram coletadas nos anos de 2002 e 2003, grãos de café de 178 amostras, de diferentes tipos, nas regiões Sul e Zona da Mata de Minas Gerais e Montanhas do Espírito Santo. Foram identificadas as espécies potencialmente produtoras de OTA Aspergillus ochraceus, de ampla ocorrência, e A. carbonarius, de ocorrência restrita. Não houve diferença entre a colonização por A. ochraceus nos diferentes tipos de café, exceto para os cafés de varrição. A. ochraceus foi detectado em diversas amostras, porém em baixa freqüência. Para verificar a influência da permanência do fruto no campo, após o ponto ideal de colheita foram coletadas amostras de café aos 0, 30 e 60 dias após o ponto ideal de colheita e analisadas quanto à ocorrência de fungos e à contaminação por OTA. A colonização por A. ochraceus aumentou após a permanência do fruto no campo por 30 dias e a contaminação por OTA de 8 das 9 amostras contaminadas só foi detectada após 30 dias de permanência no campo. A metodologia desenvolvida para detecção de fungos em diferentes partes do fruto baseou-se na separação do exocarpo, endocarpo e mesocarpo e recuperação dos fungos destas frações. A metodologia foi eficiente para caracterizar as diferentes comunidades de fungos presentes nas diferentes partes do fruto do cafeeiro com eficiência, praticidade e segurança. Foram detectados com maior frequência Aspergillus spp., Penicillium spp., Fusarium spp., Cladosporium e leveduras. Foi descrito um plano de implementação do sistema HACCP para café, contendo os fluxogramas de produção, indicação de prováveis pontos de risco à segurança bem como as medidas que possam diminuir os riscos. Conclui-se que a espécie ocratoxigênica A. ochraceus é de ampla distribuição em grãos e frutos do cafeeiro, porém com freqüência baixa. A adoção conseqüente do conceito de boas práticas agrícolas pode garantir a segurança do produto e manter a sua qualidade.Item Influência de Cladosporium cladosporioides na qualidade da bebida do café(Universidade Federal de Lavras, 2002) Pereira, Ricardo Tadeu Galvão; Castro, Hilário Antonio de; Universidade Federal de LavrasO café é um dos principais produtos agrícolas da exportação brasileira, destacando-se a região sul do estado de Minas Gerais como produtora de bons cafés. Dentre os fatores que afetam a qualidade, fungos do gênero Aspergillus, Fusarium e Penicillium tem merecido destaque nas últimas décadas tanto por alterações organolépticas, quanto pela produção de toxinas que podem prejudicar a saúde do consumidor. Por outro lado o fungo Cladosporium sp. tem sido relatado associado a cafés de boa qualidade em várias regiões, o que despertou o interesse para o seu uso como agente de antagonista aos fungos deletérios a qualidade do café. Cladosporium é um ascomiceto mitospórico de ampla distribuição geográfica, facilmente cultivado em meio axênico com crescimento rápido e vigoroso. Considerando estes fatores o presente trabalho teve como objetivo caracterizar a espécie de Cladosporium associado ao cafeeiro bem como estudar sua relação com a qualidade da bebida do café. Foi realizado o isolamento do fungo do solo, ar, folhas, frutos e grãos do cafeeiro. os quais foram cultivados em meio de cultura, e identificados como Cladosporium cladosporioides (Link ex. Fries). Para estudar o efeito de C. cladosporioides na fase pré-colheita de frutos e sua dinâmica no campo, plantas de café foram pulverizadas quinzenalmente a partir do mês de outubro com uma suspensão de conídios de C. cladosporioides em diferentes intensidades. O estudo do efeito de C. cladosporioides em pós-colheita foi feito imergindo-se os frutos em uma suspensão de conídios ou pulverizando diariamente no terreiro. Alíquotas de ambos os experimentos foram analisadas quanto a comunidade fúngica, testes químicos da atividade da polifenoloxidase, lixiviação de K, condutividade elétrica e prova de xícara. Na fase pré-colheita não houve diferença entre o número e época de pulverizações sendo as bebidas classificadas como de dura a apenas mole. Na pós-colheita a atividade da PFO foi superior na parcela imersa e pulverizada diariamente. Quanto a bebida todas foram classificadas como dura. Aspergillus ochraceus, A. niger var niger, A. glaucus, A. flavus, A. sclerotiorum, Fusarium stilboides, Fusarium sp., Penicillium sp., Rhyzopus stolonifer e Wallemia sebi foram encontrados nas amostras. W. sebi ainda não foi relatado em grãos de café no Brasil até o momento.