Teses e Dissertações

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    A cafeína como agente modulador do ciclo atividade-repouso e memória em saguis (Callithrix jacchus)
    (Universidade Federal do Rio Grande do Norte, 2014-09-26) Santana, Kathiane dos Santos; Araujo, John Fontenele
    A cafeína é a substância psicoativa mais utilizada, com efeitos na melhoria da atenção, humor, memória e alerta. Mas quando ingerida próxima ao horário de dormir, o que também pode interferir na memória. Portanto, o objetivo do trabalho foi avaliar o efeito da cafeína na memória, e se este efeito é dependente de alterações do ciclo de atividade-repouso, em saguis (Calithrix jacchus). Foram utilizados 16 saguis adultos (10 fêmeas e 6 machos), mantidos individualmente em laboratório e submetidos ao ciclo claro-escuro 12:12 h. Para registro do ciclo atividade-repouso foi utilizado dois sensores. O sensor baseado em giroscópio totaliza atividade a cada 30 seg, e detecta o mínimo de movimentação exercida pelo animal, sendo inédito em averiguar atividade noturna. O segundo sensor é o de infravermelho, que totaliza a cada 5 min e não detecta movimento dentro da caixa ninho, sendo utilizado pra registro diurno. Ainda utilizamos câmera para registro da fase de repouso para um sagui. A tarefa cognitiva teve todas as sessões gravadas, e contou com cinco fases: 1) dois dias de habituação. 2) Treinos, onde os saguis discriminavam um contexto reforçado (CR) de um não-reforçado (CNR) por 8 dias. 3) Administração oral da cafeína (10mg/kg ) ou placebo mais ou menos 1 hora antes do início do sono, por 8 dias, com animais ingerido placebo ou cafeína. 4) Retreino, seguido da administração do placebo (com o grupo placebo - GP) ou cafeína (com os grupos contínuo- GC e agudo- GA). 5) Teste, para avaliar aprendizagem ao CR. As sessões duravam 8 min, e iniciavam às 7:00 h para as habituações, treinos e teste; e às 15:15 h para o retreino. Os resultados demonstraram que para a primeira validação dos sensores baseados em giroscópio, que foi a comparação com o registro da câmera, houve coincidência dos métodos de 68,57% do registro de atividade noturna.Assim, os sensores baseados em giroscópio foram capazes de detectar atividade noturna. A segunda validação foi a comparação da atividade locomotora registrada pelos sensores de infravermelho, onde as curvas de atividade para ambos os sensores se assemelharam quanto ao padrão de distribuição. Ao averiguar o efeito da cafeína no ritmo de atividade-repouso para GP, GA e GC, utilizando os sensores baseado em giroscópio e de infravermelho, a maioria das diferenças existentes foram intra-grupo. Para os dados da tarefa cognitiva, os saguis aprenderam a discriminar CR de CNR. Quanto ao efeito da cafeína na evocação da memória, o GC apresentou déficits para recordação da tarefa durante o teste, e GA não foi afetado pela administração da cafeína. Como conclusões, temos que a cafeína próxima ao sono possui efeito modulatório na memória em saguis. Ainda, o sensor baseado em giroscópio foi capaz de registrar atividade noturna. Portanto o uso deste dispositivo, não invasivo, permite os saguis exibirem seu comportamento dentro das condições laboratoriais, o mais natural possível.
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    Efeitos da cafeína sobre a memória de saguis (Callithrix jacchus)
    (Universidade Federal do Rio Grande do Norte, 2009-06-05) Santana, Kathiane dos Santos; Araújo, John Fontenele
    A cafeína é considerada a droga psicoativa mais utilizada no mundo, apresentando diversos efeitos centrais e periféricos. No Sistema Nervoso Central, o principal efeito ocorre via bloqueio de receptores para adenosina A 1 e A 2a , que mediam a indução do sono de ondas lentas. O bloqueio destes receptores por alimentos ou bebidas que contenha cafeína acarreta em comportamentos como aumento do estado de alerta, ânimo e atividade locomotora. Na memória, os efeitos da cafeína são muito controversos, visto a diversidade de protocolos experimentais e o fato dela não ter o mesmo efeito para todas as fases do processamento da memória – aquisição, consolidação e evocação. Assim, tendo como sujeito o sagui (Callitrhix jacchus), nosso objetivo foi avaliar os efeitos da cafeína na memória deste primata através do paradigma de preferência condicionada pelo lugar, onde o animal escolhe um contexto devido à presença de comida. Avaliamos também a atividade locomotora. Para o experimento foram utilizados 20 animais (10 machos e 10 fêmeas) com idade entre 3 e 9 anos, oriundos do Núcleo de Primatologia da UFRN (IBAMA, No1/24/92/0039-0). O experimento contou com cinco fases: dois dias de pré-exposição ao aparato. Treinos, onde os saguis foram condicionados a discriminar um contexto reforçado (CR) de um não-reforçado (CNR) durante 8 dias. Em seguida houve administração oral da cafeína ou placebo, ambos a 10mg/kg, por oito dias consecutivos (± 1,5 horas antes do início do sono), com distribuição dos animais em grupos: placebo (recebendo a substância placebo) e repetido (ingerindo cafeína). Após isso, foi realizado o retreino ao aparato, seguido da administração do placebo (surgindo os grupos abstinência e placebo) ou cafeína aos novos grupos repetido e agudo. Por último, o dia do teste, sem o reforço, afim de avaliar o sujeito quanto à aprendizagem ao CR. As sessões no aparato duravam 8 min, e iniciavam às 6:15h para a pré-exposição, treinos e teste. O retreino começou às 15:15h para que a consolidação da tarefa fosse dependente de sono. Os dados comportamentais foram constituídos pelo tempo gasto (em %), frequência de contatos e latência (em segundos) para o primeiro contato no CR e CNR. Na locomoção foram registrados a atividade geral e locomoção em contato com o aparato e fora dele (em quadrantes). Adicionalmente avaliamos possíveis diferenças entre machos e fêmeas na tarefa. Os resultados mostraram que na fase de pré-exposição os animais se habituaram ao aparato e não apresentaram diferença a quaisquer contextos. Nos treinos eles foram capazes de aprenderem a tarefa de condicionamento, independente do sexo. Para o retreino, os 2 grupos exibiram maior interação no contexto reforçado em relação ao não-reforçado. Todavia, na atividade locomotora, animais do grupo repetido se locomoveram de forma semelhante tanto em contato com o aparato e fora dele, enquanto que animais do grupo placebo se locomoveram mais em contato com o aparato. Na fase de teste os saguis que ingeriram cafeína apresentaram maior atividade locomotora em relação ao placebo, corroborando com trabalhos que demonstram aumento na locomoção. Quanto à aprendizagem, os grupos repetido e abstinência tiveram pior desempenho desta tarefa específica se comparado aos animais placebo e agudo. Isso sugere que a administração prolongada da cafeína prejudicou a memória por afetar o sono, que é, em grande parte, responsável pelos processos consolidativos.