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    Diversidade de inimigos naturais em cafezais sombreados
    (Universidade Federal de Lavras, 2016-02-23) Tomazella, Vitor Barrile; Silveira, Luís Cláudio Paterno
    A cafeicultura tem grande importância para o agronegócio brasileiro, sendo o Brasil o maior produtor e exportador mundial de café, com mais de 2,2 milhões de hectares cultivados e uma renda de mais de 600 milhões de dólares no ano de 2015. Entretanto, a dinâmica da produção é muito influenciada por fatores bióticos e abióticos. O cafeeiro é atacado por diversas pragas, no entanto, existem diversos inimigos naturais que realizam o controle biológico dessas pragas, tendo destaque para Prorops nasuta, um parasitoide (Hymenoptera: Bethylidae) que parasita larvas da broca do café e Protonectarina sylveirae, uma vespa (Hymenoptera: Vespidae) que preda larvas do bicho mineiro. A diversificação das lavouras é uma importante ferramenta para manutenção desses organismos na lavoura. Uma forma de diversificação é a utilização de árvores para sombreamento, que ajudam na manutenção e incremento da diversidade nas lavouras e traz melhorias para o agroecossistema. Dessa forma, este trabalho objetivou avaliar a influência que algumas espécies arbóreas para sombreamento exercem na diversidade de parasitoides e vespas em café convencional. O presente trabalho foi realizado na Fazenda da Lagoa município de Santo Antônio do Amparo-MG, em lavouras de café convencional sombreados com diferentes espécies arbóreas, sendo elas: Teca, Acácia, Cedro e Abacate plantados em duas densidades diferentes. Para efeitos comparativos, foi utilizada uma lavoura a pleno sol como testemunha. Os parasitoides coletados foram identificados em famílias e separados em morfoespécies; as vespas coletadas foram identificadas até espécies; quando não possível a identificação, foram separadas em morfoespécies dentro do gênero. Foram coletados 3172 indivíduos distribuídos em nove superfamílias, 21 famílias e 263 morfoespécies de parasitoides; e 632 indivíduos em 23 espécies de vespas. Em relação aos parasitoides, o tratamento Acácia apresentou maior diversidade (H’ = 3,77) e, em relação às vespas, o tratamento Abacate (H’ = 1,70). As menores diversidades foram obtidas no tratamento Cedro (H’ = 0,74) para as vespas e Teca (H’ = 3,19) para parasitoides. As maiores diversidades foram encontradas em plantas com disponibilidade de recursos como néctar, pólen e abrigo. A diversificação com espécies arbóreas pode trazer ganhos significativos ao agroecossistema, auxiliando no incremento da diversidade e manutenção dos inimigos naturais, tal como no controle biológico conservativo.