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    A certificação fitossanitária como ferramenta de prevenção e controle de Meloidogyne spp. em mudas de café produzidas em Rondônia
    (Universidade Federal de Viçosa, 2023-02-24) Simões, Lindomar Pereira; Neves, Wânia dos Santos
    Os nematoides do gênero Meloidogyne são vermes fitoparasitas do cafeeiro, infectam as raízes das plantas afetando a absorção de água e nutrientes, causam grandes prejuízos e comprometem a viabilidade econômica da lavoura. O estado de Rondônia é o quinto maior produtor de café do país e seu cultivo constitui-se em uma importante fonte de renda para a economia do estado. Em Rondônia, tem-se observado a presença e a disseminação do patógeno nas lavouras cafeeiras de diversos municípios, sendo o uso de mudas infectadas a maior fonte de disseminação. O patógeno é de difícil controle e erradicação, devendo-se evitar sua disseminação para novas áreas, para tanto se recomenda o uso de mudas certificadas e livres de Meloidogyne spp. A certificação de mudas de café em Rondônia teve início quando a Portaria N° 558 de 08 de janeiro de 2016 entrou em vigor. Passados cinco anos da implantação do processo de certificação fitossanitária, tornou-se importante conhecer os resultados obtidos com o programa. Este trabalho teve como objetivo determinar o impacto da certificação fitossanitária como ferramenta de prevenção e controle de Meloidogyne spp. em mudas de café produzidas em Rondônia. Para tanto, foram utilizados os dados do programa de certificação fitossanitária, disponibilizados pela Agência IDARON. Tais dados revelaram que houve produção de mudas de café certificadas em 126 viveiros distribuídos por 24 municípios do Estado, com destaque para o município de Nova Brasilândia D’Oeste que foi o maior produtor e consumidor de mudas. No período de 2017 a 2021 foram produzidas 70.678.332 mudas, das quais 2,67% apresentaram resultados laboratoriais positivos para Meloidogyne spp. O município de Alta Floresta do Oeste apresentou o maior percentual de contaminação. Do total de mudas comercializadas, 96,52% foram destinadas internamente à Rondônia, sendo o restante das mudas destinadas a outros 11 Estados, com destaque para Mato Grosso que recebeu 2,1% das mudas. No que se refere às ocorrências de Meloidogyne spp., houve contaminação em 56 viveiros, distribuídos por 16 municípios, sendo que mudas produzidas em sacolas de polietileno, alocadas no solo e contendo solo como substrato representaram 96% das mudas contaminadas. Foi verificada a preferência dos viveiristas em enviar as amostras para análise ao Laboratório Agronômica localizado no Estado do Rio Grande do Sul. Quanto às alterações no sistema de produção de mudas, constatou-se que apenas 8,7% dos produtores realizaram alterações, com destaque para as alterações do tipo de substrato utilizado e da fonte de captação de água para irrigação. A certificação fitossanitária da produção de mudas de café preservou uma área de aproximadamente 567 hectares e garantiu a comercialização de mudas livres de Meloidogyne spp. A qualidade do sistema de produção de mudas apresentou leve evolução ao longo do programa de certificação fitossanitária. Palavras-chave: Nematoide-das-galhas. Fitoparasitas. Cafeeiro. Certificação de mudas. Defesa sanitária vegetal.
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    Identificação de genes que codificam potenciais proteínas efetoras envolvidas no patossistema Hemileia vastatrix - cafeeiro
    (Universidade Federal de Viçosa, 2016-02-16) Castro, Isabel Samila Lima; Caixeta, Eveline Teixeira
    A ferrugem do cafeeiro é causada pelo fungo Hemileia vastatrix. Trata-se de um parasita biotrófico que infecta apenas o cafeeiro sendo responsável por grandes perdas na produção. Apesar da eficiência dos fungicidas, o emprego de cultivares resistentes é o melhor método de controle, sendo econômico, eficiente, além de não causar impactos ambientais. O grande desafio para os melhoristas é o surgimento de novas raças do patógeno capazes de suplantar a resistência das cultivares resistentes desenvolvidas. A raça XXXIII de H. vastatrix foi recentemente identificada no Brasil, infectando algumas cultivares resistentes à ferrugem do cafeeiro. Durante a interação com a planta hospedeira, os fungos causadores de ferrugem secretam um arsenal de proteínas efetoras que modificam a estrutura e a função da célula hospedeira, permitindo o estabelecimento (ou não) da colonização do parasita. Dessa forma, objetivou-se com esse trabalho, caracterizar genes que codificam proteínas secretadas pelo fungo, por meio de análises de bioinformática e de expressão temporal de genes, que podem funcionar como proteínas efetoras de H. vastatrix (raça XXXIII), a fim de auxiliar a compreensão do processo infeccioso do patógeno. Dentre os 615 genes candidatos a efetores, obtidos a partir de um genoma de referência do fungo, a grande maioria, 376 e 88, apresentaram similaridade com as proteínas de Puccinia sp e Melampsora larici-populina, respectivamente. Utilizando o software BLAST2GO, foi realizada a categorização funcional desses genes. A partir dos resultados do BLASTp, foram extraídos 310 termos GO, distribuídos em três categorias. A categoria mais representada foi “Função Molecular” com 137 termos, seguida por “Processos Biológicos”, 126 termos, e “Componente Celular”, 47 termos. De acordo com a anotação de Enzyme Codes (EC) obtida, as classes enzimáticas mais representadas foram as hidrolases, transferases e as oxidurredutases. Foram selecionados 13 genes para a análise de expressão temporal. A analise foi efetuada pela técnica de PCR em tempo real (RT-PCR), nos tempos 12, 24, 48 e 72 horas após a inoculação (hai) de urediniósporos frescos em plantas de cafeeiro resistente (CIFC 832-1) e suscetível (Caturra) à ferrugem. Foi possível obter quatro padrões diferentes de expressão. Tais padrões sugerem que os genes analisados possam estar envolvidos na tentativa de sobrevivência do fungo em resposta a resistência da planta, na fase biotrófica da infecção, além de genes relacionados com a supressão da resposta de defesa da planta durante a penetração, no reconhecimento do hospedeiro e/ou na fase inicial da colonização. Os resultados indicaram que pode ocorrer comunicação entre o fungo e o hospedeiro, logo no início da infecção, ainda na fase de germinação dos esporos. Estudos biológicos funcionais deverão ser realizados para determinar a verdadeira função desses efetores durante a interação de H. vastatrix com o cafeeiro. Essas informações são úteis para os estudos que visam o entendimento dos mecanismos moleculares envolvidos na suplantação da resistência por novas raças do fungo, fornecendo subsídios para o desenvolvimento de cultivares com resistência durável.