Teses e Dissertações

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    Capital social na rede colaborativa de pesquisa do café no Brasil
    (Universidade de São Paulo, 2008-11-25) Araújo, Uajará Pessoa; Guerrini, Fábio Müller
    Pesquisadores de diversos campos do conhecimento têm investigado o arranjo em redes, na medida em que essa forma de governança se consolida como opção estratégica de número crescente de organizações em diferentes ambientes, submetidas à égide da competitividade e ao isomorfismo institucional. Uma das faces desse fenômeno é a erupção das redes colaborativas de pesquisas, também no Brasil, a partir da segunda metade da década passada. A presente investigação tomou como objeto de estudo a rede subjacente ao Consórcio Brasileiro de Pesquisa e Desenvolvimento do Café com o objetivo de aferir o poder explicativo e preditivo do construto do capital social, de larga aceitação na teoria de redes – partindo da construção de um modelo dito “Aplicativo”, que se pretende testável e passível de conferir relações substantivas à teorização, capaz inclusive de permitir o confronto de seus achados com tentativas semelhantes de outros acadêmicos. O estudo contou com duas fases. A primeira fase foi prospectiva e se deu pela imersão nas transcrições de 39 entrevistas, na observação participante em eventos patrocinados pelo Consórcio e na análise documental de material atinente à pesquisa. A segunda fase utilizou-se das análises sociométrica e multivariada para examinar os dados: (1) da rede de co-autoria de 1495 artigos publicados em anais de Simpósios e de Congressos, (2) de 889 pesquisas (subprojetos) financiadas pelo Consórcio e (3) de uma survey aplicada ao universo de 397 líderes desses subprojetos que envolveram mais de 50 entidades (institutos, universidades, empresas). Assumindo seu caráter hipotético-dedutivo, predominantemente quantitativo e com fins descritivos e explicativos, o estudo resultou em uma contribuição para o entendimento do Consórcio e das estratégias de ligação entre pessoas e entidades dentro de uma rede colaborativa de pesquisa, comprovando-se a viabilidade de seu modelo de capital social. Além de suprir uma descrição sociométrica do objeto de estudo, a pesquisa encontrou uma relação positiva entre prestígio, participação em órgãos do Consórcio e participação em projetos com o volume de recursos amealhado pelo pesquisador – no que se constituiria em um efeito do capital social, que, no entanto, não se demonstrou eficaz em discriminar a visão dos pesquisadores em temas relevantes para a rede, favorecendo uma interpretação que confere maior grau de liberdade a esses agentes frente à estrutura, em contrário ao determinismo presente em outros estudos de rede.
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    Relação agência e estrutura em redes colaborativas: uma análise do consórcio brasileiro de pesquisa e desenvolvimento do café
    (Universidade Federal de Lavras, 2008-11-14) Araújo, Uajará Pessoa; Antonialli, Luiz Marcelo
    Esta investigação foi realizada com o objetivo de expor a relação entre a agência e a estrutura dentro de uma rede colaborativa de pesquisa, específica e relevante, o Consórcio Brasileiro de Pesquisa e Desenvolvimento do Café, há dez anos produzindo ciência no país. Para tanto, foi utilizado um modelo teórico- metodológico, desenvolvido a propósito. O modelo confere preponderância à percepção dos sujeitos, à medida que eleva a percepção dos agentes em relação à sua posição/localização estrutural, aos recursos disponíveis na rede e à dinâmica de apropriação de recursos da rede, fator condicionante da mobilização desses recursos e, conseqüentemente, da realização do Capital Social e de novos investimentos. Essa percepção seria, por sua vez, também parcialmente, condicionada pela estrutura, o que configuraria o caráter dual da relação estrutura-agente. Ainda que outros pesquisadores já tenham identificado essa dualidade, acredita-se que o modelo constitui um avanço ao atribuir a devida relevância a uma variável até então negligenciada: a percepção do agente. Para testar o modelo, recorreu-se: (1) à observação participante em três encontros – simpósio, congresso e fórum – do Consórcio; (2) à análise de conteúdo de 39 entrevistas com pesquisadores centrais de entidades centrais da rede, (3) à análise sociométrica de co-autoria de uma amostra 1.857 artigos técnicos, retratando a pesquisa do café no Brasil ao longo de 20 anos; (4) a análise sociométrica da escolha preferencial entre pesquisadores do café; (5) a análise documental de atas, publicações e material de divulgação; (6) a análise multivariada de um banco de dados que incluiu dados referentes a 889 subprojetos executados pelo Consórcio e as respostas de 236 questionários submetidos aos responsáveis pelos subprojetos. Avalia-se, com o apoio do conjunto de evidências, que o modelo sobreviveu ao teste de campo: foram encontradas indicações no sentido de que uma preocupação proposital com a percepção do agente teria faculdade de ensejar maior poder explicativo aos trabalhos de rede, e em especial, a aqueles de natureza mais quantitativa, em que a agência tem menor chance de se fazer presente. Além disso, a investigação revelou os padrões e regularidades incidentes sobre os pesquisadores objeto do estudo, bem como as lógicas de suas parcerias – o que pode vir a se constituir em uma contribuição para o entendimento da cooperação entre cientistas no Brasil.
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    Capital social e accountability em organizações cafeeiras no sul do estado de Minas Gerais
    (Universidade Federal de Lavras, 2009-03-31) Romaniello, Marcelo Márcio; Amâncio, Robson
    Os termos capital social e accountability são considerados variáveis potencializadoras da equação do desenvolvimento social e da prosperidade econômica regional. Isso porque facilitam ações coordenadas, promovendo e aumentando a eficiência da sociedade por meio de características, tais como a confiança, a cooperação e a participação, podendo se tornar facilitadoras do desenvolvimento econômico e social. Os objetivos deste estudo foram analisar a existência de capital social e do accountability em duas regiões cafeeiras distintas compreendidas pelos municípios de Três Pontas, que produz café convencional e pelo município de Poço Fundo, que produz café orgânico na região do Sul do estado de Minas Gerais. Especificamente procurou-se identificar, por meio dos indicadores de capital social e do accountability, a existência e a intensidade dessas variáveis, considerando-se uma abordagem metodológica orientada por diferentes métodos de pesquisa capazes de analisar a realidade social implícita nos dois municípios estudados. Como o estudo evidenciou-se que os cafeicultores da região de Três Pontas estavam associados às cooperativas da região para obterem benefícios de ordem pessoal, principalmente no que se refere a serviços de comercialização do seu produto. Nessa região foram identificadas redes de cafeicultores mais abertas e características de capital social institucional, que se referem à confiança dos cafeicultores nas organizações cooperativas, as quais facilitaram ações colaborativas para o desenvolvimento econômico e social da cafeicultura. No município de Poço Fundo foram encontradas formas de capital social como um recurso coletivo e redes mais densas e fechadas, nas quais a confiança por meio de condutas de cooperação e solidariedade permitiu aos cafeicultores orgânicos dessa região construírem uma associação e, posteriormente, uma cooperativa com princípios de gestão participativa dentro da filosofia do fair trade. Essa rede criada entre os cafeicultores garantiu-lhes empowerment (empoderamento) para atuarem num mercado extremamente competitivo. Quanto à existência do accountability, percebeu-se, no município de Poço Fundo, uma comunicação e uma participação dos cooperados por meios formais e informais as quais lhes garantiram a criação de mecanismos de accountability que permitiram maior cobrança e maior transparência da gestão da cooperativa. Na região de Três Pontas, ficou evidente que há necessidade de estimular a comunicação por meio de canais de comunicação entre os próprios cafeicultores e de motivá-los a participarem mais efetivamente da cooperativa. Por fim, infere-se que tanto o capital social como o accountability potencializaram o desenvolvimento social e a prosperidade econômica nas duas regiões estudadas, pois facilitaram ações coordenadas entre os cafeicultores para o desenvolvimento da cafeicultura regional.