Trabalhos de Evento Científico

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    Estimativa da resposta do cafeeiro à irrigação e a ocorrência de deficiência hídrica em Campinas, SP
    (2003) Arruda, Flávio Bussmeyer; Grande, Marcos Alexandre; Sakai, Emílio; Pires, Regina Célia de Matos; Calheiros, Rinaldo de Oliveira; Consórcio Brasileiro de Pesquisa e Desenvolvimento do Café
    A adoção da irrigação na cafeicultura está bem relacionada a áreas onde a ocorrência de seca é mais evidente e a possibilidade de resposta seja garantida, como na região do Triângulo Mineiro e oeste da Bahia. Em locais de clima mais ameno, como Campinas-SP, ainda paira dúvidas por parte dos técnicos e dos agricultores se há resposta à irrigação, apesar de se reconhecer que, de tempos em tempos, a seca afeta significativamente a produção do cafeeiro também nesse local. No presente trabalho estudam-se os resultados de déficit hídrico observados em Campinas, SP, e as produções que a elas se relacionam, com base em um ensaio de longa duração. O estudo de campo foi conduzido no período de 1957 a 1975, em Campinas, SP, no IAC, com plantas de café Mundo Novo, sem poda, com tratamentos não irrigado e irrigados por aspersão quando consumido 70% da água disponível na camada do solo de 0-100cm, monitorada por amostragem gravimétrica. Para a avaliação da disponibilidade de água e deficiência hídrica, foram realizados os balanços hídricos decendiais e acumulados ao longo do ano. A evapotranspiração de referência (ETo) foi calculada a partir dos dados de evaporação de superfície livre. O coeficiente de cultura foi particionado em Kc=Kcb*Ks+Ke. Os valores de coeficiente de cultura basal, Kcb, em função da idade da planta para condições de pleno suprimento de água, isto é, até o consumo de 50% da água disponível na camada de 0-100 cm (44,1 mm) foram: 0,2, 0,4, 0,6, 0,8 e 1,0 para os anos 2, 3, 4, 5 e 6 º ano em diante, respectivamente. O efeito do molhamento da superfície do solo (Ke) foi considerado sempre que as chuvas eram maior que 10 mm. Para tanto, adotou-se Kc=1, exatamente no dia da ocorrência e no dia posterior da chuva ou da irrigação. Para a penalização da transpiração pelo efeito da seca (Ks), baseado em ARRUDA et al. (2000), a partir de 50% do consumo da água disponível no solo, o Kc era reduzido linearmente desde o valor de Kcb adotado em função da idade até o valor nulo correspondente ao consumo de toda a água disponível no solo. A deficiência hídrica em Campinas ao longo de 40 anos mostrou uma grande variabilidade, desde alguns anos com valores bem baixos até um caso de seca extrema em 1963 tendo ultrapassado a mais de 400 mm. Utilizando o critério de SANTINATO et al. (1998), verifica-se que a porcentagem de ocorrência de valores menores do que 100 mm de deficiência, considerado apto sem irrigação, ocorre apenas em 26,8% dos anos (um ano bom em cada quatro anos). A condição de 100 a 150 mm, apta com irrigação ocasional, é de 29,3%. Se considerado o intervalo de 150 a 200mm, apto com irrigação suplementar, caberia a 24,4% dos anos. Aqueles autores consideram que a irrigação no cafeeiro deve ser obrigatória quando a deficiência for maior do que 200 mm, que no caso corresponde a 19,5% dos anos. Considerando a ocorrência de deficiência hídrica no ano maior do que 150 mm, englobando anos em que seriam exigidos irrigação suplementar (150 a 200 mm) e anos com irrigação obrigatória (deficiência anual maior de 200 mm), a irrigação seria usada em 43,9%. Caso ocorram veranicos na fase de formação e enchimento dos grãos, mesmo que em anos de pouca deficiência hídrica anual, seria aconselhável a realização da complementação das chuvas pela prática da irrigação. Dessa forma, há um evidente uso da técnica da irrigação, nas condições de Campinas, pelo menos um ano a cada dois anos (50%), estando, porém, em desacordo aos resultados mostrados no recente Zoneamento do Cafeeiro na região. Utilizando-se a metodologia da FAO para a quantificação do efeito da deficiência hídrica na produção do cafeeiro, com valores de Ky ajustados por ARRUDA et al. (2002), foram simulados os resultados de produção anual com irrigações realizadas quando consumido 50% da água disponível e comparados aos valores reais obtidos. Os valores médios de produção de café beneficiado indicam que ao longo de 16 anos de ensaio, a irrigação eventual no nível de consumo de 70% da água disponível no solo (0-100cm) propiciou um aumento médio de cerca de 20% em relação ao não irrigado. Um adicional de produção poderia ter sido obtido caso as irrigações tivessem sido completas e realizadas quando consumido 50% de água disponível no solo. Nessas condições, o aumento médio em relação ao não irrigado seria da ordem de 44%. Ainda cabe ressaltar que em anos com acentuada deficiência hídrica e com a conseqüente redução na produção em várias regiões do país, pode ocorrer melhoria significativa no preço do produto.
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    Uso de metodologia probabilistica para dimensionamento da demanda de água em projetos de irrigação do cafeeiro
    (2003) Pires, Regina Célia de Matos; Arruda, Flávio Bussmeyer; Sakai, Emílio; Calheiros, Rinaldo de Oliveira; Consórcio Brasileiro de Pesquisa e Desenvolvimento do Café
    A demanda de água para o dimensionamento de projetos de irrigação tem sido pouco investigada onde há ocorrência de chuvas e a irrigação é de caráter complementar. São apresentadas as recomendações de intervalo entre irrigações calculadas, para os sistemas por gotejamento (2 critérios), aspersão por pivô cen-tral, aspersão convencional e irrigação eventual (salvamento). Os critérios de cálculo são baseados na evapotranspiração de referência média mensal e pela metodologia probabilística, são utilizadas também as informações básicas descritas a seguir. A profunidade efetiva do sistema radicular do cafeeiro foi adotada como 60 cm. O armazenamento de água no solo entre a capacidade de campo e o ponto de murchamento (água disponível, AD) foi adotado como 1,2 mm de água por cm de profundidade do solo, com base em medições locais. O critério de depleção de água do solo adotado foi 10% e 15% para o sistema de gotejamento, 30% para pivô central, 50% para aspersão convencional e 100% de consumo da AD para as irrigações eventuais. Esses valores são baseados na pequena tolerância à deficiência hídrica quando se irriga apenas parte do sistema radicular na irrigação localizada, e no pivô central, ocorrem com freqüência, limita-ções para aplicação de lâminas elevadas. Os outros valores foram baseados no fato de que a partir de 50% de consumo da AD há redução no valor de Kc e a 100% de consumo da AD a transpiração cessa, e, portanto, a fotossíntese segundo ARRUDA et al. (2000). O valor adotado de coeficiente de cultura foi 0,9 para lavoura adulta. Os dados meteorológicos utilizados são provenientes da então Estação Experimental de Pindorama do Instituto Agronômico (IAC), obtidos no período de outubro de 1976 e agosto de 1998. Os valores da evapotranspiração de referência (ETo) foram calculados a partir do tanque Classe A, sendo utilizado coeficien-te de tanque mensal. Foram feitas simulações de ocorrência de irrigações complementares às precipitações pelo balanço hídrico seriado diário a cada mês do ano e para cada nível de armazenamento de água do solo (ou de reposição) e calculado o nível de probabilidade de ocorrência, no caso 75%. As lâminas líquidas de reposi-ção de água conforme os critérios adotados de consumo da água disponível foram de 8,0 e 12,0 mm para gotejamento, 24,0 mm para pivô central, 40,0 mm para aspersão convencional e 80,0 mm para irrigação eventual, observando que não é considerada a eficiência de aplicação de água pelos sistemas. Os intervalos entre irrigação calculados pela ETo média mensal variaram ao longo dos meses do ano entre 1,8 a 4,8 dias para o gotejamento, 5,5 a 9,6 dias para o pivô central, 9,1 a 16,0 dias para aspersão convencional e 18,2 a 32,0 dias para irrigações eventuais de salvamento. Por outro lado, para atendimento de 75% de probabilidade de atendimento das necessidades de irrigação os intervalos calculados variaram ao longo dos meses entre 2,0 e 5,0 dias para o gotejamento, 5,0 e 9,0 dias para o pivô central, 7,0 e 15,0 dias para aspersão convencional e, finalmente, 16,0 e 27,0 dias para irrigações eventuais. Os dois critérios de depleção adotados para a irrigação localizada implicaram em diferença mínima de 1 dia de intervalo entre irrigações. Observou-se que para as maiores lâminas (40 e 80mm) o uso da metodologia probabilística resultou, em geral, em intervalos menores entre regas. Para as irrigações menores (8 e 12 mm), em geral, os intervalos foram semelhantes para as duas metodologias, pois se por um lado a alta probabilidade de atendimento aumenta a necessidade de irrigação (considerando que a ETo média mensal tem probabilidade próxima de 50%, a inclusão das chuvas no balanço hídrico reduzem essa necessidade. Os resultados indicam que para regiões tropicais e sub-tropicais a precipitação e a duração do período entre irrigações afetam a demanda de água nos projetos de irrigação e que o cálculo probabilístico pode dar mais segurança ao projetista para melhor decidir qual lâmina e intervalo adotar no dimensionamento de equipamentos de irrigação.
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    Uso de superabsorvente hídrico em café, em diferentes doses e manejos de irrigação
    (2001) Calheiros, Rinaldo de Oliveira; Arruda, Flávio Bussmeyer; Sakai, Emílio; Pires, Regina Célia de Matos; Consórcio Brasileiro de Pesquisa e Desenvolvimento do Café
    Recentemente introduzido no Brasil, polímeros hidrorretentores surgem como condicionadores de solo para minimizar a irregular disponibilidade de água às plantas. Objetivando testar a eficiência do superabsorvente no estabelecimento das mudas do café, no campo, implantou-se um experimento no Núcleo de Agronomia do Noroeste do IAC, em Votuporanga-SP, contemplando as doses do superabsorvente de 0, 20, 40, 80 g/cova e também 40g/cova, recebendo uma pré-hidratação, todas submetidas ainda aos seguintes manejos de irrigação: somente no plantio; semanalmente; a cada duas semanas; e a cada quatro semanas, sendo todas as irrigações na dotação de 10 l/cova. Os resultados apontam clara ação benéfica do superabsorvente, tanto pelo maior estabelecimento das plantas com diminuição da morte por estresse hídrico, como pelo maior desenvolvimento vegetativo, acusado pela morfologia e resposta trocas gasosas da planta. Na última de três avaliações, destacou-se o excelente resultado do tratamento pré-hidratado, em que apenas 25% das plantas morreram, ou 37% em relação à testemunha, sendo mais efetivo, inclusive, que a maior freqüência de irrigação. Com respeito às transformações físico-hídricas do solo, as análises de retenção de água apontaram que a adição de superabsorvente no solo deslocou a curva para uma faixa de maior porcentagem de umidade.
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    Resultados do consumo de água e do coeficiente de cultura do cafeeiro a partir do controle da umidade do solo em Pindorama
    (2000) Arruda, Flávio Bussmeyer; Iaffe, Ângela; Weill, Mara de Andrade Marinho; Sakai, Emílio; Calheiros, Rinaldo de Oliveira; Consórcio Brasileiro de Pesquisa e Desenvolvimento do Café
    Baseado em determinações de umidade do solo realizada num período de 8 anos em um ensaio de café na E.E. de Pindorama do Instituto Agronômico, foi determinado o consumo de água e o coeficiente de cultura do cafeeiro Mundo Novo, espaçamento 3 x 2,5m. Os intervalos de amostragens eram variáveis, mas realizados até a profundidade de 100cm, produzindo valores também variáveis de kc. Foi observado que para valores de kc>1 uma forte correlação (r 2=0,91)com (P-ETP) em mm/dia, mostrando a forte influência do excesso de chuvas nas perdas de água. Para kc<1, obteve-se boa correlação (r2=0,61) com a deficiência de água no solo (abaixo da capacidade de campo) no perfil de 0-100cm de solo.
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    Número e intervalo de irrigação para culturas em Campinas, SP
    (2000) Pires, Regina Célia de Matos; Arruda, Flávio Bussmeyer; Quaglia, Luciano; Sakai, Emílio; Iaffe, Ângela; Calheiros, Rinaldo de Oliveira; Pereira, Andrei Costa Carlucci; Consórcio Brasileiro de Pesquisa e Desenvolvimento do Café
    A partir de 16 anos de dados meteorológicos diários é feita a simulação de irrigações complementares a precipitação para diferentes lâminas de reposição de água do solo, conforme metodologia de Pires & Arruda (1995). São calculados, para cada lâmina e nível de probabilidade, o número de irrigações por ano e o intervalo de aplicação de água para uso em dimensionamento de sistemas de irrigação.
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    Quantificação do efeito dos elementos agrometeorológicos na produção de um ensaio de café em Ribeirão Preto, SP
    (2000) Iaffe, Ângela; Arruda, Flávio Bussmeyer; Sakai, Emílio; Pires, Regina Célia de Matos; Calheiros, Rinaldo de Oliveira; Consórcio Brasileiro de Pesquisa e Desenvolvimento do Café
    O presente trabalho estudou a influência de fatores climáticos na produção de cafeeiros em ensaio conduzido em um Latossolo Roxo, em Ribeirão Preto, SP. As produções anuais foram correlacionadas, em regressões simples e múltiplas, com os seguintes elementos: radiação solar, temperaturas máximas, média e mínimas, precipitação, e sua freqüência, precipitação menos evapotranspiração (P-EP), relação entre evapotranspiração real e potencial (ER/EP), excesso e défice hídrico . As correlações e equações significativas indicaram: (a) que a produção do ano anterior explicava cerca de 70% da sua variação, (b) houve efeito positivo das chuvas no período de agosto a setembro, com eficiência de 11,8 kg de café coco por milímetro de chuva, (c) houve efeito positivo da radiação solar em novembro, porém com indicação de haver colinearidade, (d) houve efeito negativo da temperatura máxima em junho do ano anterior à produção e da temperatura mínima em novembro. Há indicações de resposta natural à melhoria da precipitação e de que um adequado manejo de irrigação pode induzir florescimento em época mais favorável.
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    Resultados anuais do coeficiente de cultura do cafeeiro em um ensaio em Pindorama, SP
    (2000) Arruda, Flávio Bussmeyer; Iaffe, Ângela; Sakai, Emílio; Calheiros, Rinaldo de Oliveira; Consórcio Brasileiro de Pesquisa e Desenvolvimento do Café
    Analisou-se os resultados anuais de coeficiente de cultura (kc) em um estudo de longa duração de monitoramento da umidade no solo em cafeeiros Mundo Novo, em Pindorama, SP. Para a representação dos resultados de kc em função da deficiência da água do solo, os valores agrupados ou em valores anuais apresentaram bons ajustes de polinomiais do segundo ou terceiro grau. Há evidencias de que nos primeiros anos o valor de kc sem deficiência hídrica seja próximo de 0,73 a 0,75 e que aos 7 e 8 anos atinja valores entre 0,87 a 0,93. Aparentemente, para o cafeeiro adulto, existe um patamar de valores de kc próximos a uma constante até um déficit de 50mm ou 36kPa (0-100cm profundidade) e que a transpiração do cafeeiro cessa (kc=0) próximo a 100mm de deficiência de água no solo ou 360kPa.