Trabalhos de Evento Científico

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    Efeito da Xylella em cafeeiro na região de Garça-SP
    (2003) Queiroz-Voltan, Rachel Benetti; Cabral, Luciane Perosin; Paradela, Osvaldo; Carelli, Maria Luiza Carvalho; Consórcio Brasileiro de Pesquisa e Desenvolvimento do Café
    A bactéria Xylella fastidiosa vem causando problemas para a agricultura, uma vez que sua presença, associada a diversos fatores de estresse, provoca um decréscimo na produção devido à diminuição no número e tamanho dos frutos e à morte dos ramos. Este trabalho objetivou avaliar, comparativamente, a estrutura de plantas com e sem sintomas visuais de infecção por Xylella em tecidos de cultivares de Coffea visando quantificar a porcentagem de obstrução de vasos do xilema nas diferentes partes da planta: folha (nervura principal e pecíolo), caule e raiz de modo a estabelecer a região da planta onde ocorre maior concentração desta bactéria. Também foi avaliada a distribuição das classes de infecção nas diferentes partes da planta nos materiais genéticos de cafeeiro. Os estudos foram efetuados em um experimento de enxertia instalado em Garça (SP), em 1986, com delineamento de blocos ao acaso, com dez tratamentos e cinco repetições, sendo o espaçamento de 3,5 x 2,0 m e, as parcelas, de quatro covas, cada uma com duas plantas. Como porta-enxerto, utilizaram-se duas progênies de C. canephora - Apoatã IAC 2258 e IAC 2286 - e uma de C. congensis - IAC Bangelan coleção 5. Como enxerto, empregaram-se dois cultivares de C. arabica: Catuaí Vermelho IAC H 2077-2-5-81 e Mundo Novo IAC 515-20. Também se efetuaram auto enxertias no Catuaí e no Mundo Novo, considerando-se, como testemunha, as plantas não enxertadas desses cultivares. Para o estudo anatômico, foram obtidas amostras aleatórias, em abril de 2000 (período de estresse hídrico), de cinco plantas de cada tratamento, sendo uma planta representativa de cada parcela. De cada planta, foram retirados ramos aparentemente sadios e ramos com sintomas de infecção. De cada um dos ramos foram utilizados cinco segmentos de 0,5 cm de comprimento de caule, raiz e do pecíolo e de 0,25 cm 2 do limbo de folhas adultas de cada planta amostrada. Estes tecidos foram fixados em solução alcoólica etílica (50%) de formaldeído-ácido acético, incluídos em parafina e cortados em micrótomo rotativo manual e em criostato na espessura de 12 mm e corados com safranina-alcian blue. A obstrução dos vasos do xilema foi estimada nos diferentes tecidos, totalizando 150 observações por amostra. A fim de se estabelecerem cinco classes de infecção, foram obtidos os quartis a partir da amostra de um experimento idêntico instalado em Mococa, em adição ao de Garça, após a retirada das estimativas iguais à zero da amostra. As classes de infecção estimadas foram: 1- sem infecção; 2- pouco infectado; 3- regularmente infectado; 4- muito infectado e 5- extremamente infectado. A primeira classe correspondeu às amostras com ausência de vasos obstruídos e as classes de 2 a 5, corresponderam, respectivamente, do primeiro ao quarto quartis. Uma vez estabelecidos os quartis, todas as observações foram arranjadas nas classes de modo a visualizar-se a distribuição de freqüência da obstrução dos vasos do xilema relacionada às classes de infecção nos diferentes tecidos e materiais genéticos. Os resultados das médias da proporção de obstrução mostraram que o pecíolo e o caule foram os tecidos mais representativos do efeito da bactéria no cafeeiro na região de Garça. Através da distribuição de frequência das obstruções dos vasos observou-se que havia na composição da amostra de cada cultivar, tanto vasos desobstruídos como vasos pouco ou muito obstruídos, isto é, numa dada porção da planta foi observada obstrução zero e logo acima obstrução classe 5. No caule, na maioria dos ramos dos dez materiais genéticos com sintoma, houve predominância das classes 4 e 5; no pecíolo, variou muito entre as classes 1 e 4; no limbo houve predominância das classes 1 a 3. Tanto na raiz como nos ramos sem sintoma da bactéria houve predominância da classe 1.
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    Relação entre os sintomas morfológicos externos de cafeeiro infectado pela Xylella fastidiosa e a porcentagem de obstrução dos vasos do xilema
    (2000) Queiroz-Voltan, Rachel Benetti; Fahl, Joel Irineu; Carelli, Maria Luiza Carvalho; Paradela, Osvaldo; Sugimori, Mauro Hideo; Gallo, Paulo Boller; Consórcio Brasileiro de Pesquisa e Desenvolvimento do Café
    Estudaram-se as relações entre os sintomas morfológicos externos apresentados por cafeeiro infectado pela bactéria Xylella fastidiosa, e a porcentagem de obstrução dos vasos do xilema em diferentes partes da planta, visando compreender as causas dos seus distúrbios fisiológicos. Ainda é desconhecido se os sintomas morfológicos e fisiológicos apresentados pelo cafeeiro são devidos ao efeito direto da infecção pela bactéria X. fastidiosa ou se o esgotamento nutricional e outros fatores de estresse predispõem a planta ao agravamento dos sintomas. Tem sido sugerido que a causa principal dessa doença é uma disfunção no sistema condutor de água, que está relacionada com as oclusões dos vasos do xilema por "gomas", porém, existem divergências na literatura se estas oclusões seriam suficientes para causar um estresse hídrico. Analisaram-se amostras dos cultivares comerciais de Coffea arabica L. enxertados sobre C. canephora Pierre ex Froehn e C. congensis Froehn. As amostras foram coletadas em experimento instalado em Mococa-SP, no espaçamento de 3,5 x 2,0 m, com duas plantas por cova. Como porta-enxerto, utilizaram-se duas progênies de C. canephora (Apoatã IAC 2258 e IAC 2286) e uma de C. congensis ( IAC Bangelan coleção 5), tolerantes a nematóides e, como enxerto, dois cultivares de C. arabica (Catuaí vermelho IAC H 2077-2-5-81 e Mundo Novo IAC 515-20). Também efetuaram-se auto-enxertias em Catuaí e Mundo Novo e, como testemunhas, consideraram-se plantas desses cultivares não enxertadas. Foram retiradas amostras de tecidos da raiz, do caule e de folhas de ramos com e sem sintomas da bactéria e estimada a porcentagem de obstrução dos vasos do xilema. Para as plantas amostradas foram dadas notas de 1 a 4 de acordo com o sintoma visual da presença da bactéria nos ramos, sendo 1 para planta aparentemente sadia e 4 para planta muito infectada. Os diferentes materiais genéticos apresentaram diferenças significativas na porcentagem de obstrução dos vasos do xilema entre os ramos com e sem sintomas externos, entre as regiões da planta amostradas e entre as parcelas. O nível de sintoma de dano externo entre os diferentes materiais embora não tenha variado significativamente entre os cultivares apresentou uma tendência de ser mais severo no Catuaí (não enxertado), em Catuaí enxertado sobre ele mesmo e, em Mundo Novo enxertado sobre C. canephora 2286.