Trabalhos de Evento Científico

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    Avaliação técnica e econômica de lavoura cafeeira em sistema adensado, tradicional e dobra no Paraná
    (2003) Demoner, Cilésio Abel; Consórcio Brasileiro de Pesquisa e Desenvolvimento do Café
    Este trabalho teve por objetivo avaliar o desempenho técnico e econômico do processo produtivo de lavouras cafeeiras, bem como organizar um sistema de informações que permita aos técnicos envolvidos nessa exploração, orientar os produtores nos ajustes necessários na condução de suas propriedades. Foi desenvolvido no período agosto/2001 a setembro/2002 através da anotação de todas as operações realizadas em lavouras em produção, nos sistemas de plantio adensado, tradicional e dobra, realizado em 67 cafeicultores, em oito regiões cafeeiras do Paraná. A produtividade média nas áreas avaliadas foi de 43,24 sacas beneficiadas/ hectare no plantio adensado, 25,06 sacas beneficiadas/hectare no plantio tradicional e 19,23 sacas beneficiadas/ hectare no plantio em dobra. O custo total médio ficou em 88,63, 117,90 e 72,69 reais por saca beneficiada nos sistemas de plantios adensado, tradicional e dobra, respectivamente. A maior rentabilidade foi de 35,08%, observada no plantio adensado, seguido de 31,24% do plantio em dobra, ambos maior do que o rendimento ocorrido, no mesmo período, na caderneta de poupança e nos fundos de investimentos. A rentabilidade no plantio tradicional foi de 10,15%, equivalente apenas a caderneta de poupança, mesmo com os preços de comercialização 8,5% e 34% maior que o preço de comercialização obtidos nos sistemas de tecnologia adensado e dobra. Na decomposição dos custos constatou-se que 53,26%, 49,16% e 34,66% correspondem ao custo variável, e que 47,74%, 50,84% e 65,34% aos custos fixos no sistema de tecnologia adensado, tradicional e dobra respectivamente. O principal fator responsável pela baixa rentabilidade, na somatória das 67 lavouras dos três sistemas de tecnologia, se deve a baixa produtividade. Dos 23,90% dos cafeicultores que tiveram custos acima do custo total médio, todos produziram abaixo da produtividade média, devido ao uso da prática de poda drástica (recepa) em setembro de 2000, ocasionado pela ocorrência de geadas severas em julho do mesmo ano. Os extensionistas, mensalmente de posse dessas informações, comunicam e orientam aos produtores os ajustes e alterações a serem efetuados em sua produção de café, ou no seu planejamento. Para capacitação e divulgação são utilizados os métodos rotineiros da extensão rural, como dias de campo, cursos, reuniões e outros.
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    Efeito da arborização em cafeeiros na população de Hypothenemus hampei (Coleoptera: Scolytidae)
    (2003) Passos, Valdimir de Jesus; Demoner, Cilésio Abel; Morales, Lauro; Consórcio Brasileiro de Pesquisa e Desenvolvimento do Café
    O sombreamento de cafeeiros foi prática na Bahia, e em outras regiões do nordeste brasileiro, motivado, principalmente, por resultados positivos nas áreas com ocorrências regulares de estiagens severas e tem sido sugerido como prática de sustentabilidade para a cultura. Em relação à produtividade essa prática tem encontrado posições controvertidas e, para alguns autores, o principal problema seria a condução inadequada, já que têm sido utilizados sombreamentos muito densos. Parte dos trabalhos não apresenta ganho de produtividade; outros, entretanto, registram maior produção em cafés sombreados e, embora alguns trabalhos relatem competição de algumas espécies avaliadas para sombreamento, é reconhecida certa proteção às plantas de café contra geadas, quando associadas à grevíleas. Das espécies já estudadas a grevílea é a que tem demostrado menor concorrência em cafeeiros sombreados. Além de produtividade, há que se pensar nos efeitos causados pelo sombreamento nas diferentes doenças e pragas que ocorrem na cultura. Os estudos de ecologia e comportamento da broca-do-café, Hypothenemus hampei (Coleopera: Scolytidae) têm mostrado que esse inseto é favorecido pelo sombreamento. Dessa forma, estudou-se o efeito de diferentes distâncias de plantas de Grevillea robusta na ocorrência da broca-do-café. O trabalho foi conduzido no município de Cornélio Procópio em área de café Mundo Novo plantado em espaçamento de 3,5 m X 0,90 m, onde ocorrem plantas de grevílea em renque, com altura aproximada de 12 metros. O delineamento foi em blocos ao acaso com cinco repetições e seis tratamentos. Para efeito de avaliação da população da broca-do-café foram utilizadas armadilhas munidas com semioquímicos distanciadas de 3,0; 6,0; 12,0; 15,0; 24,0 e 36,0 m de plantas de G. robusta. Cada armadilha foi considerada uma repetição, sendo os insetos coletados a cada três dias, durante 90 dias. A existência de grevíleas em áreas de café proporciona a ocorrência de altas populações desse inseto, constituindo-se em refúgio para a praga. O número médio de brocas coletadas em armadilhas localizadas a 3,0 m das árvores de grevílea foi de 1.505,6, enquanto que nas armadilhas localizadas a 36,0 metros foi de 63,4, isto é, 23,7 vezes mais insetos. O número de insetos coletados foi inversamente proporcional a distância das árvores até 15 m, não havendo influência do sombreamento após essa distância. Considerando que a infestação de broca-do-café é influenciada principalmente pelos insetos sobreviventes de um ano para outro, a recomendação de sombreamento deve levar em conta a possibilidade de controle desse inseto, de forma preventiva, nas áreas próximas às árvores, diminuindo a multiplicação e a dispersão dos insetos na próxima safra.
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    Intensidade de ataque da ferrugem-do-cafeeiro em relação ao quadrante avaliado
    (2003) Chichetti, Adaguimar S.; Demoner, Cilésio Abel; Consórcio Brasileiro de Pesquisa e Desenvolvimento do Café
    A ferrugem-do-cafeeiro, causada por Hemileia vastatrix Berk.et Br. é a principal doença que ocorre na cultura do café, sendo um dos agentes responsáveis por acentuar o ciclo bienal e reduzir a produtividade da cultura. Para as cultivares suscetíveis à doença, o controle tem sido feito por meio de fungicidas, nem sempre aplicados no momento oportuno, frustrando o controle e aumentando os gastos com o pesticida. A amostragem para quantificar o índice de ataque, quando efetuada de forma adequada, é um instrumento que pode diminuir as aplicações desnecessárias, bem como evitar que a doença assuma proporções que causem prejuízo econômico, sem que o controle seja realizado. Entretanto, deve-se levar em consideração, para efeito de amostragem, a distribuição do patógeno nas plantas. O estudo teve como objetivo avaliar a distribuição da doença, em relação à face exposta da planta, em cafeeiro cultivado no sistema adensado. O trabalho foi realizado no município de Santa Amélia (PR), durante o período de 21/12/2001 a 8/5/2002, em cafeeiro Catuaí Vermelho com 4 anos, plantado no espaçamento de 2,50 m x 0,50 m. Cada tratamento constou da coleta no terço inferior em 50 plantas de 2 folhas/planta, totalizando 100 folhas/tratamento a cada 10 dias. Foi utilizada uma bússola para orientação azimutal. O delineamento experimental foi de blocos ao acaso, sendo os resultados submetidos à análise de variância e as médias comparadas pelo teste de Tukey (P<0,05). O aparecimento do fungo teve início em janeiro, sendo constatadas apenas algumas pústulas na face Sul (1,0 %). No início de março, foram observados 5,5 % de folhas infectadas na face Sul e 3,5 % na face Oeste, sendo apenas de 0,5 % nas faces Norte e Leste. A diferença no número de folhas atacadas, em cada quadrante, foi mais acentuada com o desenvolvimento da doença. O número de folhas infectadas na avaliação de 8/5/02 foi de 84,3 % na face Sul, e apenas 6,9 no quadrante Norte, portanto uma diferença de 12 vezes. Os quadrantes Sul e Oeste apresentaram o mesmo número de folhas atacadas, sendo sempre maior que o número de folhas com a doença nas faces Leste e Norte. Os dados sugerem que as avaliações devem ser conduzidas, em qualquer época da fase crescente da doença, com rigor, nas faces Sul ou Oeste.