Trabalhos de Evento Científico

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    Mobilidade de nitrato no solo em rampas de tratamento de águas residuárias da lavagem e despolpa dos frutos do cafeeiro por escoamento superficial
    (2003) Matos, Antonio Teixeira de; Pinto, Andressa Bacchetti; Monaco, Paola Alfonsa Lo; Consórcio Brasileiro de Pesquisa e Desenvolvimento do Café
    Dentre os vários métodos para reduzir a carga orgânica das águas residuárias da lavagem e despolpa dos frutos do cafeeiro (ARC) está o tratamento por escoamento superficial. Neste processo, a água residuária é aplicada em altas taxas na parte superior de uma rampa, geralmente cultivada com forrageiras, ficando sujeita ao escoamento superficial, condição que possibilita sua depuração ao longo da rampa de tratamento. Este método é tido como alternativa viável, tendo em vista o baixo custo de implantação e operação desse sistema de tratamento e a possibilidade de aproveitamento dos nutrientes contidos nessas águas. Contudo, sua aplicação deve ser feita de forma criteriosa para que não venha a concorrer para a contaminação de águas subterrâneas e superficiais. A maior parte do N presente em águas residuárias brutas, ricas em material orgânico, está na forma orgânica, que pode ser mineralizada, liberando para a solução do solo íons inorgânicos do N, principalmente NH4+ e NO3-. O nitrato, por ser um ânion, apresenta grande mobilidade em solos predominantemente eletronegativos, podendo, dessa forma, ser lixiviado com água em percolação (irrigação ou chuvas) e contaminar águas subterrâneas. Diante da importância ambiental no estudo deste elemento, o presente trabalho teve como objetivo avaliar a mobilidade de nitrato no solo em rampas de tratamento de águas residuárias da lavagem e despolpa dos frutos do cafeeiro, pelo método de escoamento superficial. As forrageiras utilizadas foram o azevém (Lolium multiflorum L.), a aveia-preta (Avena strigosa Schreb) e o milheto (Pennisetum americanum L.), cujo semeio delimitou-se em parcelas de 3,0 x 2,0 m (6 m2), com espaçamento de 0,20 m entre linhas de plantio e 1 m entre parcelas, em solo com declividade de 5%. A taxa de aplicação da ARC foi equivalente a 250 kg.ha-1.dia-1 de DBO5, durante 14 semanas, apenas nos dias úteis. Após o término do experimento, em todas as parcelas experimentais foram feitas coletas de amostras de solo, em diferentes profundidades, a fim de se investigarem os possíveis efeitos da aplicação da água residuária da lavagem e despolpa de frutos do cafeeiro na concentração de nitrato no solo. Com base nos resultados obtidos, pôde-se concluir que nas parcelas que receberam ARC, as maiores concentrações de nitrato foram observadas na camada superficial do solo de 0 a 0,10 m, independentemente da forrageira cultivada. Nos cultivos com aveia-preta, a maior concentração de nitrato ocorreu nas parcelas que receberam ARC, em todas as profundidades estudadas, notadamente na camada de 0 a 0,10 m, onde foi encontrada a maior concentração desse íon no solo (72,14 mg.kg-1). Nos cultivos de milheto, as maiores concentrações de nitrato foram observadas nas camadas de 0 a 0,20 m. Dentre as espécies forrageiras estudadas, o azevém demonstrou ser o pior extrator de nitrato no solo, pela notória mobilidade deste no perfil do solo.
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    Caracterização da água residuária da lavagem e despolpa dos frutos dos cafeeiros arábica e conilon
    (2003) Monaco, Paola Alfonsa Lo; Garcia, Giovanni de Oliveira; Matos, Antonio Teixeira de; Consórcio Brasileiro de Pesquisa e Desenvolvimento do Café
    No processamento dos frutos do cafeeiro, utiliza-se água para a lavagem, o descascamento/despolpamento e a desmucilagem, necessários para se obter um café de melhor qualidade, além da diminuição da área do terreiro e tempo de secagem. O descarte desta água constitui uma água residuária rica em sólidos totais que, se manejados inadequadamente, podem provocar sérios problemas ambientais. O conhecimento das características físicas e químicas das águas residuárias da lavagem e despolpa dos frutos do cafeeiro é de grande relevância para determinar o nível de tratamento a ser utilizado para a sua disposição no meio ambiente. Se a água residuária for disposta em cursos d’água, a Demanda Bioquímica de Oxigênio (DBO) exigida pela legislação Ambiental de Minas Gerais (Deliberação Normativa da COPAM n°10/86) é de 60 mg L -1 , ou que a eficiência do sistema de tratamento seja superior a 85%. Se for disposta no solo como fertirrigação, o cálculo da lâmina a ser aplicada deve ser baseado no nutriente de maior disponibilidade contido na água. Desta forma, o presente trabalho teve como objetivos caracterizar física e quimicamente a água residuária de duas espécies do gênero Coffea: o Coffea arabica L. e o Coffea canephora Pierre (Conilon), bem como caracterizar a água residuária recirculada no despolpamento das duas espécies. De acordo com os dados obtidos, observou-se uma maior concentração de sólidos nas águas residuárias do processamento dos frutos de cafeeiro Conilon do que no de Arábica. Isto se deve ao fato de que os frutos do Conilon, por apresentarem um mesocarpo menos aquoso, apresentam menor diâmetro. Nesse caso, para um mesmo volume de material, há uma maior massa de frutos Conilon do que de frutos Arábica em processamento. Como a quantidade de água utilizada nos lavadores e processadores é baseada apenas no volume de frutos processados, o processamento do Conilon proporciona contato da água com maior massa de frutos, apresentando maior quantidade de sólidos. A qualidade química dos grãos, entretanto, é bem diferente, já que as águas de processamento do Arábica apresentaram, invariavelmente, maiores concentrações dos nutrientes. Quanto à caracterização da água recirculada, pôde-se verificar, que os valores das características químicas e físicas presentes nas águas residuárias do processamento de frutos das duas espécies apresentadas do gênero Coffea foram notadamente maiores quando houve recirculação da água residuária, comparativamente aos da água não recirculada, o que indica que a recirculação, como forma de economia deste insumo, deve aumentar, ainda mais, seu potencial poluente, além de comprometer a qualidade do grão. Dessa forma, é conveniente que se faça um tratamento preliminar e, ou, primário na água para que se possa fazer a sua recirculação no sistema sem que haja perda de eficiência do processo e até mesmo qualidade do produto.
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    Alteração nas características químicas de solos com rampas utilizadas no tratamento de águas residuárias da lavagem e despolpa dos frutos do cafeeiro por escoamento superficial
    (2003) Matos, Antonio Teixeira de; Pinto, Andressa Bacchetti; Pereira, Odilon Gomes; Soares, Antônio Alves; Monaco, Paola Alfonsa Lo; Consórcio Brasileiro de Pesquisa e Desenvolvimento do Café
    A atividade de lavagem e despolpa de frutos do cafeeiro, necessária para redução do custo de secagem dos grãos e melhoria na qualidade da bebida, gera grandes volumes de águas residuárias, de grande poder poluente. Em virtude das restrições impostas ao seu lançamento em cursos d’água, a implantação e o desenvolvimento de novas formas de tratamento e disposição dessas águas tornaram-se necessários e urgentes. Dentre vários métodos por disposição no solo, tem-se o método de escoamento superficial, em cujo processo a água residuária é aplicada em altas taxas na parte superior de uma rampa vegetada, ficando sujeita ao escoamento superficial, condição que possibilita sua depuração ao longo da rampa de tratamento. Em vista do potencial fertilizante que as águas residuárias da lavagem e despolpa dos frutos do cafeeiro (ARC) podem proporcionar no solo, ou mesmo prejudicá-lo se forem dispostas de maneira não criteriosa, este trabalho teve como objetivo avaliar as alterações químicas no solo com rampas vegetadas utilizadas no tratamento de águas residuárias da lavagem e despolpa dos frutos do cafeeiro por escoamento superficial. As forrageiras utilizadas foram o azevém (Lolium multiflorum L.), a aveia-preta (Avena strigosa Schreb) e o milheto (Pennisetum americanum L.), cujo semeio delimitou-se em parcelas de 3,0 x 2,0 m (6 m 2 ), com espaçamento de 0,20 m entre linhas de plantio e 1 m entre parcelas, em solo com declividade de 5%. A taxa de aplicação da ARC foi equivalente a 250 kg.ha -1 .dia -1 de DBO 5 , durante 14 semanas, sendo a ARC aplicada apenas nos dias úteis. De acordo com os nutrientes contidos na ARC, foram aplicados, em média, 78,27; 6,53; e 10,29 kg.ha -1 .semana -1 de K, P e Ca, respectivamente. Após o término do experimento, em todas as parcelas experimentais foram feitas coletas de amostras de solo, em diferentes profundidades, a fim de se investigarem os possíveis efeitos da aplicação da água residuária nas características químicas do solo. Diante dos resultados obtidos, pode-se concluir que os nutrientes aplicados no solo por meio da ARC, à exceção do K, não foram suficientes para proporcionar acúmulo na camada de 0 a 0,20 m de profundidade e a aplicação de ARC durante quatro meses de cultivo de azevém, aveia-preta e milheto proporcionou redução nas concentrações de P disponível, Ca e Mg trocáveis no solo.