Trabalhos de Evento Científico

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    Seletividade fisiológica de produtos fitossanitários a três espécies de ácaros predadores de ácaros-praga do cafeeiro
    (2003) Reis, Paulo Rebelles; Franco, Renato André; Pedro, Marçal; Teodoro, Adenir Vieira; Consórcio Brasileiro de Pesquisa e Desenvolvimento do Café
    São apresentados os resultados de efeito adverso de produtos fitossanitários aos ácaros predadores, Euseius alatus DeLeon, Euseius citrifolius Denmark e Muma e Amblyseius herbicolus (Chant) (Phytoseiidae), encontra-dos em cafeeiros associados ao ácaro-praga Brevipalpus phoenicis (Geijskes) (Tenuipalpidae), vetor da man-cha- anular, e ao ácaro-vermelho Oligonychus ilicis McGregor (Tetranychidae). Foi utilizado o método residual de contato com pulverização em superfície de vidro em laboratório. Lamínula de vidro (20 x 20 mm), flutuando em água numa placa de Petri (5 x 2 cm) (fundo sem a tampa) foram usadas como superfície para aplicação dos produtos, e suporte para os ácaros. A aplicação dos produtos foi feita em torre de Potter a uma pressão de 15 lb/pol 2 e cada lamínula recebeu um depósito de calda da ordem de 1,68 ± 0,36 mg/cm 2 . O efeito adverso sobre o ácaro predador foi calculado levando em conta a mortalidade e o efeito na reprodução, durante oito dias. Os produtos foram classificados, quanto ao efeito total causado ao ácaro predador, em quatro classes de toxicidade propostas pela IOBC/WPRS. Foram selecionados, e testados quanto a seletividade, 26 produtos utilizados, ou em teste para uso, na cafeicultura brasileira na forma de pulverização foliar no controle de pragas, doenças ou como fertilizantes. Do total de produtos testados, 15 (ou 57,7%) apresentaram alguma seletividade ao ácaro predador E. alatus e, daqueles com ação acaricida, nove apresentaram algum grau de seletividade fisiológica, sendo: três inócuos (classe 1): emamectin, endosulfan e hexythiazox; três levemente nocivos (classe 2): fenbutatin oxide, spirodiclofen e spiromesifen e, três moderadamente nocivos (classe 3) ao predador: abamectin, cartap e dinocap. Os outros seis produtos com seletividade são fungicidas: cyproconazole, hidróxido de cobre, oxicloreto de cobre e óxido cuproso (classe 1), sulfato de cobre (classe 3) ou fertilizante: extrato pirofosfórico (classe 1). Azocyclotin, (PM e SC), bromopropilato, chlorpyrifos, dicofol, enxofre (PM e DF), ethion, propargite, pyridaben e triazophos + deltamethrin enquadraram-se como nocivos ao E. alatus (classe 4). Para o ácaro predador E. citrifolius, 17 produtos (ou 65,4%) apresentaram alguma seletividade e, daqueles destinados ao uso como acaricidas, onze apresentaram algum grau de seletividade fisiológica, sendo: três inócuos (classe 1): fenbutatin oxide, hexythiazox e spiromesifen; seis levemente nocivos (classe 2): abamectin, cartap, emamectin, endosulfan, enxofre DF e spirodiclofen e, dois moderadamente nocivos (classe 3) ao predador: bromopropylate e enxofre PM. Os outros seis produtos com seletividade são fungicidas: cyproconazole, hidróxido de cobre, oxicloreto de cobre, óxido cuproso (classe 1) e sulfato de cobre (classe 2) ou fertilizante: extrato pirofosfórico (classe 1). Os demais produtos testados enquadraram-se como nocivos ao E. citrifolius (classe 4): azocyclotin (PM e SC), chlorpyrifos, dicofol, dinocap, ethion, propargite, pyridaben, e triazophos + deltamethrin. Para o ácaro predador A. herbicolus, 14 produtos (ou 53,8%) apresentaram alguma seletividade e, daqueles para uso como acaricidas, oito apresentaram algum grau de seletividade fisiológica, sendo: dois inócuos (classe 1): abamectin e emamectin; cinco levemente nocivos (classe 2): enxo-fre DF, fenbutatin oxide, hexythiazox, spirodiclofen e spiromesifen e um moderadamente nocivo (classe 3) ao predador: dinocap. Os outros seis produtos com seletividade são fungicidas: hidróxido de cobre, oxicloreto de cobre, óxido cuproso, cyproconazole (classe 1) e sulfato de cobre (classe 3) ou fertilizante: extrato pirofosfórico (classe 1). Azocyclotin (PM e SC), bromopropylate, cartap, chlorpyrifos, dicofol, endosulfan, enxofre PM, ethion, propargite, pyridaben, e triazophos + deltamethrin enquadraram-se como nocivos ao A. herbicolus (classe 4). Considerando em conjunto as classes 1 e 2 de seletividade, ou seja, produtos inócuos e levemente nocivos, porém eficientes no controle da praga, cinco produtos foram seletivos às três espécies de ácaros predadores estudadas, e oito a pelo menos duas das três espécies. Destes, dois são eficientes ovicidas (hexythiazox e spirodiclofen) e outro um eficiente acaricida (fenbutatin oxide) para as fases pós-embrionárias do ácaro-praga B. phoenicis. Spiromesifen e endosulfan, embora seletivos, precisam ser estudados quanto à eficiência de controle dos ácaros-praga do cafeeiro.
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    Efeitos de produtos fitossanitários utilizados na cultura do cafeeiro no desenvolvimento de Chrysoperla externa (Hagen, 1861) (Neuroptera: Chrysopidae)
    (2003) Silva, Rogério A.; Carvalho, Geraldo Andrade; Carvalho, César Freire de; Souza, Brígida R.; Reis, Paulo Rebelles; Cosme, Luciano V.; Pereira, Antônio M. A. R.; Consórcio Brasileiro de Pesquisa e Desenvolvimento do Café
    O agroecossistema cafeeiro se apresenta com ótimas condições para a implantação de medidas de controle integrado, pois a sua natureza perene favorece o aumento populacional de predadores e parasitóides. Dentre as estratégias de Manejo Integrado de Pragas (MIP), o controle químico ainda tem sido o mais utilizado; no entanto, os compostos devem atuar harmonicamente com os inimigos naturais que contribuem para a regulação de populações de insetos e ácaros-praga. Espécies da família Chrysopidae ocorrem naturalmente em várias culturas de interesse econômico, como a do cafeeiro, sendo que a espécie Chrysoperla externa (Hagen) é considerada agente potencial de controle biológico de diversas pragas, das ordens Lepidoptera e Homoptera, além de ácaros de importância agrícola. Com o objetivo de avaliar a seletividade de alguns produtos fitossanitários utilizados na cultura do cafeeiro ao crisopídeo C. externa, foram conduzidos bioensaios no Laboratório de Estudos de Seletividade do Departamento de Entomologia da Universidade Federal de Lavras à 25±2 o C, UR 70±10% e fotofase de 12 horas. Os tratamentos e dosagens (ml ou g do p.c./ha) utilizados foram: 1- Thiodan 350 CE (2.000), 2- Lorsban 480 CE (1.000), 3- Turbo 50 CE (100), 4- Kumulus 800 PM (4.000), 5- Peropal 250 PM (1.000), 6- Cuprogarb 500 PM (4.000) e 7- Testemunha (somente água). As pulverizações foram realizadas em larvas de 1 o ínstar de C. externa, por meio de torre de Potter, regulada à pressão de 15 lb/pol 2 , com um volume de aplicação de 1,5±0,5 mg/cm 2 . O delineamento foi o inteiramente casualizado, com sete tratamentos e dez repetições, sendo cada parcela composta por quatro larvas, totalizando quarenta larvas/tratamento, que foram individualizadas em tubos de vidro (2,5 cm de diâmetro x 8,5 cm de altura). As larvas foram alimentadas ad libitum com ovos de Anagasta kuehniella (Zeller, 1879) (Lepidoptera: Pyralidae). A viabilidade das larvas de 1 o ínstar foi reduzida pelos inseticidas Lorsban 480 CE e Turbo 50 CE, que provoca-ram 100% de mortalidade; para os demais tratamentos não houve diferença significativa, com a viabilidade variando de 87,5% para larvas tratadas com Cuprogarb 500 PM a 100% para as larvas tratadas com Peropal 250 PM. Para as larvas de 2 o e 3 o ínstares, também não houve diferença significativa entre os tratamentos para a viabilidade, que variou de 97,5% a 100% no 2 o ínstar e de 100% no 3 o ínstar. Com relação à sobrevivência da fase larval, os produtos Thiodan 350 CE e Cuprogarb 500 PM afetaram negativamente as larvas, com média de 87,5% e 90,0% respectivamente, em comparação aos demais tratamentos, que variou de 97,5% de viabilidade para o tratamento testemunha e Kumulus 800 PM a 100% para o Peropal 250 PM. A viabilidade da fase de pupa não foi afetada pelos tratamentos, variando de 97,5% para Thiodan 350 CE, Kumulus 800 PM e testemunha a 100% para Peropal 250 PM e Cuprogarb 500 PM. A duração dos estádios larvais das fases larval e pupal, não foi afetada pelos produtos avaliados. A razão sexual também não foi afetada pelos produtos, variando de 0,43 para os adultos provenientes do tratamento com Cuprogarb 500 PM a 0,58 para aqueles oriundos do tratamento com Thiodan 350 CE, não havendo diferença significativa entre os tratamentos.