Trabalhos de Evento Científico
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Item Colonização epifítica e endofítica de frutos de Coffea arabica L. por bactérias metilotróficas facultativas de pigmentação rósea(2003) Sakiyama, Cássia Camargo Harger; Mezêncio, José Mário da Silveira; Pereira, Pollyana C.; Pitta, Otávio P. L.; Campos, Maria Rita de Cássia; Silva, Daison Olzany; Consórcio Brasileiro de Pesquisa e Desenvolvimento do CaféAs bactérias metilotróficas facultativas de pigmentação rósea (PPFMs - Pink-Pigmented Facultative Methylotrophs) do gênero Methylobacterium têm sido encontradas colonizando epifiticamente a maioria das espécies vegetais. As PPFMs participam do metabolismo de nitrogênio, induzem a germinação de sementes, utilizam o metanol catabolizado pelas plantas, produzem citocininas e podem proteger as plantas contra fatores adversos de ambiente. As PPFMs são facilmente reconhecidas pela coloração rósea de suas colônias em ágar nutriente, pelo seu crescimento em meio de cultivo com um composto orgânico C-1 como única fonte de carbono e pela formação de película ou anel superficial em cultura líquida estática. Embora bactérias PPFMs tenham sido isoladas de mais de 100 espécies de plantas, não há relatos anteriores de sua colonização em frutos de café. O objetivo do presente trabalho foi verificar a colonização epifítica e endofítica por bactérias PPMFs, antes da colheita, de frutos sadios de café arábica em diferentes estádios de desenvolvimento, amostrados em Viçosa, em Serra do Salitre e em Patrocínio, Minas Gerais. Cada amostra de frutos foi preparada seguindo-se as etapas de pesagem, lavagem em água de torneira corrente, lavagem individual dos frutos com detergente e desinfetante SANPIC e enxágüe com água de torneira corrente. A seguir, em condições assépticas, os frutos foram agitados em água esterilizada. Uma série de diluições em tampão fosfato a partir da água onde os frutos foram agitados foi plaqueada em meio sólido R2A, para o isolamento da microbiota epifítica. Os frutos pré-lavados, após esterilização superficial, foram triturados sob condições assépticas. O material triturado foi utilizado para o isolamento da microbiota endofítica em meio R2A. Uma colônia representativa de cada tipo morfológico foi transferida para nova placa de meio R2A para obtenção de culturas puras. As características morfológicas dos isolados foram determinadas pela coloração de Gram. Os isolados bacterianos bastonetes coloração Gram negativo, tanto epifíticos com endofíticos, que apresentaram colônias com pigmentação rósea em meio R2A, foram cultivadas a 28°C em meio sólido glicerol-peptona (GP), em ágar nutriente e em cultura estática de caldo nutriente. Após duas semanas de cultivo, as culturas foram analisadas quanto à pigmentação em ágar nutriente, quanto à utilização de glicerol como fonte de carbono em meio GP e quanto à formação de anel róseo na superfície do caldo nutriente. Observou-se que isolados bacterianos epifíticos e endofíticos com características culturais de PPFMs do gênero Methylobacterium estavam presentes em todas as populações obtidas a partir de frutos de café coletados em Viçosa e nas duas localidades do Cerrado mineiro. As bactérias PPFMs isoladas a partir das populações obtidas em Viçosa representaram 13 e 16% do total de bastonetes Gram negativos epifíticos e endofíticos, respectivamente. Enquanto que nas populações do Cerrado, estas bactérias representaram, respectivamente, 61 e 50% dos isolados epifíticos e endofíticos. Concluiu-se, portanto que as bactérias PPFMs colonizam epifítica e endofiticamente os frutos de café arábica.Item Evidências da latência e associação endofítica de Colletotrichum sp. em tecidos de Coffea arabica L.(2003) Paresqui, Leonardo; Zambolim, Laércio; Costa, Helcio; Sakiyama, Cássia Camargo Harger; Batista, Ulisses Gomes; Consórcio Brasileiro de Pesquisa e Desenvolvimento do CaféEstudos têm relatado a freqüente interação de espécies de Colletotrichum spp. com diferentes hospedeiros, apresentando-se em estágio de latência ou ainda em associação endofítica. A comprovação da patogenicidade de Colletotrichum sp. em cafeeiro ainda é objeto de estudo, visto que os sintomas associados ao fungo são constantemente atribuídos a causas fisiológicas, desnutrição do cafeeiro em ramos de alta carga e condições climáticas. Entretanto, os relatos de ataques do fungo parecem ser constantes em condições de campo. Há uma falta de informações sobre em quais condições Colletotrichum sp. pode se manifestar e causar prejuízos, além da falta de conhecimento sobre os sintomas que podem estar associados ao patógeno, que muitas vezes levam a diagnósticos errados. O objetivo deste trabalho foi estabelecer uma metodologia eficiente para a sanitização de material vindo de campo, visando testes de patogenicidade deste fungo ao cafeeiro. Foram coletados no campo, ramos em desenvolvimento e frutos de plantas de Catuaí Vermelho. A esterilização superficial dos ramos foi feita de acordo com o método descrito por SAKIYAMA et al. (2001), com algumas modificações. Visando a detecção de infecção latente de Colletotrichum sp. em cafeeiro, foram coletados no campo ramos em desenvolvimento e frutos de plantas Catuaí Vermelho. As amostras foram esterilizadas superficialmente e submersas em concentrações crescentes de Paraquat (1-1’- dimetil 4-4’ - bipiridilio dicloreto) por 1 minuto e então incubadas. Como controle foram utilizados ramos e frutos coletados no campo e incubados sem nenhum tratamento. Pode-se observar que, mesmo superficialmente esterilizados, os tecidos apresentavam abundante esporulação de Colletotrichum sp. após seis dias de incubação em condições assépticas. Todos os tratamentos submetidos a concentrações crescentes de Paraquat também apresentaram sintomas e abundante esporulação de Colletotrichum sp. seis dias após a incubação. O controle permaneceu sadio até 15 dias após incubação. Há evidências de que este fungo é um oportunista que se manifesta externamente nos tecidos quando este sofre algum tipo de estresse. Neste trabalho foram obtidos indícios de que Colletotrichum sp., provavelmente C. gloeosporioides, apresenta relação endofítica nos tecidos de Coffea arabica.Item Comprovação do caráter endofítico de bactérias isoladas de frutos e caules de Coffea arabica L.(2003) Sakiyama, Cássia Camargo Harger; Mezêncio, José Mário da Silveira; Pereira, Pollyana C.; Pitta, Otávio P. L.; Campos, Maria Rita de Cássia; Silva, Daison Olzany; Consórcio Brasileiro de Pesquisa e Desenvolvimento do CaféAs bactérias endofíticas que colonizam os tecidos vegetais internos e não causam danos à planta têm despertado grandes interesses por suas possíveis aplicações na agricultura e biotecnologia. Na prática, as bactérias são consideradas endofíticas quando isoladas ou extraídas de material vegetal, cuja superfície foi esterilizada. No entanto, o isolamento de bactérias a partir de tecidos superficialmente esterilizados demonstra, de forma apenas indireta, a colonização endofítica, fazendo-se necessária a demonstração da interação bactéria endofítica-planta in loco por meio de estudos microscópicos associados a técnicas imunológicas ou a técnicas moleculares. O caráter endofítico também pode ser confirmado pela recuperação da bactéria potencialmente endofítica após sua reintrodução na planta. O objetivo do presente trabalho foi demonstrar o caráter endofítico de quatro isolados bacterianos obtidos de caules (CL8) e frutos cereja (F7-4, F6 e SS110) superficialmente esterilizados de Coffea arabica L. cv. Catuaí Vermelho, oriundos de Viçosa, Araponga, Serra do Salitre, MG e Londrina, PR. Cada isolado (suspensão em caldo nutriente contendo 10 7 a 10 8 UFC/mL) foi inoculado em explantes de ápice caulinar de Catuaí Vermelho, obtidos por embriogênese somática a partir de explantes foliares e cedidos pelo Laboratório de Biotecnologia do Cafeeiro/Bioagro/UFV. Como controles, foram utilizados explantes inoculados com caldo nutriente estéril. Após 12 dias na câmara de crescimento, a 25±2°C e fotoperíodo de 12h, os explantes foram esterilizados superficialmente e, em seguida, as folhas e os caules foram cortados em pedaços pequenos, em condições assépticas, e inoculados separadamente em tubos contendo caldo nutriente. As culturas obtidas em caldo nutriente foram repicadas para novo meio nutriente para avaliação de suas características e pureza. A colonização endofítica de C. arabica pelos isolados CL8, F7-4, F6 e SS110 foi observada pelo crescimento bacteriano em todos os tubos de caldo nutriente, com exceção dos tubos inoculados com folhas cortadas do explante inoculado com o isolado CL8. Este fato indica que o isolado CL8, que foi obtido de caule, apenas colonizou endofiticamente os caules dos explantes, no período avaliado. As culturas recuperadas apresentaram as características típicas de cada isolado e estavam puras. Não houve crescimento bacteriano a partir das folhas e dos caules cortados dos explantes controles. A colonização endofítica pelo isolado CL8 foi demonstrada in situ pela técnica de imunofluorescência indireta, utilizando-se antissoro específico produzido no Laboratório de Imunologia e Virologia Molecular/UFV. O isolado CL8 foi detectado no sistema vascular do caule de explantes de Catuaí Vermelho. O caráter endofítico dos isolados CL8, F7-4, F6 e SS110 foi, portanto, comprovado.Item Promoção de crescimento de Coffea arabica L. e Coffea canephora Pierre ex Froenher por bactérias endofíticas(2003) Sakiyama, Cássia Camargo Harger; Pitta, Otávio P. L.; Pereira, Pollyana C.; Medina, Pilar X. L.; Campos, Maria Rita de Cássia; Silva, Daison Olzany; Consórcio Brasileiro de Pesquisa e Desenvolvimento do CaféAs bactérias endofíticas colonizam os tecidos vegetais internos e não causam danos visíveis à planta. Entre outros efeitos benéficos, as bactérias endofíticas podem promover o crescimento da planta hospedeira em função da produção de reguladores de crescimento, do aumento da absorção de minerais por sideróforos ou da fixação de nitrogênio. O objetivo do presente trabalho foi demonstrar a promoção de crescimento em explantes da cultivar Catuaí Vermelho IAC-15 de Coffea arabica L. e em explantes da cultivar Apoatã de Coffea canephora Pierre ex Froenher por cinco isolados bacterianos (CL4, CL8, F7-4, F6 e SS110). Os isolados potencialmente endofíticos foram obtidos de caule e frutos cereja superficialmente esterilizados de Coffea arabica L. cv. Catuaí Vermelho, oriundos de Viçosa, Araponga, Serra do Salitre, MG e Londrina, PR. Os explantes, obtidos por embriogênese somática, a partir de explantes foliares, foram cedidos pelo Laboratório de Biotecnologia do Cafeeiro/Bioagro/UFV em duas categorias: explantes com segmento nodal contendo uma ou duas gemas (0,5 a 1,0 cm de altura) e explantes de ápice caulinar contendo três a quatro gemas axilares (1,0 a 2,0 cm de altura). Cada um dos cinco isolados bacterianos (suspensão em caldo nutriente contendo 10 7 a 10 8 UFC/mL) foi inoculado em um explante das duas categorias de Catuaí Vermelho e de Apoatã. Como controles, foram utilizados explantes não inoculados, explantes inoculados com caldo nutriente esterilizado ou explantes inoculados com suspensão bacteriana autoclavada. O total de 30 tratamentos foi disposto na câmara de crescimento em delineamento em blocos casualizados com quatro repetições a 25±2°C e fotoperíodo de 12h. Aos 24 e 52 dias após a inoculação, verificou-se que os isolados CL4, CL8, F7-4, F6 e SS110 promoveram o crescimento dos explantes de Catuaí Vermelho e de Apoatã, pois estes apresentaram desenvolvimento maior do que o dos respectivos controles. O fato de esses isolados obtidos de Catuaí Vermelho (C. arabica) terem colonizado explantes de Apoatã (C. canephora), indica que essa colonização não é espécie-específica. Além de promover o crescimento apical, os isolados promoveram a diferenciação de primórdios radiculares em alguns explantes. A rizogênese ocorreu também em um explante controle, no entanto, o desenvolvimento desse explante e o tamanho da raiz foram menores. Observou-se também que houve maior incidência de morte foliar entre os explantes controle do que entre os explantes colonizados pelas bactérias endofíticas. Estas bactérias apresentaram, portanto, potencial de uso como promotoras de crescimento na cultura de tecidos de café.Item Microbiota endofítica em frutos de Coffea arabica L.(2003) Sakiyama, Cássia Camargo Harger; Paula, Evandro Marcus de; Pereira, Pollyana C.; Pitta, Otávio P. L.; Hara, André; Borges, Arnaldo Chaer; Silva, Daison Olzany; Consórcio Brasileiro de Pesquisa e Desenvolvimento do CaféOs microrganismos estão intimamente associados a plantas, podendo colonizar os tecidos vegetais internos (microbiota endofítica) e a superfície de órgãos (microbiota epifítica). No preparo via seca do café, a fermentação ocorre na massa de frutos colhidos em diferentes estádios de desenvolvimento. Embora existam vários estudos mostrando que bactérias e leveduras participam desse processo fermentativo, a microbiota endofítica, presente nos frutos de café antes da colheita, tem sido pouco caracterizada. Os objetivos do presente trabalho foram quantificar e caracterizar morfologicamente a microbiota endofítica que coloniza frutos sadios de café arábica em diferentes estádios de desenvolvimento, antes da colheita. Os frutos foram amostrados em Viçosa em intervalos de 15 dias, nos seguintes estádios de desenvolvimento: chumbinho-pequeno, chumbinho-médio, verde, verde-cana, cereja e passa. Em Serra do Salitre e em Patrocínio foi realizada apenas uma amostragem de cada localidade, dos estádios verde, verde-cana, cereja e passa. Em cada estádio foram coletados 24 frutos sadios de 12 plantas (dois frutos sadios de cada planta). Em Viçosa, o procedimento foi repetido utilizando-se outras 12 plantas da mesma lavoura. Os frutos, após esterilização superficial com etanol 70% e hipoclorito de sódio a 5%, foram triturados sob condições assépticas. O material triturado foi utilizado para quantificação e isolamento da microbiota endofítica. A determinação do número de células viáveis foi realizada pela contagem de colônias em placas, em meio R2A. Os microrganismos endofíticos foram isolados a partir das placas de cada amostragem. Uma colônia representativa de cada tipo morfológico foi transferida para nova placa de meio R2A, para obtenção de culturas puras. As características morfológicas dos isolados foram determinadas pela coloração de Gram. As populações potencialmente endofíticas encontradas nos diferentes estádios de desenvolvimento dos frutos variaram de 10 2 a 10 4 UFC/g de peso fresco do fruto, nas três localidades. Foram obtidas populações endofíticas a partir de frutos no estádio passa somente em Serra do Salitre. Em um total de 282 isolados obtidos em Viçosa, as bactérias representaram aproximadamente 84%, as leveduras 7% e os fungos filamentosos 9%. Em Serra do Salitre foram obtidos apenas isolados bacterianos (bastonetes Gram positivos e Gram negativos). Em Patrocínio, foram obtidas bactérias e leveduras, mas não fungos filamentosos. Entre os isolados bacterianos endofíticos das três localidades, os bastonetes predominaram sobre os cocos. Dentre os bastonetes, as bactérias Gram negativas foram isoladas em maior número. Todas as culturas potencialmente endofíticas foram incorporadas ao banco de germoplasma do Departamento de Microbiologia da UFV, para posterior identificação e futuros estudos biotecnológicos.