UFV - Dissertações

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    Interferência de plantas daninhas no crescimento e nutrição de plantas jovens de Coffea arabica L.
    (Universidade Federal de Viçosa, 2010) Fialho, Cintia Maria Teixeira; Silva, Antônio Alberto da; Universidade Federal de Viçosa
    Apesar da grande área ocupada pelo café no território brasileiro a produtividade média desta cultura no Brasil é baixa. Dentre os vários fatores que contribuem para isto destaca-se a interferência das plantas daninhas, que competem pelos recursos água, luz e nutrientes. Na fase inicial de crescimento do cafeeiro é considerado uma das fases mais sensíveis à interferência das plantas daninhas, sobretudo, na linha de cultivo da cultura. Porém, a manutenção da lavoura durante todo o ciclo, livre de qualquer planta daninha deixa o solo desprotegido contra a erosão. Nos últimos anos, visando maior sustentabilidade da atividade cafeeira, tem-se procurado desenvolver sistemas integrados de manejo de plantas daninhas. Neste sistema cultiva-se entre as linhas do café espécies de plantas daninhas que têm como finalidade a promover a cobertura do solo e a reciclagem de nutrientes. Neste trabalho objetivou-se avaliar os efeitos da Interferência de plantas daninhas no crescimento e nutrição de plantas jovens de Coffea arabica L. Para isso, foram realizados três experimentos em casa de vegetação. No primeiro experimento avaliou-se quatro espécies de plantas daninhas: Brachiaria decumbens, Digitaria horizontalis, Brachairia plantaginea, Mucuna aterrima, em quatro densidades (zero, duas, quatro e seis plantas por vaso) em competição com plantas de café. O plantio das espécies de plantas daninhas foi realizado 60 dias após o transplantio do café e estas conviveram em mesmo vaso por 90 dias. A M. aterrima e B. plantaginea foram às espécies que mais influenciaram negativamente o crescimento do café. Ocorreu relação negativa entre aumento da densidade de plantas daninhas, com as variáveis de crescimento de plantas de café e razões de massa radicular e sistema radicular/parte aérea. No segundo experimento avaliaram-se os teores foliares de nutrientes nas plantas de café e nas espécies daninhas cultivadas em competição. Todas as espécies de plantas daninhas, quando em convivência com o café, proporcionaram menor teor de nutrientes nas folhas da planta cultura, principalmente, com o incremento da densidade de plantas. Exceção foi observada para as concentrações de N nas folhas do cafeeiro que conviveram com M. aterrima. Os teores de nutrientes nas folhas das plantas daninhas diferiram por espécie indicando capacidade diferenciada de reciclagens de nutrientes. No terceiro experimento avaliaram-se os efeitos de interferência da Brachiaria decumbens e Brachiaria plantaginea sobre o crescimento de plantas de café aos 60 dias após transplantio (60 DAT) e aos 180 dias após o transplantio (180 DAT). A interferência das gramíneas no crescimento das plantas de café mais jovem (60 DAT) foi maior em relação às plantas de café aos 180 DAT. Os efeitos da competição das espécies de plantas daninhas nas plantas mais jovens de café (60 DAT) foram similares não diferindo para a maioria das variáveis relacionadas ao crescimento das plantas de café. Todavia, quando a competição se instalou mais tarde aos 180 DAT, a B. plantaginea foi à espécie mais competitiva. O aumento da densidade de plantas daninhas promoveu maior alocação de fotoassimilados para parte área em detrimento ao sistema radicular do café.