UFV - Dissertações

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    Ecofisiologia do cafeeiro sombreado com macaúba em sistemas agroflorestais
    (Universidade Federal de Viçosa, 2017-10-19) Ferreira, Rodrigo de Paula; Santos, Ricardo Henrique Silva
    O gênero Coffea possui duas espécies mundialmente importantes, a Coffea caneplora e a Coffea arabica, mais conhecidos como café conilon e café arábica. Da mesma forma que acontece com a produção mundial, o café arábica corresponde a mais de 70% da produção brasileira, sendo o Estado de Minas Gerais o maior produtor e responsável por mais de 50% da produção nacional. As alterações nos padrões climáticos vêm preocupando produtores e pesquisadores no mundo inteiro, não sendo diferente para a cultura do café. Com aumento da temperatura, a maior parte das lavouras em Minas Gerais terá que migrar para regiões mais altas com clima mais ameno, incluído a cultura do café. Dentre as variáveis climáticas que afetam o crescimento e a produção do café, destacam-se como principais a variação da temperatura média anual, a disponibilidade de luz e a disponibilidade hídrica. Uma das alternativas para minimizar os efeitos das mudanças climáticas sobre a produção de cafeeiros pode ser o cultivo em sistemas agroflorestais (SAFs). Dentre os benefícios desta modalidade de cultivo pode se destacar as melhores condições micro ambientais do sub-bosque, incluído a temperatura, a umidade do solo e umidade relativa do ar. Entretanto, em sistemas agroflorestais a escolha das espécies a serem cultivadas deve ser baseada na compatibilidade entre os componentes do sub-bosque e o arbóreo, evitando a competição exacerbada por água, nutrientes e radiação solar. Desse modo o objetivo do presente trabalho foi avaliar os efeitos do cultivo consorciado macaúba – cafeeiro em seu desempenho fisiológico e produtivo do cafeeiro (Coffea arabica) em diferentes distâncias. Para isso foi avaliada a radiação fotossinteticamente ativa (RFA), trocas gasosas, fluorescência, crescimento e produtividade dos cafeeiros. No geral a diferença microclimática proporcionada pelo componente arbóreo interferiu nos padrões de fotossíntese dos cafeeiros no SAF, sendo que nos cafeeiros na fileira próxima como distante da macaúba, houve uma similaridade na fotossíntese líquida. Entretanto as variações na produção de cafeeiro possivelmente estão relacionadas, em maior peso com a fenologia de crescimento das plantas do que necessariamente com as trocas gasosas. As palmeiras associadas com os cafeeiros proporcionam redução na entrada de luz sobre o dossel das plantas no sub-bosque nos períodos Chuvoso/Quente e Seco/Frio. As fileiras dos cafeeiros mais distantes das palmeiras tiveram maior crescimento em altura e diâmetro do dossel, enquanto que cafeeiros a pleno sol/monocultivo apresentaram maior número de nós e diâmetro do caule. No primeiro ano de avalição da produção, após a recepa, cafeeiros mais distantes das macaúbas apresentaram uma produção 3 vezes maior que cafeeiros nas fileiras próximas das macaúbas e a pleno sol/monocultivo. Mas é necessário observar o segundo ano da produção dos cafeeiros devido a bianualidade da produção nesta espécie. Cafeeiros no período Seco/Quente e Frio/Seco apresentaram valores semelhantes em relação a trocas gasosas, com valores menores que os verificados com o período Chuvoso/Quente. Já no período Chuvoso/Quente os cafeeiros a pleno sol/monocultivo apresentaram maiores valores de fotossíntese que cafeeiros associados com as palmeiras tanto próximo como distante da macaúba, devido as melhores condições edafoclimáticas.
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    Interação entre parâmetros hidráulicos e fotossintéticos em Coffea spp
    (Universidade Federal de Viçosa, 2015) Mauri, Rafael; Matta, Fábio Murilo da
    Existem lacunas consideráveis sobre a eficiência hidráulica em café (Coffea spp.), como também pouco se sabe sobre as inter-relações entre características hidráulicas foliares e características morfoanatômicas, e como tais características são associadas, com vistas à maximização das trocas gasosas em café. Neste estudo, explorou-se a variabilidade morfológica, hidráulica e fisiológica de oito genótipos de café a fim de se compreender como interagem entre si os principais fatores hidráulicos limitantes da fotossíntese no cafeeiro, bem como investigar as dicotomias entre eficiência e segurança hidráulica. Para tal, compararam- se diferentes genótipos de café, incluindo-se aí genótipos/espécies evoluídos em ambientes distintos no que respeita à disponibilidade hídrica, bem como cultivares antigas e modernas de café. O estudo foi conduzido em condições de campo e as medições fisiológicas e amostragens foram feitas entre outubro de 2014 e abril de 2015. A despeito da grande variabilidade morfológica em nível foliar em Coffea spp, demonstrou-se que os genótipos estudados apresentaram valores relativamente baixos de condutividade hidráulica foliar em paralelo a uma baixa capacidade transpiratória. Essas características estiveram associadas a fortes limitações difusionais à fotossíntese, fato adicionalmente ilustrado pela alta correlação entre taxa de fotossíntese líquida e condutância estomática. Registre-se, contudo, que, em condições de baixo déficit de pressão de vapor, as taxas fotossintéticas por unidade de área foliar parecem razoavelmente conservadas em Coffea spp. De modo geral, não se observaram correlações consistentes entre condutividade hidráulica foliar e densidade de venação (e vários outros parâmetros hidráulicos), sugerindo a existência de altas resistências extra-vasculares em café. Em todo o caso, os resultados evidenciaram uma moderada a alta resistência à disfunção hidráulica (com margens positivas de segurança hidráulica). Nesse sentido, o diâmetro de condutos do xilema parece estar diretamente envolvido na determinação da segurança hidráulica em Coffea spp., com uma maior proporção de condutos de menor diâmetro levando a uma maior segurança hidráulica. Observou-se uma alta correlação (r 2 =0,84) entre área foliar unitária e P 50 (o valor de potencial hídrico associado à redução da condutividade hidráulica foliar em 50%), sugerindo que genótipos com folhas menores são mais tolerantes à cavitação. Em termos de coordenação entre parâmetros hidráulicos e de relações hídricas não houve relação entre valores de P 50 e o potencial hídrico no ponto de perda de turgescência, mas houve correlações positivas entre P 50 e o módulo de elasticidade (r 2 = 0,73) e o potencial osmótico em turgescência plena (r 2 = 0,57). Concernentes às características anatômicas relacionadas ao mecanismo de reforço em nível de vasos, não se observou relação entre o P 50 e os valores de (t/b) 3 (razão entre espessura da parede celular e diâmetro do lúmen dos vasos) tanto da nervura central como de nervuras minoritárias. Por outro lado, observaram-se correlações significativas entre P 50 e parâmetros como diâmetro dos condutos do xilema (r 2 =0,60) e condutividade teórica do xilema (r 2 =0,41). Em suma, os resultados indicam que genótipos de Coffea spp. exibem características que lhes conferem uma média a alta tolerância à seca, e que a eficiência hidráulica relativamente baixa concorre, em última análise, para limitar o potencial fotossintético do cafeeiro.