UFV - Dissertações

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    Microbiota solubilizadora de fosfato em solo de cafezal agroflorestal cultivado sob os princípios da agricultura natural
    (Universidade Federal de Viçosa, 2023-04-03) Souza, Inácio Gonçalves de; Cardoso, Irene Maria; Costa, Maurício Dutra
    Os sistemas agroflorestais (SAFs) manejados sob os princípios da agricultura natural, possuírem alta diversidade de plantas e não utilizarem agrotóxicos e adubos químicos ou orgânicos. Assim os SAFs favorecerem os organismos do solo, agentes importantes na disponibilização de fósforo (P) em solos tropicais. Objetivou-se analisar modificações na dinâmica do P provocadas pela microbiota do solo de um cafezal agroflorestal cultivado sob os princípios da agricultura. Especificamente, objetivou-se caracterizar quimicamente o solo; identificar e analisar os pools de P; avaliar o potencial de solubilização de P dos microrganismos do solo; quantificar os fungos e bactérias totais e solubilizadores de P presentes no solo; e quantificar a atividade de fosfatases no solo. Realizou-se revisão bibliográfica sobre fósforo, agroecologia e agricultura natural e analisou-se solos de uma mata nativa e de cafezais localizados em Araponga, Minas Gerais, sob diferentes manejos: SAF manejado sob os princípios da agricultura natural, SAF com adubação orgânica e cafezal a pleno sol com manejo convencional (uso de adubos químicos e agrotóxicos). Os solos das áreas estudadas foram amostrados à profundidade de 0-5 cm. Determinou-se o pH em H2O, a acidez potencial, os teores de K, Ca, Mg, Al e P, a capacidade de troca catiônica total e efetiva, a saturação por bases e por alumínio e a matéria orgânica. O fracionamento de P foi feito, obtendo-se P solúvel, P lábil, P inorgânico e P orgânico moderadamente lábeis, P extraído com HCl, P ocluso e P total. Analisou-se o potencial de solubilização de P através da incubação de solo com fosfato natural; a quantificação dos fungos e bactérias totais e solubilizadores de fosfato a partir da incubação de placas com solo; e as fosfatases ácidas e alcalinas, feita a partir da quantificação de p-nitrofenol liberado pela atividade de fosfatases. Os dados foram submetidos à Análise de Variância e comparados por teste Tukey a 10%. Os resultados indicam que o SAF orgânico apresentou os maiores valores de P em formas lábeis e moderadamente lábeis, maior P total, menor P ocluso, o segundo maior potencial de solubilização de fosfato e a maior porcentagem de bactérias solubilizadoras. A mata e o SAF orgânico apresentaram o maior teor de matéria orgânica, mas a mata apresentou baixos teores de nutrientes disponíveis, baixo pH e acidez potencial elevada, além de maior potencial de solubilização de fosfato e maior porcentagem de fungos solubilizadores. SAF natural apresentou atributos químicos do solo similares ao sistema convencional, com exceção da porcentagem de saturação por bases, que foi superior; menor potencial de solubilização de fosfato; baixo teor de P e maior atividade de fosfatases ácidas e alcalinas, indicando a importância do P orgânico para as plantas nessa área. A adubação com esterco animal, o aporte de materiais de podas e o consórcio com árvores podem ter contribuído para os bons indicadores químicos de qualidade do solo avaliados em SAF orgânico. O aporte constante de materiais lábeis e pouco lábeis no SAF natural resultou em maior atividade de fosfatases e em condições de solo similares ou superiores ao convencional à pleno sol. Embora o SAF natural apresente baixos teores de P, as plantas de café não apresentaram sintomas de deficiência nutricional e são produtivas, o que sugere que os microrganismos do solo funcionaram como "by-pass" e podem ter fornecido o P diretamente para as plantas e que as plantas ciclaram o P de camadas mais profundas do solo, deixando-o disponível nas camadas superficiais na forma de P orgânico, não quantificável pelo método Mehlich-1. Portanto o manejo de cafezais em sistema agroflorestal com adubação orgânica ou natural favoreceram a fertilidade do solo. O aporte de adubação orgânica de origem animal (SAF orgânico) favoreceu a disponibilidade de fósforo, os microrganismos solubilizadores de fosfato, em especial as bactérias, e o potencial de solubilização de fosfato pela microbiota do solo, enquanto o aporte de resíduos vegetais no SAF natural favoreceu a ação das fosfatases ácidas e alcalinas e possibilitou solos de qualidade semelhantes ou melhores do que os solos manejados com insumos químicos. Assim, com o sistema de produção de café natural, além dos benefícios ambientais, o agricultor tem menos custos com insumos externos e maior valor agregado no café, que é reconhecido pela alta qualidade. Palavras-chave: Manejo agroecológico. Sistemas agroflorestais. Fracionamento de fósforo. Agricultura orgânica. Microbiota solubilizadora de fosfato. Atividade de fosfatases.
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    Análise foliar para ajuste da recomendação de adubação do cafeeiro
    (Universidade Federal de Viçosa, 2016-02-17) Sousa, Jailson Silva; Neves, Júlio César Lima
    A crescente adoção de cultivares de café (Coffea arabica L.) mais produtivas e mais exigentes nutricionalmente somada à expansão da cafeicultura para solos de baixa fertilidade, tornam cada vez mais necessárias, pesquisas voltadas para nutrição adequada e equilibrada das plantas, contribuindo para a competitividade da atividade cafeeira. Os objetivos deste trabalho foram: determinar os níveis críticos e ótimos de MOS, P, K, Ca 2+ e Mg 2+ no solo a partir do relacionamento com a produtividade relativa do cafeeiro, utilizando o método da linha de fronteira (LF); estimar a faixa de suficiência foliar ótima de N, P, K, Ca, Mg e S a partir dos níveis críticos e ótimos de MOS, P, K, Ca 2+ e Mg 2+ no solo, utilizando equações geradas pelo método do Diagrama de Quadrantes do Relacionamento Planta-Solo (DQRps); delinear um sistema de ajuste de doses de macronutrientes para a cultura do cafeeiro com base na análise foliar. Para tanto, foi utilizado um banco de dados contendo informações de análises químicas dos solos, teores foliares de nutrientes e produtividade de café arábica de cinco regiões representativas do cultivo do cafeeiro no estado de Minas Gerais, referentes aos anos agrícolas 96/97, 97/98 e 98/99. Fez-se uma análise de consistência dos dados, e, em seguida, confeccionaram-se gráficos de dispersão relacionando a produtividade relativa de frutos do cafeeiro nos anos de alta produção, com os teores de MOS, P, K, Ca 2+ e Mg 2+ nas camadas de 0-20 e 20-50 cm, estabelecendo-se em cada gráfico a LF, e equações foram ajustadas aos pares de pontos selecionando aquela que melhor se ajustou aos dados. Foi utilizado o método do DQRps, em que foram plotados nos eixos y e x do sistema de coordenadas cartesiano, os teores foliares totais de N, P, K, Ca, Mg e S em função dos teores de MOS, P, K, Ca 2+ e Mg 2+ na camada de 0-20 cm, e na nuvem de pontos, foram traçadas linhas horizontais perpendiculares ao eixo das ordenadas, utilizando-se como balizador a média dos teores foliares na folha-índice, e para as linhas verticais perpendiculares aos eixo das abscissas, os níveis críticos de MOS e dos macronutrientes no solo na camada de 0-20 cm, determinados pela LF, obtendo-se quatro quadrantes (I, II, III e IV). Aos pares de pontos (yx) dos quadrantes III e I, foram ajustadas equações de regressões, sendo estimadas por estas, faixas de suficiência foliar dos macronutrientes a partir de níveis críticos e ótimos da MOS e dos macronutrientes no solo. Foi proposta uma sistemática de integração da análise foliar com a análise de solo. Pelo método da LF obteve-se a faixa de boa disponibilidade dos atributos químicos do solo, correspondentes aos níveis críticos e ótimos de MOS, P, K, Ca 2+ e Mg 2+ nas camadas de 0-20 e 20-50 cm. O método do DQRps aplicado ao relacionamento entre os teores nutrientes foliares com os teores de nutrientes no solo, permite determinar curvas de resposta foliar, assim como, possibilitou estimar faixas de suficiência foliar ótima dos macronutrientes na folha-índice do cafeeiro: 33,4 – 35,8 g/kg de N; 1,4 – 1,6 g/kg de P; 24,4 – 27,0 g/kg de K; 11,9 – 13,6 g/kg de Ca; 3,8 – 4,5 g/kg de Mg e 1,4 – 1,8 g/kg de S, estando estas, coerentes com as faixas de suficiência foliar da literatura consideradas adequadas para o cafeeiro. A integração entre a análise foliar do café arábica com a disponibilidade de nutrientes no solo, atreladas à produtividade de frutos, permitiu desenvolver uma ferramenta de ajuste da recomendação de doses de macronutrientes para a cultura do cafeeiro.