UFV - Teses

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    Variabilidade espacial e temporal da qualidade do café cereja produzido na região das Serras de Minas
    (Universidade Federal de Viçosa, 2009-02-27) Alves, Enrique Anastácio; Queiroz, Daniel Marçal de; Santos, Nerilson Terra; Pinto, Francisco de Assis de Carvalho
    A qualidade do café dentro de um talhão pode variar temporal e espacialmente devido a variações dos atributos do solo, do "status" nutricional , das condições climáticas e da forma como as operações agrícolas são conduzidas. O conhecimento da variabilidade da qualidade pode auxiliar na tomada de decisão em sistemas de produção de café, uma vez que o preço do produto é influenciado pela sua qualidade. Este trabalho foi desenvolvido com o objetivo de analisar a variabilidade espacial e temporal da qualidade de bebida do café de montanha, colhido no estádio cereja, e gerar mapas temáticos dos níveis de qualidade obtidos selecionando as áreas com características interessantes à produção de cafés especiais. Pode-se concluir que, na safra 2006/2007, 95% dos talhões que obtiveram notas de qualidade de bebida superior a 80 pertencem às classes com valores acima de 20 graus brix. Os valores de grau brix e as notas de qualidade de bebida do início e fim da safra em 2006/2007 foram significativamente diferentes pelo teste t para dados pareados a 5%. Além da variabilidade espacial existe uma variabilidade temporal da qualidade de bebida, sendo que, 86% dos talhões com qualidade média maior ou igual a 80 estavam nas áreas de coeficiente de variação menor que 4%, indicando que os talhões com qualidade especial tiveram menor variabilidade temporal. Para o índice de dependência espacial (IDE), as variáveis de índices Dris, com exceção para zinco e cálcio com IDEs respectivos de 1,00 e 0,84 (fortes), todas as demais variáveis de "status" nutricional apresentaram dependência espacial moderada. A percentagem de frutos verdes apresentou dependência espacial forte, enquanto que a percentagem de frutos maduros teve dependência fraca com IDE de 0,22. As percentagens de frutos verdolengos e passas apresentaram dependência moderada, com IDEs respectivos de 0,66 e 0,70; para o teor de sólidos solúveis, brix dos frutos, houve uma moderada dependência espacial (0,33), enquanto que, para a qualidade de bebida do café ocorreu uma distribuição aleatória caracterizada pelo efeito pepita puro.
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    Avaliação da qualidade do café processado por via úmida, durante as operações e secagem e armazenagem
    (Universidade Federal de Viçosa, 2005-08-29) Rigueira, Roberta Jimenez de Almeida; Lacerda Filho, Adílio Flauzino de
    Objetivou-se com esse trabalho analisar o efeito da radiação solar sobre a qualidade do café preparado sob a forma cereja descascado, despolpado, desmucilado sob diferentes condições de secagem e armazenagem; caracterizar física, química e bioquimicamente a água residuária da lavagem, nas diferentes fases das operações unitárias de despolpa e desmucilagem dos frutos do cafeeiro (Coffea arabica L.); avaliar a qualidade do produto com base no sistema comercial de classificação, considerando a variação da cor no que diz respeito ao fenômeno de branqueamento dos grãos; e, avaliar, simultaneamente, a interrelação entre os processos de secagem e armazenagem, e a contaminação por microrganismos. O experimento foi montado em uma fazenda localizada no município de São Miguel do Anta, Estado de Minas Gerais. Foi utilizado café cereja, da variedade Catuaí, colhido pelo método de derriça manual sobre pano, no período entre maio e julho de 2004. O teor inicial de água dos frutos no início da colheita foi, aproximadamente, 60 % b.u., contendo, em massa, 68 % de frutos maduros, 16 % de frutos verdes e verdoengos e 16 % de frutos secados na planta. Foram processados aproximadamente 10.000 litros de frutos por dia, para um volume médio de 3,0 litros de água para cada litro de fruto, na primeira circulação e de 1,8 litros de água para cada litro de frutos, considerando a recirculação de água. Amostras de água foram coletadas antes e após a entrada dos frutos no lavador/separador mecânico, no descascador/despolpador/desmucilador. Também foram coletadas amostras da água descartada no final do processo. Foi utilizado um experimento de parcelas subdivididas, tendo nas parcelas um esquema fatorial 6 x 2 e nas subparcelas quatro avaliações, com três repetições. Foram utilizadas seis condições de secagem e duas formas de cobertura dos lotes armazenados, avaliadas em quatro períodos de tempo no decorrer do armazenamento. Os elevados valores de Demanda Bioquímica de Oxigênio (DBO) e Demanda Química de Oxigênio (DQO) indicaram que as águas residuárias possuíam elevada carga orgânica e, se forem lançadas em corpos hídricos receptores sem tratamento prévio, poderão ocasionar sérios problemas ambientais. A elevada concentração de sólidos totais (ST), dos quais a maior parte é composta por sólidos voláteis (SV), indicaram a necessidade de serem removidas por meio de tratamento biológico. A secagem sem exposição direta à radiação solar global proporcionou a redução do branqueamento dos grãos durante a armazenagem e produziu cafés de melhor qualidade. A seleção manual dos grãos de café pretos, verdes e ardidos, durante o processo de secagem e beneficiamento, pode contribuir para a obtenção de um produto com menor número de defeitos. Verificou-se que, tanto o surgimento de esporos de microrganismos na superfície dos grãos em pergaminho, quanto a identificação do percentual de colonização destes microrganismos na casca e no grão, não foi suficiente para infestar e comprometer a estrutura dos grãos na armazenagem. Os testes experimentais cobertos com lona plástica apresentaram melhor resultado no que se refere à bebida, coloração e incidência de microrganismos.
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    Impactos de especificidades regionais na competitividade da atividade cafeeira sobre a localização da produção e na redistribuição espacial de renda
    (Universidade Federal de Viçosa, 2001-03-23) Pires, Mônica de Moura; Campos, Antônio Carvalho
    O potencial de crescimento da atividade cafeeira, tanto para o mercado interno, com a estabilização, quanto para ter maior alcance no mercado externo, com a globalização, é bastante promissor diante da nova ordem econômica. Esse processo de desenvolvimento da atividade cafeeira levará muitos produtores e regiões a serem marginalizados, à medida que a atividade for se profissionalizando e concentrando em regiões mais favoráveis. Por outro lado, para que essa competitividade possa ser conquistada de forma duradoura, tem que se pensar nos diversos elos da cadeia que envolvem a atividade cafeeira. O objetivo deste é avaliar os impactos das diferenças na competitividade regional da atividade cafeeira sobre a localização espacial da produção e na conseqüente redistribuição regional de renda. Para tanto, aplicou-se um modelo multissetorial de equilíbrio geral computável, com 26 atividades e três grupos de consumidores. O modelo foi calibrado ao ano-base de 1995. Em seguida, realizaram -se modificações nas demandas interna e externa e na participação dos diferentes sistemas de produção na oferta nacional de café. Cada cenário proposto caracteriza uma alteração a ser efetuada na condição do equilíbrio inicial, de forma a representar as novas situações que vêm sendo esperadas no mercado cafeeiro, principalmente quando se consideram as tendências da última década. Os resultados obtidos no Cenário 1 indicam , de forma lógica, que a expansão da demanda, nos níveis estabelecidos, revela efeito positivo sobre as atividades produtivas nas regiões que apresentam maior potencial de crescimento para os cafés especiais. Portanto, os ajustes da produção implicam maior racionalidade na utilização dos recursos produtivos, por meio de redistribuição da produção de café. A resposta da oferta ao aumento da demanda implica elevação dos preços do café, em todas as regiões. Como o choque de demanda não foi acompanhado de choques na oferta, isso provocou diminuição nos níveis de emprego rural e de capital rural. Essas mudanças provocam retrações nas rendas das famílias, do governo e do exterior, reduzindo o bem -estar das famílias, comportamento que sugere que a expansão da demanda de cafés especiais seja medida necessária para garantir a oferta de produto de qualidade no mercado. No Cenário 2, nota-se que os resultados mais expressivos ocorrem nas atividades relacionadas com a agroindústria e com a exportação de café. A interdependência das regiões produtoras de café indica que, quando se elevam a produtividade e, conseqüentemente, a competitividade do café, os efeitos diretos sobre a atividade são reduções no nível de atividade em quase todas as regiões, excetuando-se a Zona da Mata mineira e outras regiões brasileiras. A maior produtividade não foi suficiente para elevar a oferta dessas regiões. Portanto, os níveis de produtividade estabelecidos estes são, ainda, relativamente pequenos para elevar a oferta das regiões produtoras de café. Como o choque de oferta não foi acompanhado de alterações na demanda, há excesso de produto no mercado. Se, por um lado, o excesso de oferta provoca reduções nos níveis de preços, por outro, melhora o bem-estar das famílias. O impacto no emprego agrícola do aumento da produção é positivo. A expansão conjunta da demanda e oferta (Cenário 3) evidencia um comportamento complementar em relação aos resultados obtidos nos Cenários 1 e 2, isoladamente. Observa-se que, quanto maior a incorporação de progresso técnico, mais acentuada será a redução nos preços, o que propiciará aumentos nas rendas das famílias. Esses resultados sugerem que a expansão regional da produção, resultante do crescimento diferenciado da demanda de café e de melhorias na produtividade dos sistemas de produção, permite uma realocação dos recursos produtivos utilizados na atividade cafeeira e, conseqüentemente, uma redistribuição regional da renda. De modo geral, os resultados corroboram com a expectativa de que modificações na qualidade do produto proporcionem efeitos positivos sobre a atividade cafeeira, e a exploração de nichos de mercados torna-se uma alternativa na competição. Dessa forma, o ganho de eficiência constitui importante fator impulsionador da atividade, conjuntamente com estratégias de marketing. Ressalta-se, assim, que o Brasil possui condições especiais para desenvolver a cafeicultura, especialmente no que se refere aos aspectos edafoclimáticos, o que constitui uma vantagem em face à segmentação do mercado e aos países concorrentes. A implementação de medidas que visem reestruturar a atividade torna-se fundamental na competitividade regional, o que justifica a adoção de avanços tecnológicos. Nesse contexto, portanto, algumas regiões devem expandir a cultura, enquanto outras devem reduzir sua produção, pois os produtores que não conseguirem operar com maior nível de concorrência, praticamente estarão “condenados” a abandonar a atividade.
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    Secador de fluxos concorrente e contracorrente e avaliação do seu desempenho na secagem de café cereja descascado
    (Universidade Federal de Viçosa, 2009-07-03) Martin, Samuel; Silva, Jadir Nogueira da
    Objetivou-se com este trabalho o desenvolvimento e a avaliação do desempenho de um secador para café de fluxos concorrentes e contracorrentes. O secador foi construído de chapas e perfis metálicos, com capacidade estática de 1,55 m 3 de produto, com o primeiro estádio de secagem de fluxos concorrentes separado por uma câmara de repouso do segundo estádio de secagem de fluxos contracorrentes. O café secado foi processado na forma cereja descascado. Como gerador de calor utilizou-se uma fornalha a fogo direto, tendo como combustível carvão vegetal. A movimentação dos grãos foi processada por um elevador de caçambas. O fluxo de ar foi produzido por um ventilador centrífugo, o qual operava em regime de sucção. Foram aplicados dois tratamentos de secagem, caracterizados como tratamento 01 a secagem intermitente com revolvimento intermitente, à temperatura do ar de secagem de 45 oC, e tratamento 02 a secagem intermitente com revolvimento contínuo, à temperatura do ar de secagem de 70 oC. Foram realizados quatro testes de secagem para ambos os tratamentos, sendo que, para cada teste foi efetuada a secagem da testemunha em terreiro suspenso. Realizaram-se avaliações das características qualitativas do café, como as características físicas (massa específica aparente, porcentagem de impurezas, danos no pergaminho, peso de mil grãos, análise de cor), químicas (condutividade elétrica e lixiviação de potássio) e a classificação do café (análise sensorial, determinação do tipo e classificação por peneiras), assim como a avaliação energética do sistema de secagem proposto. Para os testes em que foram utilizados o tratamento 01, o teor de água inicial e final observado foi respectivamente de 33,9 ± 5,0 e 11,8 ± 0,7 % (b.u.). Para os testes relativos ao tratamento 02, o teor de água inicial e final foi respectivamente de 29,0 ± 3,6 e 11,6 ± 1,0 % (b.u.). Com base nos resultados obtidos, pode-se concluir que o sistema de secagem proposto atendeu satisfatoriamente todas as necessidades para que fosse completada a secagem do café (processado na forma de cereja descascado). Os níveis de temperatura da massa de grãos, em ambos os tratamentos, permaneceram dentro dos recomendados para café. Os maiores rendimentos de peneira, para o café padrão bica corrida, foram obtidos para os tratamentos em relação às testemunhas. A secagem intermitente com revolvimento contínuo a 70 oC apresentou menor consumo específico de energia, em relação a secagem intermitente com revolvimento intermitente a 45 oC. Resultados maiores do que os esperados foram obtidos para a eficiência energética do sistema de secagem proposto, sendo que maior consumo específico de energia foi observado em testes cujo término da secagem ocorreu em poucas horas após o período de repouso.
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    Diversidade de leveduras endofíticas e epifíticas em frutos de café cereja (Coffea arabica L.) e sucessão durante a seca natural
    (Universidade Federal de Viçosa, 2009-05-08) Vale, Helson Mário Martins do; Borges, Arnaldo Chaer
    A diversidade de leveduras endofíticas e epifíticas em frutos de café cereja das cultivares Catuaí Vermelho, Catuaí Amarelo, Bourbon Vermelho e Bourbon Amarelo em lavouras situadas a diferentes altitudes na Zona da Mata Norte em Minas Gerais, Brasil, foi estudada por metodologias dependentes e independentes de cultivo. A densidade de leveduras epifíticas e endofíticas em frutos de café é variável, menos de 25 UFC.fruto -1 a 6,5 x 10 4 UFC.fruto -1 . As 36 leveduras isoladas foram agrupadas em doze morfotipos e a árvore filogenética reconstruída com dados de sequências de bases de rDNA 26S mostrou o agrupamento com as sequências de Candida smithsonii, Pichia guilliermondii, Cryptococcus flavescens, Meira geulakonigii, Pseudozyma sp e Sporobolomyces sp., já depositadas no National Center for Biotechnology Information (NCBI). O isolado LEM 647-9, proveniente de Bourbon Vermelho, 1101 m, foi o único com identidade correspondente a Meira geulakonigii, um fungo yeast-like classificado em Ustilaginales, a mesma ordem de Pseudozyma. A ocorrência de um só morfotipo de leveduras endofíticas cultiváveis em Malt yeast glucose peptone medium (MYGP), contendo cloranfenicol, em apenas 4 amostras de café cereja é considerada baixa. As endofíticas foram identificadas com base no perfil de ésteres metílicos de ácidos graxos (FAME), pelo sistema de identificação Sherlock ® (MIDI), e por análise filogenética de sequências de rDNA 26S. As sequencias parciais de rDNA destes isolados mostraram identidade entre 96 e 100 % com as correspondentes a Candida, Pichia e Brettanomyces. Pela análise filogenética a maior identidade foi com Candida e Pichia. A constatação de C. diddensiae P. guilliermondii e C. parapsilosis como endofíticas em frutos de café sadios no estádio cereja se configura como relato novo sobre nicho de ocorrência das espécies. Clones de uma biblioteca de rDNA 26S obtida por amplificação de DNA metagenômico de frutos cereja da C.Vermelho, coletada a 1189 m, foram sequenciados. Doze clones mostraram 98-99% de identidade com rDNAs de fungos filamentosos. Estes correspondem a Mycosphaerella, Glomerella, Microdiplodia e Phaeophaeria e a alguns fungos filamentosos potencialmente endofíticos e ainda não identificados, cujas sequências estão presentes no GenBank. A DGGE da sucessão de leveduras associadas aos grãos de C. arabica durante os 14 dias do período de secagem natural no terreiro de cimento revelou UTOs dominantes já nos 4 primeiros dias. A análise com o programa GelCompar II ® demonstrou que o perfil de UTOs da comunidade é alterado a cada dois dias, até o 12o dia de secagem. A determinação de ocorrência e diversidade de leveduras endofíticas nos frutos de café cereja se constitui em etapa fundamental para identificar a síntese de metabólitos produzidos por esses microrganismos e para desenvolver processo biotecnológico que assegure a qualidade superior da bebida do café.
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    Agrossilvicultura com eucalipto como alternativa para o desenvolvimento sustentável da Zona da Mata de Minas Gerais
    (Universidade Federal de Viçosa, 2004-07-30) Vale, Rodrigo Silva do; Couto, Laércio
    O objetivo deste trabalho foi fazer uma análise da viabilidade técnica, econômica, social e ambiental da agrossilvicultura com eucalipto como uma alternativa para o desenvolvimento sustentável da Zona da Mata de Minas Gerais. A partir de um levantamento de informações do estado da arte do conhecimento e da prática da agrossilvicultura com eucalipto na Zona da Mata Mineira e de uma caracterização das condições ambientais e do uso da terra na região, definiu-se um modelo de sistema agroflorestal com eucalipto para a Zona da Mata mineira, com uma descrição detalhada do sistema. Neste sentido, o sistema agroflorestal modelizado (pecuária leiteira em sistema silvipastoril) e os seus componentes em sistema de monocultivo foram comparados quanto ao ambiente, produtividade física, por meio do índice de equivalência de área (IEA), e viabilidade econômica, por meio de uma análise financeira utilizando métodos de avaliação de projetos, como: valor presente líquido (VPL), valor anual equivalente (VAE), valor esperado da terra (VET), razão benefício/custo (B/C) e a taxa interna de retorno (TIR). Para tanto, considerou-se no presente estudo três atividades distintas: Sistema I (reflorestamento com eucalipto), Sistema II (pecuária leiteira convencional) e o Sistema III (Sistema Silvipastoril – eucalipto + pecuária leiteira). Os custos e as receitas foram estimados em Reais/ha. Por meio dos resultados obtidos verificou-se que o IEA total foi de 1,93, sendo 0,8 para o reflorestamento e 1,13 para a pecuária leiteira. Deste modo, 1 ha de consórcio equivaleria, neste caso, a 1,93 ha distribuídos entre as monoculturas de pastagem e eucalipto, com um ganho de quase 100% em área. Para todos os métodos de análise financeira utilizados, os três sistemas avaliados são economicamente viáveis. O maior VPL foi obtido com o sistema III (R$16.302,54), seguido do sistema I (R$7.223,94) e sistema II (R$6.015,27). O Sistema I apresentou a maior relação benefício/custo (3,24) enquanto a menor ficou com o Sistema II (1,28). O VET (R$25.482,97) e o VAE (R$1.904,62) foram maiores para o Sistema III, seguido do Sistema I (VET = R$12.224,86 e VAE = R$843,97) e II (VET = R$10.456,87 e VAE = R$702,76). Das atividades analisadas o Sistema II apresentou o maior TIR (52%), seguido do Sistema III e I, 27,5% e 24,8% respectivamente. Concluiu-se que, diante da caracterização dos diferentes ambientes encontrados na Zona da Mata Mineira, os sistemas silvipastoris (eucalipto + pecuária leiteira) são técnica, econômica, social e ambientalmente viáveis, indicando que o sistema silvipastoril com eucalipto representa uma alternativa para o desenvolvimento sustentável da região.
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    Resistência do cafeeiro a Meloidogyne exigua: mecanismos de natureza genética e potencializados pelo silício
    (Universidade Federal de Viçosa, 2009-02-27) SIlva, Rodrigo Vieira da; Oliveira, Rosângela D’Arc de Lima
    Meloidogyne exigua constitui-se num dos principais patógenos do cafeeiro no Brasil. Atualmente, sabe-se que a resistência a esse nematóide é conferida por um gene dominante, designado de Mex-1. Entretanto, os mecanismos de resistência em cafeeiro à M. exigua ainda necessitam de esclarecimentos. Assim, o presente estudo objetivou avaliar as respostas de defesa do cafeeiro a M. exigua, genéticos e potencializados pelo silício (Si), além do papel desse elemento na absorção e conteúdo de nutrientes nas raízes e parte aérea de mudas de cafeeiro. As seguintes variáveis foram avaliadas: penetração, desenvolvimento pós-embriogênico e reprodução de populações de M. exigua que diferem quanto à capacidade de infectar o cafeeiro, bem como a histopatologia de raízes inoculadas com M. exigua. O conteúdo de Si nas raízes e o efeito desse elemento no controle de M. exigua, além da análise de algumas variáveis bioquímicas, possivelmente potencializadas por esse elemento, foram também estudadas. Foi demonstrado que a resistência do cafeeiro a M. exigua não é devida apenas à resposta de hipersensibilidade (HR), mas ao conjunto de respostas de defesa, constitutivas e/ou induzidas, após a penetração do nematóide, o qual inibe a formação do sítio de alimentação, provoca a emigração dos J2 e atrasa ou inibe o desenvolvimento e a reprodução do nematóide. Além disso, plantas exibindo resistência de não-hospedeira diferiram das resistentes, considerando que nenhuma evidência de HR foi observada na primeira. As primeiras evidências científicas da absorção de Si pelas raízes de cafeeiro e o efeito positivo do mesmo no desenvolvimento da planta e no controle do nematode foram demonstradas neste estudo. O teor Si atingiu níveis superiores a 1% da matéria seca em raízes de cafeeiro da cultivar Catuaí Vermelho IAC 44. Esse teor de Si na raiz foi considerado alto considerando que o cafeeiro é uma espécie de dicotiledônea, o que demonstra o efeito promissor desse elemento num sistema de manejo de M. exigua em cafeeiro. O Si influenciou positivamente a absorção e o conteúdo de alguns nutrientes nas raízes e parte aérea do cafeeiro, além de aumentar a resistência do cafeeiro à infecção pelo nematóide. A maior atividade das peroxidases, polifenoloxidases e fenilalanina amônia-liases, além da maior concentração de lignina nas raízes de plantas resistentes e suscetíveis, supridas com Si, indicam claramente que esses mecanismos bioquímicos de resistência estão associados com a resistência genética e a mediada pelo Si, do cafeeiro a M. exigua. Resultados provados neste estudo suportam a conclusão que a aplicação de Si aumenta a resistência do cafeeiro à M. exigua por afetar o parasitismo do nematóide e potencializar alguns mecanismos bioquímicos de respostas de defesa.
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    Soil organic matter stock and quality in agroforestry and full sun coffee systems
    (Universidade Federal de Viçosa, 2009-06-26) Xavier, Francisco Alisson da Silva; Mendonça, Eduardo de Sá
    A restauração dos níveis de matéria orgânica do solo (MOS) é considerada um dos mais importantes fatores para o aumento da qualidade do solo. A avaliação das mudanças nos níveis da MOS em função do manejo é fundamental para identificar estratégias para o aumento da produtividade, para evitar a degradação do solo e diminuir a emissão dos gases que proporcionam o aumento do efeito estufa. No Brasil, o manejo do solo com o plantio direto tem sido amplamente difundido como uma alternativa para o aumento do sequestro de C no solo em diferentes ecossistemas. Entretanto, pouca atenção tem sido voltada para outros tipos de uso do solo que promovem a restauração da MOS. O cultivo do café sob sistema agroflorestal (SAF) tem sido considerado uma opção de manejo do solo ideal para solucionar parte dos problemas agrícolas na região da Zona da Mata mineira, uma vez que tais sistemas contribuem para a redução da erosão do solo, melhoram a ciclagem de nutrientes e aumentam os teores de MOS. Em 1995, uma equipe composta por agricultores familiares e pesquisadores, com o apoio do Centro de Tecnologias Alternativas da Zona da Mata (CTA-ZM) em parceria com a Universidade Federal de Viçosa, especialmente com Departamento de Solos, iniciaram um processo de experimentação participativa com o cultivo de café sob SAFs. O potencial dos SAFs para o aumento dos estoques de C, N e P no solo e o efeito desse tipo de manejo sobre a qualidade da MOS não estão completamente elucidados em agroecossistemas específicos na região da Zona da Mata mineira. As hipóteses gerais envolvidas no presente estudo consideram que: (i) devido ao constante aporte de resíduos orgânicos derivados dos componentes arbóreos, os SAFs favorecem o aumento dos estoques de C, N e P do solo e nos diferentes compartimentos da MOS em comparação ao sistema de cultivo à pleno sol (PSOL); e que (ii) a diversidade e qualidade dos resíduos orgânicos nos SAFs afetam as características químicas e estruturais da MOS refletindo as diferentes formas com que esta atua na ciclagem de nutrientes. Os objetivos gerais deste estudo foram: (i) quantificar os estoques de C orgânico, N e P do solo e em diferentes compartimentos da MOS em áreas com cultivo de café sob SAF e PSOL, e (ii) avaliar a influência da diversidade e qualidade dos resíduos orgânicos sobre as características químicas e estruturais das substâncias húmicas em ambos os sistemas. O estudo foi conduzido em três propriedades de agricultores familiares em sistemas de cultivo de café sob SAF e PSOL em áreas situadas nos municípios de Divino e Araponga na região da Zona da Mata de Minas Gerais. Áreas sob fragmentos de mata nativa (MN) foram também amostradas e utilizadas como referência da condição de equilíbrio do solo. Amostras de solo foram coletadas nas profundidades de 0-5, 5-10, 10-20 e 20-40 cm. O capítulo 1 apresenta a introdução geral enfatizando os principais problemas do estudo. No capítulo 2 avaliaram-se os estoques totais de C orgânico, N e P no solo e nas substâncias húmicas. Os estoques de C orgânico nas áreas cultivadas variaram de 1,36 a 3,92 kg m-2 entre os diferentes sítios de estudo. De modo geral, não houveram diferenças significativas nos estoques de C, N e P do solo entre os sistemas SAF e PSOL em todos as áreas avaliadas. Tal efeito parece estar relacionado com outras características físicas do solo. O cultivo do solo reduziu os estoques de C em relação à MN. Nos SAFs tal redução foi menor quando comparado aos sistemas PSOL. A adoção dos SAFs resultou no aumento do índice de manejo de C em todos os sítios avaliados, sugerindo a reabilitação dos níveis de SOM. O potencial dos SAFs para o aumento do estoque de C no solo depende das condições ambientais particulares de cada sítio de estudo. A dinâmica do C, N e P no solo foi diretamente influenciada pela qualidade dos resíduos orgânicos nos SAFs. O estudo da dinâmica do C e N em diferentes classes de agregados é apresentado no capítulo 3. O teor de C na fração 250–2000 μm representou a maior parte do C orgânico total do solo. Em Divino, o conteúdo de matéria orgânica particulada livre no SAF foi 2,8 e 2,0 vezes maior que no sistema PSOL nas camadas de 0-5 e 5-10, respectivamente. Em Araponga(I) tais proporções foram 1,3 e 1,8 vezes maior no SAF comparado ao PSOL. Em Divino e Araponga(I) os SAFs melhoraram a agregação do solo devido ao aumento dos macroagregados estáveis e promoveram o aumento da proteção de C e N nos microagregados formados no interior do macroagregados. Portanto, a estabilidade dos teores de C e N no solo à longo prazo nestes sítios parece estar muito associada com a continuidade do cultivo sob manejo agroflorestal. No capítulo 4 foi realizada a caracterização da distribuição das formas inorgânicas e orgânicas de P (Pi e Po) em diferentes compartimentos em áreas sob SAF e PSOL. Para tal, utilizou-se a técnica de fracionamento sequencial. A distribuição dos compartimentos de Pi e Po variaram entre os diferentes sítios estudados, sugerindo que a ciclo do P depende das características particulares de cada agroecossistema. A dinâmica das frações de P nos SAFs dependeu do compartimento orgânico de P. Em Divino e Araponga(I), os SAFs aumentaram o compartimento de Po mineralizável (NaHCO3-Po + HClconc.-Po), o que favorece os processos biológicos na ciclagem de P no solo. Em Araponga(II), o SAF aumentou o compartimento de Po moderadamente lábil (NaOH-Po), sugerindo que a ciclagem de P ocorre a médio prazo, uma vez que este compartimento é considerado como fonte de P quando formas de maior labilidade são utilizadas prioritariamente. A caracterização química e estrutural dos ácidos húmicos (AH) e ácidos fúlvicos (AF) foi o enfoque do capítulo 5. AH e AF foram extraídos das camadas de 0-5 e 5-10 cm e caracterizados comparativamente utilizando técnicas químicas e espectroscópicas específicas, incluindo: análise elementar (teores de C, H, N and O), análise dos grupamentos funcionais, termogravimetria (TG), espectroscopia na região do infra-vermelho transformada de Fourier (FTIR) e resonância magnética nuclear do 13 C (13C CP-MAS/NMR). Em superfície, SAF em Divino apresentou AH com maior razão atômica H/C e menor O/C em relação ao cultivo PSOL, indicando que o manejo agroflorestal favoreceu a formação de AH com menor grau de oxidação. A tendência dos resultados obtidos com a análise elementar foi comprovada com a termogravimetria. De modo geral, os espectros de FTIR dos AHs e AFs foram semelhantes entre os tipos de manejo SAF e PSOL. Em todos os sítios estudados, os espectros de 13 C NMR de AH foram dominados pelo grupamento O-alquil C seguido de grupos alquil-C. Os dados de 13 C CP-MAS/NMR confirmaram os resultados obtidos com as demais técnicas, indicando que AH extraído de solos sob SAFs em Divino e Araponga(I) apresentaram menor grau de humificação, enquanto que em Araponga(II) esta clara evidência não foi verificada. Em conclusão, as mudanças químicas na estrutura de AHs e AFs em função do uso do solo sob manejo agroflorestal dependem das características particulares do ambiente nas quais este tipo de manejo é implantado. Desta forma, o efeito do manejo agroflorestal sobre as características químico-estruturais das substâncias húmicas em comparação ao manejo a pleno sol não deve ser generalizado. Finalmente, o capítulo 6 apresenta o resumo geral e as considerações finais, apontando alguns aspectos importantes quanto às necessidades de pesquisas futuras considerando o cultivo do solo sob manejo agroflorestal na Zona da Mata.
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    Desenvolvimento de bebida à base de café adicionada de concentrado protéico de soro: da pesquisa mercadológica à avaliação sensorial
    (Universidade Federal de Viçosa, 2009-06-24) Goncalves, Aline Cristina Arruda; Minim, Valéria Paula Rodrigues
    Por meio da aplicação da pesquisa mercadológica estudou-se o perfil dos consumidores de café, bem como suas motivações para o consumo da bebida. Os resultados demonstraram que há um nicho de mercado, composto principalmente por jovens, bem como a necessidade de desenvolvimento de novos produtos utilizando o café como ingrediente e o interesse dos consumidores em comprar alimentos funcionais. Desta forma, foi desenvolvida uma bebida láctea pasteurizada sabor café, adicionada de concentrado protéico de soro (CPS). Uma formulação base foi desenvolvida, composta de açúcar, cacau, CPS, carragena e aroma de café. A esta formulação adicionaram-se concentrações variadas de extrato de café (0,7%, 1,0%, 1,3% e 1,6% de extrato), resultando em quatro formulações finais do produto. As análises de pH e acidez das formulações mostraram que não houve diferença significativa entre as amostras, durante o período de armazenamento. Os resultados da avaliação microbiológica demonstraram que todas as formulações atendem às exigências da legislação e em combinação com a avaliação sensorial definiram-se 20 dias como prazo de validade do produto pasteurizado e refrigerado. A composição centesimal das formulações foram similares entre si e também atenderam às exigências do Regulamento Técnico de Identidade e Qualidade de Bebida Láctea, do Ministério da Agricultura. Os resultados da análise sensorial permitiram escolher uma formulação final do produto, que foi a de 1,3% de extrato de café. Por meio da análise conjunta de fatores foi definida uma embalagem para a bebida desenvolvida, de tamanho de 200 mL, com nome de “chocolate e café” e sem informação “descafeinado”. Por fim, objetivando avaliar a influência da embalagem proposta foi realizado a avaliação final do produto em duas sessões (teste cego e teste com embalagem). Os resultados demonstraram que o produto teve ótima aceitação no mercado. Os escores da avaliação ficaram localizados entre os termos hedônicos “gostei moderadamente” e “gostei muito” no teste cego. No teste sensorial realizado junto com a embalagem houve influência positiva da embalagem na aceitação dos consumidores, já que contribuiu para aumentar os escores dados pelos julgadores ficando entre os termos hedônicos “gostei muito” e “gostei extremamente”. Desta forma, concluiu-se que houve sucesso no processo de elaboração do produto, desde a sua formulação até a confecção da embalagem final.
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    Monitoramento de Leucoptera coffeella com armadilha de feromônio sexual
    (Universidade Federal de Viçosa, 2006) Ibarra, Rolando Tito Bacca; Lima, Eraldo Rodrigues de; Universidade Federal de Viçosa
    Armadilhas de feromônio sexual foram testadas no monitoramento de Leucoptera coffeella (Guérin-Méneville) (Lepidoptera: Lyonetiidae), tendo como objetivo avaliar os componentes do sistema de monitoramento deste inseto. A relação entre as capturas de machos de L. coffeella e sua densidade populacional foi avaliada em sete cafezais com diferentes condições agronômicas no Estado de Minas Gerais, em períodos variáveis de 6 a 20 meses. A localidade afetou significativamente a captura de machos. A diminuição na temperatura média favoreceu o incremento da infestação dos cafezais e a captura dos machos. No Triângulo Mineiro, foi encontrada relação positiva entre a captura de machos e a percentagem de folhas minadas (R2 =0,79). Na Zona da Mata essa relação também foi significativa, porém fraca (R2 =0,06). Nesta última região também se observou relação positiva entre machos capturados e ovos da praga (R2 =0,34). Mediante análises geoestatísticas, determinou-se a distância ideal entre armadilhas para que as capturas fossem independentes. As armadilhas foram posicionadas em grupos de 12, utilizando espaçamentos de 2, 5, 10, 15 e 30 m dentro de cada grupo. As capturas foram registradas a cada 4 dias durante 16 dias. Foi encontrada interferência entre armadilhas distanciadas a menos de 10 m. O alcance e a magnitude da dependência espacial variaram consideravelmente entre cada avaliação e direção do vento. Nas direções perpendiculares e paralelas às linhas de plantio de café, as armadilhas espaçadas com 110 e 177 m, respectivamente, houve independência espacial nas capturas. A fim de determinar a densidade de armadilhas por ha, foram avaliadas as capturas de machos de L. coffeella em 190 armadilhas numa área de 30 ha. Estas foram posicionadas formando uma grade irregular com espaçamento linear mínimo de 20 m entre armadilhas, as capturas foram registradas durante 15 avaliações a cada 8 dias. Os dados de todas as capturas se ajustaram significativamente a uma distribuição binomial negativa com o parâmetro de dispersão comum (K comum). Baseado no K comum, igual a 2,16, oito armadilhas foram necessárias para amostrar 30 ha, com nível do erro de 25%. O plano de amostragem foi validado comparando as capturas de 549 armadilhas/30ha (universo amostral) com as capturas obtidas em 8 armadilhas/30ha utilizando técnicas de interpolação espacial. Estes resultados têm implicações no monitoramento de L. coffeella quando se utiliza armadilhas de feromônio, pois foi constatada relação significativa entre a captura de machos e a densidade populacional da praga e que uma armadilha a cada 4 ha foi possível monitorá-la adequadamente.