UFV - Teses

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    Perfil sensorial e repetibilidade de provadores de cafés especiais em Minas Gerais
    (Universidade Federal de Viçosa, 2019-07-24) Pinheiro, Aracy Camilla Tardin; Sakiyama, Ney Sussumu
    O café é um produto valorizado em função da sua qualidade. Ações para incentivar e premiar a qualidade tem sido implementadas, dentre elas a realização de concursos. Dentre estes, destaca-se o Concurso de Qualidade dos Cafés de Minas Gerais, que é realizado no estado com a maior produção de café do país. Minas Gerais possui quatro principais regiões produtoras de café, que possuem características distintas e consequentemente, potenciais para a produção de cafés com características diversas. A qualidade desses cafés é avaliada por meio de análise sensorial, realizada por provadores profissionais. A confiabilidade nas análises realizadas por esses profissionais, bem como o efeito do número de provadores usados nessas análises, tem sido pouco investigados. Para melhor entendimento das questões levantadas foram utilizados dados de cinco anos do Concurso de Qualidade dos Cafés de Minas Gerais. No Capítulo 1 objetivou-se descrever, sensorialmente, os cafés finalistas do Concurso de Qualidade dos Cafés de Minas Gerais, em suas regiões produtoras, e avaliar a diversidade entre eles. Todas as regiões de Minas Gerais têm potencial para a produção de cafés especiais, demonstrada pelas altas notas obtidas pelos cafés finalistas do concurso. No Cerrado, os cafés CD se destacam pelas altas notas conferidas aos atributos doçura e acidez, observadas nos primeiros três primeiros anos avaliados e perfil equilibrado, nos últimos anos, o que também é observado nos cafés naturais. A região das Matas se destaca pelo aumento no número de cafés finalistas no concurso no período estudado, nesta região as notas para doçura e acidez são destaque nos primeiros anos avaliados, nos últimos, há notas maiores para sabor e corpo, tanto para os cafés CD quanto para os naturais. O Sul de Minas apresenta notas elevadas para o atributo acidez, independente do processamento do café e do período avaliado, além disso, apresenta notas mais elevadas para corpo, nos cafés CD, observadas nos primeiros anos e para o sabor, nos cafés naturais, em todo o período de estudo. A região das Chapadas tem poucas amostras finalistas, o que dificulta a sua caracterização, mas apresenta potencial crescente, demonstrada pela sua participação mais recente entre os cafés finalistas do concurso. Na análise de conteúdo, os cafés que se destacaram nas regiões e, por isso, receberam comentários dos provadores podem ser descritos como: no Cerrado os cafés possuem aromas florais e cítricos, corpo cremoso e encorpado, doçura média e sabores diversos. Os cafés das Matas possuem aromas cítricos e florais, corpo cremoso, doçura média e sabor caramelado para os cafés CD e frutado para os cafés naturais. Os cafés produzidos no Sul de Minas têm aroma cítrico, corpo cremoso, doçura média e sabor caramelado para os cafés CD e caramelado e frutado para os cafés naturais. Na análise de diversidade constatou-se que o ano de produção influencia na diversidade sensorial dos cafés avaliados. Os cafés CD produzidos nas regiões Sul e Matas são similares. Para os naturais houve efeito do ano de produção, apenas quando observados os últimos anos de análise. No Capítulo 2 objetivou-se determinar o coeficiente de repetibilidade dos provadores para as características sensoriais do café no concurso de qualidade, durante cinco anos, de forma a estimar o número de provadores capazes de proporcionar níveis de certeza na avaliação dos cafés, além disso, agrupar os provadores por meio da obtenção da sua similaridade na avaliação sensorial. Foi possível observar a existência de bom grau de confiança na avaliação dos provadores nos cinco anos de concurso. O número de provadores necessários para níveis de certeza na avaliação dos cafés testados varia em função dos atributos da bebida, do método de estimação e do ano avaliado, variando de um a dezessete provadores. Para a avaliação da nota final são necessários entre quatro e catorze provadores. Em todos os anos estudados, a maioria dos provadores avaliados apresenta similaridade, sendo convergentes na avaliação dos cafés. No capítulo 3 objetivou-se propor o uso do mapa de concordância, por meio da técnica de mapeamento de concordância com busca exaustiva, e avaliar a eficácia do seu uso para avaliação de provadores de café, utilizando dados da etapa final do Concurso de Qualidade dos Cafés de Minas Gerais. O mapa de concordância, obtido por meio da análise exaustiva da combinação de provadores quanto à repetibilidade, é uma técnica viável na avaliação dos provadores de café, sendo uma alternativa para indicar a redução do número de provadores usado. Essa técnica considera combinações concordantes entre eles, que permitem que a confiabilidade inicial seja mantida e até aumentada mesmo com a redução do número de provadores. O mapa de concordância permite a obtenção de informações quanto ao comportamento dos provadores na avaliação dos cafés, podendo ser usado na definição de equipes ou na indicação de treinamento das mesmas. Em todos os anos avaliados foi possível reduzir o número de provadores utilizado na avaliação da nota final dos cafés finalistas do concurso. O número mínimo de provadores obtido em cada ano de análise não é uma indicação de um número a ser utilizado, estando limitado às condições deste estudo.
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    Desenvolvimento de bebida à base de café adicionada de concentrado protéico de soro: da pesquisa mercadológica à avaliação sensorial
    (Universidade Federal de Viçosa, 2009-06-24) Goncalves, Aline Cristina Arruda; Minim, Valéria Paula Rodrigues
    Por meio da aplicação da pesquisa mercadológica estudou-se o perfil dos consumidores de café, bem como suas motivações para o consumo da bebida. Os resultados demonstraram que há um nicho de mercado, composto principalmente por jovens, bem como a necessidade de desenvolvimento de novos produtos utilizando o café como ingrediente e o interesse dos consumidores em comprar alimentos funcionais. Desta forma, foi desenvolvida uma bebida láctea pasteurizada sabor café, adicionada de concentrado protéico de soro (CPS). Uma formulação base foi desenvolvida, composta de açúcar, cacau, CPS, carragena e aroma de café. A esta formulação adicionaram-se concentrações variadas de extrato de café (0,7%, 1,0%, 1,3% e 1,6% de extrato), resultando em quatro formulações finais do produto. As análises de pH e acidez das formulações mostraram que não houve diferença significativa entre as amostras, durante o período de armazenamento. Os resultados da avaliação microbiológica demonstraram que todas as formulações atendem às exigências da legislação e em combinação com a avaliação sensorial definiram-se 20 dias como prazo de validade do produto pasteurizado e refrigerado. A composição centesimal das formulações foram similares entre si e também atenderam às exigências do Regulamento Técnico de Identidade e Qualidade de Bebida Láctea, do Ministério da Agricultura. Os resultados da análise sensorial permitiram escolher uma formulação final do produto, que foi a de 1,3% de extrato de café. Por meio da análise conjunta de fatores foi definida uma embalagem para a bebida desenvolvida, de tamanho de 200 mL, com nome de “chocolate e café” e sem informação “descafeinado”. Por fim, objetivando avaliar a influência da embalagem proposta foi realizado a avaliação final do produto em duas sessões (teste cego e teste com embalagem). Os resultados demonstraram que o produto teve ótima aceitação no mercado. Os escores da avaliação ficaram localizados entre os termos hedônicos “gostei moderadamente” e “gostei muito” no teste cego. No teste sensorial realizado junto com a embalagem houve influência positiva da embalagem na aceitação dos consumidores, já que contribuiu para aumentar os escores dados pelos julgadores ficando entre os termos hedônicos “gostei muito” e “gostei extremamente”. Desta forma, concluiu-se que houve sucesso no processo de elaboração do produto, desde a sua formulação até a confecção da embalagem final.