UFV - Teses

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    Produtividade de cafeeiros adubados com fertilizantes orgânicos em consórcio com adubos verdes
    (Universidade Federal de Viçosa, 2015-09-15) Araujo, Izabel Cristina Vaz Ferreira de; Santos, Ricardo Henrique Silva
    A adubação verde de cafezais aumenta o aporte de N no sistema e melhora as condições químicas, físicas e biológicas do solo. Apesar desses benefícios, pesquisas sugerem que o crescimento e a produção dos cafeeiros são reduzidos pelo cultivo consorciado com adubos verdes. Porém, tais pesquisas não avaliaram o efeito residual da adubação verde sobre os cafeeiros ao longo dos anos de cultivo consorciado. A deposição de material proveniente de adubos verdes, rico em nutrientes, com baixa relação C/N, baixos teores de lignina e polifenois, ao longo dos anos aumenta o estoque de N do solo. Objetivou-se determinar os impactos das espécies de adubo verde e dos períodos de consorciação sobre o crescimento e a produtividade de cafeeiros adubados com 50% e 100% da dose de fertilizante orgânico recomendado para suprir a demanda N, após sete anos de cultivo consorciado. O experimento foi implantado em esquema de parcela subsubdivida, (2x4x2)+2, onde a parcela foi composta por dois sistemas de consórcios (cafeeiro x Canavalia ensiformis e cafeeiro x Dolichos lab lab), a subparcela, por quatro períodos de consorciação dos cafeeiros com os adubos verdes (30, 60, 90 e 120 dias após a semeadura) e subsubparcela por duas doses de adubação para os cafeeiros (50% e 100% do fertilizante orgânico recomendado para suprir a necessidade de N). Os dois tratamentos adicionais consistiram nas testemunhas absolutas, café solteiro adubado com 50% e 100% de fertilizante orgânico. O delineamento utilizado foi de blocos casualizados, com cinco repetições. Em geral o C. ensiformis acumulou mais matéria seca e N do que o D. lab lab, nos anos iniciais. O crescimento dos cafeeiros em altura e diâmetro de copa ao longo dos anos de cultivo em consórcio provocou reduções no acúmulo de matéria seca e N dos adubos verdes, principalmente, do C. ensiformis. O incremento em diâmetro de copa é estimulado pelo cultivo de C. ensiformis por até 90 dias. Os cafeeiros consorciados com C. ensiformis, por 30 dias, são mais produtivos do que quando consorciados com D. lab lab. O consórcio com C. ensiformis por períodos superiores à 54 dias aumentam a produtividade de café do sistema. A adubação orgânica dos cafeeiros pode ser reduzida em 50% quando esses são consorciados C. ensiformis independente do período de consorciação utilizado. O consórcio entre D. lab lab e cafeeiros por 120 dias causa redução na produção de café.
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    Avaliação econômica e simulação em sistemas agroflorestais
    (Universidade Federal de Viçosa, 2010-12-07) Cordeiro, Sidney Araujo; Silva, Márcio Lopes da
    O objetivo geral deste trabalho foi analisar a viabilidade econômica de sistemas agroflorestais, utilizando simulação, procurando identificar os benefícios e os aspectos a serem melhorados nestes. Especificamente pretendeu-se levantar os custos de produção dos projetos de sistemas agroflorestais; realizar a análise financeira desses sistemas; e realizar análise de risco de investimento para os projetos em estudo. Para alcançar seus objetivos, este estudo foi dividido em três capítulos. No capítulo 1, realizou-se uma análise financeira mediante os métodos de avaliação de projetos florestais, e para a análise de risco utilizou-se a técnica de simulação de Monte Carlo, mediante o programa @RISK. O sistema agrossilvicultural testado é composto por eucalipto, milho e pupunha (Bactris gasipaes Kunth). Os resultados indicaram viabilidade financeira, com valor presente líquido (VPL) igual a R$ 20.688,62/ha, taxa interna de retorno (TIR) de 44% a.a. e valor anual equivalente (VAE) igual a R$ 2.619,85/ha/ano. A simulação da análise de risco indicou que as variáveis que afetaram o valor presente líquido (VPL) para o sistema agroflorestal, na sua ordem de importância (R), foram: produção de madeira serrada, preço de venda da madeira serrada, taxa de juros, produção do palmito, preço de venda do palmito, custo de implantação, produção de carvão e preço de venda do carvão. No capítulo 2, analisou-se a viabilidade técnica e econômica de sistemas silvipastoril e agrossilvipastoril, comparando-os com um projeto convencional de monocultivo de eucalipto para produção de carvão, mostrando a possibilidade de renda a ser gerada aos produtores, bem como o risco de se investir neste tipo de atividade e, com isso, fornecer subsídios para a implantação dos mesmos. Realizou-se uma análise financeira mediante os métodos de avaliação de projetos florestais . Com base nos resultados obtidos, observa-se que tanto a produção de carvão vegetal quanto os sistemas agrossilvicultural e silvipastoril são viáveis economicamente, desde que sejam efetuados de forma correta, com a devida orientação técnica, sendo assim, boas alternativas de renda, principalmente em condições de maior produtividade. Os sistemas agrossilvicultural e silvipastoril obtiveram melhores indicadores financeiros, e isto se deve ao valor da madeira para serraria, que agrega maior valor de comercialização, quando comparado ao carvão vegetal. Uma importante contribuição do consórcio é o retorno precoce de investimentos feitos no arranjo produtivo consorciado, devido à venda dos produtos agrícolas. No capítulo 3, utilizou-se os dados de projetos referentes às Unidades de Experimentação Integração Lavoura Pecuária e Floresta, nos anos de 2007/2008, fornecidos pela Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural de Minas Gerais (EMATER-MG) e pela Universidade Federal de Viçosa (UFV), com objetivo de levantar os custos de produção de sistemas agroflorestais implantados na Zona da Mata – MG e realizar simulação visando melhorias nesses sistemas. Realizou-se uma simulação com base na unidade experimental da regional Viçosa, município de Senador Firmino. Os custos de produção do sistema agroflorestal em questão foram comparados com o monocultivo do eucalipto, bem como variação das receitas devido à variação no espaçamento de plantio. Os resultados indicaram que o sistema agroflorestal obteve VPL negativo, ou seja, não é viável financeiramente. Concluiu-se que o eucalipto plantado no espaçamento 14 x 2m, com 357 mudas por hectare, é viável economicamente, obtendo o VPL de R$ 6.319,96/ha. O eucalipto em monocultivo apresentou melhores resultados, sendo o projeto mais rentável. Na medida em que se aumenta o espaçamento de plantio das árvores de eucalipto, tem-se um aumento da área disponível para plantio de milho e criação de gado. Mas, como comprovado pelos resultados, esse ganho em área não obtém o mesmo retorno financeiro caso essa área estivesse com plantio de árvores.
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    Agrossilvicultura com eucalipto como alternativa para o desenvolvimento sustentável da Zona da Mata de Minas Gerais
    (Universidade Federal de Viçosa, 2004-07-30) Vale, Rodrigo Silva do; Couto, Laércio
    O objetivo deste trabalho foi fazer uma análise da viabilidade técnica, econômica, social e ambiental da agrossilvicultura com eucalipto como uma alternativa para o desenvolvimento sustentável da Zona da Mata de Minas Gerais. A partir de um levantamento de informações do estado da arte do conhecimento e da prática da agrossilvicultura com eucalipto na Zona da Mata Mineira e de uma caracterização das condições ambientais e do uso da terra na região, definiu-se um modelo de sistema agroflorestal com eucalipto para a Zona da Mata mineira, com uma descrição detalhada do sistema. Neste sentido, o sistema agroflorestal modelizado (pecuária leiteira em sistema silvipastoril) e os seus componentes em sistema de monocultivo foram comparados quanto ao ambiente, produtividade física, por meio do índice de equivalência de área (IEA), e viabilidade econômica, por meio de uma análise financeira utilizando métodos de avaliação de projetos, como: valor presente líquido (VPL), valor anual equivalente (VAE), valor esperado da terra (VET), razão benefício/custo (B/C) e a taxa interna de retorno (TIR). Para tanto, considerou-se no presente estudo três atividades distintas: Sistema I (reflorestamento com eucalipto), Sistema II (pecuária leiteira convencional) e o Sistema III (Sistema Silvipastoril – eucalipto + pecuária leiteira). Os custos e as receitas foram estimados em Reais/ha. Por meio dos resultados obtidos verificou-se que o IEA total foi de 1,93, sendo 0,8 para o reflorestamento e 1,13 para a pecuária leiteira. Deste modo, 1 ha de consórcio equivaleria, neste caso, a 1,93 ha distribuídos entre as monoculturas de pastagem e eucalipto, com um ganho de quase 100% em área. Para todos os métodos de análise financeira utilizados, os três sistemas avaliados são economicamente viáveis. O maior VPL foi obtido com o sistema III (R$16.302,54), seguido do sistema I (R$7.223,94) e sistema II (R$6.015,27). O Sistema I apresentou a maior relação benefício/custo (3,24) enquanto a menor ficou com o Sistema II (1,28). O VET (R$25.482,97) e o VAE (R$1.904,62) foram maiores para o Sistema III, seguido do Sistema I (VET = R$12.224,86 e VAE = R$843,97) e II (VET = R$10.456,87 e VAE = R$702,76). Das atividades analisadas o Sistema II apresentou o maior TIR (52%), seguido do Sistema III e I, 27,5% e 24,8% respectivamente. Concluiu-se que, diante da caracterização dos diferentes ambientes encontrados na Zona da Mata Mineira, os sistemas silvipastoris (eucalipto + pecuária leiteira) são técnica, econômica, social e ambientalmente viáveis, indicando que o sistema silvipastoril com eucalipto representa uma alternativa para o desenvolvimento sustentável da região.
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    Estocagem de carbono e inventário de gases de efeito estufa em sistemas agroflorestais, em Viçosa, MG
    (Universidade Federal de Viçosa, 2015-01-08) Torres, Carlos Moreira Miquelino Eleto; Jacovine, Laércio Antônio Gonçalves
    O Brasil tem adotado diversas medidas de mitigação das emissões de Gases de Efeito Estufa (GEE), principalmente na área agropecuária, que é uma importante fonte emissora destes gases. Uma destas medidas é o programa Agricultura de Baixo Carbono (ABC), em que são incentivadas tecnologias que contribuam para minimização das emissões de GEE pelo país. Entre as tecnologias previstas no ABC tem-se os sistemas agroflorestais (SAF’s), que integram culturas agrícolas, animais e árvores. Como este tipo de atividade é recente no país e foram estabelecidas estimativas prévias sobre a contribuição destes sistemas na diminuição das emissões e aumento da remoção dos GEE, é necessário realizar estudos de monitoramento, de forma a aprimorar os valores utilizados. Desta maneira, objetivou-se quantificar a estocagem de carbono e realizar o inventário dos gases de efeito estufa em sistemas agroflorestais. O trabalho foi dividido em quatro artigos. No primeiro artigo, objetivou-se sistematizar os dados disponíveis no acervo bibliográfico que demonstrem a estocagem de carbono de diferentes arranjos agroflorestais. As pesquisas indicaram que há uma grande variação no incremento médio em carbono nos sistemas, variando de 1,26 a 11,19 t C ha -1 ano -1 , dependendo do modelo implantado. Assim, entende-se que a identificação do potencial de estocagem de carbono dos vários modelos deve ser um dos fatores a serem considerados nos incentivos à implantação dos sistemas agroflorestais. No segundo artigo, objetivou-se determinar a densidade básica, poder calorífico, teor de carbono e, também, estimar a biomassa seca de madeira, carbono e energia disponível na madeira de eucalipto proveniente de três diferentes sistemas agroflorestais. Foram avaliados SAF’s com espaçamentos para o eucalipto de 9 x1 m (Sistema 1), de 8 x 3 m (Sistema 2) e de 12 x 3 m (Sistema 3). Em cada sistema, utilizou-se três árvores-amostra por classe de DAP para a determinação do volume individual, densidade básica e teor de carbono e Poder Calorífico Superior (PCS) da madeira. Não houve diferença significativa no teor de carbono entre os sistemas estudados. O sistema 1 obteve menor densidade da madeira, se comparado com outros sistemas. Entretanto, esse sistema obteve maiores estimativas de PCS (4.631,25 kcal kg -1 ), de Incremento médio Anual (43,01 m 3 ha -1 ano -1 ), biomassa seca da madeira (17,53 t ha - 1 ano -1 ), de carbono (9,16 t ha -1 ano -1 ) e energia disponível (69,82 GWh ha -1 ano -1 ). Isso ocorreu devido ao seu espaçamento ser mais adensado (9x1m), tendo assim um maior número de árvores por hectare se comparado com o sistema 2 (8x3m) e o sistema 3 (12x3m). Assim, conclui-se que todos os sistemas apresentaram potencial de produção de biomassa seca da madeira e de carbono e energia disponível, com um destaque para o sistema 1. No terceiro artigo, objetivou-se estimar as emissões de GEEs e carbono acima do solo de sistemas silvipastoris e agrissivilpastoris, além de estimar o número de árvores necessárias para neutralizar essas emissões. Foram calculadas as emissões da produção, estoque e transporte de agroquímicos (pre-fram) e das atividades atividades dentro da fazenda, como adubação, fermentação entérica, manejo de dejetos e maquinário. Para todos os sistemas foram quantificados o carbono acima do solo para o plantio florestal e para as gramíneas. Além disso, estimou-se o volume, a biomassa e o carbono acima do solo, por meio de equações alométricas. As emissões de GEE para os diferentes sistemas variou entre 2,81 t CO 2 e ha -1 e 7,98 t CO 2 e ha -1 . O número de árvores requeridas para neutralizar as emissões variou entre 17 e 44 árvores.ha -1 . Assim, conclui-se que é possível neutralizar as emissões das atividades agropecuárias adotando-se o plantio de árvores nos sistemas No quarto artigo, o objetivo foi avaliar a contribuição de dois SAFs para a redução da concentração de GEEs na atmosfera. O estudo foi conduzido em uma propriedade no município de Viçosa, MG. Foram avaliados dois sistemas agroflorestais implantados em dezembro de 2008. Um sistema agrissilvipastoril é composto por Eucalipto + Feijão + Braquiária. O outro, um sistema silvipastoril é composto por Eucalipto + Braquiária. O componente florestal foi plantado no espaçamento de 8 m entre linhas e 3 m entre plantas. Nas unidades, empregou-se o método indireto para quantificação da biomassa do componente florestal. Para a pastagem, a biomassa foi estimada pelo método direto. As emissões de GEE foram oriundas das atividades agrícolas (adubação nitrogenada) e pecuária (fermentação entérica e manejo de dejetos). As emissões de GEE foram estimadas com base nas Diretrizes do IPCC para Inventários Nacionais de Gases de Efeito Estufa. O sistema agrissilvipastoril apresentou maior remoção (49,99 tCO 2 e) em relação ao sistema silvipastoril (42,00 tCO 2 e ha -1 ). O componente bovino foi o que apresentou maior emissão de GEE (3,49 tCO 2 e ha -1 ), quando comparado ao eucalipto, ao feijão e à braquiária. Os sistemas apresentaram um excedente de árvores quando se pensa em neutralização, pois, seriam necessárias, em média, 50 árvores.ha -1 e haviam em torno de 351 árvores.ha -1 . Desta forma, conclui-se que os sistemas agroflorestais contribuem para mitigação dos gases de efeito estufa na atmosfera, desempenhando um importante papel para o alcance das metas de redução de emissões de GEE estabelecidas pelo governo brasileiro, além de permitir o desenvolvimento da agropecuária mais sustentável no país.
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    Período de consorciação de lablabe e feijão-de-porco com cafeeiros e trapoeraba
    (Universidade Federal de Viçosa, 2013-06-21) Cardoso, Rosileyde Gonçalves Siqueira; Santos, Ricardo Henrique Silva
    A elevada demanda de nitrogênio pelos cafeeiros e a infestação de plantas daninhas, que competem por água, luz e nutrientes, são fatores limitantes para o sucesso da produção orgânica da cultura, visto que os adubos permitidos neste sistema apresentam baixa concentração de N e a limitação do uso de herbicidas. Como estratégia nutricional tem-se o uso de adubos verdes, mas torna-se necessário a sincronia entre a mineralização do nutriente e a demanda da cultura. O conhecimento sobre a taxa de decomposição e mineralização de nutrientes dos adubos verdes possibilita tal sincronia. O objetivo deste trabalho foi avaliar o efeito de adubação orgânica, espécies e períodos de consorciação dos adubos verdes sobre a nutrição, o crescimento e a produtividade de cafeeiros; avaliar o crescimento, a decomposição e a mineralização de nitrogênio de duas espécies de adubos verdes, consorciadas com cafeeiros por três períodos diferentes e determinar o efeito de espécies de adubo verde e períodos de consorciação sobre o acúmulo de massa em trapoeraba e sobre o crescimento e a produtividade inicial de cafeeiros cultivados em vasos. Os experimentos foram conduzidos na Horta Velha e na área da Agroecologia, no Vale da Agronomia, na UFV, em Viçosa, MG, durante o período de outubro de 2007 a maio de 2011. O experimento 1, de campo, foi instalado em esquema fatorial (2x4) com parcela subdividida e a subparcela constituída pela adubação, o delineamento foi em blocos casualizados com cinco repetições, sendo dois consórcios com cafeeiros (café+feijão-de-porco e café+lablabe), quatro períodos de consorciação com as leguminosas (30, 60, 90 e 120 dias após a semeadura da leguminosa) e um tratamento adicional (sem leguminosa). O experimento 2, de decomposição, foi instalado em esquema fatorial (2x3) com parcela subdividida e a subparcela formada pelas datas de coleta (0, 3, 7, 12, 18, 25, 32, 40 e 60 dias após o corte da leguminosa - DACL) em delineamento em blocos casualizados com quatro repetições. O experimento 3, de vaso, foi instalado em esquema fatorial (5x4)+1, com cinco consórcios entre cafeeiros e três diferentes espécies (café+feijão-de-porco; café+lablabe; café+trapoeraba; café+feijão-de-porco+trapoeraba e café+lablabe+trapoeraba) e quatro períodos de consorciação (30, 50, 70 e 90 dias após a semeadura das espécies) e um tratamento adicional (testemunha absoluta, sem adubos verdes e trapoeraba), em delineamento inteiramente casualizado, com quatro repetições. Cada parcela experimental constou de um vaso, com uma planta de café. No experimento 1, o feijão-de-porco superou a lablabe na produção de massa fresca, seca, concentração e acúmulo de N; o aumento do período de consorciação entre leguminosas e cafeeiros influenciou a altura e o número de nós das plantas de café; não houve efeito de adubação, independente das leguminosas e com a adubação de 50%, o consórcio com lablabe resultou em maior altura dos cafeeiros; a consorciação com o lablabe resultou em maior diâmetro de copa dos cafeeiros em 2010 e maior diâmetro acumulado nos dois anos avaliados; houve aumento nas concentrações foliares de N do final do ciclo reprodutivo (150 DAS) em relação ao início do ciclo (30 DAS), em todas as épocas de consórcio; as leguminosas supriram as necessidades nutricionais exigidas na colheita do café adubado com 50% da dose; o cultivo dos adubos verdes feijão-de- porco e lablabe consorciados ao cafeeiro não prejudicou o rendimento deste e os adubos verdes feijão-de-porco e lablabe complementam a adubação em cafeeiros. No experimento 2, a taxa de decomposição foi menor para ambas as espécies de adubo verde à medida que retardava o corte; a mineralização do nitrogênio do feijão-de-porco é mais lenta à medida que o adubo verde permanece no campo; a mineralização do N foi mais lenta que a decomposição da massa; a mineralização do N do feijão-de-porco foi mais acelerada que na lablabe apenas quando manejados aos 60 DAS, apresentando similaridade aos 90 e 120 DAS e os adubos verdes devem ser plantados tão logo seja possível (início das chuvas) e manejados aos 90 dias após a semeadura. No experimento 3, o nitrogênio acumulado dependeu diretamente da massa seca acumulada; a presença da trapoeraba junto aos adubos verdes lablabe e feijão-de-porco não influenciou o acúmulo de massa seca nos adubos verdes, quando estes foram cultivados em vaso; a trapoeraba foi prejudicada pelo maior acúmulo de massa seca dos adubos verdes; os adubos verdes reduziram a trapoeraba e a lablabe apresentou-se mais efetiva nessa redução que o feijão-de-porco; o aumento do período de consorciação com a trapoeraba e os adubos verdes lablabe e feijão-de-porco, quer estejam sozinhos ou associados, reduziram o ganho no crescimento inicial dos cafeeiros em condições de vaso e na primeira colheita realizada não foi detectado efeito da espécie ou do período de consorciação.
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    Manejo de espécies de leguminosas em cafezal sob cultivo orgânico
    (Universidade Federal de Viçosa, 2010-02-23) Barrela, Tatiana Pires; Santos, Ricardo Henrique Silva
    O presente trabalho de pesquisa teve por objetivo determinar o efeito de espécies e períodos de consorciação de leguminosas sobre as plantas daninhas, o crescimento e produtividade de cafeeiros sob manejo orgânico. Os tratamentos foram dispostos no delineamento de blocos ao acaso, com 4 repetições. Os tratamentos corresponderam à combinação entre leguminosas (feijão-de-porco ou lablabe) e períodos de consorciação destas com cafeeiros (30, 60, 90 e 120 dias após o plantio) mais a testemunha de cafeeiros em monocultivo. O experimento foi conduzido durante dois anos, sendo as leguminosas semeadas em dezembro de 2007 e outubro de 2008, com corte conforme os tratamentos. Foram calculados a massa de matéria seca de cada leguminosa nas diferentes datas de corte em cada ano e o acúmulo de nitrogênio apenas no segundo ano. O crescimento dos cafeeiros foi avaliado em setembro de cada ano e a produtividade em abril. As plantas daninhas foram amostradas em duas datas, uma em outubro de 2008 e a outra em outubro de 2009 para avaliar a similaridade da comunidade, o índice do valor de importância e importância relativa das espécies mais freqüentes para cada tratamento e também em cada período de corte das leguminosas para cálculo da massa de matéria seca. A massa de matéria seca das leguminosas apresentou acúmulo linear em função do tempo de consorciação nos dois anos, com média de produção aos 120 dias de 4,65 t/ha1. Feijão-de-porco apresentou massa de matéria seca maior do que lablabe. No segundo ano a lablabe acumulou 5,74 t/ha e o feijão-de-porco 2,89 t /ha aos 120 dias. No final do primeiro ano, com aumento do período de consorciação com a lablabe resultou em redução do diâmetro de copa e número de folhas/ramo dos cafeeiros, ao passo que a consorciação com feijão-de-porco não resultou em diminuição consistente dessas variáveis. Já no segundo ano as avaliações sugerem que o cafeeiro estava mais desenvolvido onde foi consorciado com a lablabe comparativamente aos consorciados com feijão-de-porco. Em relação à testemunha, as duas leguminosas em todos os períodos de consorciação com o café, diminuíram a produtividade dos cafeeiros no ano de 2008 e a acumulada de dois anos. Não houve redução adicional da produtividade do café em 2008 em períodos de consórcio superiores à 50 dias. Já a produtividade de 2009 foi prejudicada pelo aumento do período de consorciação com as leguminosas, sendo que dos 30 para os 120 dias de consórcio a produtividade teve uma queda de 10,8 sc/ha. Aos 30 e 60 dias após o plantio não houve diferença do acúmulo de nitrogênio entre as duas leguminosas, mas aos 90 e 120 dias a lablabe acumulou mais, chegando a 113,7 kg de N/ha aos 120 dias após o plantio. O nitrogênio contido nas leguminosas foi mineralizado mais rapidamente que a massa. Nas diferentes épocas as duas leguminosas apresentaram padrão de decomposição similar. A espécie Cyperus rotundus foi a de maior importância nos dois anos agrícolas, em todos os períodos de consorciação com as leguminosas, seguida por Paspalum conjugatum. Em 2008 quando o lablabe ficou 90 e 120 dias nas entrelinhas, houve favorecimento da importância da tiririca, enquanto em 2009 a importância relativa da tiririca foi mais elevada na testemunha. As entrelinhas do cafeeiro apresentavam uma massa muito maior de plantas daninhas do que a projeção da copa, principalmente devido ao sombreamento proporcionado pelas plantas de café, que competiam com estas. Quanto maior o tempo que as leguminosas permaneceram no campo, mais elas reduziram a massa de matéria seca das plantas daninhas, ao passo que na testemunha houve aumento linear da massa de plantas daninhas. A redução da massa de matéria seca das plantas daninhas foi mais rápida com o aumento da massa do feijão- de-porco do que com o de lablabe. Contudo, menores massas de lablabe reduzem a massa de plantas daninhas mais eficientemente do que o feijão-de- porco. O consórcio de cafeeiros com leguminosas alterou a dinâmica de plantas daninhas; o aumento do período de consorciação das leguminosas lablabe ou feijão-de-porco com cafeeiros reduziu linearmente a massa de plantas daninhas nas entrelinhas dos cafeeiros; e a consorciação com as duas leguminosas diminuiu a produtividade dos cafeeiros.
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    Água e radiação em sistemas agroflorestais com café no Território da Serra do Brigadeiro – MG
    (Universidade Federal de Viçosa, 2011-03-22) Carvalho, Anôr Fiorini de; Fernandes Filho, Elpídio Inácio
    Os sistemas agroecológicos de produção de café sombreados com árvores (SAF) e a pleno sol (SPS), implementados por agricultores familiares na Zona da Mata de Minas Gerais, não foram completamente estudados quanto à economia de água e temperatura. Esse estudo avaliou esses fatores nesses sistemas. Foram selecionados SAFs e SPSs contíguos no município de Araponga-MG. Foram monitorados com base horária durante 16 meses: a precipitação, a velocidade do vento, a radiação, a umidade do ar, a temperatura do ar e do solo a 0,1 m de profundidade, a umidade do solo a 0,1, 0,3 e 1,0 m de profundidade com reflectometros, além das perdas de solo e água superficiais, associados com a cobertura vegetal. As perdas de solo e água em ambos os sistemas foram muito pequenas, devido à elevada cobertura vegetal. A temperatura do solo a 0,1 m foi atenuada nos SAFs em relação aos SPSs. Os SAFs reduziram a amplitude de variação da temperatura média do ar em relação aos SPSs e atenuaram as temperaturas máximas. A umidade do solo nos SAFs foi menor do que nos SPSs, nas três profundidades durante todo o período. Nos SAFs houve complementaridade de absorção de água entre o café e as árvores ao longo do ano. Os SAFs e os SPSs podem ser utilizados para manejar o destino da água das chuvas, com ênfase para a atmosfera no primeiro sistema e para abastecer o lençol freático no segundo.