SPCB (03. : 2003 : Porto Seguro, BA) - Resumos Expandidos
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Item Adubação de nitrogênio e potássio na cultura do cafeeiro Conilon em Rolim de Moura, Rondônia(2003) Mendes, Angelo Mansur; Costa, Rogério Sebastião Corrêa da; Leônidas, Francisco das Chagas; Veneziano, Wilson; Consórcio Brasileiro de Pesquisa e Desenvolvimento do CaféA importância da cafeicultura no estado de Rondônia reflete no cenário nacional onde ocupa posição de destaque. Entretanto sua produtividade é inferior à produtividade nacional indicando a necessidade de tecnologia válida ou desenvolvida para o Estado. Neste sentido a adubação representa um importante insumo para sustentabilidade da cafeicultura. O presente trabalho tem como objetivo determinar as doses de N e K para lavouras de cafeeiro Conilon com 8 anos de cultivo. O experimento foi instalado em área de produtor situada no município de Rolim de Moura - RO sob Latossolo Vermelho com as seguintes propriedades químicas: pH 5,4; fósforo 8 mg/dm3; potássio 1,80 mmol/dm3; cálcio 30 mmol/dm3; magnésio 15mmol/dm3; hidrogênio + alumínio 25 mmol/dm3; matéria orgânica 8 g/kg; soma de base 46,8 mmol/dm3; capacidade de troca 71,8 mmol/dm3 e saturação de base 65%. O clima da região de estudo é tropical chuvoso, Aw conforme a classificação de Koppen, apresenta pluviometria anual entre elevada a moderadamente elevada e período de estiagem nítido. O delineamento experimental utilizado foi bloco casualizado com tratamentos dispostos num esquema fatorial completo (4 x 4), com 4 níveis de nitrogê-nio como fonte a úreia (0, 80, 160 e 240 gramas de N/planta) e 4 níveis de potássio como fonte cloreto de potássio (0, 60, 120 e 180 gramas de K2O/planta). Os parâmetros avaliados foram produtividade e teor de nitrogênio total e potássio nas folhas coletadas no período de frutificação (fase chumbinho). O teor de potássio nas folhas foi igual ou superior ao nível crítico enquanto que o teor de nitrogênio foi abaixo, em todos os tratamentos. Entretanto, essas análises foliares não refletiram as produtividades obtidas nos diferentes tratamentos. Houve interação na resposta de adubações nitrogenada e potássica, onde o maior rendimento (61 sc/ha) foi obtido no tratamento de 200g de N/planta e 120g de K2O/planta.Item Espécies de Fusarium associadas a plantas de café (Coffea arabica L.) com sintomas de murcha no Sul de Minas Gerais(2003) Almeida, Anderson Resende; Gonçalves, Fabrício Packer; Pfenning, Ludwig Heinrich; Consórcio Brasileiro de Pesquisa e Desenvolvimento do CaféNa África, Gibberella xylarioides (anamorfo Fusarium xylarioides) é o agente etiológico da "traqueomicose" ou murcha vascular do cafeeiro. Esta moléstia é considerada uma das mais importantes em vários países do continente Africano, pois afeta plantas de Coffea excelsa, Coffea liberica, Coffea dewevrei, Coffea canephora e Coffea arabica. O patógeno coloniza o sistema vascular e é transmitido via aérea por ascósporos e conídios. As medidas de controle restringem-se ao manejo. No Brasil, a fusariose em cafeeiro é uma doença pouco estudada, embora venha se expandir no país. Os sintomas observados em viveiro são apodrecimento do hipocótilo das mudas no estádio de "palito-de-fósforo". No campo, as plantas infectadas amarelecem, murcham e morrem em um curto período de tempo. Devido à ocorrência de murcha vascular em plantas de cafeeiro no Brasil e à ausência de estudos de caracterização das espécies de Fusarium associadas a essa cultura, o projeto teve como objetivos: a) isolar, caracterizar e identificar espécies de Fusarium associadas a plantas de cafeeiro com sintomas de murcha e b) testar a patogenicidade de alguns isolados selecionados. A recuperação de espécies de Fusarium foi feita a partir de caules, raízes e frutos coletados de cafeeiros com sintomas de murcha. As amostras foram coletadas nos municípios de Lavras, Guapé, Machado, Muzambinho e Bambuí Sul de Minas Gerais e Capelinha norte de Minas. Sementes comerciais e hipocótilos de plântulas com sintomas de podridão também foram utilizados. Foram caracterizadas e identificadas sete espécies de Fusarium: Fusarium dimerum, Haematonectria ipomoeae (anamorfo Fusarium striatum), Fusarium solani, Fusarium oxysporum, Fusarium equiseti, Fusarium semitectum e Fusarium stilboides. Fusarium dimerum e Haematonectria ipomoeae foram relatados pela primeira vez no cafeeiro. Testes de patogenicidade foram realizados em plântulas de cafeeiro das cultivares Acaiá Cerrado e Catuaí. Foram inoculados Fusarium oxysporum, Fusarium solani, Fusarium equiseti, Fusarium semitectum e Haematonectria ipomoeae. Entretanto, não foi observado nenhum sintoma de fusariose seis meses após a inoculação das mudas com suspensão de conídios, aplicada com auxílio de seringa e quirera de milho infestada. Da mesma forma, nos experimentos de inoculação por imersão das raízes em suspensão de conídios e ferimentos na base do hipocótilo, não foi possível reproduzir sintomas. Porém, os experimentos foram avaliados 120 e 60 dias, respectivamente, após a inoculação. Provavelmente, prazos maiores são necessários para avaliar a patogenicidade e reproduzir sintomas. Portanto, pode-se concluir: a) Fusarium dimerum e Haematonectria ipomoeae (anamorfo Fusarium striatum) foram relatados pela primeira vez na cultura do cafeeiro; b) Haematonectria ipomoeae é homotálica, produzindo peritécios com facilidade em meio de cultura e em substrato vegetal; c) as sementes são potencialmente fontes de inóculo, portanto, a sanidade destas é fundamental na produção de mudas sadias; d) Haematonectria ipomoeae (anamorfo Fusarium striatum), Fusarium oxysporum e Fusarium solani possuem ampla distribuição, pois foram recuperados em sementes provenientes de plantas com murcha e de um lote de sementes comerciais; de troncos e raízes de plantas com sintomas de murcha e de hipocótilos de plântulas com podridão no hipocótilo. Haematonectria ipomoeae foi ainda recuperado como endofítico de folhas e Fusarium oxysporum como endofítico de hastes de cafeeiros sem sintomas de doença; e) Fusarium xylarioides não foi encontrado nas fazendas estudadas no Sul de Minas Gerais, sendo confirmado como praga quarentenária; f) os testes de patogenicidade em mudas de cafeeiro não forneceram resultados conclusivos, portanto, são necessários mais testes de patogenicidade em condições controladas com avaliações de, pelo menos, até 6 meses a partir da inoculação.Item Análise do planejamento estratégico de marketing de uma cooperativa de café(2003) Campos, Cláudia Aparecida de; Luna, Rosemar Martins; Antonialli, Luiz Marcelo; Consórcio Brasileiro de Pesquisa e Desenvolvimento do CaféDiante da crise que a cafeicultura brasileira vem sofrendo, o cooperativismo aparece como um instrumento capaz de contribuir na busca de soluções sócio-econômicas de grupos de produtores. E um dos desafios é produzir um plano estratégico de marketing e reunir os recursos para executá-lo capaz de recuperar a imagem do café brasileiro no Brasil e no exterior. Neste sentido o presente trabalho teve como objetivo analisar o processo de planejamento estratégico de marketing de uma Cooperativa de Café e sua implementação; a) diagnosticando as variáveis do ambiente interno, identificando as forças e fraquezas, analisando o ambiente externo identificando as oportunidades e ameaças; b) identificando os insumos e ser viços oferecidos pela cooperativa aos seus cooperados; c) identificando os produtos que a cooperativa oferece ao mercado e d) identificando as estratégias de marketing adotadas pela cooperativa. Quanto a metodologia trata-se de uma pesquisa exploratória, com natureza das variáveis qualitativas, especificamente um estudo de caso. Conclui-se que a Cooperativa em estudo possui uma boa Reputação e imagem consolidada perante os dois ambientes. Dentro do ambiente interno pôde-se identificar os principais pontos fortes (boa imagem; credibilidade; segurança; serviços prestados a contento por profissionais treinados; ser uma cooperativa balizadora de preço na região; quantidade de vendas dentro do esperado pelos dirigentes; sucesso nas exportações atuais; fomento à qualidade e inovação em produção e armazenamento) e pontos fracos (pouca informação ao cooperado na transação de vendo do café; informações ao cooperado não são efetivas; na diversificação de insumos os cooperados não se sentem atendidos; falta no laboratório análise foliar; as taxas de comercialização da cooperativa são consideradas altas pelos cooperados; as promoções de insumos não são divulgadas a contento para os cooperados; pouca participação dos cooperados nas decisões administrativas e falta de tecnologia de informação), e no ambiente externo as principais oportunidades (boa imagem; opção de ampliar o mercado externo; opção de ampliar o mercado interno; criação do departamento "Divisão de cafés especiais"; busca constante de facilitar os processos administrativos e estar localizada em uma região propícia à produção de cafés de qualidade e especiais) e ameaças (tendência de baixa no preço do café; tendência em diminuir as vendas de insumos; falta de tecnologia adequada; e concorrência na região) da cooperativa. Os insumos oferecidos aos cooperados são aqueles que viabilizam a unidade produtiva do mesmo e os serviços são aqueles necessários para a condução da lavoura e comercialização da produção. Quanto aos produtos oferecidos ao mercado é especificamente o café verde (em grão) onde 80% é exportado e o restante permanece no mercado interno. E finalmente em relação as estratégias de marketing fica-se evidente que a cooperativa não possui um planejamento estratégico de marketing específico e sim ações isoladas sendo estas mais reativas do que pró-ativas, deixando de lado ações de marketing que podem surtir efeito a médio e longo prazo.Item Qualidade de sementes de Coffea arabica cv. Acaiá: influência de métodos de degomagem e de secagem(2003) Lima, Dinara Mattioli; Pinho, Edila Vilela Resende Von; Rosa, Sttela Dellyzete Veiga Franco da; Carvalho, Samuel Pereira de; Rodrigues, Adriana de B.; Consórcio Brasileiro de Pesquisa e Desenvolvimento do CaféOs processos de degomagem e de secagem parecem influenciar na qualidade das sementes de café, principalmente em função das particularidades das mesmas. O objetivo dessa pesquisa foi avaliar a influência de diferentes métodos de degomagem e de secagem, bem como a interação desses fatores sobre a qualidade das sementes de Coffea arabica cv. Acaiá. Após a colheita dos frutos no estádio "cereja", as mesmas foram despolpadas mecanicamente e a retirada de mucilagem foi feita pelos processos: fermentação natural com água por 24 horas; fermentação natural sem água por 24 horas; utilização de desmuciladora mecânica e imersão em solução de hidróxido de sódio a 0,5 % por 1 minuto. Após a degomagem, as sementes foram submetidas aos seguintes processos de secagem: natural, realizada na sombra e em terreiro suspenso e artificial, realizadas às temperaturas de 30 e 40 0 C. Todos os processos de secagem foram conduzidos até as sementes atingirem 10% de teor de água. As sementes foram submetidas aos testes de: germinação, tetrazólio e emergência de plântulas. O experimento foi instalado no delineamento inteiramente casualizado, em esquema fatorial 4x4 (4 processos de degomagem, 4 métodos de secagem), com 4 repetições. Foram observadas diferenças significativas entre os processos de degomagem, entre métodos de secagem, bem como para a interação entre esses dois fatores. Quando foi realizada a degomagem mecânica, maiores valores de germinação foram observados na secagem à sombra, seguidos pelos observados em terreiro suspenso, 40 e 30 0 C. Já para a degomagem com hidróxido de sódio, com e sem água, maiores valores foram observados quando as sementes foram secadas `a sombra, seguidos pelos observados em terreiro suspenso e à 30 0 C; menores valores foram obtidos na secagem à 40 0 C. Por meio dos valores observados nos testes de germinação, emergência e tetrazólio a secagem à 40 0 C propiciou redução significativa na germinação das sementes. Vale ressaltar que o teor de água final das sementes após secagem encontrava-se em torno de 10% o que pode ter ocasionado redução na germinação, uma vez que essas sementes estão incluídas em uma categoria que apresenta comportamento intermediário entre as classes de ortodoxas e recalcitrantes. Independente do processo de degomagem, maiores valores de germinação, viabilidade e de emergência foram observados para sementes secadas à sombra, provavelmente atribuídos à secagem mais lenta. Aos três meses de armazenamento tanto em câmara fria como em condições ambientais, também foram observados maiores valores de germinação para sementes secadas à sombra e em terreiro suspenso quando comparado aos observados naquelas submetidas à secagem artificial. Para as sementes armazenadas em câmara fria, secadas à sombra e em terreiro suspenso, não houve diferença nos valores de germinação quando as sementes foram degomadas com e sem água e com NaOH; menores valores foram obtidos para sementes degomadas mecanicamente. Para as sementes armazenadas em condições ambientais não houve diferença nos valores de germinação para as sementes secadas à sombra e em terreiro suspenso, independente do método de degomagem utilizado. De uma maneira geral, a germinação das sementes foi influenciada pela interação dos fatores degomagem e métodos de secagem.Item Progressos no mapa de ligação gênica de Coffea arabica L. obtido com base em marcadores RAPD(2003) Oliveira, Antonio Carlos Baião de; Sakiyama, Ney Sussumu; Diniz, Leandro Eugenio Cardamone; Zambolim, Laércio; Consórcio Brasileiro de Pesquisa e Desenvolvimento do CaféO desenvolvimento de mapas de ligação genética é uma das aplicações de maior importância da tecnologia dos marcadores moleculares no melhoramento de plantas, pois estes mapas permitem a geração de informações básicas a respeito da estrutura, organização e evolução do genoma, a localização das regiões genômicas que controlam características de importância agronômica, a quantificação do efeito destas regiões nos caracteres estudados, a decomposição de características complexas nos seus componentes mendelianos e a utilização de todas estas informações nos programas de melhoramento. O desenvolvimento de mapas de ligação saturados possibilita o teste de marcadores distribuídos por todo o genoma, aumentando a chance de se obter associações significativas com características de interesse. No caso de Coffea arabica L. (2n=4X=44), a construção de mapas de ligação tem sido dificultada em razão do baixo polimorfismo e de complicações advindas da poliploidia. Este trabalho se propôs a construir um mapa parcial de ligação gênica para Coffea arabica L., com base em marcadores RAPD, a partir de uma população segregante RC 1 de 59 plantas oriunda do cruzamento entre uma linhagem do Híbrido de Timor CIFC 2570 (UFV 445-46) e o cultivar Catuaí Amarelo IAC 30 (UFV 2143-235), este utilizado como genitor recorrente. Na identificação dos marcadores polimórficos, foram testados 1.200 primers da Operon Technologies (Kits OPA-OPZ, OPAA-OPAZ e OPBA-OPBH) e várias combinações aleatórias de pares de primers. A população segregante (RC 1 ) foi analisada pelos marcadores polimórficos consistentes, em que a banda polimórfica estava presente no genitor não-recorrente (Híbrido de Timor) e no F 1 e ausente no genitor recorrente (Catuaí). Os marcadores obtidos foram analisados pelo aplicativo GQMOL, utilizando, na construção do mapa, os marcadores que segregaram na proporção esperada de 1:1. Grupos de ligação foram estabelecidos pela análise de dois pontos, considerando-se a freqüência de recombinação máxima de 0,35 e o LOD escore mínimo de 3.0. Análises de três pontos e multipontos foram então utilizadas para encontrar a mais provável ordem dos marcadores dentro dos grupos de ligação e a função de Kosambi foi usada para conversão das taxas de recombinação em distâncias de mapa (cM – centiMorgan). Dos 1.200 primers de RAPD testados para a identificação de marcadores polimórficos entre os genitores e F 1 , 127 (10,6%) produziram fragmentos consistentes, presentes no Híbrido de Timor e no F 1 , mas ausentes no ‘Catuaí Amarelo’. Esses 127 primers informativos deram origem a 165 marcadores RAPD polimórficos (1,3 marcador por primer), dos quais 124 (75,15%) segregaram na proporção esperada de 1:1 e 41 (24,85%) exibiram desvio nesta segregação pelo teste Ç 2 (P>0,05). O nível de polimorfismo revelado pelas combinações de primers foi bem inferior (1,43%), pois das 698 combinações testadas, apenas dez foram polimórficas, em que sete destas apresentaram um único fragmento polimórfico e três, duas bandas polimórficas. Destes 13 marcadores, dez (76,9%) apresentaram segregação esperada de 1:1 e três (23,1%) mostraram desvio nessa proporção. Os 134 marcadores RAPD que segregaram na proporção esperada de 1:1, foram utilizados para a construção do mapa parcial de ligação. Dezessete destes marcadores não se mostraram ligados a nenhum dos grupos de ligação, enquanto os 117 marcadores restantes formaram 11 grupos de ligação, cobrindo 794,3 cM do genoma. O mapa apresentou boa distribuição dos marcadores nos grupos de ligação, nos quais a distância máxima entre dois marcadores foi de 26,93 cM no grupo 11, e apenas sete intervalos entre marcadores apresentaram distâncias acima de 20 cM. O número de grupos de ligação obtido foi bastante inferior ao correspondente número haplóide de cromossomos de Coffea arabica (n=22). Por essa razão, o genoma da espécie foi parcialmente explorado e muitas regiões ainda não foram identificadas. Outros tipos de marcadores moleculares, principalmente AFLP e SSR, devem ser incluídos, para melhorar a cobertura do genoma do cafeeiro, com a formação de novos grupos de ligação, inclusão dos marcadores não ligados e saturação dos intervalos nos grupos obtidos.Item Alterações na bebida do café despolpado secado em terreiro de concreto, lama asfáltica, terra, leito suspenso e em secadores rotativos(2003) Borém, Flávio Meira; Reinato, Carlos Henrique Rodrigues; Pereira, Rosemary Gualberto Fonseca Alvarenga; Consórcio Brasileiro de Pesquisa e Desenvolvimento do CaféO presente estudo foi realizado no Pólo de Tecnologia em Pós-Colheita de Café, na Universidade Federal de Lavras, MG, e teve como objetivo avaliar a qualidade do café despolpado secado em terreiro de concreto, lama asfáltica, terra, leito suspenso e em secadores horizontais. Foram realizadas duas colheitas de cerca de 30.000 litros de café. Após a colheita sobre pano, o café foi abanado, lavado e separado em função de sua densidade. A porção formada pelo café cereja foi então descascada e submetida ao despolpamento por meio de fermentação em tanques apropriados por 24 horas. Foram realizadas duas comparações entre a qualidade do café secado em diferentes tipos de terreiro e secado em secador rotativo. Nas duas comparações, 240 litros do café despolpado foram distribuídos em terreiros de terra, lama asfáltica e concreto, com espessura de 5cm e no leito suspenso com espessura de 10cm. Todas as amostras de café permaneceram nos terreiros até o teor de 11% (b.u.) de umidade final. Simultaneamente, cerca de 12000 litros do café despolpado foram pré-secados em terreiro de concreto durante 3 dias e, em seguida, submetidos à secagem mecânica em dois secadores de 5000 litros. Em um secador a temperatura máxima atingida na massa de café foi de 40°C e no outro secador, 45°C. Na primeira comparação o controle da temperatura foi realizado com um termopar localizado a 350mm de profundidade. Na segunda comparação, o controle da temperatura foi realizado com o termômetro bimetálico localizado na parte externa do cilindro do secador. Nas secagens realizadas nos terreiros o café foi revolvido diariamente em intervalos de 40 minutos e as condições climáticas registradas por um termohigrógrafo. Para a avaliação da qualidade do café foi realizada análise sensorial do produto seco pela prova de xícara. As amostras secadas em terreiro de concreto, lama asfáltica e leito suspenso apresentaram bebida classificada como Mole, enquanto a amostra secada em terreiro de terra a bebida foi classificada como Dura. Observou-se uma manutenção da qualidade do café secado com temperatura de 40°C com o controle realizado com o termopar localizado a 350mm de profundidade. Neste caso, o café foi classificado como de bebida Mole. Nos demais testes de secagem, o café foi classificado como de bebida Dura. Ressalta-se que mesmo no teste em que a temperatura máxima na massa de 40°C controlada pelo termômetro bimetálico, a bebida foi Dura. Nestas condições de secagem, a temperatura atingida na massa de café é, na verdade, bem superior ao valor indicado pelo termômetro. Recomenda-se, para garantir a manutenção da qualidade do café despolpado, a instalação de termômetro com haste de pelo menos 300mm de comprimento e que a temperatura indicada por este termômetro não ultrapasse 40°C.Item Comparação da qualidade do café em coco secado com lenha e GLP(2003) Reinato, Carlos Henrique Rodrigues; Borém, Flávio Meira; Pereira, Rosemary Gualberto Fonseca Alvarenga; Consórcio Brasileiro de Pesquisa e Desenvolvimento do CaféDevido à alta umidade no momento da colheita (60% a 70% b.u.) os frutos do café apresentam condições favoráveis a alterações deteriorativas em decorrência da respiração, oxidações, fermentações e desenvolvimento de fungos e bactérias. Sendo assim, para se obter um café de boa qualidade, minimizando os riscos de ocorrência de alterações indesejadas, faz-se uso da secagem. Entre outros fatores, a secagem é uma das mais importantes fases no processamento do café, tanto sob o aspecto de consumo de energia como na influência que essa operação tem sobre a qualidade final do produto. Entre os combustíveis utilizados na secagem tem-se feito uso principalmente da lenha e, mais recentemente, do GLP (gás liqüefeito de petróleo). A lenha, combustível à base de celulose e empregada em diversos países, tem como vantagem a possibilidade do emprego de mão-de-obra não qualificada, porém possui baixa eficiência térmica (17%) e baixo poder calorífico (13.000 kJ.kg -1 ). O GLP é um combustível de uso recente na secagem do café. Sua principal vantagem é a praticidade no manuseio e a constância no fornecimento de calor, além de possuir boa eficiência térmica (60%) e um poder calorífico alto (47440 kJ.kg -1 ) em relação à lenha. Como desvantagem o GLP possui uma instabilidade de seu custo, pois seu preço está vinculado ao preço do petróleo, além de exigir mão-de- obra qualificada. As variações de temperatura e a influência destas na qualidade final do café são desconhecidas. Neste contexto, este trabalho teve como objetivo avaliar as variações de temperatura e umidade do café durante a secagem usando GLP e lenha bem como avaliar a qualidade final do produto. O presente estudo foi realizado no Pólo de Tecnologia em Pós-Colheita de Café, na Universidade Federal de Lavras, MG. O teste foi realizado usando simultaneamente dois secadores rotativos com capacidade de 5.000 litros. O acompanhamento da temperatura do ar de secagem e da massa de café foram feitos por meio de termopares distribuídos em dezoito pontos do secador . A perda de umidade foi acompanhada em nove pontos na massa de café. Para a avaliação da qualidade, realizaram-se as seguintes análises: lixiviação de potássio, condutividade elétrica, determinação do número de grãos defeituosos e manchados, análise sensorial e acidez titulável total. Para tais análises utilizaram-se amostras com e sem a presença de defeitos. Observou-se que a temperatura do ar de secagem aquecida com GLP manteve-se próxima de 90 ºC com variação de aproximadamente 2 ºC. Já a temperatura do ar de secagem aquecido com lenha apresentou variações superiores a 10 ºC.Todas essas variações observadas resultaram num valor médio de temperatura no ar de secagem menor quando aquecido com lenha, comparativamente ao aquecimento com GLP. Este valor médio menor resultou em velocidade e tempo de secagem diferente. A secagem que utilizou lenha demorou quatro horas a mais em relação à secagem que utilizou GLP. Maior tempo obtido na secagem com lenha foi provocado por menores temperaturas do ar de secagem e na massa de café. Quanto as análises de lixiviação de potássio, condutividade elétrica e acidez titulável total não ocorreram diferenças significativas (P<0,05). As diferenças de temperaturas observadas entre as secagens não foram suficientes para provocar diferenças na intensidade de possíveis danos nas membranas celulares. As análises sensoriais indicaram que tanto para a secagem que usou lenha como para a secagem que usou GLP, o café não ocorreram diferenças. Resultados semelhante foi obtido por Sobrinho et al. (2001) que, estudando sistemas de secagem com aquecimento do ar em vapor de água, lenha de eucalipto e GLP, concluíram que a bebida e o tipo do café não são influenciados pelo tipo de combustível usado para o aquecimento do ar de secagem. Desta maneira, pode-se afirmar que o tipo de combustível usado na secagem não interferiu na qualidade do café, apesar de terem sido observadas diferenças na distribuição de temperatura, temperatura máximas atingidas na massa de café e velocidade de remoção de água.Item Bandeamento NOR e coloração com laranja de acridina em cromossomos metafásicos obtidos de agregados celulares de Coffea canephora(2003) Clarindo, Wellington Ronildo; Carvalho, Carlos Roberto de; Fontes, Marcelo A.; Consórcio Brasileiro de Pesquisa e Desenvolvimento do CaféO gênero Coffea pertence à Família Rubiaceae, e apresenta duas espécies de grande importância econômica: Coffea arabica e Coffea canephora. Coffea canephora apresenta 2n=22 cromossomos, sendo um par de cromossomos metacêntricos (número 1), 10 pares de cromossomos submetacêntricos (2, 3, 4, 5, 6, 7, 8, 9, 10, 11) e um par de cromossomos que possuem, no braço curto, um satélite associado à constrição secundária (6). Este estudo teve como objetivo aplicar técnicas de bandeamentos em cromossomos metafásicos de C. canephora para verificar se constrição secundária, evidenciada no cromossomo número 6, corresponde à região organizadora do nucléolo (NOR). Agregados celulares em suspensão foram obtidos a partir de explantes foliares de C. canephora. Esses agregados foram cultivados em meio estéril de manutenção, em agitador, com ciclos de 110 rpm, à temperatura ambiente. Para obtenção de cromossomos metafásicos, foram adicionados 125 ml de amiprofos-metil (APM) 0,1 mM para cada 50 ml de meio de cultura, resultando numa concentração final de 3,0 mM. Após 4 h de bloqueio, os agregados foram retirados, fixados em solução de metanol:ácido acético (3:1) e armazenados à -20º C. As preparações citogenéticas foram realizadas pela técnica dissociação celular com digestão enzimática Flaxzym â (NOVO), secagem ao ar e coradas com solução de Giemsa 3%, em tampão fosfato pH 6,8, por 3 min. Algumas lâminas foram descoradas com soluções de metanol:ácido acético (3:1) e armazenadas em estufa a 37 0 C, por 7 dias. Após o período de envelhecimento, as lâminas foram tratadas com tampão fosfato, pH=6,5, a 85º C, por 20 min. Em seguida, foram coradas com solução de laranja de acridina a 0,01%, por 15 min, em câmara úmida, e, posteriormente, lavadas e água destilada por 1 min, 2 min e em tampão fosfato por 3 min. Três gotas de tampão fosfato foram adicionadas entre lâmina e lamínula. A técnica clássica de bandeamento NOR foi realizada gotejando-se solução de AgNO3 50% sobre lâminas não coradas. Logo após, as mesmas foram cobertas com lamínulas e colocadas em câmara úmida a 34º C, por 18 h. Decorrido o tempo de armazenamento, as lamínulas foram retiradas com jatos de água e as lâminas, lavadas em água corrente e destilada por 2 min. As preparações foram observadas com objetiva de imersão (100X) e as figuras cromossômicas capturadas com sistema digital de análise de imagem acoplado ao microscópio. O tratamento com APM possibilitou a obtenção de metáfases com cromossomos morfologicamente definidos, alongados e não sobrepostos, permitindo a montagem do cariograma da espécie. Identificou-se a presença de satélite associado à região da constrição secundária, no braço curto do sexto par de homólogos, sugerindo que esta constrição seja a NOR. A marcação positiva, evidenciada pela técnica de bandeamento NOR (Ag-NOR), confirmou que está região é a NOR. A coloração com laranja de acridina revelou uma fluorescência mais intensa nas regiões flanqueadoras da NOR, indicando que estas regiões são heterocromáticas ricas em GC. Com base nos resultados obtidos, pôde-se concluir que a constrição secundária do cromossomo número 6 corresponde à NOR, evidenciada pela técnica Ag-NOR, e que esta região também pode ser identificada pela coloração com laranja de acridina.Item Teores de macronutrientes no sistema radicular do cafeeiro sob interferência de plantas daninhas(2003) Ronchi, Cláudio Pagotto; Terra, Agmar Antônio; Silva, Antônio Alberto da; Consórcio Brasileiro de Pesquisa e Desenvolvimento do CaféEste trabalho teve como objetivo avaliar os efeitos da interferência de sete espécies de plantas daninhas no teor de macronutrientes em raízes de plantas de café. Aos 30 dias após o transplantio das mudas, para vasos contendo 12 L de uma mistura de solo e matéria orgânica, fez-se o transplantio e, ou, o semeio das espécies daninhas nesses vasos, em seis densidades (0, 1, 2, 3, 4 e 5 plantas por vaso). Os períodos de convivência, desde o transplantio ou a emergência das plantas daninhas, até a colheita das plantas foram de 77 dias -Bidens pilosa, 180 dias - Commelina diffusa, 82 dias - Leonurus sibiricus, 68 dias - Nicandra physaloides, 148 dias - Richardia brasiliensis e 133 dias - Sida rhombifolia. O teor de N nas raízes do cafeeiro reduziu-se drasticamente com o aumento da densidade de plantas daninhas. Considerando-se todas as espécies, essa redução variou de 45% a 62% nas densidades de 1 a 5 plantas por vaso, respectivamente. As espécies que menos reduziram os teores de N foram B. pilosa e R. brasiliensis. Os níveis de P reduziram-se em média 30%, independente da densidade (1 a 5 plantas por vaso). As maiores reduções do teor de P foram causadas por L. sibiricus, N. physaloides e S. rhombifolia. Ocorreram reduções médias de 51% nos teores de K, independente da densidade, sendo que a maior (76%) e a menor (35%) redução, foram provocadas pela interferência de L. sibiricus e R. brasiliensis, respectivamente.À exceção de R. brasiliensis e de C. diffusa, que não influenciaram o teor de Ca, as demais espécies causaram reduções de 36 a 56%, à medida que a densidade aumentou de 1 para 5 plantas por vaso. À exceção de C. diffusa, que não afetou a teor de Mg, e de L. sibiricus, que reduziu o teor desse nutriente em até 75% (na maior densidade), as demais espécies causaram reduções médias de 40%. Independente da densidade, as plantas daninhas causaram reduções médias do teor de S de aproximadamente 30%, à exceção de L. sibiricus, cuja redução foi de até 65%. O grau de interferência, em relação aos teores de macronutrientes nas raízes do cafeeiro, foi mais afetado pela espécie do que pela densidade de plantas daninhas.Item Suprimento de zinco a cafeeiros por meio de injeções sólidas na base do tronco(2003) Martinez, Hermínia Emília Prieto; Neves, Yonara Poltronieri; Sanz, Manoel; Bayona, Javier Abadía; Consórcio Brasileiro de Pesquisa e Desenvolvimento do CaféO zinco destaca-se como um dos micronutrientes mais limitantes para o cafeeiro. Seu suprimento via solo, na maioria das vezes apresenta baixa eficiência, devido a sua interação com a fração argila de solos intemperizados como os latossolos. O fornecimento via foliar é também pouco eficiente devido à baixa mobilidade do Zn no floema do cafeeiro, a qual leva à necessidade de várias pulverizações anuais. Em regiões montanhosas, e em sistemas adensados as dificuldades de aplicação tornam o problema ainda maior. Assim sendo, o presente trabalho tem por objetivo verificar a viabilidade do suprimento do Zn via injeções sólidas no tronco do cafeeiro, a exemplo do que é feito para suprir Fe a macieiras e pereiras cultivadas em solos calcáreos. Para alcançar esse objetivo foi instalado um experimento preliminar em um talhão de cerca de 0,5 ha, com plantas deficientes em Zn e de aspecto homogêneo, em área experimental da UFV. A área escolhida consta de híbridos Catuaí x Catimor plantados em espaçamento de 3x1 e com 11 anos de idade. Os tratamentos compuseram-se de testemunha (sem fornecimento de Zn), pulverização foliar com Zn SO 4 a 0,4% e KCl a 0,5% e introdução de uma cápsula de 1,77 g contendo sais de Zn na base do tronco das plantas. Cada tratamento contou com 10 repetições, tendo sido as parcelas dispostas na área por sorteio, em delineamento experimental inteiramente ao acaso. As parcelas experimentais constaram de 12 plantas, as duas centrais úteis. Determinaram-se as concentrações de Zn total e Zn ativo em folhas jovens, com mais de 3,5 cm de comprimento, coletadas em ramos produtivos no momento da aplicação dos tratamentos e um mês após. Na segunda avaliação tomaram-se também o conteúdo de Zn total e Zn ativo por folha. Os dados obtidos foram submetidos à análise da variância, sendo as médias comparadas pelo teste de Tukey ao nível de 5% de probabilidade. Os resultados preliminares obtidos permitem verificar que o uso de injeções sólidas em troncos parece ser uma forma promissora de correção da carência de Zn em cafeeiros, resultando em concentrações de Zn ativo semelhantes às obtidas em plantas pulverizadas, um mês após a aplicação.Item Influência da lâmina de irrigação no desenvolvimento e produção do cafeeiro(2003) Teodoro, Reges Eduardo Franco; Melo, Benjamim de; Ferreira, José Geraldo; Severino, Guilhermina Maria; Fernandes, Diomar Lopes; Marcuzzo, Karina Velini; Consórcio Brasileiro de Pesquisa e Desenvolvimento do CaféNo Brasil, a cafeicultura desenvolveu-se nas regiões onde não ocorre deficiência hídrica nos períodos de maiores exigências da cultura. Porém, atualmente existe tecnologia apropriada para torná-la possível em regiões marginais, no que diz respeito ao fator hídrico. A prática da irrigação tem sido usada por cafeicultores de vários municípios da região do cerrado do Triângulo Mineiro, Alto Paranaíba e noroeste de Minas, por meio dos diferentes sistemas de irrigação. Regiões estas até então consideradas marginais, com período extenso de deficiência hídrica. Contudo, ainda faltam informações quanto à lâmina de irrigação adequada para obter maiores produtividades. O trabalho teve como objetivo determinar a melhor lâmina de irrigação para o desenvolvimento e produção do cafeeiro, na região do Triângulo Mineiro. O experimento foi instalado na Fazenda Experimental da Glória, da Universidade Federal de Uberlândia, Uberlândia-MG, numa área de 0,4 hectares. O delineamento experimental utilizado foi o de blocos casualizados. Os tratamentos foram constituídos por oito lâminas de irrigação, calculadas com base na Evaporação do Tanque Classe "A" (ECA) 0%, 30%, 60%, 90%, 120%, 150%, 180% e 210% da ECA, estas aplicadas nas segundas, quartas e sexta feiras. O experimento é irrigado por gotejadores autocompensante, de 3,5 L/h, as aplicações dos tratamentos iniciaram-se em 18/11/2001. A parcela foi constituída por uma linha com oito plantas, sendo consideradas como área útil as quatro plantas centrais. Utilizou-se mudas da cultivar Rubi, que foi plantada em 13/02/2001, no espaçamento de 3,5 x 0,7 m. Diariamente são coletados dados de evaporação do tanque "Classe A", de precipitação e de temperaturas máxima e mínima. Foram realizadas quatro adubações de cobertura e aplicação de micronutrientes via foliar, no período de outubro a março. O controle de plantas daninhas foi feito com a aplicação de herbicidas ao longo da linha de plantio, aliada a roçagens periódicas nas entrelinhas. O controle fitossanitário foi realizado conforme a necessidade. Para a avaliação do desenvolvimento vegetativo, aos dezoito meses após o plantio, foram realizadas coletas das seguintes características: altura de planta, diâmetros de copa e de caule, número de internódios de ramo ortotrópico e comprimento dos ramos plagiotrópicos. Os resultados obtidos aos dezoito meses mostraram efeito linear positivo, para as características de diâmetros de copa e de caule, número de internódios de ramo ortotrópico e comprimento dos ramos plagiotrópicos, em função das lâminas aplicadas para a cultivar Rubi, nas condições de Uberlândia-MG, para todas as características consideradas. A lâmina de irrigação 0% da ECA foi o tratamento que apresentou as menores médias. Faz-se necessário o acompanhamento dos parâmetros por um período maior, como programado, para determinar a melhor lâmina no desenvolvimento vegetativo e também na produção.Item Características químicas e sensoriais de cafés provenientes de alguns municípios produtores da Zona da Mata de Minas(2003) Chagas, Sílvio Júlio de Rezende; Malta, Marcelo Ribeiro; Consórcio Brasileiro de Pesquisa e Desenvolvimento do CaféA topografia montanhosa, a variação da altitude e do clima, condiciona a ocorrência de diferentes microclimas na região da Zona da Mata de Minas, ocasionando a produção de cafés de qualidade inferior, principalmente devido à ocorrência de microorganismos que provocam fermentações indesejáveis. O presente trabalho teve como objetivo principal caracterizar qualitativa, química e sensorialmente cafés produzidos em alguns municí-pios da Zona da Mata de Minas e correlacionar os resultados obtidos com a qualidade do produto final. Foram coletadas amostras de café beneficiado nos anos de 1996/97 e 1997/98 em 10 propriedades cafeeiras de 9 municípios, totalizando 90 amostras. Os municípios selecionados foram os seguintes: Viçosa, Ervália, Matipó, Manhuaçú, Manhumirim, Raul Soares, Caratinga, Divinópolis e Laginha. As amostras foram enviadas ao Labo-ratório de Qualidade do Café da EPAMIG-CTSM em Lavras-MG, onde foram realizadas as seguintes análises químicas: umidade, índice de coloração, acidez titulável total, açúcares (redutores, não redutores e totais), polifenóis, atividade enzimática da polifenoloxidase e análise sensorial (prova de xícara). Pela atividade da polifenoloxidase sobressaíu-se com café de melhor qualidade o município de Ervália, com valores superiores a 67,66 U/min/g de amostra, classificando-se como "bebida estritamente mole". Os municípios de Viçosa, Raul Soares, Matipó, Caratinga e Manhuaçú apresentaram valores da polifenoloxidase entre 57,84 e 60,66 U/min/ g de amostra, sendo classificados como de "bebida dura". Os demais municípios como Manhumirim, Divino e Laginha, apresentaram valores da polifenoloxidase inferiores a 55,99 U/min/g de amostra, sendo classificados como "bebida riada/rio".Item Levantamento do nematóide das galhas Meloidogyne sp. em cafeeiros irrigados no oeste da Bahia(2003) Souza, Sandra Elizabeth de; Amaral, Ramiro Neto Souza do; Santos, Jumara Fernandes dos; Oliveira, Antônia Aiglay S. de; Oliveira, Jordalton Silva; Rocha, Agnaldo Santos; Oliveira, Zilda Angélica Brito; Silva, Erivan Borges da; Santos, Domingos José dos; Araújo, Paulo César M. de; Consórcio Brasileiro de Pesquisa e Desenvolvimento do CaféA Bahia surge como um importante pólo cafeeiro, ocupando o 5º lugar no cenário nacional. A atividade cafeeira no Estado é desenvolvida por aproximadamente dez mil cafeicultores sediados em aproximadamente cem municípios baianos distribuídos em três regiões que possuem características particulares próprias. Assim a região do Atlântico agrega produção de robusta no Sul e Extremo Sul do Estado; a região do Planalto que representa o arábica produzido na Chapada Diamantina, Vitória da Conquista e Brejões, e o Oeste da Bahia que também representa a produção de arábica, onde é cultivado em uma altitude de 750 a 850 metros e temperatura média de 22°C com luminosidade de 3000 bares/ano e a distribuição de chuvas é de 1800 mm, sendo uma região privilegiada quanto aos recursos hídricos. Neste ambiente o café cresce durante todo o ano e já ocupa uma área de 10.532 ha em plena produção, garantindo alta produtividade, a expectativa para a safra 2002/03 de 60 sacas/ha. Esta produtividade é decorrente ao manejo da lavoura que emprega um alto nível tecnológico e caracteriza-se essencialmente pela obrigatória irrigação das lavouras. Cerca de 94% dos cafés são irrigados por aspersão (pivot central). Neste sistema o plantio é feito de forma circular para que o jato de água e os insumos possam ser direcionados e concentrados sobre o planta de café, o que aumenta o aproveitamento da água e a eficiência dos insumos aplicados. Entretanto, 6% dos cafés são irrigados pelo sistema de gotejamento. Neste sistema de produção os solos de textura arenosa e irrigação constante, proporciona um ambiente favorável a ocorrência de fitonematóides, que causam danos ao sistema radicular e, principalmente, agravam qualquer forma de estresse que a planta possa sofrer, seja estresse hídrico, nutricional, fitossanitário, ventos frios, etc., resultando em perdas na produtividade. Entre os nematóides que causam danos ao café, o nematóide das galhas Meloidogyne sp. por sua ampla disseminação no Brasil e alta capacidade destrutiva das raízes do café, o mesmo, tem sido considerado o nematóide mais importante desta cultura. Assim, buscou-se identificar neste estudo a presença de nematóide das galhas Meloidogyne sp. em cafés irrigados do Oeste da Bahia. Cafeeiros irrigados sob pivot central foram inspecionados por Técnicos da UESB e da EBDA, ao visitarem cada pivot de café, observaram o vigor das plantas e retiraram quatro amostras compostas de solo e raízes de café em cada quadrante do pivot. O que totalizou 65 amostras de solo e 65 amostras de raízes de cafés dos municípios de Barreiras, Luís Eduardo Magalhães e São Desidério. Estas amostras foram encaminhadas ao Laboratório de Nematologia da UESB para a extração e identificação de nematóides. De cada amostra, 10 g de raízes foram trituradas em liquidificador com solução de hipoclorito de sódio a 0,5%. Para as amostras de solo foi adotado o método da flutuação centrífuga em solução de sacarose. A detecção dos nematóides foi realizada através da leitura de cada amostra em microscopia óptica, onde procurou-se observar a presença de ovos, larvas e machos do nematóide das galhas Meloidogyne sp. Verificou-se que, as raízes não apresentaram o sintoma típico do patógeno "presença de galhas", e em todas as amostras de cafés irrigados do Oeste Bahia, não foram detectados nenhuma forma de vida de Meloidogyne sp., portanto, negativas para este patógeno. Contudo, em 29,2% das amostras foi detectado o nematóide das lesões Pratylenchus sp. associado com o nematóide espiralado Helicotylenchus sp. Observou-se também a presenças do nematóide Hemicycliophora em 4,6% das amostras. Como não foi constatado a presença do nematóide das galhas nos cafés do Oeste da Bahia, pode-se sugerir aos consultores, extensionistas e cafeicultores o cuidado com as técnicas de prevenção para áreas com novos plantios de café, sempre observando os cultivos anteriores da área e dando preferência para a aquisição de mudas certificadas e fiscalizadas pelo Ministério da Agricultura.Item Avaliação do ácido cítrico na multiplicação e regeneração de calo embriogênico friável de café (Coffea arabica L.)(2003) Junqueira, Cristina Salgado; Teixeira, Joao Batista; Consórcio Brasileiro de Pesquisa e Desenvolvimento do CaféA embriogênese somática em café (Coffea arabica L.) depende da produção de calos embriogênicos friáveis, os quais devem ser multiplicados de tal forma a permitir a produção de um estoque mínimo de células. A multiplicação em meio gelificado, embora possível, não é a forma mais apropriada para induzir um aumento satisfatório do estoque inicial de células embriogênicas. O meio líquido, por sua vez, constitui a forma mais adequada para induzir a multiplicação celular. Visando preparar inóculo de células embriogênicas para uso em biorreatores, amostras de calos embriogênicos friáveis obtidos de folhas de ‘Catuaí Vermelho’ foram inoculadas em meio líquido em Erlenmeyers mantidos sob agitação a 100 rpm, no escuro, sob temperatura de 25-27ºC. A densidade de células inoculadas foi de 10,0 g/L, tendo sido testado ácido cítrico nas concentrações de 0,0; 250,0 e 500,0 mg/L. O meio de cultura utilizado foi o de MS, meia força, suplementado, por litro, de 10 mg de tiamina, 1 mg de piridoxina, 1 mg de ácido nicotínico, 1 mg de glicina, 100 mg de mio-inositol, 10 mg de L-cisteína, 100 mg de caseína hidrolisada, 200 mg de extrato de malte e 2% de sacarose. Como reguladores de crescimento, foram adicionados 2,0 mg/L de 2,4-D, 2,0 mg/L de 2-iP e 1,0 mg/L de IBA. A taxa de aumento no peso da matéria fresca foi calculada pela formula TCR=(lnPFf-lnPFi)/t, sendo PFf o peso da matéria fresca final, PFi o peso da matéria fresca inicial e t o tempo em dias. O tempo de dobramento da material fresco foi calculado pela formula dt=0,693/TCR. O subcultivo foi conduzido a cada 15 dias e a avaliação do peso da matéria fresca, aos 30 dias. A TCR foi maior em todos os tratamentos para os períodos de 30 e 60 dias, variando de 0,0459 a 0,0707 g/g/dia, com um dobramento da matéria fresca a cada 9,8 a 15,1 dias. Por outro lado, a TCR foi consideravelmente menor aos 90 dias de cultivo, com TCR variando de 0,0331 a 0,0390 g/g/dia e um dobramento de peso entre 17,8 a 21,1 dias. Após 30 dias de cultivo em meio de multiplicação, amostras de células embriogênicas foram retiradas e inoculadas em meio de regeneração, contendo meio básico, acrescido de 2,0 mg/L de BAP e 0,25 mg/L de ANA, na ausência de ácido cítrico. A avaliação final foi conduzida após 60 dias de cultivo, com a pesagem total dos embriões, retirada de uma amostra, pesagem e contagem dos embriões na amostra. A TCR dos embriões variou de 0,0380 a 0,0555 g/g/dia, com um tempo de dobramento do peso de 12,5 a 18,3 dias. A TCR foi menor na concentração correspondente a 500,0 mg/L de ácido cítrico. O número de embriões por grama de calos embriogênicos inicialmente inoculados foi de 390, 4.703 e 18.729, respectivamente, para as concentrações de 0,0; 250,0 e 500,0 mg/L de ácido cítrico utilizadas no meio de multiplicação. Pelo menos tomando como referência o presente experimento, a presença de ácido cítrico no meio de multiplicação contribuiu para a manutenção da capacidade regenerativa de embriões a partir de calos embriogênicos de café.Item Estudo e comparação do termistor tipo coeficiente de temperatura negativa (NTC), e do circuito integrado LM 35 para medida da temperatura em campo(2003) Viliotti, Carlos Alberto; Mantovani, Everardo Chartuni; Sugawara, Márcio Takeshi; Vicenzi, Marlos Schuck; Consórcio Brasileiro de Pesquisa e Desenvolvimento do CaféPara que o agricultor possa usufruir de todos os benefícios proporcionados pela irrigação do cafeeiro é necessário a implantação de um projeto em bases técnicas e que este seja manejado por profissionais, utilizando-se tecnologia atual. Deve-se ressaltar que o manejo eficiente desta água está se tornando cada vez mais importante, devido a limitada disponibilidade, o aumento da demanda e a tarifação da água em muitas regiões, estes fatos obrigam à otimização na utilização dos recursos hídricos disponíveis. Para um manejo adequado da irrigação, devemos partir da necessidade hídrica da cultura. Esse parâmetro é definido pela quantidade de água requerida para suprir as perdas ocasionadas pela transpiração da cultura e evaporação da água do solo, ou seja, a evapotranspiração. Para a estimativa da evapotranspiração, utilizam-se cinco variáveis climatológicas básicas: Radiação solar, velocidade do vento, precipitação, umidade relativa e temperatura. Destas variáveis, a temperatura é um dos elementos de grande importância para a atividade agrícola, ela funciona como um indicador do estado energético de um sistema, sendo a energia disponível que determina as velocidades das reações bioquímicas nas plantas, através da quantificação da temperatura pode-se estimar o grau de desenvolvimento e necessidades das plantas submetidas a um sistema de produção. Os métodos atuais de monitoramento da temperatura no campo podem ser manuais, utilizando termômetros, ou através de estações meteorológicas automáticas, que medem e armazenam também outras grandezas físicas de interesse para o manejo da irrigação. Este método começa a se difundir na agricultura brasileira, mas seu elevado custo de aquisição tem impedido uma maior adoção. Este trabalho tem por objetivo avaliar e comparar o uso dos componentes eletrônicos de baixo custo termistor tipo coeficiente de temperatura negativa (NTC) e o circuito integrado LM35 como sensores de temperatura em campo. O termistor tipo coeficiente de temperatura negativa, é um resistor que apresenta um coeficiente negativo de temperatura, cuja resistência decresce com o aumento da temperatura. O circuito integrado LM 35 é utilizado para medição de temperatura, quando ligado a uma diferença de potencial sua saída fornece um sinal em milivolts proporcional à temperatura do ambiente, possui baixo consumo e baixo custo. Os testes foram realizados no campus da Universidade Federal de Viçosa no Departamento de Engenharia Agrícola. Utilizaram-se 2 NTCs de 10 kW e 2 LM 35. Os NTCs foram ligados a circuitos divisores de tensão e conectados a um sistema de aquisição de dados automático ligado a um computador. Para estudo do LM 35, o mesmo foi ligado diretamente a uma diferença de potencial, sua saída fornece um sinal em milivolts que também foi conectada a um sistema de aquisição de dados automático ligado a um computador. Para validação dos sensores NTC e LM 35, como sensores de temperatura, foi conectado ao mesmo sistema de aquisição de dados um termo-higrômetro da marca vaisala (sensor padrão). Os dados foram coletados em intervalos de 1 minuto no dia 17/02 de 2003. No período de coleta de dados a variação da temperatura ambiente foi de 24 a 30 ºC. A temperatura foi determinada através do sensor padrão pela equação x = 100 * y - 40, fornecida pelo fabricante, onde y é a milivoltagem proveniente do sensor e x é a temperatura em graus Celsius. Através da temperatura calculada e das milivoltagens proveniente dos NTCs e LM 35, determinou-se novas equações para o sensores em estudo. As medidas de milivoltagem (x) provenientes dos sensores têm correlação com a temperatura (y): para o NTC, y = -18,54x + 73,605 r² = 0,9948; para o LM 35, y = 99,531x + 1,1857 r² = 0,9944. Os primeiros resultados demonstram que é possível, e economicamente viável, a utilização do NTC e do circuito integrado LM 35 para medição da temperatura em campo. A variação na milivoltagem do termistor NTC foi da ordem de 0,3 mV, enquanto que para os LM 35 a variação na milivoltagem ficou na faixa de 0,6 mV. Porém outros testes terão que ser realizados, quanto à vida útil dos componentes, efeitos da poeira e umidade relativa sobre os mesmos.Item Efeito de doses do polímero hidroretentor no armazenamento de água por substratos alternativos em tubetes de 120 ml(2003) Vallone, Haroldo Silva; Guimarães, Rubens José; Ferreira, Rodrigo de Sousa; Dias, Fábio Pereira; Oliveira, Sirlei de; Carvalho, Jacinto de Assunção; Consórcio Brasileiro de Pesquisa e Desenvolvimento do CaféA utilização de substratos alternativos tem sido objeto de várias pesquisas visando diminuir os custos de produção de mudas ou mesmo, viabilizar a utilização de subprodutos disponíveis na propriedade. No entanto, um bom substrato deve apresentar algumas características como baixa densidade, boa capacidade de retenção de água, alta porosidade, alta capacidade de troca de cátions, ser isento de pragas e doenças, de fácil manuseio e principalmente de custo reduzido. A casca de arroz carbonizada, um subproduto da exploração agrícola abundante em algumas regiões, vem sendo muito utilizada, tanto pura quanto em mistura na composição de substratos para produção de mudas de diversas culturas. Uma técnica ainda muito pouco estudada é a adição de polímeros hidroretentores como condicionadores hídricos de solo, com o objetivo de aumentar a capacidade de armazenamento de água em substratos para mudas, propiciando a produção de mudas de melhor qualidade. Este trabalho foi realizado com o objetivo de verificar o efeito da adição de doses de polímero hidroretentor na capacidade de armazenamento de água em substratos alternativos em tubetes de 120 mL. O experimento foi montado e conduzido em casa de vegetação, no setor de Cafeicultura do Departamento de Agricultura da UFLA no período de 09 a 14/11/2002. O delineamento experimental utilizado foi blocos casualizados (DBC) em esquema fatorial (6x5) com 4 repetições. Cada parcela foi composta por 5 tubetes. Os substratos utilizados foram: a) casca de arroz carbonizada (CAC); b) 70% de CAC + 30% de esterco bovino curtido e peneirado (CAC + E); c) 70% de CAC + 30% de vermiculita (CAC + V); d) 50% de CAC + 50% de substrato comercial Plantmax Hortaliças ht (CAC + S. C.); e) Substrato comercial Plantmax Hortaliças ht (substrato comercial) e f) 70% de terra peneirada + 30% de esterco peneirado (substrato padrão). Em cada um destes substratos foram adicionadas 5 doses de polímero hidroretentor: 0; 4; 8; 12 e 16 kg/m³ de substrato. Inicialmente foram preparados todos os substratos, homogeneizando os mesmos em sacolas plásticas contendo quantidade suficiente para encher todos os tubetes de cada tratamento. Retirou-se uma amostra de cada substrato para a determinação da umidade original. Em seguida foram adicionadas as respectivas doses de polímero para cada tratamento. Encheu-se todos os tubetes e procedeu-se a pesagem de cada tubete contendo o substrato com sua umidade original (P1). Em seguida os tubetes foram colocados em bandejas de isopor, para facilitar a movimentação, foram dispostos em blocos ao acaso e colocados em uma casa de vegetação onde recebeu uma irrigação abundante durante 12 horas, totalizando 100mm de aplicação de água. Após a irrigação, as bandejas com os tubetes foram envoltos por uma lona preta, permanecendo cobertos por 48 horas para que toda a água em excesso drenasse. Transcorrido este período os tubetes foram novamente pesados, estando o substrato no máximo de retenção de água (P2) e sem haver ocorrido evaporação. O armazenamento de água pelos substratos foram quantificados em gramas de água por tubete (P2 - P1). O polímero hidroretentor utilizado como condicionador hídrico de solo foi o de marca comercial Hydrosolo ® , constituído de cadeias poliméricas, micronutrientes (Cu, Zn, Mo e Fe) e bicarbonatos. Trata-se de um pó insolúvel em água, de cor acinzentada e pH entre 5,0 e 5,5. Os resultados obtidos permitiram concluir que os substratos estudados se comportam de maneira diferente quando na presença das doses de polímero hidroretentor utilizadas, quanto ao armazenamento de água. A adição de doses de polímero hidroretentor variando entre 0 e 16 kg/m³ de substrato proporciona um aumento linear no armazenamento de água por tubete em todos os substratos estudados, a exceção do substrato padrão composto de 70% de terra argilosa e 30% de esterco bovino. Os substratos constituídos por pelo menos 70% de casca de arroz carbonizada apresentam maiores médias de armazenamento de água, com destaque para o substrato CAC + V.Item Composição química de 11 marcas comerciais de cafés torrados e moídos e sua relação com a qualidade(2003) Pereira, Rosemary Gualberto Fonseca Alvarenga; Licciardi, Renata; Lopes, Luciana Maria Vieira; Furtado, Elisângela Ferreira; Consórcio Brasileiro de Pesquisa e Desenvolvimento do CaféAlgumas empresas de torrefação, desejando a obtenção de maior rendimento e lucro, muitas vezes, utilizam cafés com percentual elevado de defeitos, materiais fraudulentos como milho, cascas, resíduos vegetais e outros, e adotam a torração escura na tentativa de mascarar os sabores produzidos pela fraude, o que resulta na descaracterização do produto final. As indústrias de torrefação encontram ainda, dificuldades na preservação das características relacionadas ao padrão de qualidade do café torrado e moído adotado pela empresa, devido principalmente, à heterogeneidade da matéria-prima, o café cru. A relevância em conhecer as características do café cru, justifica-se pelo fato da composição química do café cru, ser a responsável pela formação dos compostos originais do sabor e ao aroma do café. Em conseqüência, a variabilidade do café comercializado, está associada à falta de padronização da matéria-prima usada, e leva o consumidor muitas vezes, a adquirir marcas distintas, durante todo o ano, em busca daquela que satisfaça suas exigências. Face ao exposto, tornou-se objetivo deste trabalho averiguar possíveis diferenças na composição química dos cafés torrados e moídos, comercializados em diferentes épocas do ano, para uma mesma marca comercial. Para o experimento, coletou-se seis embalagens de 250g de café torrado e moído de onze marcas comerciais, por repetição, comercializadas na região Sul de Minas Gerais, em estabelecimentos comerciais, nos meses de janeiro, abril e julho de 2000. As amostras receberam identificações por letras de "A" a "L" e foram submetidos às avaliações de açúcares totais, redutores e não redutores, acidez total titulável, pH e polifenóis. As análises foram realizadas nos laboratórios de Grãos e Cereais do Departamento de Ciência dos Alimentos/UFLA, e no Laboratório de Qualidade de Café "Dr. Alcides de Carvalho" da EPAMIG, em Lavras/MG. O delineamento experimental utilizado foi o inteiramente casualizado em esquema fatorial - 3 x 11 (Épocas x Marcas), em 3 repetições. Os dados foram avaliados através do software SISVAR, sendo os resultados submetidos ao teste de Scott Knott a 5% de probabilidade. Através dos resultados observou-se diferença significativa entre as marcas avaliadas e as épocas de coleta; a interação entre as duas foi significativa para todas as variáveis analisadas. Com tudo isso, pode-se comprovar que as marcas comerciais não utilizam matéria prima homogênea para a elaboração dos blends ao longo de um grande período de comercialização. Em três meses, conforme amostragem do presente trabalho, a composição química do café torrado e moído sofreu variações.Item Mobilidade de nitrato no solo em rampas de tratamento de águas residuárias da lavagem e despolpa dos frutos do cafeeiro por escoamento superficial(2003) Matos, Antonio Teixeira de; Pinto, Andressa Bacchetti; Monaco, Paola Alfonsa Lo; Consórcio Brasileiro de Pesquisa e Desenvolvimento do CaféDentre os vários métodos para reduzir a carga orgânica das águas residuárias da lavagem e despolpa dos frutos do cafeeiro (ARC) está o tratamento por escoamento superficial. Neste processo, a água residuária é aplicada em altas taxas na parte superior de uma rampa, geralmente cultivada com forrageiras, ficando sujeita ao escoamento superficial, condição que possibilita sua depuração ao longo da rampa de tratamento. Este método é tido como alternativa viável, tendo em vista o baixo custo de implantação e operação desse sistema de tratamento e a possibilidade de aproveitamento dos nutrientes contidos nessas águas. Contudo, sua aplicação deve ser feita de forma criteriosa para que não venha a concorrer para a contaminação de águas subterrâneas e superficiais. A maior parte do N presente em águas residuárias brutas, ricas em material orgânico, está na forma orgânica, que pode ser mineralizada, liberando para a solução do solo íons inorgânicos do N, principalmente NH4+ e NO3-. O nitrato, por ser um ânion, apresenta grande mobilidade em solos predominantemente eletronegativos, podendo, dessa forma, ser lixiviado com água em percolação (irrigação ou chuvas) e contaminar águas subterrâneas. Diante da importância ambiental no estudo deste elemento, o presente trabalho teve como objetivo avaliar a mobilidade de nitrato no solo em rampas de tratamento de águas residuárias da lavagem e despolpa dos frutos do cafeeiro, pelo método de escoamento superficial. As forrageiras utilizadas foram o azevém (Lolium multiflorum L.), a aveia-preta (Avena strigosa Schreb) e o milheto (Pennisetum americanum L.), cujo semeio delimitou-se em parcelas de 3,0 x 2,0 m (6 m2), com espaçamento de 0,20 m entre linhas de plantio e 1 m entre parcelas, em solo com declividade de 5%. A taxa de aplicação da ARC foi equivalente a 250 kg.ha-1.dia-1 de DBO5, durante 14 semanas, apenas nos dias úteis. Após o término do experimento, em todas as parcelas experimentais foram feitas coletas de amostras de solo, em diferentes profundidades, a fim de se investigarem os possíveis efeitos da aplicação da água residuária da lavagem e despolpa de frutos do cafeeiro na concentração de nitrato no solo. Com base nos resultados obtidos, pôde-se concluir que nas parcelas que receberam ARC, as maiores concentrações de nitrato foram observadas na camada superficial do solo de 0 a 0,10 m, independentemente da forrageira cultivada. Nos cultivos com aveia-preta, a maior concentração de nitrato ocorreu nas parcelas que receberam ARC, em todas as profundidades estudadas, notadamente na camada de 0 a 0,10 m, onde foi encontrada a maior concentração desse íon no solo (72,14 mg.kg-1). Nos cultivos de milheto, as maiores concentrações de nitrato foram observadas nas camadas de 0 a 0,20 m. Dentre as espécies forrageiras estudadas, o azevém demonstrou ser o pior extrator de nitrato no solo, pela notória mobilidade deste no perfil do solo.Item Eefeito da irrigação na produtividade do cafeeiro (Coffea arabica L.)(2003) Gomes, Maurício Carvalho Ribeiro; Bernardo, Salassier; Sousa, Elias Fernandes de; Campostrini, Eliemar; Oliveira, Jurandi Gonçalves de; Vieira, Henrique Duarte; Pinto, José Ferreira; Andrade, Wander Eustáquio de Bastos; Silva, Marcelo Gabetto e; Consórcio Brasileiro de Pesquisa e Desenvolvimento do CaféO estudo das relações hídricas no cafeeiro é de particular interesse, uma vez que pequenas reduções na disponibilidade de água podem diminuir substancialmente o crescimento, ainda que não se observem murcha nas folhas ou quaisquer outros sinais visíveis do déficit hídrico. A redução no crescimento significa menor produção de nós disponíveis para formação de flores, acarretando, por conseqüência, queda na produção de frutos. Desse modo, a compreensão das relações hídricas no cafeeiro e de suas implicações ecofisiológicas pode oferecer subsídios ao técnico e ao cafeicultor, para avaliarem melhor a importância da água para o crescimento vegetativo e reprodutivo dessa cultura, permitindo-lhes, ainda, tomar decisões mais conscientes sobre o manejo global da lavoura e desse caro e escasso componente de produção. Assim, este experimento teve como objetivo avaliar o efeito de diferentes lâminas de irrigação na produtividade e maturação do cafeeiro. Em dois cafezais de plantio adensados (Catuaí 7.150 e Catucaí 5.000 plantas por hectare), representativas do cultivo de café na região, foram testadas sete (07) lâminas de irrigação L0, L1, L2, L3, L4, L5 e L6 representando 0,0; 0,3; 0,5; 0,7; 0,9; 1,0 e 1,1 da "Eto" para o "Catuaí" e seis (06) lâminas de irrigação L0, L1, L2, L3, L4 e L5 representando 0,0; 0,5; 0,7; 0,9; 1,0 e 1,1 da "Eto" para o "Catucaí". Além do incremento em produtividade, pode-se verificar uma tendência de aumentar a produtividade com o incremento da lâmina de irrigação até um determinado valor, a partir do qual há decréscimo de produtividade no cafeeiro. Ajustando-se a relação entre as lâminas aplicadas e as produtividades obtidas a um modelo de segunda ordem, obteve-se um coeficiente de determinação (R 2 ) de 0,95, para a cultivar Catuaí e de 0,90 para a cultivar Catucaí. O ajustamento satisfatório corrobora a hipótese de que a irrigação influenciou produtividade do cafeeiro, nas condições do experimento.As lâminas L1, L2, L3, L4, L5 e L6 proporcionaram produções, respectivamente, 27% (62,4 sc ha-1), 45,4% (71,4 sc ha-1), 53,9% (75,6 sc ha-1), 50,9% (74,1 sc ha-1), 44% (70,7 sc ha-1) e 56,6% (76,8 sc ha-1) superiores à testemunha L0 (49,1 sc ha-1) para o cultivar "Catuaí". As lâminas L1, L2, L3, L4 e L5 proporcionaram produtividades, respectivamente, 76,3% (65,4 sc ha -1 ), 76,8% (65,6 sc ha-1), 76,3% (65,4 sc ha-1), 96,2% (72,8 sc ha-1) e 79,2% (66,5 sc ha-1) superiores à testemunha L0 (37,1 sc.ha-1) para o cultivar "Catucaí". Tais incrementos foram superiores a apresentados em outras regiões do Brasil.Item As principais plantas daninhas que ocorrem em lavouras de café ‘Conilon’ em Ouro Preto do Oeste, Rondônia(2003) Costa, Rogério Sebastião Corrêa da; Santos, Júlio Cesar Freitas; Leônidas, Francisco das Chagas; Rodrigues, Vanda Gorete Souza; Garcia, Alvanir; Consórcio Brasileiro de Pesquisa e Desenvolvimento do CaféO estado de Rondônia é o segundo produtor brasileiro de café da espécie Coffea canephora. Dentre as limitações da exploração cafeeira, destaca-se a intensidade da competição das plantas daninhas. O objetivo deste trabalho foi determinar as principais plantas daninhas que ocorrem na cultura do café "Conilon" em Ouro Preto do Oeste. O experimento foi instalado em dezembro de 1994. O clima segundo Koppen, é tropical chuvoso tipo Aw, cujas características se apresentam por total pluviométrico anual, oscilando entre elevado e moderadamente elevado e com nítido período de estiagem. A média anual de precipitação é de 2.230 mm, com umidade relativa do ar de 82% e temperatura media anual de 25,6°C. A altitude média é de 240 m e o solo é do tipo Podzolico vermelho-escuro com as seguintes características químicas: P = 10 mg/kg; K = 0,39 cmol/kg; Ca + Mg = 3,78 cmol/kg; Ca = 2,88 cmol/kg; Al = 0,00 cmol/kg; pH 5,8 e matéria orgânica = 13,2 g/kg. O ensaio ocupou uma área de 0,6 ha e a cultivar utilizada foi a Conilon da espécie Coffea canephora. O delineamento experimental foi em blocos ao acaso com oito tratamentos em quatro repetições, sendo o espaçamento entre as covas de 4 m x 4 m, com uma planta/cova. Foi utilizado o ensaio onde estava sendo testado diferentes cobertura do solo, visando o controle de plantas daninhas, como palha de café, leguminosa Arachis pintoi, herbicida diuron+paraquat, capina manual e roçagens, sendo determinada à taxa de incidência e o nº espécies invasora após a aplicação do devido controle. As folhas largas apresentaram uma maior diversidade de espécies, com um total de doze espécies enquanto as folhas estreitas apresentaram apenas seis espécies. Entretanto as gramíneas superaram as folhas largas na avaliação de número de plantas/ 8m 2 , 405 plantas de gramíneas contra 268 plantas do tipo folhas largas. Entre as folhas estreitas, as espécies que mais ocorreram foram o capim-navalha (Scleria secans (L.) Urban) e o capim-amargoso (Digitaria insularis L.) Mez & Ekman) e capim colchão (Digitaria horizontalis Willd), enquanto as espécies que menos ocorreram foram capim-marmelada (Brachiaria plantaginea (Link) Hitch) e capim-pé-de-galinha (Eleusine indica (L.) Gaertn). Entre as folhas largas as espécies que mais ocorreram foram trapoeraba (Commelina benghalensis L.); a beldroega (Portulaca oleracea L.) e erva-de-santa-luzia(Euphorbia brasilienses Lam.), enquanto as que menos ocorreram foram carrapicho (Acanthospermum sp.) e o fumo bravo (Solanum erianthum D. Don).