SPCB (03. : 2003 : Porto Seguro, BA) - Resumos Expandidos
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Resultados da Pesquisa
Item Controle natural do bicho mineiro do cafeeiro no início do período seco(2003) Pereira, Eliseu Jose Guedes; Picanço, Marcelo Coutinho; Guedes, Raul Narciso Carvalho; Fernandes, Flávio Lemes; Crespo, A. L. B.; Rosado, Jander Fagundes; Consórcio Brasileiro de Pesquisa e Desenvolvimento do CaféO bicho mineiro do cafeeiro Leucoptera coffeella (Guérin-Méneville) (Lepidoptera: Lyonetiidae) é praga chave da cafeicultura devido a sua ocorrência generalizada nos cafezais e aos grandes prejuízos causados. Seu ciclo biológico varia de 19 a 87 dias (ovo: 5-10 dias, larva: 9-40 dias e pupa: 4-26 dias) e a longevidade do adulto é de 15 dias. As larvas se alimentam do parênquima foliar formando minas, o que causa redução da área fotossintetizante e senescência precoce das folhas atacadas causando grandes prejuízos na lavoura. Dentro da filosofia do Manejo Integrado de Pragas, há a necessidade de se conhecer quais os fatores que interferem na intensidade de ataque das pragas às culturas. Entre esses fatores, os mais importantes são o controle biológico natural, os fatores climáticos e as características da planta hospedeira. Esta pesquisa foi realizada em lavoura de café Catuaí em fase de produção no Campus da Universidade Federal de Viçosa, em Viçosa, MG. Foram estudados os fatores de mortalidade natural do bicho mineiro no período seco (maio a junho de 2002) em folhas pertencentes aos terços apical, mediano e basal do dossel. Também determinaram-se os fatores mais importantes de mortalidade para o bicho mineiro do café para as fases de ovo, larva e pupa durante o transcorrer do período de avaliação. Na avaliação da mortalidade nas fases de ovo, larva e pupa foram utilizados três talhões do cafezal, onde foram marcados 1050 ovos, minas e pupas de até um dia de idade em cada época nos terços apical, mediano ou basal do dossel, sendo 350 em cada um destes terços. Nessas fases foram monitoradas, ao longo dos dias, as causas de mortalidade ocorridas Na avaliação do impacto das chuvas sobre a mortalidade de larvas de L. coffeella após a ocorrência de precipitações, foram coletadas 300 folhas minadas que possuíam larvas (100 por terço do dossel). Essas folhas foram levadas para o laboratório e as minas foram abertas sob microscópio estereoscópio. As larvas que estavam mortas recentemente em minas inundadas por água da chuva foram consideradas mortas por este fator. Na avaliação da mortalidade de larvas por entomopatógenos foram coletadas 300 folhas minadas em cada época de avaliação (100 em cada terço do dossel), sendo as folhas levadas ao laboratório e as minas abertas sob microscópio estereoscópio com capacidade de aumento de 10 a 45 vezes. As larvas que apresentavam sintomas de doenças fúngicas, bacterianas ou viróticas segundo sintomatologia descrita foram consideradas mortas por tais fatores. Na avaliação do parasitismo e distúrbios nas ecdises, em cada época do ano foram coletadas 300 folhas minadas contendo larvas nas quais avaliou-se a taxa de parasitismo. Para tanto, as larvas foram criadas no Laboratório de Manejo Integrado de Pragas do DBA/UFV, sob temperatura, umidade e fotoperíodo ambiente. foram utilizados potes plásticos de 500 ml de capacidade, perfurados em suas tampas e telados com organza. No interior destes, as folhas coletadas foram acondicionadas e mantidas com o pecíolo imerso em água. Os parasitóides que emergiam eram retirados, contados e separados por morfoespécie. Após o término do período larval, a porção das folhas contendo pupas foi cortada e colocada em vidros transparentes de 10 mL de capacidade os quais foram mantidos sob temperatura, umidade e fotoperíodo ambiente. Esses recipientes foram tampados com parafilme com perfurações de cerca de 1 mm de diâmetro. No interior dos frascos foram colocados pedaços de algodão hidrófilo umedecidos para se evitar a dessecação das pupas. À medida que os adultos de L. coffeella e os parasitóides emergiam eles eram retirados dos frascos e contados. Os parasitóides foram separados por morfoespécie e enviados a especialistas na identificação destes insetos. Após o final da fase larval, as minas nas quais não emergiu nenhum parasitóide e em que não se observou nenhum furo de saída da larva para empupar foram abertas para a avaliação das causas da morte. As larvas que não apresentaram nenhum sintoma de morte por entomopatógenos foram consideradas mortas por distúrbios nas ecdises. A mortalidade natural de L. coffeella foi semelhante nos três terços do dossel do cafeeiro. A fase crítica de mortalidade para L. coffeella foi a de ovo seguida da larval. Os fatores chave de mortalidade de L. coffeella foram inviabilidade de ovos, o impacto das chuvas em ovos recém-ovipostos e larvas e, o parasitismo de larvas por Hymenoptera sp. O tamanho da população de L. coffeella no período seco do ano foi determinada pela combinação das mortalidades nas fases de larva e pupa. Os fatores mais importantes de mortalidade de ovos de L. coffeella foram a inviabilidade destes e a predação por artrópodes. Os fatores mais importantes de mortalidade de larvas foram os Vespidae predadores e muda incompleta. Os fatores mais importantes de mortalidade de pupas foi o parasitismo por Orgilus niger Penteado-Dias (Hymenoptera: Braconidae) e má formação da pupa.Item Seletividade de inseticidas e fungicidas ao fungo entomopatogênico Beauveria bassiana (Bals.) Vuill.(2003) Mourão, Sheila Abreu; Vilela, Evaldo Ferreira; Guedes, Raul Narciso Carvalho; Zambolim, Laércio; Tuelher, Edmar de Souza; Cooperativa dos Cafeicultores do Triângulo MineiroEstudos de toxidade relativa dos inseticidas pertencentes aos grupos: fosforados (clorpirifós-metílico, dissulfoton, etiom, paratiom-metílico); clorado (endosulfam), da mistura do fungicida/inseticida triadimenol (15g/kg)/ dissulfotom (75g/kg) e dos fungicidas inibidores da demetilação de esteróis (triadimenol e tebuconazole) ao fungo entomopatogênico Beauveria bassiana (Bals.) Vuill foram realizados em condições de laboratório. As concentrações dos pesticidas que inibiram 99% do crescimento micelial do fungo em miligramas do ingrediente ativo/ml foram: 0,42; 1,69; 6,53; 14,42; 31,75; 7.028,96; 10.326,76 e 763.959,86 para tebuconazole, paration-metílico, triadimenol, triadimenol 15g/kg + dissulfotom 75g/kg, clorpirifós-metílico, ethiom, endossulfam e dissulfotom, respectivamente. As equações de regressão da inibição do crescimento micelial (%) em função da dose, obtidas através de ensaios in vitro em meio batata-ágar-destrose (BDA) impregnado com os ingredientes ativos destes compostos, foram usadas para avaliar a seletividade das doses prescritas para cafezais, pelos seus respectivos fabricantes. Tebuconazole, paratiom-metílico e clorpirifós-metílico foram altamente tóxicos a esse fungo entomopatogêno; endossulfam e triadimenol 15g/kg + dissulfotom 75g/kg apresentaram seletividade moderada; enquanto triadimenol, ethiom e dissulfotom mostraram-se seletivos em favor do fungo.Item Unidade amostral para avaliação do bicho mineiro em folhas do terço apical do cafeeiro(2003) Oliveira, Ivênio Rubens de; Picanço, Marcelo Coutinho; Guedes, Raul Narciso Carvalho; Semeão, Altair Arlindo; Gontijo, Lessando Moreira; Consórcio Brasileiro de Pesquisa e Desenvolvimento do CaféO bicho mineiro do cafeeiro Leucoptera coffeella (Guérin-Méneville) (Lepidoptera: Lyonetiidae) é praga chave do café. As larvas se alimentam do parênquima foliar formando minas, causando sérios prejuízos à cafeeicultura. Nos programas de manejo integrado é necessário a determinação da unidade mais adequada à sua amostragem afim de reduzir o uso de inseticidas. Assim esse trabalho objetivou determinar a unidade amostral para o bicho mineiro do cafeeiro, L. coffeella. Esse trabalho foi realizado em lavouras na região de Viçosa, MG. Foram realizadas análise de correlação de Pearson a p<0,05 entre as densidades absolutas e densidades relativas de minas. Foram calculadas as densidades absolutas do Bicho mineiro L. coffeella nas plantas e as densidades relativas nos terços do dossel (apical, mediano e basal), tipos de ramos (primário e secundário), face de exposição do sol (poente e nascente) e posição do par de folha no ramo (1º ao 8º nó). As correlações (r) entre as densidades de Leucoptera coffeella no terço apical do dossel em termos de minas com lagartas/folha com estas densidades nas faces direita e esquerda da planta foram r = 0,79, t = 7,39 e p < 0,001 e r = 0,68, t = 5,11 e p < 0,001, respectivamente. Os coeficientes angulares (b) com os intervalos de confiança das curvas de densidades de L. coffeella nas faces direita e esquerda em função das densidades no terço apical do dossel em termos de minas com lagartas/folha foram 0,99 (0,86 -1,12), 0,95 (0,76-1,13), respectivamente. Considerando ramos primários e secundários foram r = 0,94, t = 16,42 e p < 0,001 e r = 0,00, t = 0,00 e p = 0,5000, respectivamente. As correlações (r) entre as densidades de Leucoptera coffeella no terço apical do dossel em termos de minas com lagartas/folha com estas densidades nas folhas inseridas nos nós 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7 e 8 independente do tipo de ramo foram r = -0,22, t = -1,25 e p =0,1109, r = 0,07, t = 0,41 e p = 0,3420, r = 0,68, t = 5,23 e p =0,00005, r = 0,66, t = 4,92 e p =0,00005, r = 0,83, t = 8,58 e p =0,00005, r = 0,69, t = 5,35 e p =0,00005, r = 0,29, t = 1,68 e p =0,0517, r = 0,31, t = 1,77 e p =0,0436, respectivamente. Os coeficientes angulares (b) com os intervalos de confiança das curvas de densidades de L. coffeella nas folhas inseridas nos nós 4, 5 e 6 independente do tipo de ramo em função das densidades no terço apical do dossel em termos de minas com lagartas/folha foram 1,57 (1,25 - 1,89), 3,05 (2,69 - 3,41), 2,68 (2,18 - 3,18), respectivamente. Folhas localizadas em qualquer das duas faces, no ramo primário e nós 5 e 6 do terço apical do dossel representaram adequadamente a variabilidade do ataque de L. coffeella em termos de minas com lagarta/folha, constituindo pois a melhor unidade amostral.Item Relações entre as densidades de Vespidae e do bicho mineiro no cafeeiro(2003) Pereira, Jardel Lopes; Silva, Flávio Marquini da; Picanço, Marcelo Coutinho; Guedes, Raul Narciso Carvalho; Fernandes, Flávio Lemes; Consórcio Brasileiro de Pesquisa e Desenvolvimento do CaféO bicho-mineiro Leucoptera coffeella (Guérin-Mèneville & Perrottet, 1842) (Lepidoptera: Lyonetiidae) constituí um dos principais problemas fitossanitários da cafeicultura brasileira. É comum esse inseto-praga alcançar o nível de controle nas condições dos ecossistemas cafeeiros. Até a década de 40, a regulação das populações desse inseto ocorria mediante controle biológico natural e técnicas culturais. Com o surgimento dos inseticidas clorados, as técnicas de controle cultural e biológico foram abandonadas e, em muitos casos, o uso contínuo de inseticidas causou desequilíbrios ecológicos e, em conseqüência, um colapso nos sistemas de controle de insetos-praga. Uma alternativa para minimizar os prejuízos causados pelo uso indiscriminado dos produtos químicos é o uso e incremento do controle biológico. Vários estudos nessa área têm revelado as vespas como os inimigos-naturais chaves do bicho-mineiro, elas atuam raspando as minas e se alimentando das larvas que se encontram no interior destas. Assim este trabalho teve por objetivo estudar as relações densidades dependente entre as hymenoptera: vespidae predadoras e as intensidades de ataque do bicho mineiro do cafeeiro. Este trabalho foi realizado em lavouras comerciais de café da variedade catuaí no município de Viçosa, MG. As lavouras foram divididas em talhões uniformes de modo a garantir a cobertura das lavouras e eliminar tendências direcionais.monitoraram-se durante um ano as intensidades de ataque do bicho mineiro (em termos de minas/folha ) e as taxas de predação desta praga por hymenoptera: Vespidae (em termos de minas predadas/folha ), realizou-se analise correlação de pearson entre as intensidades de ataque do bicho mineiro do cafeeiro e as taxas de predação dos himenópteros: Vespidae. Verificou-se que o número médio de minas de L. coffeella nas folhas apicais, medianas e basais do cafeeiro apresentou correlação positiva com o número médio de minas predadas sendo r = 0,63, 0,67 e 0,64 respectivamente. Verificou-se que o número médio de minas predadas por Vespidae por par de folhas foi maior nos meses de janeiro, fevereiro e março nos três dosseis da planta (ápice, meio e base) com médias variando de 1,5 à 3 minas predadas por folha.