SPCB (03. : 2003 : Porto Seguro, BA) - Resumos Expandidos

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    Criopreservação de sementes de Coffea racemosa
    (2003) Ribeiro, Francisca Neide S.; Eira, Mírian T. S.; Reis, Raimunda B.; Guerreiro, Oliveiro; Fazuoli, Luiz Carlos; Consórcio Brasileiro de Pesquisa e Desenvolvimento do Café
    O Banco de Germoplasma de Coffea do Instituto Agronômico de Campinas conta com vinte, das cerca de 80 espécies atualmente descritas, além de inúmeras introduções, formas botânicas e cultivares exóticas de Coffea arabica e C. canephora, as principais espécies cultivadas do gênero. Trata-se de uma grande reserva gênica constituída por genótipos resistentes a estresses bióticos e abióticos, com ciclo de maturação precoce dos frutos, atributos especiais relacionados à qualidade de bebida e inúmeras outras características de interesse para o melhoramento do cafeeiro. Coffea racemosa é uma das mais importantes espécies em coleção. Originária das Savanas de Moçambique e sul da Tanzânia, a espécie apresenta resistência à seca e temperaturas mais elevadas e é extremamente precoce em relação ao desenvolvimento e maturação dos frutos, que em Campinas é de cerca de 90 dias. Além disso, apresenta nível reduzido de cafeína e resistência ao bicho mineiro do cafeeiro, principal praga de C. arabica no Brasil. Tradicionalmente, a conservação ex situ desse valioso germoplasma é realizada mediante a manutenção de plantas vivas em coleções de campo, uma vez que as sementes de Coffea não sobrevivem por longos períodos sob as condições convencionais - grau de umidade de 5±2% e temperatura de -18°C - recomendadas para Bancos de Germoplasma. No campo, tais condições constituem riscos efetivos de erosão genética devido a baixa adaptação às condições ambientais, à incidência de pragas e doenças, além de envolverem um grande custo financeiro e de mão de obra. Assim, o desenvolvimento de técnicas alternativas de conservação a longo prazo dos recursos genéticos de Coffea spp. vem a ser uma importante prioridade. Neste sentido, este trabalho teve como objetivo o estudo de protocolos de conservação de sementes de Coffea racemosa a médio e longo prazo. Foram avaliados dois acessos - H6593 e H6608 - procedentes do IAC, que foram armazenados sob temperaturas de 5ºC, -20ºC e -196ºC por até 12 meses. Resultados distintos foram observados: sementes do acesso H6608 perderam vigor, sendo a viabilidade inicial igual a 55%, enquanto o poder germinativo inicial de sementes do acesso H6593 foi de 98%. A viabilidade inicial das sementes de ambos os acessos foi mantida em criopreservação (-196°C). Já sob temperaturas de 5°C e -20°C, houve perda de viabilidade durante o período de armazenamento, que foi mais acentuada no acesso de menor vigor.
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    Resistência de Coffea richardii a Leucoptera coffeella
    (2003) Matthiesen, Sílvia Chebabi; Ramiro, Daniel Alves; Guerreiro, Oliveiro; Consórcio Brasileiro de Pesquisa e Desenvolvimento do Café
    O Instituto Agronômico de Campinas (IAC) realiza desde o início da década de oitenta pesquisas visando à obtenção de variedades de Coffea arabica resistentes ao bicho mineiro do cafeeiro (Leucoptera coffeella), principal praga da cultura. As plantas resistentes são obtidas através de cruzamentos convencionais seguidos de retrocruzamentos sucessivos para C. arabica, utilizando-se como fonte genética de resistência, as espécies diplóides Coffea racemosa e Coffea stenophylla, pertencentes ao Banco de Germoplasma do IAC. Nos últimos anos, o desenvolvimento da biologia molecular e a efetivação do projeto genoma café vêm fornecendo ferramentas para a utilização de outras fontes de resistência para o inseto, ampliando em importância as demais espécies do gênero Coffea, mantidas pelo IAC. Algumas espécies malgaches recentemente, introduzidas no Banco de Germoplasma apresentam especial interesse para o melhoramento genético, sobretudo em função da ausência de cafeína nas sementes. Neste trabalho procurou-se avaliar também a resistência ao bicho mineiro de plantas pertencentes a uma destas espécies. Foram testados 22 indivíduos da espécie C. richardii, mantidos em casa de vegetação. De cada planta retirou-se 3 folhas desenvolvidas, as quais foram fixadas pelo pecíolo em suporte de isopor para a infestação em gaiolas de criação do inseto, mantidas pelo IAC. Após a postura, foram cortados 3 discos de 1 cm de diâmetro por folha, cada qual contando com 3 ovos, mantidos em câmara úmida por 10 dias. A avaliação das lesões foi feita mediante a escala de pontos de 0 a 4, sendo 0 a ausência de penetração da lagarta no mesófilo foliar e 4 a lesão clássica causada pelo inseto em plantas suscetíveis. Como controle foram utilizadas folhas da cultivar Mundo Novo de C. arabica, suscetível ao bicho mineiro. Os resultados demonstraram que as plantas avaliadas são altamente resistentes à praga, sendo que 16 entre as 22, ou 73%, apresentaram uma nota média dos discos entre 0 e 1; as plantas restantes obtiveram notas médias entre 1 e 2, o que representa ausência de dano significativo e impedimento de desenvolvimento do inseto. Do total avaliado, 7 plantas obtiveram nota média igual a 0, ou seja, ausência de penetração da lagarta no interior da folha. As folhas da variedade utilizada como controle apresentaram nota média igual a 4. O tempo de eclosão das lagartas foi de 5 dias após a oviposição nas folhas de Mundo Novo, e 7 dias nas folhas de C. richardii.
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    Obatã Amarelo IAC4739, uma nova seleção de café de frutos amarelos derivada de Obatã
    (2003) Fazuoli, Luiz Carlos; Medina, Herculano Penna; Gonçalves, Wallace; Guerreiro, Oliveiro; Silvarolla, Maria Bernadete; Braghini, Masako Toma; Gallo, Paulo Boller; Consórcio Brasileiro de Pesquisa e Desenvolvimento do Café
    A progênie Obatã Amarelo IAC 4739 é proveniente de um provável cruzamento natural da cultivar Obatã IAC 1669-20 com ‘Catuaí Amarelo’ ocorrido em um experimento estabelecido em Garça na área experimental Dr. Alcides Carvalho da Garcafé. A cultivar Obatã IAC 1669-20 que lhe deu origem foi desenvolvida no IAC de Campinas e é resultante de uma hibridação inicial de Villa Sarchi com o Híbrido de Timor (CIFC 832/2) efetuada no Centro Internacional das Ferrugens do Cafeeiro (CIFC), em Oeiras, Portugal. Posteriormente, em Campinas ocorreu um provável cruzamento natural entre um cafeeiro de uma progênie F 2 do híbrido inicial e outro da cultivar Catuaí Vermelho de Coffea arabica e que após várias gerações de seleção resultou na cultivar Obatã, que apresenta elevada resistência à ferrugem, ótima produtividade, porte baixo, frutos vermelhos maiores que as da cultivar Catuaí e com maturação tardia. No processo de seleção, um experimento foi estabelecido em Garça na área experimental Dr. Alcides Carvalho, que contava também com progênies de cafeeiros Catuaí Amarelo utilizadas como testemunha. Sementes da planta original IAC 1669-20, cova 16 B desse experimento foram retiradas por diversos anos. Neste processo foram identificadas nas gerações seguintes plantas de frutos amarelos com as mesmas características da cultivar Obatã IAC 1669-20, resultantes provavelmente de cruzamentos naturais entre cafeeiros Obatã e Catuaí Amarelo. As primeiras seleções de plantas amarelas de Obatã foram efetuadas em 1992 na Estação Experimental de Mococa em um campo de seleção e posteriormente em 1999 em outra plantação de cafeeiros Obatã em Campinas. Outras seleções foram efetuadas em Alfenas-MG na fazenda Capoeirinha, em Garça na fazenda da Mata, em Franca e em outros locais. Sementes das melhores plantas de frutos amarelos foram retiradas por várias vezes e os cafeeiros obtidos foram plantados com a finalidade de avaliar o seu potencial produtivo. A progênie derivada da cultivar Obatã que apresenta boa produção, frutos amarelos e resistência à ferrugem foi designada por Obatã Amarelo e recebeu a sigla IAC 4739.
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    Características morfológicas e agronômicas de espécies de café
    (2003) Aguiar, Adriano Tosoni da Eira; Fazuoli, Luiz Carlos; Guerreiro, Oliveiro; Silvarolla, Maria Bernadete; Favarin, Jose Laercio; Consórcio Brasileiro de Pesquisa e Desenvolvimento do Café
    As espécies de café distribuem-se, geograficamente, em uma ampla região do continente Africano, em Madagascar e regiões circunvizinhas. Apresentam enorme variabilidade em relação às características morfológicas de folhas, flores, frutos e sementes, caracteres agronômicos e bioquímicos. Além disso, constituem importantes fontes de resistência a agentes bióticos e abióticos as quais vêm sendo aproveitadas em programas de melhoramento. No entanto, para que a utilização de características de interesse possa ser potencializada pelos melhoristas torna-se necessário a prévia caracterização e avaliação desse germoplasma. O presente trabalho teve por objetivo a caracterização morfológica e agronômica de cafeeiros do Banco de Germoplasma do Instituto Agronômico de Campinas pertencentes às espécies Coffea canephora, C. congensis e híbridos interespecíficos entre elas. As plantas foram avaliadas quanto às características das folhas (comprimento, largura, cor do broto, cor das folhas adultas, forma, ondulação das bordas, intensidade da ondulação das bordas, domácia e pubescência) e de sementes (comprimento, largura, espessura, cor do endosperma, tonalidade e grau de aderência da película prateada), assim como agronômicas (ciclo de maturação, índice de avaliação visual e resistência a Hemileia vastatrix). Os resultados demonstraram a existência de variações significativas para as características foliares e ao índice de avaliação visual entre as cultivares de C. canephora e híbridos interespecíficos quando comparadas com C. congensis. Com relação às características de sementes, ciclo de maturação e resistência à H. vastatrix, estas variaram entre e dentro das cultivares e espécies analisadas. Outras características, como por exemplo resistência ao bicho-mineiro (Leucoptera coffeella), a nematóides e químicas estão também sendo investigadas. Estes resultados foram documentados e incorporados ao acervo científico do Banco de Germoplasma de Coffea do IAC, possibilitando, de forma segura e confiável, a utilização das plantas de interesse em futuros programas de melhoramento.