SPCB (03. : 2003 : Porto Seguro, BA) - Resumos Expandidos

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    Análise do padrão espacial da atrofia dos ramos do cafeeiro nas regiões Sul e Zona da Mata de Minas Gerais
    (2003) Barbosa, Juliana Franco; Souza, Ricardo M. de; Pozza, Edson Ampélio; Boari, A. J.; Oliveira, Luciene R. de; Almeida, Anderson Resende; Consórcio Brasileiro de Pesquisa e Desenvolvimento do Café
    O agente etiológico da atrofia dos ramos do cafeeiro (ARC) é Xylella fastidiosa, uma bactéria fastidiosa limitada ao xilema e transmitida por cigarrinhas Hemipteras (Cicadellidae). Além dessas informações, pouco se sabe sobre a epidemiologia desta doença. O presente trabalho objetivou estudar o progresso da atrofia dos ramos do cafeeiro no tempo e o padrão das plantas afetadas, visando caracterizar a distribuição espacial da doença em duas regiões do Estado de Minas Gerais: Sul e Zona da Mata. Antes do início do estudo do padrão espacial da ARC, foi realizado o acompanhamento dos sintomas característicos da doença no campo, pois os sintomas podem ser confundidos com deficiência mineral e associação com outros patógenos. A confirmação dos sintomas foi realizada a partir de 30 amostras coletadas e analisadas por PCR. Por meio da avaliação dos sintomas da atrofia dos ramos do cafeeiro, foram mapeados talhões de 1200 plantas, sendo 12 linhas de 100 plantas. Foram analisados três talhões de café da cultivar Catuaí Vermelho de três em três meses em duas regiões do município de Lavras, MG. O padrão atual da atrofia dos ramos do cafeeiro foi avaliado em uma única avaliação no mês de setembro. Foram avaliados nove talhões distribuídos nos municípios de Lavras, Varginha, Elói Mendes, Araponga e Canaã, MG. As plantas de cada talhão apresentavam intervalos de idade diferentes. Foram coletadas as coordenadas geográficas das lavouras, em cada município, com o emprego do sistema de posicionamento geográfico GPS. O mapeamento da área foi feito a partir de dados binários (presença ou ausência de sintomas) anotados para cada planta. Para uma nova avaliação, as plantas sintomáticas foram adicionadas aos mapas anteriores, obtendo-se assim o número acumulado de plantas com a ARC e a sua posição. Foi considerado que uma planta de café sintomática numa avaliação será sempre doente nos mapas seguintes, mesmo não apresentando sintomas em algumas das avaliações posteriores. Para o estudo do padrão espacial, foram aplicadas as seguintes análises: seqüências ordinárias, índice de dispersão e análise de dinâmica e estrutura de focos. Em todos os talhões avaliados, considerando-se a área como um todo, foi observada uma tendência à agregação ou formação de reboleira. Nas avaliações individuais, alguns talhões apresentaram padrão aleatório ou casualizado. O padrão das plantas com distribuição aleatória foi evidente em lavouras mais novas, no início da epidemia. O número de focos cresceu com o aumento da incidência da doença. Os focos da ARC diminuíram sua compacidade conforme a incidência aumentou. Os focos apresentaram tamanhos, em média, inferiores a três plantas. O aumento no número médio de plantas por foco seguiu um padrão exponencial. Em contrapartida, a porcentagem de focos unitários diminui conforme o aumento na incidência.