A Rural
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Item Para a fixação de uma política cafeeira constante e consciênte(1950-11) Maurino, VicenteA <> convocada, e em boa hora, pelo Centro de Comércio do Café do Rio de Janeiro, traduz o anseio nacional pela fixação das bases de uma política cafeeira constante, e diríamos melhor, consciente.Item O pensamento da SRB, na mesa redonda dos produtores e exportadores de café(1950-12) Cardoso, Francisco Malta“Tem a palavra o dr. Malta Cardozo. O SR. MALTA CARDOZO – Sr. Presidente, já se passou o tempo em que se considerava o ponto de vista da lavoura diferente e até certo ponto antagônico àquele comércio. [...] Há pouco tempo cogitou-se de criar uma quota de sacrifício para assegurar o preço do café no país, quando interviemos, em nome da Sociedade Rural Brasileira para mostrar que não nos era dado produzir café barato. Teríamos de produzi-lo por preço justo, sob pena de praticarmos imoralidade, de um lado ou de outro. Toda essa incompreensão decorre da complexidade do meio econômico. Assustamo-nos cada dia com o quadro das emissões brasileiras e é desse quadro emissionista que vem a exploração constante que caminhamos para o câmbio múltiplo ou para a desvalorização da moeda, notícia desmentida em boa hora.”Item Impossibilita-se o sustento ao cafeeiro que sempre sustentou o Brasil(1955) Lotti, BrunoA queda vertical da produtividade, seja do café como dos demais produtos agrícolas, tem a sua causa primacial na insensatez. Mas, nem a carestia, nem o exagerado preço da produção e da vida, conseguem despertar o bom senso para a realidade de uma situação precaríssima, para a eliminação de suas causas. A ninguém é permitido desconhecer a penúria franciscana de elementos nutritivos básicos em nossas terras, desgastadas pelo fogo, pelas culturas predatórias, irracionais e ininterruptas, bem como pela vandálica erosão. Pretender abundância de colheitas, sem adubação, em tais circunstâncias, seria exigir o impossível. O desinteresse meridional pela adubação racionalizada, é o maior pecado mortal, a pesar sobre a consciência da Nação [...] Até para culturas de reconhecida e elevada intensidade econômica, como a do café, tornaram-se proibitivos os fertilizantes [...] A recuperação cafeeira, esperança da recuperação econômica nacional, tornou-se agora mera utopiaItem A situação do café(1955-02) Telles, Antonio de QueirosO infeliz decreto federal de 3 de junho que estabeleceu o preço mínimo de 87 cents foi a gota d'agua que transbordou o recipiente transformando uma situação promissora em tétrica. Tivesse o governo de então pelo Ministério da Fazenda ponderado devidamente e com ponderação e prudência tomado suas providências não se mostrando afoitamente favorável a uma demarcação de limite mínimo de preço que não correspondia à realidade porque era fictícia, fruto de especulações bolsistas, portanto de cotações anormais que não representavam a realidade, e teríamos por certo evitado tamanho descalabro.Item Monumento ao café: inauguração solene do Parque Ibirapuera no dia 25 de janeiro(1955-02)A idéia da ereção do Monumento ao Café, deve-se ao Sr. Guilherme de Almeida, presidente da Comissão do IV Centenário, pois foi ele quem sugeriu á Sociedade Rural Brasileira a concretização da ideia. Acolhendo a sugestão, a Sociedade Rural Brasileira, juntamente com outras entidades representativas das classes produtoras do Estado, se empenhou em providenciar a ereção de um monumento que simbolizasse a pujança do ‘ouro negro’ na economia nacional e assinalasse a sua influência na civilização brasileira. Para dirigir a campanha pela construção do monumento foi organizada uma Comissão Promotora, formada de representantes de varias entidades de prestigio [...] Erigido no Parque do Ibirapuera, em rua que passará a se denominar Avenida do Café, o monumento, símbolo e glorificação da planta cujos frutos constituem o produto básico da economia brasileira, é de autoria do escultor Francisco Zeri. Assentado sobre um pedestal de granito, que contem um punhado de terra de cada um dos municípios cafeeiros de São Paulo, ergue-se a arvore simbólica do café, fundida em bronze platinado com 4 metros de altura por 2,50 m de largura. Tem, na parte central, as características do café em plena colheita. Os frutos, em sua maioria, são dourados.Item Os produtores de café e a situação econômico-financeira do Brasil(1955-03) Ortiz, Canuto Waldemar NogueiraAo general Juarez Tavora, o sr. Canuto Valdemar Nogueira Ortiz endereçou a seguinte carta, acerca da situação do café: “Ilustre sr. General Juarez Tavora – Palácio do Catete – Rio – Prezado Senhor. Permita-me, sr. General, que um caboclo do sertão paulista, afeito ao trabalho da terra, tome alguns instantes de seu conhecimento a verdadeira situação dos produtores de café, face ao gravíssimo problema econômico financeiro que o país atravessa.Item O jornal "O Estado de São Paulo" e a lavoura de café(1955-03) Lima, Antônio Alves deO “Estado de São Paulo” publicou, há poucos dias, dois grandes artigos, “A responsabilidade pela crise cafeeira” e “Nova orientação da política cafeeira”, que devem ser respondidos pelos líderes das entidades representativas da lavoura, que que são visadas diretamente.Item O café(1955-04) Picchia, Menotti DelA alegria e a esperança, o pânico e o drama são, no Brasil, o café. Assisti na Câmara, diante da situação lamentável a que nos conduziram os responsáveis pela sua política, aos mais decepcionantes debates sobre o nosso supremo caçador de divisas. Lavrador de café que fui, pensei, com pena, na sorte dos meus ex-colegas, nos cafeicultores que morreram nas suas fazendas realizando, nesta parte da América, uma lavoura épica, a maior lavoura sistematizada de todo o universo. Segui o heroísmo de tanto caboclo e colono que derrubou mata, queimou coivaras, suou anos a fio para ver os seus soldados verdes marcharem pelo espigão, à procura da riqueza nacional, sobrarem a escarpa, saltar as aguadas e valadas e continuar sua marcha gloriosa rumo ao Paraná.Item Monumento ao café: sua inauguração do Parque do Ibirapuera como parte das festas do IV Centenário da Cidade de São Paulo(1955-04)Conforme tivemos ocasião de noticiar, inaugurou-se, no Parque do Ibirapuera, nesta Capital, ao fundo de uma avenida arborisada com cafeeiros, como parte do programa das comemorações do IV Centenário da Fundação de São Paulo, o „Monumento ao Café‟. A magnífica obra de arte do distinto escultor italiano Francisco Zeri, há muitos anos domiciliado entre nós, mereceu, pela maneira como interpretou no bronze a preciosa planta simbólica da riqueza e da civilização paulistas, os mais francos elogios e justificada admiração.Item O café antes e após a suspensão das compras pelo I.B.C(1955-06) Telles, Antonio de QueirosCorria o mês de abril com os negócios cafeeiros em início de movimentação após o período de apatia, dando manifestos sinais de animação com preços em lenta mas decidida ascendência para o disponível. A confiança, fator principal nesse comércio começava a se restabelecer, após tumultuoso período de sobressaltos que anteriormente sofrera.Item Três tipos de operações concentram os negócios cafeeiros na praça de Santos(1955-10)Características e funcionamento dos mercados a termo, disponíveis de entregas – Contratos vigorantes na Bolsa Oficial de Café – A Bolsa de Nova York Publicamos a seguir o trabalho distribuído pela Incola – Informações Comerciais Ltda., sobre o funcionamento do mercado de café nas praças de Santos e Nova York. Sendo o café, o principal artigo de exportação do Brasil, o nosso principal fazedor de divisas, com as quais compramos no exterior a maior parte dos bens de consumo e produção de que necessitamos, é natural que constitua assunto obrigatório e permanente de todos os órgãos e publicações especializados do país.Item O preço do café e a expectativa da reforma cambial(1955-10)A propósito do trabalho publicado pela imprensa desta Capital, de autoria do dr. Rui Miller Paiva, conhecido estudioso da economia rural, em que o mesmo sustenta a interpretação de que a relativa estabilização dos preços do café se deve à retração da oferta, provada pela expectativa da reforma cambial, o sr. Plínio Cavalcanti de Albuquerque, que já se referira a essa interpretação numa das últimas reuniões da Rural, passou a analisar o referido trabalho, fazendo a seguinte exposição.Item Recuperação econômica do Vale do Paraíba(1955-10) Queiroz, Plinio deHá mais de 28 anos venho focalizando a necessidade de se iniciarem estudos e realizarem-se trabalhos para utilização racional do rio Paraíba. Já em 1927, enviava à Associação Comercial de São Paulo, um ofício em que abordava esse assunto. Nesse mesmo ano publiquei um opúsculo sobre a utilização do Tietê e Paraíba. Mais tarde no Boletim do Instituto de Engenharia, publiquei artigo versando o mesmo problema. Perante sócios do IDORT, tive a oportunidade de proferir uma palestra focalizando a sua importância. No Congresso Panamericano de Engenharia, em 1949 perante engenheiros de todas as Américas, apresentei uma tese que foi longamente discutida, pela qual ficou evidenciada a oportunidade e a necessidade dos Governos Federal e Estaduais de Minas, São Paulo e Rio encararem seriamente a utilização do Paraíba sob seus vários aspectos. Hoje, em consequência de um amável convite feito pelo presidente do Rotary e pelo Sr. Marcos Gasparian, tenho a oportunidade de dizer algumas palavras sobre este momentoso problema aos membros desta organização internacional.Item Não vendemos café: compram nos(1955-11) Telles, Antonio de QueirósÉ assunto antigo já muito ventilado em nossas sociedades agrícolas. Continua neste momento a atrair as atenções da classe em manifestações variadas emitidas por entidades rurais e por seus membros dentre os quais o Presidente demissionário do Instituto Brasileiro do Café. Há mais de quinze anos tivemos oportunidade de estudar detidamente o assunto quando nos encontrávamos à testa da Cooperativa dos Cafeicultores Paulistas. Fizemos nesse sentido grande campanha pela ‘Folha da Manhã’ e na Sociedade Rural Brasileira a favor da modificação do nosso sistema de vendas, lembrando a necessidade de encorajarmos em primeiro lugar o sistema cooperativista. E, nesse sentido, a Cooperativa dos Cafeicultores teve oportunidade de realizar remessas de café dos produtores diretamente aos consumidores, sendo que, no curto prazo de dois meses de colhido o produto nas fazendas já era ele consumido. E essa entidade, seja dito de passagem, não solicitou subsídios especiais ao governo, dele apenas recebeu a isenção de alguns impostos, o que julgamos muito natural, favorecendo o produtor da terra.Item Recuperação dos cafezais paulistas(1955-11) Rittes, José AlcindoA constante e perigosa queda da produtividade dos cafezais paulistas leva de início o pensamento de que é urgente a recuperação das lavouras, agravado o problema pela necessidade inadiável de se baratear a produção, como primeira providência no sentido de garantir a posse e o alargamento dos mercados do café brasileiro [...] “Por recuperação julgamos ser importante compreender dois caminhos a seguir, conforme as condições oferecidas por propriedade: 1) Providências no sentido de elevar a média de produção dos talhões, adotando-se um regime de replantes, tratos culturais e adubações. 2) Substituição parcelada e anual dos talhões, o que poderá ser chamado de „renovação da lavoura‟. É claro que as duas providências podem ser associadas para uma mesma propriedade.Item Preços do café - Reunião em Washington - Visita de parlamentares americanos(1955-12)Na reunião semanal da Sociedade Rural Brasileira de 9 de Novembro findo, passou o sr. Raul Diederichsen a tratar inicialmente da questão dos preços do café, dando ciência dos comentários que a respeito fez a revista do Banco Nacional do Comércio Exterior do México e que em resumo são os seguintes: „O futuro da América Latina está estreitamente vinculado à posição internacional de um número limitado de matérias primas, especialmente do café.‟ [...] Ainda o Sr. Diederichsen, chamou a atenção para a notícia de New York sobre a reunião dos representantes dos países do mundo que produzem café, no dia 28 de Outubro, em Washington.Item O trânsito do café pelo território nacional(1956-01)A resolução da junta administrativa do IBC a favor da extinção do regulamento de embarque. Em sua reunião de abril a Junta Administrativa do Instituto Brasileiro de Café se declarou a favor da extinção completa do regime de embarque, o qual, durante três décadas, tem constituído parte mais importante da defesa dos preços. Consiste esse sistema em dosar a entrada de cafés provenientes das zonas de produção para os portos de exportação, bem como na fixação de estoques máximos nesses portos. As vantagens do regime do embarque consistem em proporcionar ao governo o meio de reduzir o montante das disponibilidades exportáveis existentes nos próprios portos de embarque. O principal inconveniente do sistema é que muitos lavradores são levados a descuidar da qualidade, premidos pela necessidade de conseguir um bom lugar na ‘fila’ do café à espera da liberação para a entrada nos portos. Houve ocasião também em que o Instituto, tendo o arbítrio de reduzir ou acelerar o volume das entradas nos portos, serviu a especulações prejudiciais aos interesses da economia cafeeira, às vezes, dificultando igualmente a formação de lotes procurados pelos nossos clientes estrangeiros.Item Café e a política cambial(1956-01)Voltou o Sr. Plinio Cavalcanti de Albuquerque em reunião semanal da S.R.B. realizada a 23 de Novembro último a tratar da situação do café em face da política cambial vigente, reportando-se, inicialmente, à sua comunicação anterior sobre a delicada situação do mercado cafeeiro, notadamente da praça de Santos, criada pela fraude cambial. [...] E prosseguindo, declarou o sr. Cavalcanti de Albuquerque: „Nunca alimentamos tal otimismo em relação a essa medida, cuja eficácia se condiciona sobretudo, como muito bem encareceu o sr. Alceu Parreira a uma situação de estabilidade dos preços em dólar e cuja aplicação, sem ser cercada de muito cautela, pode exercer, como já tivemos oportunidade de dizer, repercussões desfavoráveis nos níveis de cotação e no volume das vendas externas do nosso café.Item Defesa do café(1956-01)Em reunião semanal ordinária da S.R.B., realizada a 7 de Dezembro findo, o sr. Plínio Cavalcanti Albuquerque, tratando longamente da nossa política de defesa do café, assim se manifestou: „Um dos deputados americanos em recente visita percorreram os países produtores da América Latina indagou, com insistência, sobre a natureza dos recursos da União para custear a nossa política de defesa do café. Não conhecemos a resposta dada a essa indagação, mas, por certo, poderíamos informá-la de que habitualmente nos temos servido da emissão de papel moeda.Item Situação do mercado do café(1956-01)Em reunião semanal ordinária da S.R.B., realizada a 14 de Dezembro findo, inicialmente o sr. Raphael Salles Sampaio a focalizou a delicada situação que atravessa o mercado de café, notadamente, a praça de Santos, por falta de medidas de defesa e competência do Governo. Tal é a falta de amparo por parte das autoridades, que a situação se apresenta cada dia mais séria, caindo a exportação e os preços a níveis em desacordo com a estatística do produto, causando preocupações à cafeicultura.