UFU - Dissertações

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    Narrativas de trabalhadoras rurais na cafeicultura da região do cerrado mineiro: explorando as fissuras do colonialismo
    (Universidade Federal de Uberlândia, 2018-02-26) Dornela, Fernanda Junia; Medeiros, Cintia R. O.
    O objetivo principal desta dissertação é analisar como se manifestam as relações de gêneros nas narrativas das mulheres trabalhadoras rurais, na cafeicultura da Região do Cerrado Mineiro. A noção de gêneros que adotamos é defendida na perspectiva pós-colonial, nos possibilitando identificar, compreender e tentar descontruir as relações sociais desiguais vivenciadas por essas trabalhadoras rurais, que são resultantes de construções sociais, tendo como base as diferenças sexuais, culturais, raciais e de classes sociais. A perspectiva pós- colonial teoriza sobre posições e as relações de sujeitos heterogêneos, como mulheres e mulheres negras, que se mostram divergentes das imagens raciais e de gêneros produzidas pelo conhecimento ocidental (CALÁS; SMIRCICH, 1999). Por meio dessa abordagem, é possível criar um espaço para que os grupos considerados subalternos, que vivem em condições de silêncio, sendo legitimados por outras pessoas que assumem seus lugares nos espaços públicos, falem por si (SPIVAK, 2010). Dessa forma, buscamos criar, por meio dessa dissertação, um espaço para que as mulheres trabalhadoras rurais na cafeicultura da Região do Cerrado Mineiro pudessem falar por si, contando suas trajetórias, experiências e expectativas. Esta pesquisa é de natureza empírica, classificada, respectivamente, quanto aos objetivos e abordagem, como descritiva e qualitativa, estando situada na matriz proposta por Alvesson e Deetz (1999) no quadrante dos Estudos Dialógicos. O material empírico analisado por meio da Análise Crítica do Discurso (ACD), utilizando o modelo tridimensional de Fairclough (2001), consiste em entrevistas narrativas realizadas com 14 trabalhadoras rurais na cafeicultura da Região do Cerrado Mineiro, aqui representada pelos municípios de Patrocínio, Carmo do Paranaíba e Monte Carmelo. As análises realizadas estão em torno de três configurações presentes nas relações de gêneros, definidas com base nas principais questões discutidas na teoria pós-colonial: Identidades; Desigualdades e Colonialidade Em conjunto, as análises das narrativas das trabalhadoras rurais entrevistadas nos permitiu explorar as fissuras do colonialismo presentes nas relações e contextos em que elas estão inseridas. Essas análises sugerem que as relações de gêneros são manifestadas por meio de heranças do colonialismo que estigmatizam as entrevistadas; desigualdades; diferenças de gêneros, raças e classes sociais, estando presentes nos contextos do trabalho; ambientes domésticos e sociedade. Esses resultados encontrados estão naturalizados e incorporados nas práticas discursivas e sociais das trabalhadoras rurais entrevistadas. Entendemos, portanto, que as relações de gêneros abordadas neste trabalho permanecem sobre a influência do poder que a sociedade, homens e mulheres exercem sobre outras mulheres, representando uma herança do colonialismo.