UNESP - Dissertações

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    Efeito da cafeína no desenvolvimento de Aedes aegypti (Diptera: Culicidae): o significado biológico das alterações do padrão de síntese de esterases
    (Instituto de Biociências, Letras e Ciências Exatas - Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho”, 2014-05-30) Pólo, André Martins; Bicudo, Hermione Elly Melara de Campos
    O mosquito Aedes aegypti é vetor dos vírus causadores de doenças humanas entre as quais incluem-se a dengue, a dengue hemorrágica e a febre amarela. A transmissão dessas doenças é feita pelas fêmeas adultas, as quais necessitam de repasto sanguíneo para amadurecimento de seus óvulos. Ao picar indivíduos doentes e depois indivíduos não infectados, as fêmeas transmitem os vírus absorvidos dos primeiros, juntamente com o sangue. Vários estudos mostraram que o tratamento com cafeína (CAF) bloqueia o desenvolvimento e mata A. aegypti na fase larval, impedindo a produção de adultos e, consequentemente, a transmissão das doenças mencionadas. Paralelamente, trabalhos preliminares indicaram que o tratamento do mosquito com CAF altera o padrão de síntese das enzimas esterases. São enzimas que desempenham papel importante em vários processos fisiológicos dos organismos, estando inclusive envolvidas no controle da metamorfose dos insetos. No presente trabalho, as esterases foram analisadas em géis de poliacrilamida corados com α-naftil e β-naftil acetatos e Fast Blue RR. As amostras foram preparadas com larvas L2/L3, L4, pupas e adultos, porém, tendo em vista que a fase L4 foi a que permitiu melhor observação das bandas, o estudo praticamente restringiu-se à mesma. A comparação das amostras dos mosquitos tratados e controle envolveu a observação da presença e da frequência das bandas esterásicas nos géis. Foi também analisado o grau de expressão das bandas com base na intensidade de coloração avaliada pelo programa computacional Global Lab Image. A presente análise mostrou que a CAF altera cinco bandas β- esterásicas (EST-17A a EST-21) e um grupo de bandas α-esterásicas (EST-12 a EST-14). As bandas EST-17A a EST-20 apresentaram redução em ambas as características, enquanto EST-21 e as α-esterases apresentaram aumento. Tendo em vista as variações do grau de expressão das esterases, paralelamente ao bloqueio do desenvolvimento larval aventou-se relacionadas com a hipótese a regulação de que dos essas esterases hormônios estejam controladores do desenvolvimento. Desta forma, por exemplo, as β-esterases poderiam constituir esterases do hormônio juvenil que seriam expressas em níveis mais baixos sob tratamento com a cafeína. Esses níveis de expressão não seriam suficientes para desdobrar o hormônio juvenil, que é um processo necessário para ocorrer a muda. A classificação dessas bandas como carboxilesterases, a mesma classificação da esterase do hormônio juvenil descrita na literatura, incentiva a continuidade do teste dessa hipótese. Nesse sentido algumas das bandas que se alteram sob ação da CAF foram isoladas do gel e as enzimas correspondentes sofreram uma primeira purificação para posterior sequenciamento a ser realizado no Laboratório de Tecnologia Enzimática da FCFRP-USP por cromatografia de troca iônica e exclusão de massa molecular.