USP - Teses
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Item Duração do período de molhamento foliar: aspectos operacionais de sua medida, variabilidade espacial em diferentes culturas e estimativa a partir do modelo de Penman-Monteith(Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz” - Universidade de São Paulo, 2004-10) Sentelhas, Paulo Cesar; Gillespie, Terry J.Em razão da grande importância da duração do período de molhamento foliar (DPM) no estabelecimento de doenças fúngicas e bacterianas nas culturas agrícolas e de seu uso em grande parte dos modelos de previsão de epidemias e em sistemas de alerta fitossanitário, este estudo teve por objetivo fazer uma profunda análise dessa variável, especialmente com relação aos aspectos operacionais de sua medida, de sua variabilidade espacial em diferentes culturas e de sua estimativa por diversos métodos, com ênfase ao modelo de Penman-Monteith, de modo a se determinar uma condição de referência para sua medida e a relação dessa DPM de referência com a DPM em diferentes culturas. Para tanto, foram utilizados dados de DPM obtidos em diversos experimentos de campo conduzidos nas localidades de: Ames, IA, Estados Unidos; Elora, ON, Canadá; Jundiaí, SP, Brasil; e Piracicaba, SP, Brasil, envolvendo medidas nas culturas do algodão, do café, do milho, do melão, da maçã, do tomate e da uva, assim como sobre o gramado em diversas alturas e ângulos de inclinação, durante os anos de 2000 a 2004. Os resultados obtidos indicaram que a pintura dos sensores é um procedimento importante para a determinação da DPM, pois ele reduz sensivelmente o coeficiente de variação entre as medidas feitas por diversos sensores, e que a posição do sensor, quando instalado sobre o gramado, tem efeito significativo nas medidas dessa variável. Foi estabelecida, a partir da comparação entre os dados medidos pelos sensores de DPM e observações visuais, uma condição de referência para a medida da DPM sobre o gramado (a 30 cm de altura e com inclinação de 30 o em relação à horizontal). A partir dessa condição de referência, determinou-se a relação entre a DPM medida sobre gramado e nas diferentes culturas, observando-se uma elevada concordância no topo das plantas. Em razão das diferenças observadas no padrão de variabilidade da DPM entre as diversas culturas, não foi possível se estabelecer relações bem definidas para a estimativa da DPM no interior das plantas a partir da DPM de referência. Analisando-se quatro diferentes modelos de estimativa da DPM a partir de dados meteorológicos, obtidos na cultura do algodão, observou que, em geral, todos os métodos de estimativa da DPM tiveram boa performance, com erros absolutos médios entre 1,27 e 2 h, porém o modelo RES, baseado na equação de Penman-Monteith, estimou a DPM ao nível da cultura com alta acurácia e regular precisão, sendo uma boa opção para a estimativa dessa variável sem o requerimento de calibração para cada cultura e local. Em uma análise mais detalhada desse modelo, observou-se que ele foi capaz de estimar a DPM sobre o gramado com boa acurácia e precisão, superestimando a DPM em 3,4% a 190 cm, 1,1% a 110 cm e 5,3% a 30 cm de altura. Quando a DPM estimada para o gramado a uma altura de 30 cm foi correlacionada com a DPM no topo das culturas do milho, da uva e do café, uma boa concordância foi observada, com uma superestimativa média de 6,5% e um coeficiente de determinação de 0,90. Baseando-se nesses resultados, conclui-se que o modelo de Penman-Monteith, aplicado a um sensor de DPM de tamanho e albedo fixos e exposto sobre gramado a 30 cm de altura, pode ser uma ferramenta muito útil para a estimativa dessa variável em sistemas de alerta fitossanitário, mesmo quando o saldo de radiação necessita ser estimado.Item Atributos fenológicos, agronômicos e expressão gênica durante frutificação do cafeeiro(Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz” - Universidade de São Paulo, 2007) Gaspari-Pezzopane, Cristiana de; Favarin, José LaércioAs características relacionadas à frutificação do cafeeiro são altamente influenciadas pelo ambiente. Portanto, a associação de análises agronômicas, fenológicas e genômicas são necessárias para o entendimento desse processo. Esses estudos fazem parte do programa de melhoramento genético do café, com o objetivo de obter plantas com maior uniformidade de maturação, duração de ciclo e bebidas específicas. Nesse contexto, os objetivos desse trabalho foram estabelecer padrões agronômicos e fenológicos comparativos entre diferentes cultivares e safras de café, caracterizar genes diferencialmente expressos durante o desenvolvimento dos frutos de cafeeiro arábica e correlacionar genes diferencialmente expressos com atributos fenológicos e agronômicos. Os estudos foram realizados no Centro de Café do IAC em Campinas, SP. As cultivares de Coffea arabica utilizadas foram: Mundo Novo, Catuaí Vermelho, Icatu Vermelho, Obatã e Icatu Precoce, nas safras de 2004/2005 e 2005/2006. Os atributos fenológicos foram avaliados com base no desenvolvimento do ciclo fenológico e na porcentagem de frutos maduros na colheita. As avaliações agronômicas foram avaliadas baseadas nas características tecnológicas do produto como, produção e rendimento, tipos de sementes e tamanho dos grãos. A expressão gênica diferencial foi avaliada por método semi-quantitativo e quantitativo RT-PCR em todos os estádios de desenvolvimento dos frutos. Seqüências de genes específicos foram identificadas por buscas em bancos de dados do Programa Genoma Café e no Genbank, possibilitando a construção de oligonucleotídeos específicos para cada gene. Em geral, os resultados das análises confirmaram a influência ambiental no desenvolvimento dos frutos do cafeeiro, especialmente as variações hídricas e de temperatura. Diferenças significativas foram identificadas entre as cultivares, em relação aos atributos fenológicos e agronômicos, principalmente na safra 2005/2006 quando foi possível discriminar as cultivares quanto à duração do ciclo fenológico. A expressão gênica durante o desenvolvimento dos frutos, seguiu padrão similar entre as cultivares, mesmo comparando diferentes anos agrícolas. Conseqüentemente, essas análises permitiram a identificação de genes candidatos a serem usados como marcadores genéticos das fases de frutificação de C. arabica, como: crescimento (PAL, CHS e manB), transição do crescimento para o início da maturação (csp1, GLA e ER5), maturação e amadurecimento (CS, AAT, ACS, ACO, ETR e ICL) e transição da maturação para o amadurecimento (PAL). Esses genes marcadores em associação com atributos agronômicos e fenológicos, podem ser utilizados como parâmetros moleculares para a definição de estádios adequados à colheita, assegurando composição final específica dos frutos e da qualidade da bebida.Item Resposta antioxidativa de células in vitro de café (Coffea arabica) submetidas aos metais pesados cádmio (Cd) e níquel (Ni)(Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz” - Universidade de São Paulo, 2006) Gomes Junior, Rui Alberto; Azevedo, Ricardo Antunes deFoi investigada a resposta antioxidante de culturas em suspensão celular de café (Coffea arabica L.) ao cádmio (Cd) e níquel (Ni). As células de café foram tratadas por doze dias com zero (controle), 0,05 e 0,5 mM de NiCl 2 ou CdCl 2 . O Cd e o Ni acumularam rapidamente nas células e este acúmulo foi diretamente correlacionado com o aumento na concentração de metal no meio externo. Em 0,05 mM CdCl 2 e 0,05 mM NiCl 2 , o crescimento foi estimulado, mas em 0,5 mM CdCl 2 e 0,5 mM NiCl 2 a taxa de crescimento foi reduzida. As alterações no metabolismo do oxigênio ativo foram detectadas pela análise visual, assim como pelo aumento na peroxidação lipídica, nos tratamentos com 0,5 mM CdCl 2 e 0,5 mM NiCl 2 . As atividades das enzimas catalase (CAT; EC 1.11.1.6), glutationa redutase (GR; EC 1.6.4.2) e superóxido dismutase (SOD; EC 1.15.1.1) aumentaram após exposição ao Cd, particularmente na maior concentração de CdCl 2 . A atividade da ascorbato peroxidase (APX; EC 1.11.1.11) foi elevada por 0,05 mM CdCl 2 , mas não pode ser detectada em células cultivadas na maior concentração de CdCl 2 após 24 h de cultivo, enquanto que a guaiacol peroxidase (GOPX; EC 1.11.1.7) não demonstrou um padrão claro de resposta ao tratamento com Cd. As atividades das enzimas CAT, GR, APX, GOPX e SOD foram aumentadas, particularmente nos períodos iniciais de exposição ao NiCl 2 e as atividades foram maiores na dosagem 0,5 mM NiCl 2 , na maioria dos tempos de exposição testados. A análise em PAGE não desnaturante seguido pela revelação da atividade enzimática, apresentou uma isoenzima da CAT, nove isoenzimas da SOD e quatro isoenzimas da GR. As isoenzimas da SOD foram diferencialmente afetadas pelo tratamento com CdCl 2 e NiCl 2 e uma isoenzima da GR mostrou responder especificamente ao CdCl 2 e ao NiCl 2 . Os resultados sugerem que 0,5 mM CdCl 2 e 0,5 mM NiCl 2 podem levar ao estresse oxidativo. O CdCl 2 e o NiCl 2 a 0,05 mM não induziram peroxidação lipídica e a principal resposta aparenta ser via indução das atividades das enzimas SOD, CAT e APX nas células tratadas com Cd e das enzimas SOD, CAT, GOPX e APX nas células tratadas com Ni, para a remoção das espécies ativas de oxigênio (EAOs), e pela indução da GR para garantir a disponibilidade de glutationa reduzida. A síntese de peptídeos de ligação ao Cd, deve também estar relacionada com a inibição da atividade da APX, provavelmente devido ao esgotamento da glutationa e ascorbato na maior concentração de CdCl 2 .Item Crescimento e produtividade do cafeeiro sombreado e a pleno sol(Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz” - Universidade de São Paulo, 2006) Lunz, Aureny Maria Pereira; Bernardes, Marcos SilveiraO café é uma importante comoditty agrícola de exportação no mundo e o Brasil ocupa posição de destaque, como o maior produtor e exportador mundial. Contudo, é um produto bastante vulnerável às flutuações de preço no mercado. Nesse sentido, a diversificação da produção pode ser uma importante estratégia para manter o equilíbrio econômico da propriedade. O presente estudo teve como objetivo avaliar o efeito de diferentes níveis de radiação solar no crescimento e na produção do cafeeiro (Coffea arabica L.), bem como na qualidade do café. A pesquisa foi conduzida no período de janeiro de 2002 a agosto de 2005, na ESALQ/USP, em Piracicaba-SP (22°42’30” S, 47°38’00” W – altitude 550 m). O experimento foi composto de seringueira adulta clone PB 235 e cafeeiro cv. Obatã IAC 1669-20, plantado em janeiro de 2002 no sub-bosque do seringal, interfaceando as árvores de seringueira e em monocultivo (pleno sol). Os tratamentos foram constituídos por um gradiente de luminosidade de 25, 30, 35, 40, 45, 80, 90, 95, 98, 99 e 100%, formado por linhas de cafeeiros plantados a diferentes distâncias das árvores de seringueira, tanto dentro como interfaceando o seringal e em monocultivo (pleno sol). O delineamento experimental utilizado foi de blocos casualizados, com 11 tratamentos e 4 repetições. As variáveis analisadas foram relativas ao crescimento (diâmetro do caule e da copa, altura inicial da copa e altura da planta, área foliar total, massa seca acima do solo, número de ramos e nós e comprimento dos internódios, área foliar individual, TAL, RAF, AFE, IAF, TCA, TCR) e produção do cafeeiro (produtividade, rendimento e índice de bienalidade de produção), bem como referentes a qualidade do café (maturação dos frutos, classificação dos grãos por peneira e análise sensorial da bebida). O crescimento e a produtividade do cafeeiro, assim como a qualidade do café foram modificados pela disponibilidade de irradiância. O crescimento e a produtividade aumentaram com o incremento de irradiância. O incremento de irradiância a partir de 70% praticamente não alterou o acúmulo de massa seca da parte aérea da planta e sob elevado sombreamento a massa seca foi muito baixa. A produtividade do cafeeiro alterou muito pouco a partir de 60% de radiação e a aproximadamente 70% se estabilizou. De modo oposto, houve uma melhoria da qualidade do café à medida que foi intensificado o sombreamento, obtendo-se frutos com maior uniformidade de maturação, grãos de maior tamanho e bebida de melhor qualidade.Item Variação sazonal de amido em tecidos de reserva do cafeeiro arábica na fase reprodutiva(Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz” - Universidade de São Paulo, 2008) Chaves Filho, Jales Teixeira; Oliveira, Ricardo Ferraz deO café é a mais importante mercadoria no comércio agrícola internacional, representando uma significante fonte de renda para diversos países, incluindo o Brasil. A formação de gemas florais é um importante processo fisiológico em plantas superiores e o período de florescimento é influenciado pelas condições ambientais. Em Coffea arabica L. estudos tem demonstrado que os tecidos dos ramos e do caule são locais de armazenamento de carboidratos de reserva. Entretanto, muito pouco é conhecido sobre a relação existente entre o acúmulo de amido nos tecidos de reserva e o desenvolvimento reprodutivo nesta espécie. O objetivo deste presente estudo foi investigar a variação sazonal do amido nos tecidos de armazenamento de Coffea arabica L cultivar Catuaí vermelho e a relação com a iniciação e desenvolvimento de gemas florais. Este trabalho foi conduzido em condições de campo, utilizando plantas adultas crescendo na Fazenda Areão, o centro experimental da Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz”-ESALQ. Ramos laterais (plagiotrópicos), caule principal e raízes laterais foram coletados para determinar os locais de armazenamento nas plantas, bem como para caracterizar a variação sazonal de amido em diferentes estágios fenológicos da planta. Lâminas de secções transversais foram preparadas e então submetidas às observações histológicas. Ramos plagiotrópicos que apresentaram gemas florais e ramos sem gemas foram igualmente analisados para determinar a presença ou ausência de amido nos tecidos. Adicionalmente, o amido foi quantificado em tais ramos para determinar a relação entre o nível de carboidratos e o desenvolvimento de gemas. Os resultados indicaram que os ramos laterais, caule principal e raízes são potencialmente locais de armazenamento de reserva. As gemas florais foram observadas em ramos contendo amido acumulado nos tecidos, sugerindo que o desenvolvimento de gemas no cafeeiro arábico é influenciado pela presença deste polissacarídeo. A concentração média de amido nos ramos contendo gemas foi de 42,85 mg.g -1 de matéria seca ou de 9,10 mg.g -1 para ramos sem gemas, indicando a influência dos carboidratos de reserva sobre o ciclo reprodutivo em Coffea arabica. Ramos contendo poucos frutos demonstraram amido nos tecidos de armazenamento e botões florais desenvolvidos, em oposição aos ramos com muitos frutos, mostrando uma clara relação entre tecidos fonte-dreno e a fase reprodutiva no cafeeiro.Item Atributos químicos de espécies de café(Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz” - Universidade de São Paulo, 2005) Aguiar, Adriano Tosoni da Eira; Favarin, José LaércioEsta pesquisa foi realizada com o objetivo de caracterizar cafeeiros de sete espécies de Coffea e das respectivas variedades pertencentes a C. canephora e C. liberica presentes no Banco de Germoplasma de Café do Instituto Agronômico de Campinas, visando à possibilidade do seu agrupamento, bem como a sua utilização no melhoramento das espécies C. arabica e C. canephora. Para o referido estudo foram utilizadas cento e dez plantas pertencentes a sete espécies e treze variedades, tendo sido avaliadas em função das características químicas de sementes como: sólidos solúveis, lipídios, trigonelina, ácidos clorogênicos e cafeína. Com base nos resultados destas variáveis observou-se uma grande variação entre e dentro dos diferentes materiais analisados, com valores extremos de 24,12% a 31,00% para sólidos solúveis; 6,61% a 17,49% para lipídios; 0,32% a 2,15% para trigonelina; 2,58% a 6,38% para ácidos clorogênicos e 0,80% a 3,29% para cafeína, indicando que estes atributos podem ser adotados na seleção de plantas com potencial para o melhoramento das espécies C. arabica e C. canephora. Os resultados evidenciam que as variáveis: (i) sólidos solúveis, lipídios, ácidos clorogênicos e cafeína permitem o agrupamento das variedades de C. canephora; (ii) sólidos solúveis, lipídios e trigonelina possibilitam discriminar as variedades de C. liberica; e, (iii) lipídios, ácidos clorogênicos, trigonelina e cafeína foram eficientes no agrupamento das sete espécies de Coffea. As variedades de C. canephora não apresentaram diferenças para o teor de trigonelina, enquanto as de C. liberica não variaram em relação aos teores de ácidos clorogênicos e cafeína. O conjunto dos dados obtidos para as variáveis químicas analisadas indica que há possibilidade das variedades Uganda e Bangelan serem híbridos entre as espécies C. congensis e C. canephora.Item Evapotranspiração e transpiração máxima em cafezal adensado(Escola Superior de Agricultura "Luiz de Queiroz" - Universidade de São Paulo, 2003-06) Marin, Fábio Ricardo; Angelocci, Luiz RobertoO cafeeiro arábica é extensamente cultivado em regiões tropicais, sendo cultura de grande importância econômica para o Brasil. Atualmente, ele é cultivado em áreas com deficiência hídrica, para as quais a irrigação suplementar é necessária para aumentar a produtividade e a qualidade da bebida. O aumento da eficiência da prática irrigacionista exige em primeiro lugar informação sobre o consumo hídrico do cafezal. Tendo em vista a falta de informações sobre esse consumo e, também, o fato de que os plantios adensados têm tido grande avanço no país, o presente estudo foi realizado com a finalidade de determinar a evapotranspiração de um cafezal Mundo Novo Apuatã e sua partição em transpiração dos cafeeiros e evapotranspiração da entrelinha. O cafezal, localizado em Piracicaba/SP, tinha plantio adensado (2500plantas/ha) e era irrigado por gotejamento. A evapotranspiração do cafezal foi determinada pelo método da razão de Bowen, enquanto que a transpiração foi estimada pelo modelo de Penman-Monteith adaptado, sendo este comparado com medidas de fluxo de seiva pelo método do balanço de calor no caule. Nessa confrontação, verificou-se razoável concordância entre a transpiração diária pelo modelo e o fluxo de seiva, havendo discordância em duas da quatro plantas avaliadas, provavelmente devido à forma de determinação da energia radiante absorvida pelas plantas e à relação entre esta e a área foliar dos cafeeiros, bem como aos erros introduzidos pela estimativa da condutância foliar à difusão de vapor. Observou-se que a transpiração dos cafeeiros representou 90% da evapotranspiração do cafezal no período em que a entrelinha da cultura tinha solo sem vegetação viva e 69% no período subseqüente, quando a entrelinha tinha vegetação desenvolvida. Com a separação da evapotranspiração em seus dois componentes, foi possível determinar que o coeficiente basal foi igual a 0,8 e que o coeficiente evaporativo igual 0,2, com um coeficiente de cultura global próximo da unidade.Item Uso de índices fenológicos em modelos de previsão de produtividade do cafeeiro(Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz” - Universidade de São Paulo, 2008) Alfonsi, Eduardo Lauriano; Favarin, José LaércioA estimativa antecipada da produção de café das diversas regiões produtoras é muito importante para o estabelecimento da política cafeeira do país. Apesar disso, não existe no Brasil uma metodologia adequada para previsão antecipada da safra de café que permita uma avaliação segura e precisa. As poucas informações para o estabelecimento de modelos para previsão de safra de café são em consequência da complexidade metodológica, ocasionada pela diversidade dos fatores ambientais, culturais e econômicos, envolvidos na produtividade dessa cultura, que devem ser levados em consideração nos modelos de previsão como, por exemplo: cultivares, densidade de plantio, idade da planta, tecnologia empregada, condições edafoclimáticas, etc. Para isso a avaliação das características fenológicas determinantes do desenvolvimento e da produção do cafeeiro é uma ferramenta fundamental no estabelecimento de modelos de previsão de safra. Atualmente as previsões baseiam-se em levantamentos empíricos efetuados visualmente, requerendo, para atingir razoável precisão, técnico ou produtores altamente especializados na cultura. Esta pesquisa teve como objetivo desenvolver uma metodologia para estimar a produtividade do cafeeiro sem utilizar a contagem total de frutos na planta, com base no uso de índices fenológicos de produtividade, os quais são determinados a partir de quantificações não destrutivas, em uma secção reduzida da planta, e em diferentes épocas e locais de avaliação. A metodologia de previsão de safra, fundamentada em índices fenológicos, foi desenvolvida utilizando dados de duas regiões produtoras de café do Estado de São Paulo: Garça/Marília e Campinas, no período de 1999 a 2006. Os índices fenológicos de produtividades ‘IFP1’ e ‘IFP2’ foram determinados pela contagem de frutos, internódios produtivos, altura de planta e espaçamento da lavoura. O trabalho foi subdivido em dois níveis hierárquicos, “talhão” e “propriedade”. A metodologia proposta apresentou facilidade de aplicação em ambas as regiões avaliadas. O número de internódios produtivos ‘NIP’, considerado como característica fisiológica de produção, avaliado para determinação do ‘IFP2’ apresentou influência negativa para o desempenho do modelo. O desempenho apresentado pelos modelos baseados no ‘IFP1’ foi classificado como bom ao nível hierárquico “talhão”, nas épocas de avaliação de dezembro, janeiro e março e apresentando melhores desempenhos que os modelos baseados no ‘IFP2’, apesar de uma tendência de subestimar a produtividade. Foi encontrada uma relação linear e uma boa correlação entre os ‘IFPs’ e a produtividade observada, sendo considerado para o nível hierárquico “talhão” menor do que o apresentado para o nível hierárquico “propriedade rural”. Foi comprovado que é possível estimar a produtividade utilizando o ‘IFP’ com até seis meses de antecedência (dezembro) da colheita, com a mesma precisão. A variação da estimativa de produtividade baseada no ‘IFP1’ ao nível de “propriedade rural” foi menor do que a apresentada na estimativa da produtividade visual ‘EPVIS’, variando de 0,4 a 20% e 0,5 a 18% nos meses de dezembro e março, respectivamente comparado ao de 3% a 41% para a estimativa visual. Os modelos baseados no ‘IFP1’ ao nível hierárquico “propriedade rural” apresentaram desempenho classificado com excelente, para a estimativa de produtividade do cafeeiro.Item Atividade das enzimas redutase do nitrato e glutamina sintetase em cafeeiro arábica(Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz” - Universidade de São Paulo, 2005-02) Andrade Netto, José Fernandes de; Favarin, José LaércioO objetivo deste trabalho foi avaliar a atividade das enzimas redutase do nitrato (RN) e glutamina sintetase (GS) em mudas de Coffea arabica L cv Obatã IAC 1669-20 em função dos atributos ecofisiológicos. O experimento foi conduzido em casa de vegetação no Laboratório de Biotecnologia Agrícola do Departamento de Ciências Biológicas da Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz”, Universidade de São Paulo. Para a realização do experimento adotou-se o delineamento inteiramente casualizado com dois tratamentos: T1 (100% de luz) e T2 (50% de luz) e cinco repetições. As determinações das atividades enzimáticas foram feitas às 07:00 h; 12:00 h; 17:00 h e 22:00 h, bem como dos atributos ecofisiológicos: temperatura atmosférica; temperatura foliar; radiação fotossinteticamente ativa; condutância estomática; taxa de fotossíntese líquida; taxa de transpiração e proteína total solúvel. O nível de exposição à luminosidade altera a atividade da redutase do nitrato (RN), cujo valor foi menor nas plantas a pleno sol às 12:00 h e 17:00 h. A saturação lumínica e a maior temperatura foliar em relação ao ambiente, às 12:00 h, diminuiu as trocas gasosas (CO 2 e vapor d’água) e a atividade da RN. Ao longo do período luminoso, independentemente do nível de exposição à luminosidade, decresceu a atividade da glutamina sintetase (GS). A disponibilidade de amônio proveniente da ação da RN no período noturno elevou a atividade da GS, enquanto a fotorrespiração, por hipótese, forneceu o substrato (NH 4+ ) para a atividade dessa enzima (GS) nas plantas a pleno sol ao meio dia. A inibição da redutase do nitrato (RN) no cafeeiro proporcionada pela fotorrespiração se dá, por hipótese, em resposta a produção de glutamina por meio da atividade da glutamina sintetase (GS).Item Cultivo em campo de Coffea arabica L. Cv. Obatã a pleno sol x sombreamento parcial: avaliações bioquímicas, fisiológicas e nutricionais(Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz” - Universidade de São Paulo, 2007) Gonçalves, Gislei Cristina; Gallo, Luiz AntônioPlantas de café Arábicas com 4,5 anos de idade foram comparadas de agosto a dezembro crescendo a pleno sol e sob condições de sombreamento natural. As plantas apresentaram diferenças significativas em termos de crescimento e aspectos fisiológicos e bioquímicos O fornecimento de nitrogênio no mês de outubro proporcionou um aumento significativo nos teores de aminoácidos totais e na atividade da redutase do nitrato. As folhas de plantas crescendo em condições de sombreamento natural apresentaram maior peso fresco a que pleno sol. O teor de proteínas totais decresceu abruptamente a partir do mês 10 em todas as plantas analisadas, época em coincidiu com o inicio do enchimento dos grãos. O aumento nos teores de aminoácidos totais também foi acompanhado por um aumento nos dias de chuva, na precipitação e também na radiação global. Não houve efeito significativo com relação á localização da folhas (parte superior x parte inferior) nos aspectos analisados. O fornecimento de nitrogênio no mês 10 não alterou a concentração de clorofila medida pelo clorofilômetro SPAD, e a clorofila total extraída não se alterou significativamente até o mês 11 exceto nas plantas de sol as folhas do parte superior tiveram uma maior síntese no mês 9. No mês 12 houve um aumento nas taxas de clorofila em todos os tratamentos. Os teores de N foliar tiveram correlação positiva com as leituras de clorofila analisadas pelo SPAD, ate o mês 11. Tivemos também no período de analise, um aumento significativo na concentração de carotenóides a partir do mês 8, evidenciando seu efeito foto protetor uma vez que houve também um aumento na radiação global no período ao redor de 50%. As folhas em condições de sombreamento natural apresentaram maior peso seco que as de pleno sol. O teor de proteínas totais decresceu abruptamente a partir do mês 11 em todas as plantas, época que coincidiu com o início da produção/enchimento dos grãos. Houve um aumento nos teores de amido após o mês 10 (exceto nas folhas da parte inferior das plantas de sol), vindo a diminuir em função do enchimento dos grãos. Também se observou uma síntese acentuada de açúcares redutores no início, decrescendo em função do início da formação dos grãos. Com relação aos nutrientes nas folhas analisadas, o manganês teve um comportamento significativamente diferente em relação aos demais, onde nas folhas a pleno sol a concentração do elemento foi de 6 a 8 vezes á das folhas sombreadas.