USP - Teses
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Item Avaliação ecofisiológica do cafeeiro (Coffea arabica L.) em sistema agroflorestal e em monocultivo(Escola Superior de Agricultura "Luiz de Queiroz" - Universidade de São Paulo, 2005-04) Righi, Ciro Abbud; Bernardes, Marcos SilveiraO presente trabalho objetivou uma melhor compreensão do comportamento ecofisiológico do cafeeiro (Coffea arabica L.) sob diferentes condições de cultivo sejam, intensidade de sombra e demais interações com a seringueira (Hevea brasiliensis Müell. Arg.). Procurou-se evidenciar a competição por luz e água em função da distância das árvores e consequente diferente intensidade de competição. As hipóteses desse trabalho são: 1. A redução da disponibilidade de luz pelas árvores afeta o crescimento dos cafeeiros positivamente pela redução da transpiração e negativamente pela redução da fotossíntese líquida expressa como acúmulo de matéria seca da parte aérea; 2. Existe competição por luz entre o cafeeiro e a árvore sombreadora, sendo esta proporcional à distância entre as culturas e ao tamanho da árvore sombreadora; 3. O modelo matemático utilizado descreve adequadamente a disponibilidade de luz à cultura intercalar e pode ser uma importante ferramenta no desenho de sistemas agroflorestais (SAFs). O experimento foi instalado no campo experimental do Dept. de Produção Vegetal da Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz” - ESALQ/USP em Piracicaba-SP (22°42’30” S, 47°38’00” W - altitude 554 m) num delineamento em faixas (Strip-Plot), onde a distância do cafeeiro em relação às árvores define um tratamento, com níveis de interações entre as culturas a depender desta variável. De acordo com os dados experimentais obtidos pôde-se concluir que: 1. No intervalo entre 100 a 45% da irradiância disponível não houve redução no acúmulo de matéria seca dos cafeeiros. Maiores reduções da irradiância disponível levaram à diminuição do acúmulo de matéria seca diretamente proporcional, bem como modificações em suas características morfológicas e fisiológicas dada à adaptação a estas condições; 2. O sombreamento teve um efeito positivo na redução da transpiração por unidade de área foliar e por planta. Por outro lado teve um efeito negativo aumentando a transpiração por unidade de irradiância disponível; 3. O modelo matemático proposto por Goudriaan (1977) simulou bem a disponibilidade de irradiância à cultura intercalar, com boa aproximação entre os valores medidos e estimados. Assim, sua disponibilidade está relacionada com a distância e tamanho das árvores sombreadoras.Item Planejamento da conversão do café convencional para o orgânico: um estudo de caso(Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz” - Universidade de São Paulo, 2012) Oliveira, Renato Alves de; Caixeta Filho, José VicenteA Agricultura Orgânica oferece, ao mercado consumidor, produtos isentos de agentes químicos. Os produtores que fazem uso do sistema convencional e estiverem interessados em adotar a tecnologia orgânica de produção deverão se credenciar junto ao Ministério da Agricultura através de uma certificadora de produtos orgânicos. A certificação pode ser por auditoria ou participativa, mas para recebê-la o agropecuarista deve seguir as normas e procedimentos estabelecidos pela legislação brasileira de produtos orgânicos. Um dos procedimentos é o processo de conversão ou transição, pelo qual a atividade agrícola em manejo convencional muda para o manejo orgânico. O tempo de transição pode variar de 12 a 18 meses, no mínimo, de acordo com a espécie vegetal ou animal e pelo histórico da unidade produtiva. No caso do café, a conversão do sistema convencional para o orgânico pode trazer consigo, entre outros benefícios, a independência de insumos externos, menor risco para a saúde e pode proporcionar maior lucro ao produtor. Esta pesquisa tem como objetivo desenvolver um planejamento de produção do café para o processo de conversão da técnica convencional para a orgânica no Sítio Terra Verde em Espírito Santo do Pinhal no estado de São Paulo. Utilizou-se a metodologia de programação linear para maximizar o lucro e minimizar o custo de produção do café em seis cenários. O plano de conversão foi de oito anos, respeitando a bienalidade do cafeeiro, passando por três fases de manejo: substituição de insumos, conversão e produção orgânica. Foram realizadas três análises sobre o planejamento de conversão. Os resultados da primeira análise mostraram que a adoção da técnica orgânica proporcionou ao cafeicultor lucros superiores aos do sistema convencional no final do período de conversão, quando ocorre aumento sobre o preço da saca. Os cenários da segunda análise identificaram uma situação de prejuízo ao cafeicultor no 4o ano do planejamento e uma condição econômica desvantajosa em relação ao sistema convencional, pois o lucro geral foi inferior, devido à redução da produtividade até o final da conversão. A terceira análise apresentou uma situação em que o produtor não recebe o incremento sobre o preço da saca de café quando em manejo orgânico, o que levou à obtenção de resultado desvantajoso ao produtor, no qual o lucro geral do sistema orgânico foi muito baixo em relação ao do sistema convencional. Conclui-se que especificamente para o Sítio Terra Verde, pode ser economicamente viável a adoção da produção orgânica na cultura do café, mas é com extrema dependência do diferencial do preço entre os sistemas convencional e orgânico.Item Avaliações microclimáticas, fenológicas e agronômicas em café arábica cultivado a pleno sol e consorciado com banana ‘prata anã’(Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz” - Universidade de São Paulo, 2004-12) Pezzopane, José Ricardo Macedo; Pedro Júnior, Mário JoséO presente trabalho foi realizado em cafeeiros (Coffea arabica L.) cv. Icatu Vermelho IAC 4045, cultivados a pleno sol e consorciados com banana ‘Prata Anã’ (Musa AAB), em Mococa – SP (Latitude 21o 28’ S, Longitude 47o 01’ W, altitude 665m). Foi realizada a caracterização microclimática, entre outubro de 2001 e setembro de 2002, onde foram medidos a radiação solar global, saldo de radiação, velocidade do vento e temperatura e umidade relativa do ar nos dois sistemas de cultivo. No período do inverno de 2002 e 2003, foi realizado um estudo da influência das bananeiras na variabilidade espacial da temperatura do ar e folha, além do saldo de radiação, em episódios de resfriamento noturno. Realizou-se também uma caracterização aerodinâmica e energética dos cultivos, entre dezembro de 2002 e novembro de 2003, onde foram obtidos os perfis dos bulbos seco e úmido, além da velocidade do vento em sete níveis de medida. Entre julho de 2001 a junho de 2004 foram atribuídas notas de desenvolvimento fenológico dos cultivos, além de se avaliar, o crescimento das plantas em altura e diâmetro da copa. Nas safras de 2002, 2003 e 2004 foram avaliados os parâmetros de produção nos dois sistemas de cultivo, além da variabilidade desses nas parcelas do cultivo consorciado. Houve uma atenuação dos valores de radiação solar global (21%) no cultivo de café consorciado e uma redução de 16% e 48% nos valores do saldo de radiação e velocidade do vento, em relação ao cultivo a pleno sol. Com relação à temperatura e umidade do ar, foram encontradas diferenças apenas na temperatura máxima no ponto central da parcela do cultivo consorciado, que apresentou médias superiores em relação ao cultivo a pleno sol no verão e outono, e em relação ao ponto situado próximo as bananeiras na primavera, verão e outono. Nos episódios de resfriamento do ar no período noturno, apesar do cultivo consorciado apresentar menor perda radiativa, ocorreu apenas um acréscimo de 0,3oC na temperatura do ar nos episódios amostrados, sendo que para a temperatura das folhas esses valores atingiram até 0,5oC. Foi verificado ainda que a ação de quebra-vento das bananeiras no cultivo consorciado, promoveu alterações nos perfis de temperatura e umidade do ar, apresentando gradientes reduzidos, em relação ao cultivo a pleno sol, acima do dossel dos cafeeiros. Os valores médios dos componentes do balanço de energia nos sistemas de cultivos de café a pleno sol e consorciado não apresentaram diferenças. Nos sistemas de cultivo avaliados, o crescimento vegetativo em altura e diâmetro apresentou maior atividade vegetativa no período primavera-verão em relação ao período outono-inverno, não tendo sido encontradas diferenças significativas das taxas de crescimento, de desenvolvimento fenológico e dos índices de produção entre os cultivos. No cultivo consorciado, o ponto amostral próximo às bananeiras apresentou diferenças em relação aos demais pontos amostrados no crescimento vegetativo e desenvolvimento fenológico para algumas épocas do ano, além de apresentar menor produção por planta e maior massa de 100 sementes.Item Sustentabilidade de sistemas de produção de café sombreado orgânico e convencional(Universidade de São Paulo, 2009) Moreira, Cassio Franco; Fernandes, Elisabete A. De NadaiProduzido em mais de 60 países e movimentando anualmente US$ 70 bilhões, o café é a segunda commodity mais comercializada no mundo, atrás somente do petróleo. É também, depois da água, a bebida mais popular, com consumo mundial anual superior a 400 bilhões de xícaras. O mercado internacional de cafés especiais, como orgânicos, sombreados, gourmets e socialmente justos cresce 12% ao ano, gerando oportunidades para produtores de café do mundo todo. Apesar de o Brasil ser o maior produtor e exportador mundial de café, com 38 milhões de sacas de 60 kg produzidas e 26 milhões de sacas exportadas na média dos anos de 2003 a 2007, sua produção de café sombreado e orgânico é reduzida. O cultivo sombreado predomina na maioria dos países enquanto o Brasil é caracterizado por áreas de monocultivo a pleno sol. Assim, grande parte da produção brasileira de café é originada de sistemas com pouca biodiversidade, contrapondo-se à crescente preocupação mundial com o meio ambiente e a qualidade de vida. Sistemas sombreados de café aumentam a biodiversidade nas propriedades e contribuem para a mitigação do aquecimento global, além de apresentarem vantagens técnicas potenciais como menor pressão de pragas e doenças e melhoria das condições hídricas e térmicas locais. A discussão sobre cultivo sombreado versus a pleno sol já se desenvolve há mais de um século, contudo, até hoje, o assunto permanece controverso. Portanto, a pesquisa nacional deve avaliar cientificamente diferentes sistemas de produção de café, obtendo informações qualitativas e quantitativas, visando sustentabilidade e ganho de competitividade do produto brasileiro. A hipótese do trabalho é que o sombreamento do cafeeiro com uma espécie caducifólia no período de dias curtos, secos e frios, não reduz a produtividade em relação ao cafeeiro a pleno sol nesta região do país, além de promover maior ciclagem de nutrientes no sistema e melhor qualidade de grãos. O objetivo deste trabalho é verificar se o cultivo de café arábica, orgânico e convencional, sombreado com a espécie Platycyamus regnellii, leguminosa, nativa, caducifólia no período de dias curtos, no sul do Estado de Minas Gerais, resulta em vantagens técnicas. Os experimentos foram instalados no município de Machado, sul do Estado de Minas Gerais, em fazendas com distintos sistemas de produção, orgânico e convencional, em lavouras de café arábica variedade Catuaí Amarelo, espaçamento de 3,5 m x 1,5 m e idade de 17 anos. Parcelas dos tratamentos sombreado e a pleno sol foram implantadas em cada sistema, sendo o sombreamento proporcionado por indivíduos arbóreos adultos da espécie leguminosa Platycyamus regnellii, localmente chamada “Pau Pereira”. Avaliaram-se produtividade do cafeeiro, características químicas de solo, folhas e grãos, qualidade dos grãos de café produzidos (bebida, tipo e tamanho) e radiação solar incidente no solo. A ciclagem de nutrientes proporcionada pela queda de folhas da espécie arbórea também é ponto importante do trabalho. Resultados mostraram que além de produzirem quantidade de café similar aos tratamentos a pleno sol, os tratamentos sombreados apresentaram, em geral, teores mais elevados de nutrientes nos solos, folhas e grãos além de melhor qualidade dos grãos, concluindo-se que o sistema sombreado é tecnicamente mais sustentável. Devido ao crescimento de diferentes certificações na cafeicultura, foram também avaliadas as principais certificações de café no Brasil objetivando fornecer informações aos produtores e consumidores.