UFSCAR - Dissertações

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    Resistência e rebeldia nas fazendas de café de São Carlos – 1888 a 1914
    (Universidade Federal de São Carlos, 2004) Medeiros, Simone; Mosma, Karl Martin
    Este trabalho estudou as tensões sociais entre trabalhadores rurais livres (colonos, empreiteiros ou camaradas) e fazendeiros (ou seus agentes) num contexto relativamente atomizado, sem sindicatos ou movimentos sociais, específico às fazendas de café do município de São Carlos do final do século XIX e início do XX. Através de processos criminais e inquéritos policiais referentes a conflitos rurais hierárquicos, ocorridos entre os anos de 1888 e 1914, procurou-se analisar as relações sociais estabelecidas entre dominantes e subalternos, visando identificar quais foram as respostas dadas por trabalhadores rurais ao sistema de dominação a que estavam submetidos. Dentro desta perspectiva, a pesquisa evidenciou diferenças e semelhanças entre as formas de resistência dos trabalhadores brasileiros negros, por um lado, e trabalhadores italianos, por outro. Investigou-se também até que ponto essas ações de enfrentamento produziram alterações nas relações sociais entre os agentes.
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    Italianos em casos de conflitos e tensões nas fazendas de café da comarca de Araraquara, 1890-1914
    (Universidade Federal de São Carlos, 2006-03-30) Teixeira, Rosane Siqueira; Monsma, Karl Martin
    Este estudo abordou casos de conflitos caracterizados pela violência física, moral, econômica e racial, por questões de trabalho, que envolvem imigrantes italianos oriundos de diversas regiões da Itália e outras etnias nas fazendas de café da comarca de Araraquara no período de 1890-1914, usando como fonte processos criminais. O presente trabalho buscou compreender os valores que orientavam uma conduta violenta nos conflitos cotidianos, investigando as chances de solidariedade entre as etnias nas ações individuais, principalmente entre os italianos. Nesta perspectiva, o trabalho evidenciou que as diferenças regionais entre os italianos limitavam a solidariedade do grupo, sobretudo dos setentrionais e da Itália central em relação aos meridionais. A análise dos processos também evidenciou que os principais valores que orientavam uma conduta violenta nos conflitos cotidianos eram os de receber um salário justo e de ter liberdade de movimento. Esses valores foram verificados para todas as etnias em questão.
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    Nas entrelinhas da história, memória e gênero. Lembranças da antiga Fazenda Jatahy (1925-1959)
    (Universidade Federal de São Carlos, 2006-02-20) Andriolli, Carmen Silvia; Silva, Maria Aparecida de Moraes
    Este estudo analisa as lembranças de trabalhadoras e trabalhadores de uma antiga fazenda cafeeira do Nordeste Paulista, a Fazenda Jatahy, município de Luiz Antônio/SP. Esta fazenda passou por diferentes formas de apropriação da terra ao longo do século XX. Primeiramente, de 1925 a 1945, foi uma importante fazenda cafeeira do nordeste paulista. Posteriormente, de 1945 a 1959, foi comprada pela Companhia Mogiana de Estradas de Ferro, que substituiu o cultivo do café pelos de pinos e eucaliptos. Em 1959, esta área passou a ser gerida pelo Governo do Estado de São Paulo, que a transformou em uma estação experimental, intensificando a silvicultura. Atualmente, grande parte da área da antiga fazenda é uma estação ecológica estadual, onde apenas são permitidas as pesquisas científicas e atividades de educação ambiental monitoradas. Após essas diferentes formas de apropriação da terra – fazenda cafeeira, estrada de ferro e, atualmente, área de preservação estadual – os moradores e moradoras, que ali viviam à época do café, aos poucos abandonaram a área em virtude da diminuição da oferta de trabalho. Entretanto, as (re)significações da atual área de preservação centram-se, sobretudo, na sociabilidade de outrora, quando a área era uma fazenda cafeeira. A partir desta constatação, objetivou-se reconstruir a memória coletiva desses trabalhadores e trabalhadoras. Utilizam-se como categorias de análise o trabalho, compreendido em suas múltiplas dimensões – o trabalho nas esferas pública e privada –, a memória e o gênero, especificamente o patriarcado. Por conseguinte, visa-se a elencar as diferenças de gênero existentes na memória feminina e na masculina. A reconstrução das experiências dessas colonas e colonos por meio do trabalho é o ponto central para a compreensão da sociabilidade, das representações e das múltiplas (re)significações da vida individual e coletiva. Ademais, o crivo de gênero permite retirar da invisibilidade o trabalho, a história e o contra - poder femininos, analisando as construções e (re)construções do patriarcado, desmistificando, assim, seu caráter a-histórico. O recorte temporal abrange o período da fazenda cafeeira e da Companhia Mogiana (1925 a 1959). A metodologia utilizada é a história oral, que permitiu registrar tais lembranças. Somada a ela, fontes documentais foram utilizadas. O diálogo entre as fontes oral e escrita possibilitou realizar a relação entre memória e história, centrando-se, entretanto, na historiografia local e regional. A reconstrução da memória coletiva desses colonos e colonas edificou-se ainda por meio de fontes iconográficas, concebidas como detonadoras de lembranças, e de mapas afetivos.