SPCB - Simpósio de Pesquisa dos Cafés do Brasil

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    Sistema de garantia da qualidade aplicado à determinação de OTA
    (2003) Vargas, Eugênia A.; Castro, Luciana de; Santos, Eliene A.; Silva, Cristiane M. G.; Amorim, Silésia S.; Preis, Rosinalva A.; Sá, Thaís A.; Consórcio Brasileiro de Pesquisa e Desenvolvimento do Café
    Para garantir a confiabilidade dos dados gerados, o laboratório precisa de um Sistema de Garantia da Qualidade bem fundamentado, efetivo, compreensível e adaptado à realidade. Com o objetivo de obter dados confiáveis e rastreáveis o LACQSA - Laboratório de Referência do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) para determinação de micotoxinas em produtos de origem vegetal - implementou o sistema da qualidade tendo como referência a Norma NBR ISO/IEC 17025: 2001 - "Requisitos gerais para competência de laboratórios de ensaio e calibração". A implementação deste sistema envolveu o estabelecimento de políticas e procedimentos para os seguintes itens: controle de documentos e registros; análises críticas; compras e contratação de serviços; atendimento ao cliente; controle de trabalhos não-conformes; auditorias internas; pessoal; acomodações e condições ambientais; métodos de análise e validação de métodos; equipamentos; rastreabilidade da medição; registro e preparo de amostras; garantia da qualidade de resultados e apresentação de resultados. O pessoal do Laboratório é selecionado e qualificado tendo como base a formação acadêmica e experiência profissional, treinamentos recebidos e habilidades demonstradas para cada função. Cada técnico é previamente treinado e autorizado para realizar procedimentos e operar equipamentos, possuindo currículo interno contendo todos os registros pertinentes. Os equipamentos que interferem nos resultados obtidos são calibrados por Laboratórios da Rede Brasileira de Calibração - RBC e têm os seus desempenhos avaliados internamente. O Plano de Equipamentos anual prevê as datas para calibrações, avaliações de desempenho e manutenções preventivas, de modo a garantir a adequação e bom funcionamento destes. Os métodos analíticos utilizados pelo LACQSA são previamente otimizados e validados internamente, considerando os critérios estabelecidos pelo CEN - Comitê Europeu de Normalização. Planos de estudos devem ser elaborados antes do início da validação dos métodos, nos quais os materiais, equipamentos, amostras, número de replicatas de análise, avaliação dos dados, procedimentos, testes a serem realizados devem estar descritos e o cronograma de execução previsto. Durante a validação as características do método são determinadas em termos de precisão, exatidão, linearidade, especificidade, seletividade, faixa ótima de trabalho, limites de detecção e quantificação. A influência da matriz e dos procedimentos de extração, purificação, detecção e quantificação na eficiência do método são avaliadas e determinadas. Após validação um relatório com as características e performance do método deve ser elaborado seguido de publicação interna como procedimento operacional padrão (POP) oficialização do mesmo pela publicação no Diário Oficial da União. Métodos para determinação de ocratoxina (OTA) em café beneficiado e café torrado foram validados pelo LACQSA de acordo com os requisitos previstos pelo sistema de qualidade implantado. Para determinação de OTA, os critérios estabelecidos pelo CEN são: recuperação (R) de 50 a 120%, desvio padrão relativo de repetibilidade (RSD R ) de 40% e de reprodutibilidade (RSD R ) de 60% para níveis de contaminação menores que 1 µg/kg. Para 1 a 10 µg/kg, R de 70 a 110%, RSD R de 20% e RSD R de 30%. A garantia da qualidade dos dados gerados pelo LACQSA na análise de OTA, baseia-se também no uso regular de materiais de referência, controle intralaboratorial, participação em ensaios de proficiência e comparações interlaboratoriais. Os resultados obtidos são instrumentos para avaliação do desempenho do LACQSA, indicando a necessidade de ações corretivas em caso de resultados questionáveis e insatisfatórios. O controle intralaboratorial é realizado a cada leva de amostras analisadas através de testes de recuperação empregando amostras artificial ou naturalmente contaminadas, cegas e não cegas para os analistas e amostras certificadas, juntamente a uma amostra branco. Os resultados das análises apenas são reportados quando os valores de recuperação encontrados estão dentro do critério estabelecido pelo LACQSA. Os valores de recuperação não são utilizados para corrigir os resultados. O LACQSA participa do ensaio de proficiência denominado Food Analysis Performance Assessment Scheme (Central Science Laboratory/DEFRA/UK) desde 1997 para OTA. Entre 2001 e 2002, o LACQSA participou de 6 rodadas para OTA, sendo 3 em café. Do início da implantação do sistema de garantia da qualidade (Outubro de 2000) até os dias de hoje, foi possível concluir a importância deste sistema para a obtenção de dados analíticos confiáveis, além do possível reconhecimento internacional dos dados gerados pelos países importadores de café do Brasil.
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    Metodologias analíticas de referências para determinação de ocratoxina A em café beneficiado, torrado e/ou solúvel
    (2003) Santos, Eliene A.; Castro, Luciana de; Vargas, Eugênia A.; Consórcio Brasileiro de Pesquisa e Desenvolvimento do Café
    A análise química de Ocratoxina A (OTA) em café é complexa e envolve tempo e gastos de solventes em procedimentos de purificação como extração líquido-líquido, extração com fase sólida ou a combinação dos dois. A co-extração de substâncias ácidas juntamente com a OTA tem sido considerada um fator limitante na etapa de purificação, tanto para quantificação por cromatografia líquida de alta eficiência (CLAE), quanto para análises por cromatografia de camada delgada (CCD). Métodos para determinação de OTA em café beneficiado, utilizando colunas de imunoafinidade (IAC), combinado com CCD e CLAE foram validados pelo LACQSA. Nestes métodos a OTA foi extraída pela solução de metanol: bicarbonato de sódio a 3% (1:1, v/v), a purificação do extrato foi realizada com IAC - OchratestÒ, seguida de eluição com metanol. A etapa de separação, detecção e quantificação da OTA pode ser realizada por CLAE e por CCD. Por CLAE, a separação foi realizada utilizando a fase móvel metanol:acetonitrila:água:ácido acético (35:35:29:1, v/v/v/v) e a detecção e quantificação por fluorescência e a confirmação da presença de OTA foi realizada por derivatização do extrato purificado com solução de trifluoreto de boro a 14% em metanol. A performance do método foi avaliada com ensaios de recuperação utilizando amostras de café beneficiado, artificialmente contaminadas (0,2 a 110mg/kg), em 12 níveis com no mínimo 5 repetições e com amostras naturalmente contaminadas. O método apresentou boa exatidão, com resultados de recuperação média (R) de 100,0 a 107,9 %. Os cromatogramas das amostras artificialmente e naturalmente contaminadas apresentaram perfil característico, com boa separação da OTA, e tempo de retenção em torno de 9 min. O método apresentou repetibilidade satisfatória, com desvio padrão relativo (RSD) entre 10,7 a 21,1%. A linearidade foi avaliada em relação à concentração teórica e determinada, com base no coeficiente de correlação apresentado pela curva (r =0,99). Os limites de detecção (LD) e quantificação (LQ) do método foram determinados e iguais a 0,12 e 0,20 mg/kg, respectivamente, contemplando o limite proposto pela União Européia. Testes utilizando CCD na etapa de separação, detecção e quantificação de OTA em café beneficiado, foram realizados, e as condições de análise, tipo de placa, fase móvel, solvente de retomada de amostras e linearidade de curva padrão foram determinadas. Tolueno:ácido acético (99:1, v/v) foi definido como solvente de retomada de extrato e de padrão resultando em maior sensibilidade da OTA. O uso de CCD unidimensional com quantificação visual e densitométrica foi possível quando as fases móveis tolueno:acetato de etila:ácido fórmico 88% (6:3:1, v/v/v) e acetonitrila:metanol:água:ácido acético glacial (35:35:29:10, v/v/v/v) foram usadas para fase normal e fase reversa, respectivamente. A recuperação média da OTA em amostras artificialmente contaminadas na faixa de 1,8-109µg/kg foi de 98,4% para quantificação visual e de 103,8% para quantificação densitométrica. O RSD variou de 1,1 a 24,9% e de 0,0 a 18,8% para análise densitométrica e visual, respectivamente. O RSD para amostras naturalmente contaminadas, quantificação densitométrica (três níveis de contaminação, n=3) variaram de 11,1 a 18,1%. A correlação (R 2 ) entre quantificação por CLAE e CCD/densitometria, e entre quantificação visual e densitométrica para amostras artificialmente contaminadas foi maior que 0,99. O LD do método foi 0,5 mg/kg para CCD, fase normal, comparável com àqueles publicados para CLAE. As porcentagens de recuperação e o RSD do método, tanto para quantificação visual quanto densitométrica, estão em conformidade com as características de desempenho consideradas aceitáveis para OTA na faixa de 1-10 mg/ kg pelo CEN (Comitê Europeu de Normalização). O método validado para determinação de ocratoxina A em café beneficiado, por CLAE, foi adaptado e validado para determinação de OTA em café torrado moído e solúvel. Devido à quantidade de interferentes presentes nas amostras de café torrado, fez-se necessárias alterações relacionadas com a massa da amostra extraída, a massa de amostra adicionada à IAC e o volume do solvente de extração foram alteradas. Outras adaptações foram realizadas no método no sentido de automatizar a etapa de purificação de amostra de café torrado (moído e solúvel). As condições de operação do processador automático de amostras - ASPEC, incluindo os parâmetros para purificação do extrato em colunas de imunoafinidade e injeção no cromatógrafo líquido foram determinadas. Os métodos foram disponibilizados em publicações como DOU, Food Additives and Contaminants, congressos nacionais e internacionais e em treinamentos de técnicos (Brasil e no exterior) oriundos de laboratórios, instituições e cooperativas envolvidas na pesquisa do café.
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    Influência do processamento do café na incidência e na ocorrência de Ocratoxina A
    (2003) Vargas, Eugênia A.; Santos, Eliene A.; Amorim, Silésia S.; França, Regina Coeli A.; Silva, Maria Eunice S.; Aquino, Vivianne Consolação; Bezerra, Elisa E. D.; Faustino, Lílian C. S.; Lima, Francisco Barbosa; Corrêa, Tânia Barretto Simões; Chalfoun, Sára Maria; Bartholo, Gabriel Ferreira; Araújo, J. L. da Silva; Nogueira, Márcia Dimov; Pfenning, Ludwig Heinrich; Consórcio Brasileiro de Pesquisa e Desenvolvimento do Café
    A presença de ocratoxina A (OTA) vem sendo detectada no Brasil em café beneficiado, café torrado e/ou solúvel, tanto nas etapas de pré-colheita como nas etapas de pós-colheita. Embora as boas práticas de produção associadas ao manejo do pós-colheita, tais como separação, secagem e classificação venham sendo consideradas como uma abordagem para a redução da contaminação do café por OTA, os dados disponíveis na literatura não são ainda indicativos e/ou conclusivos em relação aos principais fatores de produção (processos tecnológicos) na pré e pós-colheita que contribuem para a incidência e a ocorrência de OTA. Visando determinar estes fatores, foram coletadas amostras de cafés de diversas etapas de pré e pós-colheita, em vários estágios de maturação, de secagem normal e chuvados, e em função do tipo de processamento, em fazendas dos Estados de Minas Gerais, Bahia, Espírito Santo, São Paulo, Paraná, Rondônia e Goiás. As amostras de café foram primeiramente identificada segundo o tipo de fruto na lavoura, isto é: café bóia, café verde (café cereja verde), café de varrição, fruto verde e café cereja. Parte das amostras foram classificadas e separadas por defeito: preto, ardido, ardido/quebrado, mal granado, verde, quebrado/concha, brocado, coco/cascas, catado e sem catar. Todas as amostras e frações do café separadas e classificadas foram analisadas para OTA e umidade e os resultados foram avaliados estatisticamente. Dentre as amostras analisadas até o momento o café de varrição e o bóia apresentaram a maior incidência e os maiores níveis de contaminação por OTA. Ao se analisar as cascas do café recebido em coco e descascado pelo LACQSA observou-se que nenhuma tendência ou correlação foi observada entre níveis de contaminação por OTA no grão e na casca, podendo um café altamente contaminado apresentar baixo nível de contaminação na casca e vice-versa. Os valores de contaminação de OTA na casca somente excederam aqueles determinados para os grãos em algumas amostras específicas. Os níveis de umidade variaram de 4% a 60% e nenhuma correlação/tendência pode ser observada entre os teores de umidade e o nível de contaminação por OTA seja no grão ou na casca. Com base nos dados de contaminação do café por OTA determinados nas diversas etapas da produção (pré e pós colheita), serão definidas as etapas críticas (onde ocorre a maior contaminação por OTA) e os procedimentos a serem adotados visando a redução/eliminação da contaminação do café para níveis significativamente mais baixos do que aqueles já em vigor em países importadores de café do Brasil.
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    Delineamento, elaboração e implementação de plano amostral oficial para determinação de ocratoxina A em café beneficiado
    (2003) Vargas, Eugênia A.; Santos, Eliene A.; França, Regina Coeli A.; Amorim, Silésia S.; Faustino, Lílian C. S.; Bezerra, Elisa E. D.; Aquino, Vivianne Consolação; Lima, Francisco Barbosa; Whitaker, Thomas B.; Slate, Andy; Consórcio Brasileiro de Pesquisa e Desenvolvimento do Café
    O Brasil e os países importadores de café não dispõem de plano de amostragem oficial para avaliação da contaminação de lotes de café por ocratoxina A. A União Européia estabeleceu em março de 2002 limites de tolerância para ocratoxina A em cereais e passas e o estabelecimento de limites para OTA em café está sendo previsto para dezembro de 2003. Alguns países como Espanha, Itália, Holanda vem avaliando a qualidade de lotes de café brasileiros exportados para a Europa. Recentemente (março e abril/2002), 02 Alertas Máximos foram expedidos pela União Européia ao Itamarati - Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, sobre a devolução de lotes de café beneficiado brasileiro exportados para EU com níveis indesejáveis de ocratoxina A (>10mg/kg). Para minimizar o impacto de legislações futuras sobre a produção e comercialização do café brasileiro é necessário que se identifique os fatores críticos que contribuem para a contaminação do café por OTA. O objetivo deste estudo foi disponibilizar um plano oficial de amostragem para quantificação de ocratoxina A em café beneficiado no Brasil que contemple o limite atual de tolerância proposto pela União Européia (5mg/kg). As condições iniciais para o estabelecimento do plano amostral foram determinadas pelo LACQSA. Foram avaliados moinhos comerciais em relação ao desempenho, tempo de moagem, aquecimento da amostra e granulometria obtida. O protocolo do estudo de validação do plano de amostragem oficial foi desenvolvido e o delineamento do experimento definido com a cooperação do USDA. Foram amostrados 25 lotes de acordo com o protocolo proposto, sendo coletado de forma sistemática 16 kg de café que foi fracionado resultando em 16 amostras para cada lote e no total de 800 subamostras. As amostras foram analisadas para determinação de ocratoxina A, utilizando o método oficial do MAPA, validado intralaboratorialmente pelo LACQSA e publicado no diário oficial da união conforme Instrução Normativa SDA, no. 09, 24/03/2000, seção 1, páginas 35 a 42, publicada em 30 de março de 2000, (limite de detecção de 0,12 µg/kg). O método de análise compreende as etapas de extração da toxina do café por solvente orgânico, purificação do extrato obtido por coluna de imunoafinidade, separação, detecção e quantificação da ocratoxina A por cromatografia líquida de alta eficiência. Os dados referentes aos resultados das análises foram compilados e avaliados estatisticamente, compreendendo três fases. Na primeira fase determinou-se a variância total associada com a ocratoxina e com o método de análise, para cada lote. A variância é uma medida de variabilidade e foi considerada com relação à amostragem, ao preparo da amostra, e aos componentes analíticos, permitindo desta forma, determinar como cada etapa contribui para a variabilidade. Na fase 2, para cada lote a distribuição da OTA nas 16 amostras foi comparado com muitos modelos de distribuição teóricos. A distribuição teórica foi escolhida como aquela que resultou na melhor curva de distribuição para os 25 lotes. A etapa 3, ainda em estudo, avaliará a probabilidade de aceitar ou rejeitar um lote específico de café contaminado com OTA. As probabilidades serão usadas para determinar a curva característica de operação (OC), específica para planos de amostragem. A curva OC será usada para prevê a probabilidade de rejeitar de lotes aceitáveis (riscos do exportador) e o risco de aceitar lotes ruins (risco do importador).