SPCB - Simpósio de Pesquisa dos Cafés do Brasil

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    Qualidade dos cafés cereja, bóia e mistura submetidos a diferentes tipos de secagem
    (2003) Oliveira, Gilvana Aparecida de; Vilela, Evódio Ribeiro; Pereira, Rosemary Gualberto Fonseca Alvarenga; Borém, Flávio Meira; Consórcio Brasileiro de Pesquisa e Desenvolvimento do Café
    O uso de técnicas adequadas no processamento do café, principalmente uma secagem bem feita, é muito importante para o produtor. Assim, ele adquire café de melhor qualidade, facilita sua comercialização e consegue maiores retornos econômicos. O café, no Brasil, é constituído pela mistura de frutos colhidos em diferentes estádios de maturação e em diferentes teores de água, apresentando diferenças em relação à cor, densidade e umidade. Essa desuniformidade dos frutos pode prejudicar sua qualidade. A secagem de café é realizada basicamente em terreiros e em secadores mecânicos. Dentre estes, o secador de camada fixa vem sendo bastante utilizado pelos produtores. É um secador de fácil operação e de custo mais baixo. Em qualquer secador utilizado, é importante ressaltar o efeito da temperatura de secagem na qualidade do café. Vários autores recomendam valores máximos para a temperatura de secagem. Ainda há divergências entre os autores, principalmente com relação à temperatura de secagem. Os sistemas de secagem têm sido avaliados em relação à eficiência, por meio de parâmetros como temperatura, umidade relativa, velocidade do ar, tempo de secagem, teores de água inicial e final dos grãos. Mas, a relação destes parâmetros com a qualidade do café tem sido pouco estudada. Na maioria dos trabalhos, a avaliação da qualidade restringe-se à prova de xícara. Foram encontradas poucas pesquisas que relacionassem secagem e qualidade química do café. Dois experimentos foram conduzidos na safra de 1999, com o objetivo de verificar o efeito da matéria-prima e do tipo de secagem na qualidade do café. No experimento 1 foram utilizadas amostras de café bóia, cereja e mistura, colhidas em três épocas diferentes e secadas ao sol. No experimento 2, foram utilizadas amostras de café bóia, cereja e mistura, provenientes de uma só colheita e secadas em secador experimental de camada fixa, com temperaturas de secagem de 45, 50 e 55 o C. Foram realizadas análises físicas, químicas e sensoriais (prova de xícara). As secagens foram realizadas nas instalações da Usina de Beneficiamento de Sementes do Departamento de Agricultura e as análises nos Laboratórios de Grãos e Cereais, do Departamento de Ciência dos Alimentos e no Laboratório de Qualidade da EPAMIG, no campus da Universidade Federal de Lavras. Pelos resultados obtidos no experimento 1, notaram-se algumas características desejáveis nos frutos de café cereja, como aspecto, cor dos grãos, menor número de defeitos e menores teores de compostos fenólicos. Os outros índices químicos, apesar de apresentarem diferenças significativas, não tiveram valores definidos em função das matérias-primas e das épocas de colheita. No experimento 2, a secagem a 55° C apresentou amostras de café com maior número de defeitos, tipo 6/7 e pior aspecto, principalmente para o café mistura. As diferenças entre 45 e 50° C foram pequenas. Os maiores efeitos do aumento da temperatura até 55° C foram em elevar os valores de lixiviação de potássio e de condutividade elétrica, caracterizando modificações na membrana celular. Os outros constituintes, como açúcares e compostos fenólicos, não tiveram variações definidas.
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    Rede neuronal artificial para determinação da umidade de frutos de café
    (2003) Pinto, Francisco de Assis de Carvalho; Corrêa, Paulo César; Queiroz, Daniel Marçal de; Oliveira, Alisson Sanguinetti Cruz de; Consórcio Brasileiro de Pesquisa e Desenvolvimento do Café
    A adoção do manejo a sítio específico das culturas agrícolas - Agricultura de Precisão - tem, geralmente, como ponto de partida para uma linha de procedimentos, a elaboração de um mapa de produtividade durante a colheita. Para a obtenção desse mapa, a determinação da umidade do produto é um parâmetro fundamental. Portanto, a adoção dessas práticas tem se limitado às culturas onde a determinação de umidade em tempo real é uma realidade tecnológica. No momento da colheita, os frutos do café apresentam desuniformidade de maturação e elevado teor de umidade. Porém, cada estádio de maturação dos frutos no momento da colheita tem uma cor bastante característica. Por causa disso, a informação espectral adquirida, por exemplo, em imagens dos frutos, podem ser utilizadas para caracterização da umidade dos frutos de café no momento da colheita. As técnicas de inteligência artificial como, por exemplo, as redes neuronais artificiais, têm sido utilizadas em conjunto com o processamento de imagens para automação da interpretação da cena. Dessa maneira, o objetivo do presente estudo foi o desenvolvimento e teste de uma rede neuronal artificial (RNA) para estimar a umidade dos frutos de café em imagens digitais. Os frutos de café (Coffea arabica L.) da variedade Catuaí Vermelho, foram colhidos manualmente, aleatoriamente, em diversas plantas, por três catadores que classificaram os frutos visualmente em: cereja, verde e passa. As amostras dos catadores originaram uma amostra composta para cada tipo de fruto. Cada amostra composta foi dividida em 10 sub-amostras cujas as imagens foram adquiridas por uma câmera de vídeo digital, Duncantech MS3100, e levadas à estufa, 103 ± 1° C por 72 horas, para determinação da umidade. O processamento das imagens coloridas se resumiu na geração de imagens monocromáticas que representasse ou as bandas R, G e B separadamente ou a razão entre duas bandas (R/G, R/B e G/B). A RNA era composta de cinco camadas: uma de entrada, três intermediárias e uma de saída. A camada de entrada era constituída pelo vetor com os valores dos pixels de um sub-bloco da imagem processada com 5x5 pixels. Foram testadas seis combinações diferentes de números de neurônios nas camadas intermediárias. A camada de saída era constituída por um neurônio que determinava a umidade dos frutos que estavam representados no vetor de entrada. Foi desenvolvida uma rede para cada tipo de imagem processada que foram treinadas pela técnica da retro-propagação do erro. Foram retirados 10 sub-blocos, aleatoriamente, para cada imagem representando estádios de maturação diferentes de fruto de café, totalizando 300 sub-blocos (3 estádios x 10 sub-amostras x 10 sub-blocos). A rede foi treinada com 200 vetores retirados, aleatoriamente, desses sub-blocos e os restantes 100 vetores foram utilizados para testar a RNA treinada. A rede 100x100x100 apresentou o menor erro médio quadrado de 2,75 com as amostras de teste quando utilizou as imagens processadas pela razão entre a banda vermelha e verde (índice R/G), apresentando um valor, equivalendo a erro médio de 1,66% de teor de umidade em base úmida. Este valor foi considerado satisfatório, pois é semelhante ao erro apresentado pelos determinadores de umidade convencionais. Quando se utilizou apenas uma banda (R, G ou B), o treinamento foi interrompido por atingir o gradiente mínimo na curva de erro dos parâmetros livres da rede, isto indica uma dificuldade da arquitetura da rede testada de "aprender" o problema apenas com uma banda espectral.
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    Transporte marítimo do café crú beneficiado: monitoramento da umidade (% BU), umidade relativa e temperatura do café transportado em conteineres, visando a prevenção da contaminação por fungos e perda da qualidade
    (2003) Cabrera, Héctor Abel Palacios; Taniwaki, Marta Hiromi; Iamanaka, Beatriz Thie; Menezes, Hilary Castle de; Teixeira, Aldir Alves; Canepa, Frederico; Leme, Plínio Tadeu Zenker; Carvalhaes, Nelson; Santi, Domenico; Consórcio Brasileiro de Pesquisa e Desenvolvimento do Café
    O transporte marítimo do café ocorre normalmente entre os meses de setembro a janeiro e põe em contraste, o verão do hemisfério sul com o inverno do hemisfério norte. Como conseqüência, ocorrem drásticas oscilações de temperatura durante o trajeto, provocando a condensação dentro dos contêineres. No presente trabalho foram monitorados 3 contêineres reais de café, numa rota normal de Santos (Brasil) até Livorno (Itália). Os contêineres foram colocados em diferentes posições dentro de um navio cargueiro. Foram monitoradas quatro regiões do centro do contêiner: espaço livre, região superior, região central e região inferior. Nas três últimas regiões, foram colocados sensores de umidade relativa e temperatura no centro das sacas de café. Determinações de umidade do grão em cada região foram feitas no inicio e no final do trajeto. Paralelamente foram colocados três contêineres protótipos ao lado de cada contêiner real. O objetivo de monitorar os contêineres protótipos foi a de comparar uma região vertical do contêiner real equivalente às dimensões do protótipo, visando obter resultados similares ou que demonstrem uma mesma tendência com relação à umidade relativa e temperatura no interior do contêiner. Foi observado um aumento de umidade do grão entre 2-3% durante a viagem, observou-se uma condensação, principalmente no contêiner transportado no porão do navio. A influência da umidade relativa externa foi aparentemente diluída pela densidade da carga (aproximadamente 20 toneladas por contêiner) e também pela boa vedação dos contêineres. Sendo assim, a umidade relativa do espaço livre, a oscilação da temperatura e a condensação foram os fatores responsáveis pelo aumento de umidade em algumas regiões da carga. As oscilações de temperatura e umidade relativa dentro do espaço livre da carga variaram entre 7 e 37° C e entre 46 e 88% UR respectivamente.
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    Sistema de garantia da qualidade aplicado à determinação de OTA
    (2003) Vargas, Eugênia A.; Castro, Luciana de; Santos, Eliene A.; Silva, Cristiane M. G.; Amorim, Silésia S.; Preis, Rosinalva A.; Sá, Thaís A.; Consórcio Brasileiro de Pesquisa e Desenvolvimento do Café
    Para garantir a confiabilidade dos dados gerados, o laboratório precisa de um Sistema de Garantia da Qualidade bem fundamentado, efetivo, compreensível e adaptado à realidade. Com o objetivo de obter dados confiáveis e rastreáveis o LACQSA - Laboratório de Referência do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) para determinação de micotoxinas em produtos de origem vegetal - implementou o sistema da qualidade tendo como referência a Norma NBR ISO/IEC 17025: 2001 - "Requisitos gerais para competência de laboratórios de ensaio e calibração". A implementação deste sistema envolveu o estabelecimento de políticas e procedimentos para os seguintes itens: controle de documentos e registros; análises críticas; compras e contratação de serviços; atendimento ao cliente; controle de trabalhos não-conformes; auditorias internas; pessoal; acomodações e condições ambientais; métodos de análise e validação de métodos; equipamentos; rastreabilidade da medição; registro e preparo de amostras; garantia da qualidade de resultados e apresentação de resultados. O pessoal do Laboratório é selecionado e qualificado tendo como base a formação acadêmica e experiência profissional, treinamentos recebidos e habilidades demonstradas para cada função. Cada técnico é previamente treinado e autorizado para realizar procedimentos e operar equipamentos, possuindo currículo interno contendo todos os registros pertinentes. Os equipamentos que interferem nos resultados obtidos são calibrados por Laboratórios da Rede Brasileira de Calibração - RBC e têm os seus desempenhos avaliados internamente. O Plano de Equipamentos anual prevê as datas para calibrações, avaliações de desempenho e manutenções preventivas, de modo a garantir a adequação e bom funcionamento destes. Os métodos analíticos utilizados pelo LACQSA são previamente otimizados e validados internamente, considerando os critérios estabelecidos pelo CEN - Comitê Europeu de Normalização. Planos de estudos devem ser elaborados antes do início da validação dos métodos, nos quais os materiais, equipamentos, amostras, número de replicatas de análise, avaliação dos dados, procedimentos, testes a serem realizados devem estar descritos e o cronograma de execução previsto. Durante a validação as características do método são determinadas em termos de precisão, exatidão, linearidade, especificidade, seletividade, faixa ótima de trabalho, limites de detecção e quantificação. A influência da matriz e dos procedimentos de extração, purificação, detecção e quantificação na eficiência do método são avaliadas e determinadas. Após validação um relatório com as características e performance do método deve ser elaborado seguido de publicação interna como procedimento operacional padrão (POP) oficialização do mesmo pela publicação no Diário Oficial da União. Métodos para determinação de ocratoxina (OTA) em café beneficiado e café torrado foram validados pelo LACQSA de acordo com os requisitos previstos pelo sistema de qualidade implantado. Para determinação de OTA, os critérios estabelecidos pelo CEN são: recuperação (R) de 50 a 120%, desvio padrão relativo de repetibilidade (RSD R ) de 40% e de reprodutibilidade (RSD R ) de 60% para níveis de contaminação menores que 1 µg/kg. Para 1 a 10 µg/kg, R de 70 a 110%, RSD R de 20% e RSD R de 30%. A garantia da qualidade dos dados gerados pelo LACQSA na análise de OTA, baseia-se também no uso regular de materiais de referência, controle intralaboratorial, participação em ensaios de proficiência e comparações interlaboratoriais. Os resultados obtidos são instrumentos para avaliação do desempenho do LACQSA, indicando a necessidade de ações corretivas em caso de resultados questionáveis e insatisfatórios. O controle intralaboratorial é realizado a cada leva de amostras analisadas através de testes de recuperação empregando amostras artificial ou naturalmente contaminadas, cegas e não cegas para os analistas e amostras certificadas, juntamente a uma amostra branco. Os resultados das análises apenas são reportados quando os valores de recuperação encontrados estão dentro do critério estabelecido pelo LACQSA. Os valores de recuperação não são utilizados para corrigir os resultados. O LACQSA participa do ensaio de proficiência denominado Food Analysis Performance Assessment Scheme (Central Science Laboratory/DEFRA/UK) desde 1997 para OTA. Entre 2001 e 2002, o LACQSA participou de 6 rodadas para OTA, sendo 3 em café. Do início da implantação do sistema de garantia da qualidade (Outubro de 2000) até os dias de hoje, foi possível concluir a importância deste sistema para a obtenção de dados analíticos confiáveis, além do possível reconhecimento internacional dos dados gerados pelos países importadores de café do Brasil.
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    Teste de condutividade elétrica de massa na avaliação da qualidade de sementes de café submetidas a diferentes métodos de secagem
    (2003) Lima, Dinara Mattioli; Carvalho, Maria Laene Moreira de; Rodrigues, Adriana de B.; Souza, Luciana A. de; Consórcio Brasileiro de Pesquisa e Desenvolvimento do Café
    Após a colheita, as sementes de café devem ser submetidas ao processo de secagem, que é uma etapa critica na produção de sementes e freqüentemente causa danos em membranas celulares. Dentro desse contexto, o teste de condutividade elétrica pode ser uma alternativa viável para diferenciação de lotes de sementes sujeitos a danos de secagem. Por ser um método rápido, prático e específico para detectar danos nos sistemas de membranas da semente este teste vem sendo indicado para avaliação de danos e de deterioração inicial de sementes. Para avaliar a possibilidade de utilização do teste de condutividade elétrica na diferenciação da qualidade de lotes de sementes de café cv. Acaiá foram submetidos a diferentes métodos de secagem. Após a colheita dos frutos no estádio "cereja", as sementes foram despolpadas mecanicamente e degomadas por fermentação natural com água por 24 horas. Após degomagem, as sementes foram submetidas a secagem natural e artificial. A secagem natural foi realizada à sombra e em terreiro suspenso `a pleno sol e a artificial foi realizada às temperaturas de 30 e 40 0 C. Todos os métodos de secagem foram conduzidos até as sementes atingirem 12% de umidade. A caracterização dos lotes foi efetuada pelos testes de germinação (Brasil, 1992), teste de tetrazólio (Vieira et al., 1998) e emergência em bandejas (Nakagawa, 1999). O teste de condutividade elétrica foi realizado pelo método de massa (Vieira, 1994) e as leituras foram feitas após 48, 72 e 96 horas de embebição em água. O experimento foi inteiramente casualizado, em esquema fatorial 4x3 (4 processos de secagem e 3 tempos de embebição), com quatro repetições. A caracterização dos lotes submetidos aos tratamentos de secagem permitiu a diferenciação dos mesmos quanto a sua qualidade, sendo que o lote submetido `a secagem a 40 0 C apresentou qualidade fisiológica inferior. Foram detectadas diferenças entre os tratamentos de secagem e tempos de embebição, no entanto, não houve interação entre esses dois fatores. Os resultados da avaliação da condutividade elétrica permitiram a separação de níveis de qualidade, sendo que as sementes submetidas aos métodos de secagem natural não diferiram entre si e apresentaram menor condutividade. A secagem a 30 0 C propiciou valores intermediários de condutividade e maior condutividade foi observada quando as sementes foram submetidas a secagem a 40 0 C. Independente do tratamento de secagem, os valores de condutividade aumentaram até 72 horas de embebição, havendo um decréscimo posterior a esse período. O teste de condutividade elétrica de massa realizado com embebição das sementes de café por 48 horas foi eficiente na avaliação de diferentes níveis de danos de secagem.
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    Qualidade do café colhido por diferentes sistemas em três épocas
    (2003) Carvalho, Cassio de; Borém, Flávio Meira; Pereira, Rosemary Gualberto Fonseca Alvarenga; Silva, Fábio Moreira da; Silva, Virgilio Anastacio da; Consórcio Brasileiro de Pesquisa e Desenvolvimento do Café
    O presente trabalho foi realizado, com o objetivo de avaliar a qualidade do café colhido em três épocas e seis diferentes sistemas de colheita. Foram avaliados os seguintes sistemas de colheita: a) derriça manual no pano com recolhimento e abanação manuais; b) derriça manual no chão com recolhimento e abanação manuais; c) derriça mecanizada no pano com derriçadora portátil, com recolhimento e abanação manuais; d) derriça mecanizada no chão com derriçadora portátil, com recolhimento e abanação manuais; e) derriça mecanizada no chão com derriçadora portátil, com recolhimento e abanação mecanizados e f) derriça mecanizada com derriçadora automotriz. A época da colheita foi caracterizada em função da porcentagem de frutos verdes (época I co cerca de 20% de frutos verdes; época II com menos de 5% de frutos verdes e época III com menos de 2% de frutos verdes). O café foi levado diretamente para a secagem no terreiro até 11% (b.u.) de teor de água. Após a secagem, o café foi beneficiado e amostras foram retiradas para as seguintes análises: condutividade elétrica, lixiviação de potássio, número de defeitos e prova de xícara. Tanto o valor da condutividade elétrica como o valor da lixiviação de potássio foi significativamente (P<0,01) maior na época III do que nas épocas I e II. Estes resultados foram observados devido ao maior tempo de permanência dos frutos na planta permitindo, assim, a ocorrência de diversos fatores que provocam a deterioração do café. Quanto a defeitos, ocorreu diferença na classificação em função dos diferentes sistemas na época I. Porém não foi possível estabelecer uma relação clara entre o número de defeitos, o sistema de colheita e época de colheita. Da mesma forma, não foram encontradas relações diretas entre os números de defeitos com a qualidade da bebida pela prova de xícara. Observou-se na época III que além de ocorrem mais defeitos ardidos, ocorreu também menor porcentagem de defeitos verdes em relação às épocas I e II. Observou-se, a partir da prova de xícara, que ocorreram diferenças na qualidade dos cafés colhidos pelos diferentes sistemas e épocas de colheita. Porém, não foi possível estabelecer uma relação clara entre a qualidade da bebida, sistema e a época de colheita do café. Pode-se dizer que todo café apresentou boa bebida, pois, não foi detectada nenhuma bebida rio ou riada. Isto pode ter sido causado pelas condições climáticas favoráveis durante todo o período de colheita. Em anos desfavoráveis, é provável que ocorram diferenças na qualidade do café em função do sistema de colheita em diferentes épocas.
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    Qualidade do café submetido a diferentes tempos de espera antes de iniciar a secagem
    (2003) Oliveira, Gilvana Aparecida de; Vilela, Evódio Ribeiro; Pereira, Rosemary Gualberto Fonseca Alvarenga; Borém, Flávio Meira; Consórcio Brasileiro de Pesquisa e Desenvolvimento do Café
    Este trabalho foi realizado com o objetivo de verificar a qualidade do café amontoado em diferentes períodos antes da secagem e posteriormente seco ao sol e em secador. Utilizou-se café de derriça, da variedade Rubi, proveniente das lavouras da Universidade Federal de Lavras, MG. Após a colheita, as amostras permaneceram em sacos de polietileno por 0, 1, 2, 3, 4 e 5 dias à espera da secagem. Após cada tempo, as amostras foram secas ao sol e em secador experimental de camada fixa, com aquecimento do ar por resistência elétrica e com revolvimento manual. O secador continha uma bandeja de secagem de madeira constituída por quatro seções. A temperatura do ar no plenum do secador foi de 50 o C. As secagens foram acompanhadas com medições das temperaturas no espaço intergranular da massa de grãos, de duas em duas horas, nas quatro seções da câmara de secagem. Para a verificação do efeito do amontoamento antes da secagem na qualidade do café, foram realizadas análises físicas, químicas e sensoriais (prova de xícara) nos Laboratórios de Grãos e Cereais, do Departamento de Ciência dos Alimentos e no Laboratório de Qualidade da EPAMIG. Pelos resultados obtidos, verificamos um aumento no número de defeitos para as amostras de café secas ao sol somente no 5 o dia de amontoamento, cujo tipo aumentou de 6-20 para 7-10, e bebida dura ardida. Já na secagem em secador, a partir do 2 o dia de amontoamento, as amostras apresentaram grande número de defeitos, tipo acima de 7 e bebida dura avinagrada. O índice de coloração, tanto para as amostras secas ao sol quanto para as amostras secas em secador, atingiu baixos teores a partir do 3 o dia de amontoamento, com características de branqueamento. Houve uma pequena tendência de aumento da acidez com o aumento do tempo de espera para a secagem. Os açúcares variaram significativamente, mas sem nenhuma tendência definida. Os valores dos compostos fenólicos totais oscilaram com o aumento do tempo de espera, na secagem ao sol. Para a secagem em secador, houve tendência de aumento dos teores com o aumento do tempo. A lixiviação de potássio e a condutividade elétrica aumentaram com o aumento do tempo de espera, em ambas as secagens. Pôde-se concluir que o café amontoado por até 48 horas antes de iniciar a secagem não apresentou perdas de qualidade em nenhum aspecto físico ou químico do grão.
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    Método para análise de comunidades de fungos associadas a frutos e grãos do cafeeiro
    (2003) Pereira, Ricardo Tadeu Galvão; Frank, John Mick; Pfenning, Ludwig Heinrich; Consórcio Brasileiro de Pesquisa e Desenvolvimento do Café
    Material vegetal de qualquer órgão ou tecido abriga um elevado número de microrganismos, principalmente fungos. Esses fungos podem ser patogênicos ou endofíticos, aqueles que não causam efeito visível sobre a planta. Muitas espécies de fungos são capazes de produzir metabólitos, os quais podem alterar a qualidade do produto de origem vegetal. No caso do café, caracterizado por seu aroma e sabor, os fungos supostamente interferem na qualidade e também segurança do produto. Para a avaliar a ocorrência e freqüência desses fungos é preciso recorrer a procedimentos que garantam a detecção e a recuperação dos fungos, a partir de seu substrato, da forma mais completa possível. O fruto cereja do cafeeiro apresenta três partes distintas: a camada externa, constituída pelo exocarpo, a camada intermediária ou mesocarpo, e a parte interna, representada pelo endosperma que dá origem ao café beneficiado. A comunidade de fungos da camada externa ("x") é constituída por todos os organismos presentes no ambiente em que o fruto se desenvolveu ou entrou em contato. Sua determinação é feita pela lavagem da superfície do fruto. O mesocarpo é a parte do fruto localizada entre o exocarpo e o endocarpo e abriga a comunidade intermediária ("m"). A comunidade interna é constituída pelos fungos que habitam o endosperma ou grão do café, sendo a caracterização destes de maior interesse. Este trabalho descreve uma metodologia eficiente para recuperação, isolamento e caracterização de fungos potencialmente toxigênicos em frutos do tipo cereja do café. Os cuidados iniciais incluem uma rigorosa seleção dos frutos do tipo cereja, coletando somente aqueles que apresentem características do fruto maduro, sem sinal de ataque por insetos ou organismos patogênicos e limpos. Esta coleta pode ser feita diretamente na planta ou no terreiro, desde que os frutos tenham sido coletados no dia. Para o estudo da comunidade externa, cinqüenta frutos do tipo cerejas são agitados em 100ml de água peptonada 0,1%, esterilizada, removendo assim a comunidade externa. Em seguida, a suspensão é diluída em série e plaqueada em duplicata em meio DG18 (SAMSON et al., Introduction to food and airborne fungi. Wageningen: CBS, 2000). No levantamento da comunidade do mesocarpo, a superfície das cerejas do procedimento anterior é desinfestada por imersão em NaClO 2% durante 10 minutos, sob agitação constante, e então enxaguadas em água estéril. Para a retirada da casca, os frutos são apertados com a mão e as cascas colocadas diretamente no cadinho, liquidificador ou mixer. Após acréscimo de 50 mL de diluente estéril por 3 minutos, o mesocarpo pectináceo e esmagado até o completo rompimento e a suspensão coada em uma peneira. Segue-se a diluição em série da suspensão e a inoculação em placas de Petri. Para o estudo da comunidade interna, a mucilagem residual é removida dos pergaminhos, agitando os grãos do procedimento anterior em solução NaOH 0,2 N por 10 minutos. Os grãos são enxaguados e secos em papel de filtro para remover água em excesso e então colocados em DG18 com um suave aperto. As placas são incubadas a temperatura ambiente por 7 dias. O número de colônias de fungos presentes nas placas fornecerá os resultados das unidades formadoras de colônia por fruto nas comunidades "x" e "m". No caso da comunidade interna "i", o resultado é dado em porcentagem de grãos infectados. Adaptações na metodologia possibilitam ainda o trabalho com outros tipos de cafés. Estas adaptações devem ser feitas levando em consideração o princípio de separação das comunidades. No caso do café em coco, o fruto deverá ser descascado e as cascas processadas através de diluições em série. No caso, as comunidades externa e intermediária "x + m" são avaliadas em conjunto. Os grãos descascados são plaqueados diretamente após desinfestação superficial com NaClO 1% por 30 segundos, para determinar a comunidade interna "i". A leitura das placas em microscópio estereoscópico permite identificar alguns grupos de fungos e até espécies. No gênero Aspergillus, é possível diferenciar os grupos "niger" e "ochraceus". Dentro do grupo "ochraceus" pode ser diferenciada, pela tonalidade da cor amarela, a espécie Aspergillus sulphureus. Do gênero Penicillium, duas espécies foram diferenciadas, pertencentes ao subgênero "Furcatum" e "Penicillium", respectivamente. As espécies de Fusarium mais comuns em frutos de café, Fusarium stilboides e Fusarium semitectum, também podem ser reconhecidas, bem como Cladosporium cladosporioides. Os protocolos descritos, apesar de apresentarem um custo um pouco mais elevado que o tradicional "blotter test", permitem a detecção e quantificação rápida e confiável de fungos presentes em grãos e frutos de café, principalmente das espécies que oferecem potencialmente risco para a qualidade e a segurança do produto.
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    Produção de pectinases por bactérias isoladas de frutos de café em vários estágios de secagem, de equipamentos e trabalhadores envolvidos na colheita
    (2003) Falqueto, Sílvia Altoé; Oliveira, Rogério Lunezzo de; Schwan, Rosane Freitas; Consórcio Brasileiro de Pesquisa e Desenvolvimento do Café
    A microbiota do frutos de café é composta por fungos filamentosos, fungos leveduriformes e bactérias, sendo que, em alguns trabalhos, estas últimas formam o grupo mais abundante e diverso. Uma possível atuação das bactérias seria na decomposição da mucilagem dos frutos, reduzindo o tempo de secagem dos mesmos e sua possível exposição à contaminação. Foram testadas quanto à capacidade pectinolítica 191 isolados de bactérias provenientes de frutos de café em diferentes fases da secagem ou provenientes de equipamentos e pessoal envolvidos na colheita. Os isolados foram submetidos a dois métodos para detecção da atividade pectinolítica: um para a produção de poligalacturonase e outro para a produção de pectina liase. Ambos baseiam-se na detecção da atividade da enzima pela precipitação do ácido poligalacturônico ou da pectina pela adição de cetrimida após 24 h de crescimento em meio contendo ácido poligalacturônico ("screening" para a poligalacturonase) ou pectina ("screening" para a pectina liase). Nenhum isolado produziu poligalacturonase, mas dezessete isolados produziram pectina liase (8,9% do total). Dos dezessete isolados produtores de pectina liase, quinze pertenceram ao gênero Bacillus, sendo que dez foram identificados como Bacillus licheniformis, um foi identificado como Bacillus pumilus e quatro ainda estão em processo de identificação. Os outros dois isolados são bastonetes não esporulados e estão em processo de identificação. A maior parte dos isolados produtores de pectina liase foi obtida a partir dos frutos com dois dias de secagem (dez isolados), sendo que o restante foi obtido de café recém colhido (dois isolados), com quatro dias de secagem (quatro isolados) ou de equipamentos (peneira, um isolado; derriçadeira costal, um isolado). Apesar de estarem em número reduzido, as bactérias produtoras de pectina liase podem estar atuando na lise da mucilagem, de modo sinergístico com outros grupos microbianos que tenham esta capacidade.
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    Influência do teor de umidade nos coeficientes de atrito estático e dinâmico dos grãos de café em distintos materiais de parede
    (2003) Silva, Fabrício Schwanz da; Corrêa, Paulo César; Calil, Carlito; Gomes, Francisco Carlos; Furtado, Bruno Fernandino; Consórcio Brasileiro de Pesquisa e Desenvolvimento do Café
    É de fundamental importância o conhecimento das propriedades físicas dos produtos agrícolas para um projeto seguro e econômico de silos sendo, umas destas, o coeficiente de atrito do produto com a parede do silo visto que esta propriedade exerce um importante papel no comportamento de pressões e fluxos. Entre os fatores que afetam os coeficientes de atrito estático e dinâmico destacam-se, o teor de umidade e a natureza da superfície da parede do silo. A determinação correta do valor destes coeficientes é necessária para o cálculo seguro das pressões nas paredes e do tipo de fluxo que ocorrerá na descarga do material. Em vista do exposto, e da falta de informações mais atualizadas, objetivou-se com este trabalho determinar o efeito do teor de umidade dos grãos de café nos coeficientes de atrito em diferentes materiais de parede. Para a realização deste trabalho, utilizaram-se grãos de café com pergaminho das espécies Coffea arabica L. e Coffea canephora, das variedades catuaí vermelho e conillon, respectivamente. Os materiais de parede empregados nos testes foram: aço, madeira e concreto, os teores de umidade dos grãos variaram de 11,58 a 20,58% (b.u.) para a variedade conillon e 10,70 a 18,58% (b.u.) para a variedade catuaí vermelho. Os coeficientes de atrito (µ' ) foram determinados, em três repetições, com a utilização de um equipamento de cisalhamento direto de movimento de translação conhecido internacionalmente por Jenike Shear Cell ou célula de carga de Jenike, modelo TSG 70-140, fabricado pela empresa alemã Zeppelin, sendo este equipamento atualmente o mais aceito e empregado pelas principais normas internacionais de silos. Os dados foram submetidos a análise de regressão, com a finalidade de selecionar o modelo mais adequado para expressar a relação entre o teor de umidade e as variáveis estudadas, sendo calculado, também, o erro na predição dos valores dos coeficientes de atrito. Pelos resultados obtidos, observa-se uma tendência de aumento em ambos os coeficientes de atrito com o aumento do teor de umidade, para todos os materiais de parede testados. Como esperado, o coeficiente de atrito estático é superior ao dinâmico em todos os tratamentos, resultado este já observado para os produtos agrícolas. Para a maioria dos teores de umidade, os resultados referentes à variedade catuaí vermelho foram superiores aos da conillon. Observa-se, também, a supremacia do efeito do material de parede (rugosidade) sobre o efeito do teor de umidade dos grãos, nos valores dos coeficientes de atrito. Os coeficientes de atrito estático e dinâmico aumentam linearmente com o aumento do teor de umidade, sendo o modelo linear adequado para representar esta relação, para as duas variedades estudadas, ao apresentar coeficientes de correlação (R 2 ) superiores a 0,80 e erros médio inferiores a 4%.