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    Caracterização da qualidade da bebida dos cafés produzidos em diversas regiões do Paraná
    (2003) Androcioli, Armando; Lima, Francisco Barbosa; Trento, Edison José; Carneiro, Francisco; Caramori, Paulo Henrique; Scholz, Maria Brígida dos Santos; Consórcio Brasileiro de Pesquisa e Desenvolvimento do Café
    A região cafeeira do Paraná está localizada em alta latitude, numa área de transição climática que apresenta grande diversidade de clima e solo. Estas condições interferem na formação e maturação dos frutos, alterando as características intrínsecas do grão, o que possibilita a obtenção dos mais variados tipos de cafés, com potencial para a exploração de cafés especiais. O objetivo deste trabalho foi avaliar as caracterís-ticas intrínsecas do grão de café produzido nas diferentes regiões cafeeiras do Paraná, visando dar suporte à exploração de cafés especiais. Um total de 130 amostras de cafés foram coletadas em 43 municípios do Paraná (21 % dos municípios cafeeiros), em número de duas a cinco propriedades por município. Todas as amostras foram provenientes de lavouras da variedade IAPAR 59. O café foi colhido no estágio de cereja e levado imediatamente para Londrina, em embalagem adequada para evitar fermentação. As coletas das amostras foram realizadas por Técnicos da EMATER-PR, das Cooperativas de Cafeicultores e do IAPAR. Os cafés foram secos em coco, após a retirada de todos os frutos verdes ou meio maduros das amostras. A secagem foi realizada na estação experimental do IAPAR em Londrina-PR., em esteiras com fundo de tela e com movimen-tação do café a cada 30 minutos, até atingir a umidade de 11%. Após a secagem, as amostras foram bene-ficiadas, codificadas e enviadas ao DECAF/MAPA-PR. para a prova de xícara. Nesta etapa, identificou-se todos os defeitos do café beneficiado. Foi adotada a torra clara, utilizada normalmente no comércio de café. A prova de xícara foi realizada por cinco classificadores experientes da Indústria e do Comércio de café, previamente treinados na escala adotada para o experimento. Para a classificação dos cafés contou-se com o apoio da Companhia Cacique de Café Solúvel, da Companhia Iguaçu de Café Solúvel, do Centro do Comércio do Café do Norte do Paraná, da Bolsa de Cereais e Mercadorias de Londrina e do Departamento Nacional do Café. Foram avaliadas as características de aroma; sabor; acidez; corpo; doçura e atribuída uma nota global ao café em função do conjunto destas características. A escala adotada foi de 1 a 10 para cada uma das características avaliadas. Com base nas Cartas Climáticas do Paraná - IAPAR - edição 2000, identificou-se a faixa de temperatura média anual de cada município onde foram coletadas as amostras. As faixas de tempe-ratura média da região cafeeira do Paraná foram de: 19 - 20°C; 20 - 21°C; 21 - 22°C; 22 - 23°C e 23 - 24°C. Os resultados mostraram que para todas as características as notas foram crescentes inversamente com a temperatura. Os cafés das regiões de faixa de temperatura 19 - 20°C e 20 - 21°C apresentaram características de sabor, aroma, acidez, corpo e doçura bem elevados e receberam nota global média de 8,90 e 8,48, respectivamente. Os cafés na faixa de temperatura de 21 - 22°C mostraram-se bem equilibrados e apresentaram nota global média de 7,88. Os café nas faixas de temperatura média de 22 - 23°C e 23 - 24°C foram muito semelhantes entre si, em todas as características, recebendo nota global de 7,57 e 7,40, respectivamente. Nestas duas faixas de temperatura média mais elevada, os cafés apresentaram a mais baixa acidez, que podem atender determinados tipos de mercado e compor blends com cafés de maior acidez. Os resultados indicaram que em função de sua ampla diversidade climática, o Paraná tem grande potencial para produzir diferentes tipos de café para atender as necessidades dos mais exigentes mercados de cafés especi-ais.
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    Proteção de cafeeiros jovens contra a geada através da utilização de túneis plásticos
    (2003) Grodzki, Leocádio; Caramori, Paulo Henrique; Morais, Heverly; Juliatto, Horácio; Moreno, Élcio Carvalhal; Consórcio Brasileiro de Pesquisa e Desenvolvimento do Café
    O túnel plástico de polietileno aditivado EVA é comumente utilizado na olericultura para proteção contra baixas temperaturas. Na cafeicultura, a baixa temperatura também é um fator climático que limita a produção, principalmente na fase inicial da cultura, quando esta é mais suscetível. No presente trabalho, avaliou-se a eficiência do túnel plástico de polietileno aditivado EVA na proteção de cafeeiros jovens contra geadas, durante o primeiro inverno após plantio no campo. Mudas de Coffea arabica L., da cultivar Catuaí vermelho, com 5 a 6 pares de folhas foram plantadas em junho de 2002 na fazenda experimental do IAPAR em Curitiba, região propícia à ocorrência de geadas, em um espaçamento de 1,0 m entre linhas por 0,5 m entre plantas. Os cafeeiros foram cobertos com filme de polietileno EVA de 100 m de espessura, nas dimensões de 1,0 m de largura por 0,9 m de altura e comprimento de 20 m. O túnel foi construído utilizando-se arcos de ferro de construção (espessura de 3/8" dispostos a cada 1,5 metros de distância e presos entre si por três ripamentos finos, para dar firmeza à estrutura. As laterais do túnel permaneceram suspensas durante a experimentação, exceto em noites de ocorrência de resfriamentos, em que as mesmas foram abaixadas para aumentar a eficiência na proteção. Em uma área adjacente foram plantados cafeeiros sem proteção para fins comparativos. Em cada tratamento monitorou-se os seguintes parâmetros microclimáticos: radiação solar global, radiação fotossinteticamente ativa, saldo de radiação e temperaturas do ar e da folha. Os sensores foram conectados a um sistema automático de aquisição de dados (ref. com. Campbell Sci., Datalogger 21X), com coleta de dados a cada dez segundos para obtenção de médias a cada dez minutos, além dos valores extremos de temperaturas. Houve, durante o período experimental, um episódio de geada fraca, ocorrido entre os dias 15 e 17 de junho. Com relação às temperaturas mínimas da folha, observou-se que nos cafeeiros sob o túnel houve uma redução na queda de temperatura noturna. As temperaturas mínimas verificadas nas folhas dos cafeeiros expostos foram: 0,8ºC no dia 15; -1ºC no dia 16 e 0ºC no dia 17, com uma pequena formação de gelo sobre as superfícies expostas no dia 16, caracterizando uma condição de geada de radiação fraca, enquanto que no tratamento com cobertura foram: 5,7º C; 4,3º C; 2,5º C nos dias 15, 16 e 17 respectivamente. Essas temperaturas mais elevadas, registradas nos cafeeiros sob túnel ocorreram devido à interceptação da radiação de superfície na forma de onda longa pela cobertura plástica aditivada, reduzindo assim a perda noturna de energia. Portanto, os resultados experimentais mostraram que as temperaturas mínimas do ar são, no interior do túnel, em média, 4º C mais elevadas, quando comparadas ao ambiente sem cobertura. A análise das radiações global diária, líquida e fotossintética ativa mostrou que: 1) a perda do saldo radiação durante a noite foi sempre menor do que na área sem proteção; 2) nos dias de geada a radiação líquida máxima recebida atingiu 500 W/m² enquanto que a dentro do túnel ficou em pouco mais de 400 W/m²; 3) a radiação global média durante os dias de geada esteve na média dos 21,8 MJ/m².dia enquanto que sob o túnel 16,0 MJ/m².dia, representando 26,6% da luz interceptada sob o túnel de polietileno; 4) a radiação fotossintética média nos mesmos dias, ficou em 9,77 MJ/m².dia na parte externa, enquanto que sob o túnel esteve em 7,2 MJ/m².dia, resultado de uma interceptação pelo plástico de 26,6% da luz fotossinteticamente ativa.
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    Efeito da geada em mudas de café sob diferentes métodos de proteção
    (2003) Caramori, Paulo Henrique; Grodzki, Leocádio; Morais, Heverly; Juliatto, Horácio; Consórcio Brasileiro de Pesquisa e Desenvolvimento do Café
    Cafeeiros recém-plantados são mais sensíveis a baixas temperaturas por se localizarem próximos ao solo, onde há maior acúmulo de ar frio e por estarem plenamente expostos à perda noturna de calor. Assim, medidas de proteção são importantes para o cultivo em regiões sujeitas a eventuais geadas. Foi conduzido um trabalho de campo para avaliar diferentes alternativas de proteção de cafeeiros jovens contra as geadas. Para tanto, um lote de plantas da cultivar Catuaí Vermelho, com 5 a 6 pares de folhas foi plantado em junho de 2002 na fazenda experimental do IAPAR em Curitiba, região propícia à ocorrência de geadas, em um espaçamento de 1,0 m entre linhas por 0,5 m entre plantas. Foram avaliadas diferentes formas de proteção: 1 - enterrio das plantas; 2 - cepilho; 3 - bambu gigante cortado ao meio e coberto com uma camada de solo; 4 - bambu gigante cortado ao meio e colocado sobre as plantas; 5 - PVC de 4 polegadas cortado ao meio e coberto com uma camada de solo; 6 - palha de gramínea com espessura aproximada de 10 cm; 7 - PVC de 4 polegadas cortado ao meio; 8 - saco de aniagem dobrado em 4 camadas, 9 - plantas sem proteção. Os tratamentos foram distribuídos em um delineamento inteiramente casualizado, com 5 plantas por parcela e 4 repetições. Em uma das parcelas de cada tratamento monitorou-se a temperatura da folha de uma planta, utilizando sensores de termopar cobre-constatã, em contato com a face inferior da folha. Os sensores foram conectados a um coletor de dados (micrologger), o qual armazenou dados médios de temperatura a cada 10 minutos. Foram monitoradas as massas de ar frio com potencial de provocar geadas. Não houve geadas pronunciadas durante a avaliação. No período de 10 a 17 de junho de 2002 houve episódios de baixas temperaturas, variando de -1 o C a 9,8 o C. As coberturas foram colocadas sobre os cafeeiros na véspera da ocorrência do primeiro resfriamento (dia 9 de junho) e retiradas somente no dia 18 de junho, após eliminados os riscos de novos resfriamentos. Ao final, avaliou-se os tratamentos quanto às temperaturas mínimas registradas. O enterrio, cepilho e o bambu enterrado mostraram-se bastante eficazes, apresentando temperaturas mínimas mais elevadas que os demais tratamentos, chegando a registrar no dia 16 de junho temperatura mínima de 9,3 o C e 7,7 o C respectivamente, enquanto nas plantas sem proteção a temperatura mínima atingiu -1 o C. Durante todo o período de resfriamento as diferenças nestes tratamentos foram as mais pronunciadas em relação às plantas sem proteção, com valores entre 8 o C a 10 o C. Os demais tratamentos, exceto o PVC, também mantiveram uma diferença média de 6 o C superior aos cafeeiros sem proteção durante o período de resfriamento. A cobertura com o PVC apresentou as menores diferenças em relação ao cultivo sem proteção, mais ainda com temperaturas mínimas positivas, variando de 2,9 o C a 5,5 o C. Portanto, para as condições de resfriamento observadas neste trabalho, conclui-se que o cepilho e enterrio das plantas apresentam os melhores resultados como métodos de proteção e saco de aniagem, palha de gramínea, PVC enterrado e o bambu enterrado também revelaram bons resultados de proteção aos cafeeiros.
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    Efeito da arborização com guandu na primeira produção de café no norte do Paraná
    (2003) Cruz, Roberto Fernando Rosa; Hugo, Renzo Gorreta; Caramori, Paulo Henrique; Morais, Heverly; Consórcio Brasileiro de Pesquisa e Desenvolvimento do Café
    O excesso de radiação solar e temperatura, associados a deficiência hídrica provocam o depauperamento do cafeeiro, a redução da produtividade e acentuam a bianualidade de produção. Diversos estudos de arborização conduzidos no Paraná têm mostrado as vantagens do uso de um sombreamento controlado para a cultura do café. Dentre estes, destaca-se o uso de guandu na fase de formação da lavoura, que é uma prática que vem apresentando resultados positivos e já é adotada por muitos produtores. O presente trabalho visa definir a densidade ideal de sombreamento que favoreça o estabelecimento dos cafeeiros e a primeira produção, a qual está relacionada com o nível de insolação nas gemas no período que antecede o inverno. O experimento foi instalado em uma área de produtor, no município de Abatiá-PR, a partir de julho de 2001. Os cafeeiros são da variedade IAC-33 - TUPI, com idade de 3 anos plantados com espaçamento de 2,5 m entre linhas e 0,5 m entre covas. Estão sendo avaliados três tratamentos com 4 repetições, montados em blocos casualizados: uma linha de guandu comum a cada linha de café sem nenhum tipo de manejo; uma linha de guandu comum a cada linha de café com podas laterais de rebaixamento do guandu, segundo manejo do produtor e tratamento testemunha conduzido a pleno sol. Cada parcela foi constituída de três ruas de café com 20 metros de comprimento. A avaliação da produção foi feita em julho de 2002, colhendo-se o café maduro, numa única operação de derriça no pano, separadamente em cada parcela, obtendo-se o peso médio do café colhido em cada tratamento. A seguir retirou-se três amostras de 4,0 kg do café colhido para secagem no terreiro até atingir média de 11% de umidade, obtendo-se o valor equivalente de café em coco. Finalmente cada amostra de café em coco foi beneficiada individualmente e obtida renda do benefício de cada tratamento. Durante o período experimental, de fevereiro a maio de 2002 ocorreu déficit hídrico contínuo, com temperaturas médias do ar em torno de 2 o C acima do esperado para a região, o que acentuou a condição de estresse nas lavouras a pleno sol. A produção de café em coco obtida nos três tratamentos analisados foi semelhante. No entanto, a renda do benefício e a produção final de café beneficiado foi superior nas parcelas arborizadas, resultando em 679,2 kg/ha no tratamento de guandu sem manejo e 678,8 kg/ha no tratamento de guandu com manejo, contra 543,2 kg/ha a pleno sol. Estes dados mostram que no ambiente arborizado, devido à atenuação da radiação incidente e conseqüente redução na temperatura e demanda evaporativa, houve melhores condições para desenvolvimento dos grãos e maturação, resultando em frutos de maior tamanho e peso que proporcionaram maior volume beneficiado. Portanto, em ambientes com temperatura elevada e deficiência hídrica, a arborização é uma prática que contribui para melhorar as condições de produção.
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    Avaliação dos danos causados por geada severíssima em cafeeiros sob a área de influência das copas de quatro espécies florestais em Londrina, PR
    (2003) Leal, Alex Carneiro; Caramori, Paulo Henrique; Soares, Ronaldo Viana; Batista, Antônio Carlos; Consórcio Brasileiro de Pesquisa e Desenvolvimento do Café
    As principais regiões produtoras de café arábica no Brasil sempre estiveram sujeitas à eventual ocorrência de geadas, que causam danos variáveis em função da sua menor ou maior freqüência e intensidade. Apesar da ocorrência relativamente freqüente de geadas na região cafeeira paranaense, os produtores têm convivido com o fenômeno e continuado a produzir de maneira econômica e expressiva, ocupando atualmente a terceira posição entre os Estados brasileiros produtores de café arábica. As medidas de defesa contra as geadas são de importância vital para a cafeicultura paranaense. Quanto à intensidade, as geadas podem ser classificadas em severíssimas, severas e moderadas. As severíssimas afetam o cafeeiro de maneira a provocar a morte da parte aérea, com necessidade de recepa das plantas. Para este tipo de geada os métodos usuais de proteção não são efetivos, mas como ocorrem com baixa freqüência (a cada 30 anos) constituem um risco aceitável para qualquer atividade agrícola. As severas, consideradas as mais prejudiciais pela freqüência de ocorrência (a cada 5-6 anos), causam danos parciais nas plantas e afetam a produção do ano seguinte. As moderadas, com freqüência esperada de uma cada 3 anos, causam pouco dano às plantas e afetam pouco a produção do ano seguinte. Dentre os métodos de proteção das lavouras de café, algum como, a nebulização, o aquecimento e a irrigação por aspersão, são considerados de difícil execução e sua aplicação é limitada. Entre as medidas de proteção adotadas pela quase totalidade dos produtores paranaenses e que têm contribuído para reduzir substancialmente os danos por geada, estão, a escolha adequada do local para o plantio, evitando-se as partes baixas do relevo e outras situações menos favoráveis, e o zoneamento climático para o café. Medidas de curto prazo, tais como, o chegamento de terra junto ao tronco do cafeeiro e o enterrio total das mudas de até um ano de idade, têm surtido grande efeito, uma vez que os produtores paranaenses contam com um serviço de alerta meteorológico, operado pelo IAPAR, que divulga a previsão da ocorrência de geadas com antecedência de pelo menos 24 horas, o que permite evitar totalmente os danos nas lavouras recém implantadas e reduzir substancialmente os danos em plantas desenvolvidas. Entre as medidas promissoras para minimizar o efeito das geadas temos a arborização do cafezal. A introdução de espécies arbóreas altera o balanço de energia na lavoura e reduz a perda de calor pelas plantas de café, propiciando temperaturas nas folhas de café de 2 a 4 °C mais altas, durante a ocorrência de geadas. Com o intuito de comparar o efeito de diferentes espécies florestais em alguns parâmetros microclimáticos na área de influência das árvores, foi instalado um experimento, em Londrina, com as espécies casuarina, leucena, grevílea e pinus, em delineamento de blocos ao acaso com quatro repetições. As parcelas de 25,2 m x 28,8 m, foram formadas por cafeeiros Iapar 59 no espaçamento 1,20 x 0,80 cm, com uma árvore no centro da parcela. No ano de 2000, foram registradas ocorrências de geadas severas e severíssimas entre os dias 13 e 24 de julho, que atingiram grande parte do parque cafeeiro paranaense. Os danos provocados por estas geadas foram avaliados pela contagem de nós vivos e mortos no ramo ortotrópico das plantas de café, numa área de 80,64 m 2 situada no entorno das árvores, totalizando 84 plantas por parcela. Nas parcelas testemunha foram amostradas 12 plantas em cada bloco. Apesar de não ser esperado efeito apreciável dos tratamentos nas condições de geada severíssima, especialmente por serem árvores isoladas e pouco desenvolvidas, com alturas médias em torno de 7 a 10 m, os resultados mostraram que, a porcentagem média de nós mortos (% de dano) variou de 78,5 % a 94,6 %. O teste de comparação de médias SNK a 5%, mostrou diferença significativa entre os tratamentos e a testemunha (dados transformados para arcsen raiz quadrada da % de dano), evidenciando que, mesmo em geadas dessa intensidade, o anteparo oferecido pelas copas das árvores, promove proteção efetiva à perda de calor. O menor valor médio de % de dano foi do tratamento com a casuarina, embora sem diferenças significativas entre as espécies. Foram plotados gráficos para visualização espacial do dano, nos quais observou-se que a área protegida se concentrou sob a copa e próximo ao tronco da árvore. Houve correlação linear entre os valores de % de dano e o raio das copas, com significância mínima de 7 % de probabilidade, para todas as espécies, à exceção da leucena. Verificou-se que para todas as espécies, indistintamente, o maior tamanho de copa não se traduziu em maior proteção ao cafeeiro, conforme esperado, pois apesar da leucena apresentar área de copa maior que a das outras espécies, devido ao seu crescimento simpodial em oposição ao hábito monopodial das demais, a % de dano correspondente foi semelhante à média geral.
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    Avaliação da anatomia foliar de cafeeiro sombreado com guandu e cultivado a pleno sol
    (2003) Morais, Heverly; Medri, Moacyr Eurípedes; Caramori, Paulo Henrique; Ribeiro, Ana Maria de Arruda; Marur, Celso Jamil; Gomes, José Carlos; Consórcio Brasileiro de Pesquisa e Desenvolvimento do Café
    A adaptação de plantas de uma mesma espécie a diferentes habitats constitui a base da diferenciação entre folhas de sol e folhas de sombra e está associada a modificações nas características anatômicas. Para verificar e caracterizar tais mudanças foi conduzido um estudo em cafeeiros sombreados com guandu comum (Cajanus cajan) linhagem IAPAR PPP-832, utilizando-se como referência cafeeiros cultivados a pleno sol. Os cafeeiros da cultivar IPR 99 foram plantados em 10/12/1998 no espaçamento 2,5 x 0,70 m e foram recepados após a geada de julho de 2000. O guandu foi semeado nas entrelinhas dos cafeeiros na densidade de 3 plantas/m linear em dezembro de 2000, atingindo em maio de 2001 seu crescimento vegetativo máximo (4 m de altura) e cobrindo totalmente os cafeeiros. A interceptação da radiação solar global pelo guandu manteve-se entre 80 e 90% de maio a julho e caiu para 65% no final de agosto, devido à senescência das plantas. No dia 4 de setembro foram coletadas dez folhas de plantas diferentes de cada tratamento (cafeeiros sombreados e cafeeiros a pleno sol) escolhidas ao acaso, do 2º par de folhas do ramo plagiotrópico a contar do ápice, pertencentes ao terço superior das plantas e voltadas para a face norte. De cada folha foram extraídos pedaços de 0,5 cm 2 da região mediana, os quais foram submetidos à preparação de lâminas pelo Método de Parafina. Em seguida os cortes foram emblocados em parafina e foram retiradas secções transversais de 10 mm de espessura, com micrótomo rotativo manual. Estas secções passaram por etapas de colagem em lâminas com adesivo Haupt, distensões em placa aquecida, coloração pela combinação azul de astra e fucsina básica, e finalmente foram fixadas em bálsamo-do-Canadá. Para análise dos cortes transversais foram efetuadas cinco medições de cada indivíduo, utilizando-se ocular micrométrica. As estruturas avaliadas foram: espessura da parede celular e cutícula, espessura das epidermes abaxial e adaxial, espessura do parênquima paliçádico e lacunoso e espessura da folha. Os percentuais de espaços intercelulares foram obtidos pelo método gravimétrico], sem o uso da ocular micrométrica. O número de estômatos foi avaliado por meio de lâminas preparadas a partir da impressão de nitrocelulose (esmalte incolor) na epiderme abaxial das folhas, retirando-se películas no terço mediano. A contagem de estômatos foi feita em 5 campos de cada folha. Para caracterizar o comprimento dos estômatos foram avaliadas 5 folhas de plantas distintas de cada tratamento, das quais foram extraídos pedaços de 0,5 cm 2 da região mediana, que passaram pelo processo de dissociação da epiderme por meio da Mistura de Jeffrey (ácido crômico e ácido nítrico a 10%); as epidermes (abaxial e adaxial) foram submetidas à coloração pela combinação azul de astra e fucsina básica e finalmente foram fixadas em lâminas. Foi medido o comprimento de 10 estômatos em cinco campos diferentes, utilizando um microscópio de câmara clara com ocular micrométrica. Os dados foram submetidos à comparação de médias pelo teste estatístico "t" de Student. Para todas as variáveis avaliadas observaram-se diferenças anatômicas entre folhas expostas ao sol e à sombra. As folhas expostas ao sol apresentaram cutículas e paredes celulares mais espessas, células da epiderme mais estreitas, parênquima paliçádico com células mais alongadas, parênquima lacunoso espesso e com poucos espaços intercelulares e maior número de estômatos. Folhas sob condições de denso sombreamento apresentaram menor espessura das células da cutícula e parede celular; mesofilos com menores volumes, porém com maiores espaços intercelulares; epidermes com células mais espessas e estômatos em menor quantidade, envoltos por células subsidiárias de menores dimensões. Os resultados obtidos evidenciaram que a espécie Coffea arabica caracteriza-se por apresentar grande amplitude de adaptação fenotípica à mudança na intensidade de radiação solar. Características observadas no aparato estomático e mesofilo atribuem às plantas cultivadas a pleno sol maior atividade fotossintética, que por sua vez pode implicar em ganhos produtivos.
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    Produtividade de cafeeiros sob denso sombreamento de guandu em dois anos consecutivos
    (2003) Morais, Heverly; Caramori, Paulo Henrique; Ribeiro, Ana Maria de Arruda; Gomes, José Carlos; Moreno, Élcio Carvalhal; Consórcio Brasileiro de Pesquisa e Desenvolvimento do Café
    A espécie Coffea arabica é oriunda de habitat de sub-bosques e tradicionalmente cultivada em sistemas agroflorestais. Estudos sobre a estrutura e dinâmica de sistemas agroflorestais têm mostrado a importância do sombreamento para a melhoria das condições edafoclimáticas de cafeeiros. A arborização mantém a fertilidade do solo por meio da fixação do nitrogênio atmosférico, aumento da matéria orgânica através da biomassa de raízes e partes aéreas e pelo favorecimento à reciclagem de nutrientes. O sombreamento permi-te a criação de um microclima que ameniza a variação de temperatura do ar e do solo, conserva a umidade do solo, protege do impacto da água pelo excesso de chuva e granizos e atenua a força dos ventos. No caso do cultivo de cafeeiros no sul do Brasil, tem-se encontrado na arborização, uma especial vantagem, a proteção contra geadas. Entretanto, um dos pontos mais polêmicos na utilização de sistemas agroflorestais na cafeicul-tura é o seu efeito na produção. Para avaliar a produtividade de Coffea arabica cultivado sob denso sombreamento de guandu em dois anos consecutivos, foi conduzido um estudo em cafeeiros da cultivar IPR 99, plantados em 10/12/1998, no espaçamento de 2,5 m x 0,70 m com uma planta por cova e recepados a 30 cm de altura em setembro de 2000. O guandu foi semeado nas entrelinhas dos cafeeiros na densidade de 3 plantas/m linear em dezembro de 2000, atingindo em maio de 2001 seu crescimento vegetativo máximo (4 m de altura) e cobrindo totalmente os cafeeiros. Em setembro de 2001 o guandu foi podado a 60 cm de altura, retomou novamente o crescimento e atingiu sua altura máxima em abril de 2002. Houve redução da radiação solar incidente sobre as copas dos cafeeiros devido à presença do guandu, caracterizando um ambiente típico de sombra densa, em que a porcentagem de interceptação da radiação solar atingiu 90% no decorrer da experimentação. Para avaliação dos ramos produtivos, foram selecionadas dez plantas de cada tratamento, escolhidas ao acaso. As variáveis analisadas foram: número de ramos plagiotrópicos, número de ramos com fruto, número de nós por ramo, número de nós com fruto por ramo e número total de frutos por ramo. Para avaliação da maturação dos frutos colheram-se cinqüenta plantas de cada tratamento, sendo cinco repetições de dez plantas colhidas seqüencialmente. Em seguida, retiraram-se amostras de trezentos gramas de frutos de cada repetição, os quais foram separados e contados para estimativa das frações de frutos verdes, maduros e secos. Para avaliação da produção e do tamanho dos grãos foi efetuada colheita de cinqüenta plantas de cada tratamento, sendo cinco repetições de dez plantas distribuídas em parcelas ao acaso. As variáveis avaliadas foram: peso de café da "roça" (imediatamente após a colheita), peso de café em côco e peso de café beneficiado. Após o beneficiamento, foram retiradas amostras de 200 g de grãos de cada repetição, as quais foram submetidas a peneiras vibratórias com diâmetros de 18, 17, 16, 15, 14, 13 e 12 mm, para o cálculo das frações. Os resultados mostraram que a densa arborização em dois anos consecutivos reduziu o número de ramos produtivos, número de nós por ramo e número de nós produtivos e, conseqüentemente, reduziu o número de frutos produzidos. Os cafeeiros sombreados apresentaram frutos maiores e com maturação mais lenta, fato que pode propiciar melhor qualidade do produto. A produção foi significativamente maior no cultivo a pleno sol. A baixa quantidade de radiação fotossintética absorvida pelos cafeeiros arborizados no período de diferenciação da gema floral (fevereiro-agosto), devido ao excessivo sombreamento, influenciou negativamen-te a produção e evidenciou a necessidade de estudos de manejo do guandu visando a redução na densidade de sombreamento para viabilizar economicamente a utilização desta prática. Palavras-chave: Coffea arabica, Cajanus cajan, sistemas agroflorestais, arborização, consorciação, frutos
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    Avaliação de espécies isoladas para arborização do cafezal
    (2003) Luz, Otávio Oliveira Da; Caramori, Paulo Henrique; Morais, Heverly; Consórcio Brasileiro de Pesquisa e Desenvolvimento do Café
    Foi realizado em Carlópolis - Paraná, em uma lavoura de catuaí vermelho plantado em agosto de 1995 no espaçamento de 1,7 x 0,6 m, um experimento com o objetivo de analisar a influência de diversas espécies de árvores utilizadas na arborização do cafeeiro. O solo foi classificado como litólico, com horizonte A orgânico de 20 a 30 cm de profundidade. Abaixo do horizonte A encontram-se calhaus e materiais semi-estruturados com baixa permeabilidade. Foram avaliadas árvores isoladas das seguintes espécies: Grevilllea robusta (grevílea), Luchea grandiflora (açoita cavalo) e Machaerium acutifolium (sapuvão). A grevílea foi implantada logo após o plantio do café e as demais espécies já existiam no local. Os resultados foram obtidos colhendo as plantas em pontos de amostragem pré-determinados, medindo separadamente a colheita dos frutos da parte aérea e os já caídos no chão. Os pontos amostrados foram a 2, 4, 6 e 8 metros do tronco das árvores, em oito sentidos: norte, sul, leste, oeste, nordeste, sudeste, sudoeste e noroeste. Os resultados obtidos mostraram que houve influência das árvores no cafezal, ocorrendo maior queda na produtividade pela açoita cavalo; as grevíleas tiveram pouca influência e a sapuvão mostrou influência positiva. Em todas as espécies, a produtividade foi maior a 2 metros, decresceu a 4 metros e voltou a subir a partir dos 6 metros. Houve uma tendência de maior queda de frutos próxima às árvores, a qual diminuiu e se estabilizou a partir de 4 metros. Na média, na área a pleno sol houve menor queda de frutos maduros, observados no momento da colheita. Em todas as árvores houve uma tendência de maior produtividade no sentido oeste-noroeste e sudes-te- sul, justamente onde caminha a sombra ao longo do dia durante o verão. Tais resultados indicam que a modificação do microclima pela presença das árvores foi um fator benéfico para a produção de café. Assim, fica evidente a necessidade de maiores estudos, visando melhor caracterizar os efeitos do caminhamento da sombra; regime de radiação solar fotossintética; efeitos nas propriedades físicas, químicas e biológicas do solo; efeitos na maturação, peneira e bebida.
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    Características fisiológicas e de crescimento de cafeeiro sombreado com guandu e cultivado a pleno sol
    (2003) Morais, Heverly; Marur, Celso Jamil; Caramori, Paulo Henrique; Ribeiro, Ana Maria de Arruda; Gomes, José Carlos; Consórcio Brasileiro de Pesquisa e Desenvolvimento do Café
    Embora no Brasil predomine o cultivo a pleno sol, a utilização de sistemas agroflorestais na cafeicultura é uma técnica antiga e muito difundida na América Latina, com grande potencial para o estabelecimento de sistemas de produção mais sustentáveis. Adaptações de plantas da mesma espécie aos diferentes habitats estão asso-ciadas a alterações nas suas características fisiológicas e morfológicas. Para verificar e caracterizar os efei-tos do sombreamento sobre a fotossíntese, transpiração e crescimento de cafeeiros sombreados com guandu (Cajanus cajan), comparados com cafeeiros a pleno sol, foi conduzido um estudo em Londrina, PR, em uma lavoura de café cultivar IPR 99, plantada em 10/12/1998, em um espaçamento de 2,5 m x 0,70 m com uma planta por cova e recepada a 30 cm de altura em setembro de 2000. A área total de 6000 m 2 foi subdividida em duas parcelas adjacentes, sendo uma sombreada com guandu e a outra a pleno sol. O guandu gigante (Cajanus cajan), linhagem IAPAR PPP-832, foi semeado nas entrelinhas dos cafeeiros na densidade de 3 plantas/m linear em dezembro de 2000, atingindo em maio de 2001 seu crescimento vegetativo máximo (4 m de altura) e cobrindo totalmente os cafeeiros. Em setembro de 2001 o guandu foi podado a 60 cm de altura, retomou novamente o crescimento e atingiu sua altura máxima (4 m) em abril de 2002. A interceptação da radiação solar global incidente pelo dossel de guandu, medida com piranômetros LI-COR (modelo LI200X) acoplados a um micrologger, revelou uma porcentagem de interceptação variando de 17% a 88% no decorrer da experimentação. A fotossíntese líquida e a transpiração foram avaliadas em três plantas de cada tratamen to, escolhidas ao acaso. As avaliações na parcela com guandu ocorreram sob três condições de densidade de sombreamento: cafeeiros totalmente sombreados com guandu, realizada no dia 22/08/2001; cafeeiros sem cobertura, um dia após a poda do guandu, realizada no dia 05/09/2001 e cafeeiros parcialmente cobertos, após a rebrota do guandu, realizada 50 dias após a poda. As medições foram efetuadas no período das 7:00 às 18:00 h, excetuando a primeira avaliação que ocorreu das 8:00 às 15:00 h. Foram selecionadas folhas corres-pondentes ao 2º par de folhas do ramo plagiotrópico a contar do ápice, posicionadas na região mediana da planta, orientadas no sentido leste/oeste em relação à luz solar incidente. Em duas folhas de cada planta procedeu-se à avaliação de fotossíntese líquida e transpiração por meio de um sistema portátil de fotossíntese (LI-COR, modelo LI-6200 e analisador de gás LI-6250). Os dados de fotossíntese líquida foram ajustados a uma regressão polinomial assimétrica e foi feita a comparação das linhas de regressão ajustadas para cada tratamento por meio do teste F, a 5% de probabilidade. Para caracterizar o crescimento avaliou-se: altura da planta, número de ramos plagiotrópicos, diâmetro da copa, área foliar, peso foliar de matéria verde, peso foliar de matéria seca e peso foliar específico, por meio de medições realizadas em 10 plantas ao acaso de cada tratamento, em abril/2001, setembro/2001, março/2002 e agosto/2002. O baixo nível de radiação incidente sobre os cafeeiros sombreados provocou decréscimos na taxa fotossintética e transpiração, que se mantiveram inferiores nas avaliações efetuadas 1 dia após a poda e 50 dias após a poda; verificou-se também nas plantas sombreadas a ocorrência de maior altura, folhas maiores e com menor quantidade de matéria seca. Esses resultados indicam que em Coffea arabica o excesso de sombra afeta drasticamente sua fisiologia e morfologia. Características observadas de fotossíntese, densidade foliar e número de ramos nos cafeeiros sombreados permitem inferir que tais plantas expressam menor potencial produtivo.