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Item Análise da aplicação de casca de café nas propriedades de tijolos de solo-cimento(Universidade Federal de Lavras, 2017-03-17) Castro, Eliziane Denize de; Mendes, Lourival MarinA preocupação com a sustentabilidade é uma vertente que, atualmente, atinge todos os setores de produção, inclusive, a construção civil, que faz crescer a busca por materiais que provoquem menos impactos ambientais em sua fabricação. Nesse contexto, o tijolo de solo-cimento feito, a partir de uma mistura homogeneizada de solo, cimento e água, apresenta-se como uma alternativa, uma vez que não exige queima em forno à lenha, evitando desmatamentos e a poluição do ar. Existe, ainda, a possibilidade de aproveitamento de resíduos agrícolas em sua fabricação, contribuindo, assim, para diminuir o descarte inadequado desses materiais na natureza. O presente trabalho teve como objetivo estudar os efeitos da incorporação de partículas de casca de café (Coffea arabica L.), em substituição parcial ao cimento, sobre as propriedades físicas, mecânicas e térmicas de tijolos de solo-cimento, em diferentes idades. Na produção dos tijolos, foi utilizado solo, que, por suas características inicias, necessitou de correção granulométrica com areia, cimento Portland do tipo CP II F-32 e partículas de casca de café. Definido o percentual inicial de cimento na mistura em 10%, foram inseridos percentuais de casca de café, em relação ao cimento, iguais a 5%, 10%, 15% e 20%. Os tijolos foram submetidos aos ensaios de absorção, compressão simples, nas idades de 14, 28 e 56 dias, isolamento térmico, aos 28 dias e durabilidade aos 56 dias. Os resultados encontrados demonstraram que a substituição parcial do cimento por casca de café teve efeito significativo nas propriedades, conforme o aumento no teor de casca, maiores foram os valores obtidos, para absorção de água, variação de volume e perda de massa no ensaio de durabilidade, ao passo que menores foram os resultados da resistência à compressão e massa específica aparente seca. A interação entre o teor de casca e a idade dos corpos de prova foi significativa apenas para a variável resistência à compressão. A condutividade térmica não foi influenciada pelo acréscimo de resíduo vegetal, porém o valor encontrado foi inferior ao determinado pela NBR 15220-2 (ABNT, 2005b), o que evidencia o potencial isolante do tijolo desenvolvido. Apenas o tratamento com 0% de casca de café, aos 56 dias de idade, conseguiu atingir a resistência mínima de 2MPa, assim como absorção de água abaixo de 20%, requisitos da NBR 8491 (ABNT, 2012a). De um modo geral, pode-se concluir que a substituição de cimento por casca de café, da maneira como foi concebida neste trabalho, não apresentou resultados satisfatórios perante os requisitos normativos, entretanto não se pode descartar a possibilidade de emprego desse resíduo, em misturas de solo-cimento, uma vez que outras variáveis interferiram na qualidade do material. Aconselha-se que novos estudos sejam desenvolvidos buscando otimizar o processo de produção bem como melhorar a compatibilidade entre a matéria vegetal e o cimento.