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    Patogenicidade de Colletotrichum gloeosporioides Penz. ao cafeeiro (Coffea arabica L.)
    (Universidade Federal de Viçosa, 2003) Paresqui, Leonardo; Zambolim, Laércio; Universidade Federal de Viçosa
    Neste trabalho foram conduzidos experimentos em laboratório, visando estabelecer a patogenicidade de Colletotrichum sp. ao cafeeiro (Coffea arabica L.). Isolamentos de Colletotrichum sp. foram feitos a partir de material coletado em quatro estados: Minas Gerais, São Paulo, Espírito Santo e Paraná. A partir dos isolamentos foram obtidas 180 culturas monospóricas, mantidas em sílica-gel, visando à preservação. Entre as 180 culturas inoculadas, em ramos com três rosetas de frutos verdes, houve diferença na incidência observada, tanto nos ramos com ferimento como naqueles sem ferimento, dez dias após a inoculação. A incidência máxima obtida foi de 69,5%, entretanto a testemunha, atomizada com água estéril, também manifestou sintomas e abundante esporulação de Colletotrichum gloeosporioides, resultado novamente observado quando da repetição do experimento. Isso gerou dúvidas sobre a eficiência da sanitização dos ramos e frutos verdes coletados no campo. As amostras passaram por um processo de esterilização superficial, utilizado nas etapas para isolamento de organismos endofíticos. Pôde-se observar que, mesmo superficialmente estéreis, os tecidos apresentavam abundante esporulação de C. gloeosporioides após seis dias de incubação em condições assépticas. Testes de patogenicidade foram então realizados, com e sem ferimento, utilizando-se três isolados, os quais foram inoculados em plantas oriundas de cultura de tecido, com três meses de idade, não sendo observados sintomas por mais de 20 dias após a inoculação. Porém, conseguiu-se recuperar o fungo das plantas inoculadas, mesmo depois de lavadas em água corrente, álcool 70% e cloro ativo 2%. Isso mostra que o organismo penetrou nos tecidos, entretanto sem manifestar sintomas. A partir desses resultados, concluiu-se que testes de patogenicidade de C. gloeosporioides devem ser conduzidos em plantas de cultura de tecido, a fim de se assegurar a sanidade do material a ser inoculado, visto que, mesmo após esterilização superficial do tecido, o organismo pode permanecer latente. Neste trabalho, obtiveram-se indícios de que C. gloeosporioides apresenta relação endofítica nos tecidos de cafeeiro (Coffea arabica).