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    A família no processo de construção social de mercados: uma análise da constituição moral do trabalho livre na economia cafeeira de São Carlos
    (Universidade Federal de São Carlos, 2010-02-25) Palma, Rogério da; Truzzi, Oswaldo Mário Serra
    As relações familiares adquiriram fundamental importância no processo de trabalho da economia cafeeira do “novo” oeste paulista, mas ainda não é conhecido um estudo sistemático sobre como elas atuaram na inserção ocupacional de italianos e brasileiros negros. Através da consulta a um recenseamento municipal e a inquéritos policiais, o presente trabalho possui como propósito a análise da configuração familiar e das percepções acerca da família entre italianos e brasileiros negros situados nos latifúndios cafeeiros de São Carlos durante a virada do século XIX para o século XX. Baseando-se na ideia segundo a qual os mercados são construções sociais, procurou-se auxiliar na compreensão da formação histórica do mercado de trabalho livre em questão. Em um primeiro momento, percebeu-se, por meio do exame de dados referentes à configuração familiar de negros e italianos, o exercício de maior controle, por parte dos italianos, para a permanência de filhos casados no núcleo familiar. Tal fato pode demonstrar que eles possuíam um projeto familiar mais consolidado em torno do colonato. Conseguiu-se também delimitar pressupostos morais semelhantes nos discursos de ambas as categorias estudadas. Ficou evidente, entretanto, o fato de a experiência em torno desses pressupostos ser bem distinta entre eles. O processo de racialização do período abordado relegou aos negros uma representação contrária a da moralidade familiar tida como condizente ao mercado de trabalho livre. Acredita-se que, juntamente com a maior consolidação do colonato enquanto “projeto familiar” entre os italianos, este pré-conceito para com a moralidade familiar dos afro-descendentes é fundamental para se explicar o posicionamento desta categoria social no mercado de trabalho livre da economia cafeeira de São Carlos.
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    Territórios da informalidade: as diferentes estratégias reprodutivas das famílias inseridas no comércio informal de Viçosa-MG
    (Universidade Federal de Viçosa, 2011-05-06) Lelis, Juliana Lopes; Pinto, Neide Maria de Almeida
    Ao presenciar o crescimento das desigualdades sociais no espaço urbano brasileiro, a informalidade tem sido uma alternativa encontrada pelas famílias para manterem a sua reprodução física e social. A informalidade, inicialmente, caracterizada como atividades precárias; hoje se apresenta com novas tendências, visto que adquiriu diferentes finalidades na vida das famílias. Presente de forma significativa, nos pequenos e grandes centros urbanos, ela constrói, no seu cotidiano, relações sociais e espaciais que revelam a complexidade do seu universo. É nesta perspectiva, que a presente pesquisa teve como objetivo geral, compreender os territórios e territorialidades construídos pelas famílias inseridas no comércio informal de Viçosa (MG). Para tanto, a pesquisa caracterizou-se como um estudo de cunho quanti-qualitativo e de natureza descritivo-analítica, utilizando-se como métodos de coleta de dados, o Survey, a entrevista em profundidade e a história de vida. O estudo foi realizado na cidade de Viçosa (MG), sendo a amostra composta por 208 comerciantes. Para a coleta de dados foram combinadas diferentes técnicas: observação não-participante, análise de documentos e registros da Prefeitura Municipal, questionário e entrevistas semi-estruturadas, e notas de campo. A análise dos dados baseou-se em dois procedimentos: a utilização do software SPSS (Statistical Package for Social Scienses); e no agrupamento e análise das informações a partir de categorias analíticas retiradas do referencial teórico. Os resultados apontaram que o perfil dos comerciantes era diversificado, com destaque para a presença de homens (66,8%), casados (70,7%), naturais de Viçosa e microrregião (87,7%), com idade média de 44,6 anos, que possuíam baixa escolaridade, e ainda, que vendiam diferentes tipos de mercadorias. Além disso, os resultados evidenciaram que como reflexo da tendência nacional, o comércio informal de Viçosa (MG) assumiu diferentes finalidades na vida das famílias envolvidas, visto que 29,3% a viram como uma alternativa para sair do desemprego, 27,7% uma atividade para complementar a renda familiar; 23,2% a perceberam como uma boa perspectiva de trabalho; 6,6% como uma forma de entretenimento; 9,8% uma possibilidade de manter a tradição familiar; e 3,4% como a possibilidade de desenvolver um trabalho por conta própria. Além disso, mesmo atuando em locais específicos (Shopping Chequer e Feiras Livre e de Artesanato) e temporários (ocupação das ruas, calçadas e praças pelos ambulantes), os comerciantes informais teciam diferentes redes e significados nestes espaços demarcando outras espacialidades, os territórios da informalidade. Assim, foi possível verificar, a existência de três territórios, que se configuravam como o espelho das relações estabelecidas no cotidiano da atividade informal: o território precário, visto como única opção de trabalho, onde se destacava a ajuda dos membros familiares; o território em ascensão, identificado como uma opção de vida, onde se tinha redes sociais mais extensas, não limitadas aos membros familiares; e o território de resistência, tido como uma possibilidade do trabalho familiar, onde se destacava as relações simbólicas e representações sociais dos seus trabalhadores. Concluiu-se, portanto, que além de sua importância enquanto uma estratégia que permite a sobrevivência física do grupo, o comércio informal tornou-se, também, uma atividade que possibilita às famílias alcançarem outros objetivos de vida. E ainda, a família mostrou-se em qualquer um desses territórios, como a principal referência para a manutenção dessa atividade. Assim, na base destes territórios, estava a lógica de organização dos grupos familiares, marcada por uma identidade que estava diluída entre os espaços do trabalho e da casa.