Biblioteca do Café

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    Estrutura de governança e agricultura familiar na cafeicultura do cerrado mineiro
    (UFU - Universidade Federal de Uberlândia, 2017-07-27) Melo, Sílvio Alberto Ribeiro; Ortega, Antonio César
    Nas últimas quatro décadas, a produção agrícola na região do Triângulo Mineiro e Alto Paranaíba passou por grandes mudanças e ganhou projeção nacional como produtora de soja, milho, cana-de-açúcar e café. Esse último tem particular importância na Economia regional e na estadual, cuja produtividade é maior que a média estadual e nacional, e tem participação expressiva no comércio exterior do Brasil, o maior produtor do grão no mundo. Mesmo com grande importância no cenário nacional, a cafeicultura passou por diversos momentos de prosperidade e de crise ao longo do tempo, como no começo dos anos 1990, com a desregulação que o Governo Federal promoveu no setor, levando vários cafeicultores a buscarem a melhoria da qualidade do grão, como alternativa à situação, diferenciando-o do grão commodity. Existem diversas certificações para todos os tipos de produtos e o café merece destaque, por ter tido um crescimento notável nesses mercados nas últimas décadas, merecendo destaque a região do Cerrado Mineiro, que produz café de alta qualidade e possui, entre diversas certificações, o selo de Denominação de Origem Região do Cerrado Mineiro. Para que esse território fosse constituído, foi necessário criar uma estrutura de governança que pudesse garantir aos produtores o controle de qualidade, que vai desde o plantio do grão, até o consumidor final, e que essa estrutura pudesse ser desfrutada tanto pelos médios e grandes produtores, quanto pelos agricultores familiares. Entretanto, a conquista dessa certificação incorre em elevados custos que tornam esse processo excludente, como é o caso dos cafeicultores familiares. Assim, objetivo do presente trabalho, é caracterizar o perfil dos cafeicultores familiares do município de Patrocínio, como um reflexo para a cafeicultura familiar do Cerrado Mineiro, partindo da hipótese de que o processo de certificação seja excludente pelos custos financeiros incorridos nele. Para isso, foi feita uma pesquisa de campo com associados da APPCER, uma associação de cafeicultores familiares que possui a certificação Fair Trade (Comércio Justo), mas seus membros não possuem a Denominação de Origem majoritariamente, buscando entender quais são as dificuldades que eles enfrentam em se certificar, se esse é um interesse para eles e como a estrutura de governança na região tem impacto para a sua atividade produtiva. Conclui-se que, para os associados da APPCER, apesar do processo ser excludente, ele não o é pelos custos incorridos na certificação, e sim, pela falta de informações sobre o processo, mas que esse fator pode se alterar dentro de uma região tão vasta como é o Cerrado Mineiro, pois é necessário considerar como os produtores estão inseridos na estrutura de governança.
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    A dimensão econômica da sustentabilidade socioambiental na agropecuária brasileira
    (Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz” - Universidade de São Paulo, 2017) Bini, Dienice Ana; Miranda, Sílvia Helena Galvão de
    A presente pesquisa tem como tema central o impacto econômico de estratégias voltadas à inclusão de sustentabilidade socioambiental na agropecuária brasileira. Para isso foram desenvolvidas duas análises empíricas que relacionam resultado econômico e sustentabilidade. O primeiro artigo investigou como a certificação Rede de Agricultura Sustentável – Rainforest Alliance (RAS-RA) impacta o resultado econômico de fazendas produtoras de café, localizadas no Cerrado de Minas Gerais, medido pelo preço de venda, produtividade, custos, receita e margem. O pressuposto é que o padrão de certificação RAS- RA, por ter atividades voltadas à gestão, possa contribuir para a redução dos custos e, principalmente, para a elevação da produtividade, gerando benefícios pelo aumento de eficiência. Após controlar para as diferenças pré-existentes entre os grupos com e sem certificação, bem como para as diferenças ocorridas ao longo do tratamento, observou-se que a certificação aumenta a produtividade dos cafezais, embora a diferença verificada não foi estatisticamente significativa. O mesmo comportamento é identificado para todas as demais medidas. Embora a certificação não aumente a renda das fazendas, também não representa um custo extra, de tal forma que, conhecidos os benefícios sociais e ambientais da certificação é recomendável a sua adoção na região estudada. O segundo artigo, que não se limita a um produto específico, relaciona performance social e ambiental com desempenho financeiro de propriedades localizadas na região sudeste e centro-oeste, além do estado da Bahia. Espera-se que propriedades com melhor desempenho social e ambiental possam ter melhor desempenho financeiro (ou pelo menos não ter desempenho financeiro inferior) uma vez que se conhece da teoria dos stakeholders que a melhor performance social e ambiental pode gerar ganhos de eficiência, melhor qualidade da mão de obra, redução de custo, redução do custo de cumprimento legal, e melhoria na relação com o sistema financeiro que facilita o acesso ao crédito ou mesmo reduz o custo do capital. Foram utilizadas informações do banco de dados de clientes do Rabobank, o qual realiza a cada solicitação de crédito, a avaliação socioambiental e financeira dos candidatos ao empréstimo. Para a análise foram construídas quatro medidas desagregadas sendo uma social e três ambientais, além de três medidas de desempenho financeiro. Os resultados demonstraram que a melhor performance socioambiental está associada ao melhor desempenho financeiro. De forma geral, embora não seja possível determinar uma relação de causalidade, é possível afirmar que responsabilidade social e ambiental e desempenho financeiro são positivamente associados nas propriedades rurais da amostra estudada. A conclusão geral desta pesquisa é que a adoção da sustentabilidade socioambiental pode gerar benefícios econômicos para seus adotantes, embora ainda de forma limitada. Porém, tão importante quanto a existência de vantagens é a inexistência de desvantagens. Nesse sentido, é possível afirmar que práticas socioambientais não comprometeram o desempenho econômico das propriedades rurais das amostras estudadas. Esse resultado contribui para desmistificar a crença de que a aplicação de práticas sociais e ambientais compromete a viabilidade econômico-financeira das atividades agropecuárias.
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    Os pilares da qualidade: o processo de implementação do programa de qualidade do café (PQC)
    (Universidade Federal de Lavras, 2010-04) Leme, Paulo Henrique Montagnana Vicente; Machado, Rosa Teresa Moreira
    Objetivou-se, no presente trabalho, principalmente analisar o processo de implementação do Programa de Qualidade do Café (PQC) e suas implicações nas empresas de café torrado e moído do Brasil. Buscou-se descrever a filosofia e os objetivos que sustentam a concepção do PQC por meio da construção de um modelo teórico de análise: os “pilares da qualidade”. Foram analisadas as estratégias de mercado de treze torrefadoras. Os dados obtidos com a pesquisa foram agrupados no modelo dos “pilares da qualidade”: qualidade do produto, qualidade do processo e sinal de qualidade. Verificou-se que a implementação do PQC, ao introduzir um padrão de qualidade, faz com que as empresas adotem estratégias de coordenação vertical com seus fornecedores e distribuidores, sendo que manter o padrão de qualidade é uma dificuldade comum a todo universo pesquisado. A implementação da rastreabilidade em seu sistema produtivo foi outra limitação entre as empresas que ainda não adotaram o PQC. As empresas pesquisadas que focavam seu negócio na diferenciação por atributos de qualidade precisam do alicerce da certificação ou de marcas fortes para transmitir credibilidade aos seus consumidores. O principal fator que aumentou a coordenação vertical foi a qualidade, demonstrando a importância da adoção da certificação do PQC.
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    Coordenação e qualidade no sistema fairtrade: o exemplo do café
    (Universidade Federal de Lavras, 2012-07) Miranda, Bruno Varella; Saes, Maria Sylvia Macchione
    O excesso de oferta no mercado de café Fairtrade impede a comercialização de toda a produção certificada pelo preço mínimo estabelecido pela Fairtrade Labelling Organizations (FLO). Surge, então, a necessidade de compreensão dos fatores que determinam a plena inserção das cooperativas de cafeicultores familiares no comércio justo. No presente trabalho, argumenta-se que a qualidade do café, atributo não diretamente mensurado pelo selo Fairtrade, é fundamental para garantir o êxito nesse mercado. Afirma-se, assim, que os cafeicultores e compradores participantes do comércio justo têm a capacidade de reorganizar o mercado certificado sem que, para isso, tenham que influenciar a transformação das suas regras formais. Para explicar essa realidade, este trabalho apresenta hipóteses específicas para o estudo dos sistemas de certificação, inspiradas na teoria dos custos de mensuração. Oferece, portanto, não apenas uma interpretação alternativa para o funcionamento do sistema Fairtrade, mas também fornece ferramentas para a análise de outros sistemas de certificação.
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    Levantamento dos riscos existentes à segurança e à saúde do trabalhador na pós-colheita de café (Coffea arabica) conforme as exigências das normas regulamentadoras
    (Editora UFLA, 2008-03) Carvalho, Cinara da Cunha Siqueira; Borém, Flávio Meira; Rabelo, Giovanni Francisco
    A segurança no trabalho é um tema que vem chamando muito a atenção do setor agrícola, devido à sua importância como um dos itens considerados para a aquisição da certificação, que agrega valor ao café e conseqüentemente, melhora o preço para o produtor. Considerando a existência dos riscos em todas as atividades e a falta de percepção por parte do empregador e do trabalhador no processo de pós-colheita do café, bem como a falta de conformidade das propriedades quanto à aplicação das normas regulamentadoras do Ministério do Trabalho e do Emprego (M.T.E), o objetivo deste trabalho foi diagnosticar os riscos envolvidos em cada uma das etapas da pós-colheita do café e sua percepção por parte dos trabalhadores e proprietários. Além disso, precisamos verificar se unidades de processamento de café estão em conformidade com as normas regulamentoras, a fim de determinar os pontos de risco que levem os órgãos governamentais a auxiliar os produtores na modificação do processo para possibilitar a exportação do café. O trabalho foi realizado a partir da aplicação de questionário em trinta propriedades localizadas em três associações rurais do município de São Sebastião do Paraíso MG, definidas por sorteio. A análise dos questionários mostrou que, somente 23% das pessoas entrevistadas possuíam percepção dos riscos existentes nas propriedades e somente 3% delas estavam dentro dos padrões de conformidade com as NR s. Esses dados estão relacionados ao baixo nível tecnológico, à falta de treinamento dos funcionários e às dificuldades de acesso à informação por parte dos produtores
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    Certifica Minas Café: um novo paradigma da atuação do estado na proteção ambiental?
    (Editora UFLA, 2017-10) Castro, Claudio Vieira; Salgado, Eduardo Gomes; Beijo, Luiz Alberto
    O programa Certifica Minas Café (CMC) é uma iniciativa do governo do Estado de Minas Gerais para a certificação de propriedades cafeeiras. É o único programa de certificação de lavoura de café promovido pelo Poder Público. Esta pesquisa abordou um dos desafios do programa: lidar com as não conformidades encontradas nas auditorias e que possam representar o descumprimento de obrigações legais, pois os auditores do CMC possuem também atribuições de fiscalização da utilização de agrotóxicos. A pesquisa teve acesso a 570 relatórios de auditorias realizadas pelo programa no ano de 2015, tomando-se uma amostra de 230. Dos relatórios foram extraídos os dados referentes a seis requisitos da certificação, associados aos agrotóxicos. Adicionalmente, foram realizadas entrevistas com o gestor do programa e examinados os procedimentos e formulários da certificação. A maior contribuição desta pesquisa é apresentar e discutir a hipótese de que a certificação pública de propriedades e de produtos agrícolas pode ser considerada como um novo paradigma da atuação do Estado na proteção ambiental. O modo de atuação estatal na certificação não se enquadra nos paradigmas anteriores e proporciona resultados importantes no atendimento aos parâmetros técnicos e legais desejados, permitindo sugerir que sua utilização seja ampliada para outros setores, além da cafeicultura.
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    Cafeicultura familiar e as boas práticas agrícolas em Bom Sucesso – MG
    (Editora UFLA, 2017-07) Peixoto, Jaqueline Nicole Santos; Nunes, Márcio; Baliza, Danielle Pereira; Pereira, Sérgio Parreiras; Rosa, Beatriz Terezinha
    Objetivou-se, neste estudo, analisar a cafeicultura familiar do município de Bom Sucesso - MG, em relação à adoção das Boas Práticas Agrícolas, por meio das análises de Cluster e discriminante. Foi realizado o reconhecimento da situação atual da cafeicultura familiar do município, através da aplicação de questionários estruturados do tipo Survey, nas propriedades rurais. Aplicou-se o questionário para um total de 26 cafeicultores familiares associados à Associação Comunitária do Machado e à Associação Nossa Senhora da Badia. Após a aplicação dos questionários, os resultados foram tabulados e foi realizada a análise estatística multivariada de Cluster e, posteriormente a análise discriminante. A análise de Cluster tem como objetivo agrupar os indivíduos (casos) com características semelhantes em função de um conjunto de variáveis selecionadas que separaram, neste caso, os produtores em dois grupos distintos. Já a análise discriminante apresentou as sete variáveis que mais discriminam um grupo do outro, apresentando assim as principais diferenças entre eles. Os produtores do Grupo 1 apresentam características de maior organização diante do Grupo 2, em relação à adoção das Boas Práticas Agrícolas. No entanto, tanto os cafeicultores/ propriedades do Grupo 1 quanto do Grupo 2 apresentam pontos que podem ser melhorados, o que justifica o planejamento de ações e políticas de Assistência Técnica e Extensão Rural (ATER), para cada um dos grupos. Dessa forma, espera-se que este estudo auxilie na tomada de decisão tanto por parte do poder público local quanto dos cafeicultores familiares e associações, a fim de que esta atividade alcance maior sustentabilidade no município.
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    Diagnóstico do ambiente, da segurança e da saúde do trabalhador na pós- colheita de café
    (Universidade Federal de Lavras, 2005-03-03) Carvalho, Cinara da Cunha Siqueira; Borém, Flávio Meira
    A segurança no trabalho é um tema que vem chamando muito a atenção do setor agrícola e, em especial, da cafeicultura, devido à sua importância como um dos itens considerados na certificação, agregando valor do café pago ao produtor. Considerando a possível existência e falta de percepção dos riscos à segurança e à saúde do trabalhador no processo de pós-colheita do café, a falta de conformidade das propriedades quanto à aplicação das normas regulamentadoras do Ministério do Trabalho e do Emprego e das normas exigidas pela empresas certificadoras, o objetivo deste trabalho foi diagnosticar os riscos envolvidos em cada uma das etapas da pós-colheita do café e sua percepção por parte dos trabalhadores e proprietários, verificar as conformidades das unidades de processamento de café quanto à aplicação das normas regulamentadoras, em função do nível tecnológico das propriedades. O trabalho foi realizado a partir da aplicação de questionário em trinta propriedades localizadas em três associações rurais do município de São Sebastião do Paraíso - MG, definidas por sorteio. O proprietário, gerente ou encarregado de cada propriedade foi entrevistado de acordo com um questionário proposto. A análise dos questionários mostrou que somente 23% das pessoas entrevistadas possuíam percepção dos riscos existentes nas propriedades e somente 3% das propriedades estavam dentro dos padrões de conformidade com as NR's. A baixa porcentagem de produtores e funcionários que possuem percepção dos riscos e de propriedades que estão dentro das conformidades estabelecidas pelas NR's e NRR's está relacionada ao baixo nível tecnológico, à falta de treinamento dos funcionários e às dificuldades de acesso à informação por parte dos produtores.
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    Sustentabilidade de sistemas de produção de café sombreado orgânico e convencional
    (Universidade de São Paulo, 2009) Moreira, Cassio Franco; Fernandes, Elisabete A. De Nadai
    Produzido em mais de 60 países e movimentando anualmente US$ 70 bilhões, o café é a segunda commodity mais comercializada no mundo, atrás somente do petróleo. É também, depois da água, a bebida mais popular, com consumo mundial anual superior a 400 bilhões de xícaras. O mercado internacional de cafés especiais, como orgânicos, sombreados, gourmets e socialmente justos cresce 12% ao ano, gerando oportunidades para produtores de café do mundo todo. Apesar de o Brasil ser o maior produtor e exportador mundial de café, com 38 milhões de sacas de 60 kg produzidas e 26 milhões de sacas exportadas na média dos anos de 2003 a 2007, sua produção de café sombreado e orgânico é reduzida. O cultivo sombreado predomina na maioria dos países enquanto o Brasil é caracterizado por áreas de monocultivo a pleno sol. Assim, grande parte da produção brasileira de café é originada de sistemas com pouca biodiversidade, contrapondo-se à crescente preocupação mundial com o meio ambiente e a qualidade de vida. Sistemas sombreados de café aumentam a biodiversidade nas propriedades e contribuem para a mitigação do aquecimento global, além de apresentarem vantagens técnicas potenciais como menor pressão de pragas e doenças e melhoria das condições hídricas e térmicas locais. A discussão sobre cultivo sombreado versus a pleno sol já se desenvolve há mais de um século, contudo, até hoje, o assunto permanece controverso. Portanto, a pesquisa nacional deve avaliar cientificamente diferentes sistemas de produção de café, obtendo informações qualitativas e quantitativas, visando sustentabilidade e ganho de competitividade do produto brasileiro. A hipótese do trabalho é que o sombreamento do cafeeiro com uma espécie caducifólia no período de dias curtos, secos e frios, não reduz a produtividade em relação ao cafeeiro a pleno sol nesta região do país, além de promover maior ciclagem de nutrientes no sistema e melhor qualidade de grãos. O objetivo deste trabalho é verificar se o cultivo de café arábica, orgânico e convencional, sombreado com a espécie Platycyamus regnellii, leguminosa, nativa, caducifólia no período de dias curtos, no sul do Estado de Minas Gerais, resulta em vantagens técnicas. Os experimentos foram instalados no município de Machado, sul do Estado de Minas Gerais, em fazendas com distintos sistemas de produção, orgânico e convencional, em lavouras de café arábica variedade Catuaí Amarelo, espaçamento de 3,5 m x 1,5 m e idade de 17 anos. Parcelas dos tratamentos sombreado e a pleno sol foram implantadas em cada sistema, sendo o sombreamento proporcionado por indivíduos arbóreos adultos da espécie leguminosa Platycyamus regnellii, localmente chamada “Pau Pereira”. Avaliaram-se produtividade do cafeeiro, características químicas de solo, folhas e grãos, qualidade dos grãos de café produzidos (bebida, tipo e tamanho) e radiação solar incidente no solo. A ciclagem de nutrientes proporcionada pela queda de folhas da espécie arbórea também é ponto importante do trabalho. Resultados mostraram que além de produzirem quantidade de café similar aos tratamentos a pleno sol, os tratamentos sombreados apresentaram, em geral, teores mais elevados de nutrientes nos solos, folhas e grãos além de melhor qualidade dos grãos, concluindo-se que o sistema sombreado é tecnicamente mais sustentável. Devido ao crescimento de diferentes certificações na cafeicultura, foram também avaliadas as principais certificações de café no Brasil objetivando fornecer informações aos produtores e consumidores.
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    Rotulagem como mecanismo de compartilhamento de informações com agentes da cadeia produtiva do café
    (Universidade Federal de Lavras, 2016-03-17) Nicoleli, Marcello; Santos, Antônio Carlos dos
    O Sistema Agroindustrial do café, após décadas de regulação estatal, tornou-se uma atividade econômica descentralizada. Essa situação compeliu grande parte dos atores da cadeia produtiva a recorrer aos sistemas auto regulatórios oferecidos por agências de certificação, as quais possuem critérios e procedimentos específicos. No entanto a diversidade de critérios das agências não oferecem recursos capazes de garantir uma gestão eficiente da estrutura de governança. Há necessidade de reduzir a assimetria de informações, o que é possível através do compartilhamento de dados compatível com o recurso de rastreabilidade da produção. O presente trabalho se apoia nesse problema contextualizado, baseando-se na Teoria dos Custos de Transação e no uso de metodologias de pesquisa qualitativas e quantitativas. A primeira parte do trabalho busca conhecer os procedimentos requeridos pelas principais agências de regulação no Brasil, com perspectiva de sublinhar as semelhanças e compatibilidades existentes entre elas, o que foi alcançado após análise das normas e comparação de similaridades. Em seguida é registrado o funcionamento e a estrutura da rastreabilidade do café, como forma de identificar, por meio da observação, análise documental e bibliográfica, os sistemas em vigor e as informações rastreáveis em sintonia com as recomendações das certificadoras de café. Por fim, buscou criar um modelo de rotulagem que permita gerar e compartilhar informações sobre o produto desde o campo até a venda para consumo. As informações obtidas nas etapas anteriores serviram de base para coleta de dados com os agentes da cadeia produtiva, por meio de um questionário estruturado aplicado a 618 agentes da cadeia produtiva, cujas respostas foram tratadas por métodos multivariados de análises estatísticas. Os resultados permitiram concluir que os agentes da cadeia são favoráveis a inclusão e compartilhamento de informações referentes à produção rural e dados econômicos e ambientais. Tal conhecimento possibilitou elaborar um modelo de rotulagem onde o compartilhamento de informações pelos agentes seja um mecanismo eficiente para amenizar os problemas de governança identificados.