Teses e Dissertações

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    Estrutura de governança e agricultura familiar na cafeicultura do cerrado mineiro
    (UFU - Universidade Federal de Uberlândia, 2017-07-27) Melo, Sílvio Alberto Ribeiro; Ortega, Antonio César
    Nas últimas quatro décadas, a produção agrícola na região do Triângulo Mineiro e Alto Paranaíba passou por grandes mudanças e ganhou projeção nacional como produtora de soja, milho, cana-de-açúcar e café. Esse último tem particular importância na Economia regional e na estadual, cuja produtividade é maior que a média estadual e nacional, e tem participação expressiva no comércio exterior do Brasil, o maior produtor do grão no mundo. Mesmo com grande importância no cenário nacional, a cafeicultura passou por diversos momentos de prosperidade e de crise ao longo do tempo, como no começo dos anos 1990, com a desregulação que o Governo Federal promoveu no setor, levando vários cafeicultores a buscarem a melhoria da qualidade do grão, como alternativa à situação, diferenciando-o do grão commodity. Existem diversas certificações para todos os tipos de produtos e o café merece destaque, por ter tido um crescimento notável nesses mercados nas últimas décadas, merecendo destaque a região do Cerrado Mineiro, que produz café de alta qualidade e possui, entre diversas certificações, o selo de Denominação de Origem Região do Cerrado Mineiro. Para que esse território fosse constituído, foi necessário criar uma estrutura de governança que pudesse garantir aos produtores o controle de qualidade, que vai desde o plantio do grão, até o consumidor final, e que essa estrutura pudesse ser desfrutada tanto pelos médios e grandes produtores, quanto pelos agricultores familiares. Entretanto, a conquista dessa certificação incorre em elevados custos que tornam esse processo excludente, como é o caso dos cafeicultores familiares. Assim, objetivo do presente trabalho, é caracterizar o perfil dos cafeicultores familiares do município de Patrocínio, como um reflexo para a cafeicultura familiar do Cerrado Mineiro, partindo da hipótese de que o processo de certificação seja excludente pelos custos financeiros incorridos nele. Para isso, foi feita uma pesquisa de campo com associados da APPCER, uma associação de cafeicultores familiares que possui a certificação Fair Trade (Comércio Justo), mas seus membros não possuem a Denominação de Origem majoritariamente, buscando entender quais são as dificuldades que eles enfrentam em se certificar, se esse é um interesse para eles e como a estrutura de governança na região tem impacto para a sua atividade produtiva. Conclui-se que, para os associados da APPCER, apesar do processo ser excludente, ele não o é pelos custos incorridos na certificação, e sim, pela falta de informações sobre o processo, mas que esse fator pode se alterar dentro de uma região tão vasta como é o Cerrado Mineiro, pois é necessário considerar como os produtores estão inseridos na estrutura de governança.
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    A dimensão econômica da sustentabilidade socioambiental na agropecuária brasileira
    (Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz” - Universidade de São Paulo, 2017) Bini, Dienice Ana; Miranda, Sílvia Helena Galvão de
    A presente pesquisa tem como tema central o impacto econômico de estratégias voltadas à inclusão de sustentabilidade socioambiental na agropecuária brasileira. Para isso foram desenvolvidas duas análises empíricas que relacionam resultado econômico e sustentabilidade. O primeiro artigo investigou como a certificação Rede de Agricultura Sustentável – Rainforest Alliance (RAS-RA) impacta o resultado econômico de fazendas produtoras de café, localizadas no Cerrado de Minas Gerais, medido pelo preço de venda, produtividade, custos, receita e margem. O pressuposto é que o padrão de certificação RAS- RA, por ter atividades voltadas à gestão, possa contribuir para a redução dos custos e, principalmente, para a elevação da produtividade, gerando benefícios pelo aumento de eficiência. Após controlar para as diferenças pré-existentes entre os grupos com e sem certificação, bem como para as diferenças ocorridas ao longo do tratamento, observou-se que a certificação aumenta a produtividade dos cafezais, embora a diferença verificada não foi estatisticamente significativa. O mesmo comportamento é identificado para todas as demais medidas. Embora a certificação não aumente a renda das fazendas, também não representa um custo extra, de tal forma que, conhecidos os benefícios sociais e ambientais da certificação é recomendável a sua adoção na região estudada. O segundo artigo, que não se limita a um produto específico, relaciona performance social e ambiental com desempenho financeiro de propriedades localizadas na região sudeste e centro-oeste, além do estado da Bahia. Espera-se que propriedades com melhor desempenho social e ambiental possam ter melhor desempenho financeiro (ou pelo menos não ter desempenho financeiro inferior) uma vez que se conhece da teoria dos stakeholders que a melhor performance social e ambiental pode gerar ganhos de eficiência, melhor qualidade da mão de obra, redução de custo, redução do custo de cumprimento legal, e melhoria na relação com o sistema financeiro que facilita o acesso ao crédito ou mesmo reduz o custo do capital. Foram utilizadas informações do banco de dados de clientes do Rabobank, o qual realiza a cada solicitação de crédito, a avaliação socioambiental e financeira dos candidatos ao empréstimo. Para a análise foram construídas quatro medidas desagregadas sendo uma social e três ambientais, além de três medidas de desempenho financeiro. Os resultados demonstraram que a melhor performance socioambiental está associada ao melhor desempenho financeiro. De forma geral, embora não seja possível determinar uma relação de causalidade, é possível afirmar que responsabilidade social e ambiental e desempenho financeiro são positivamente associados nas propriedades rurais da amostra estudada. A conclusão geral desta pesquisa é que a adoção da sustentabilidade socioambiental pode gerar benefícios econômicos para seus adotantes, embora ainda de forma limitada. Porém, tão importante quanto a existência de vantagens é a inexistência de desvantagens. Nesse sentido, é possível afirmar que práticas socioambientais não comprometeram o desempenho econômico das propriedades rurais das amostras estudadas. Esse resultado contribui para desmistificar a crença de que a aplicação de práticas sociais e ambientais compromete a viabilidade econômico-financeira das atividades agropecuárias.
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    Diagnóstico do ambiente, da segurança e da saúde do trabalhador na pós- colheita de café
    (Universidade Federal de Lavras, 2005-03-03) Carvalho, Cinara da Cunha Siqueira; Borém, Flávio Meira
    A segurança no trabalho é um tema que vem chamando muito a atenção do setor agrícola e, em especial, da cafeicultura, devido à sua importância como um dos itens considerados na certificação, agregando valor do café pago ao produtor. Considerando a possível existência e falta de percepção dos riscos à segurança e à saúde do trabalhador no processo de pós-colheita do café, a falta de conformidade das propriedades quanto à aplicação das normas regulamentadoras do Ministério do Trabalho e do Emprego e das normas exigidas pela empresas certificadoras, o objetivo deste trabalho foi diagnosticar os riscos envolvidos em cada uma das etapas da pós-colheita do café e sua percepção por parte dos trabalhadores e proprietários, verificar as conformidades das unidades de processamento de café quanto à aplicação das normas regulamentadoras, em função do nível tecnológico das propriedades. O trabalho foi realizado a partir da aplicação de questionário em trinta propriedades localizadas em três associações rurais do município de São Sebastião do Paraíso - MG, definidas por sorteio. O proprietário, gerente ou encarregado de cada propriedade foi entrevistado de acordo com um questionário proposto. A análise dos questionários mostrou que somente 23% das pessoas entrevistadas possuíam percepção dos riscos existentes nas propriedades e somente 3% das propriedades estavam dentro dos padrões de conformidade com as NR's. A baixa porcentagem de produtores e funcionários que possuem percepção dos riscos e de propriedades que estão dentro das conformidades estabelecidas pelas NR's e NRR's está relacionada ao baixo nível tecnológico, à falta de treinamento dos funcionários e às dificuldades de acesso à informação por parte dos produtores.
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    Sustentabilidade de sistemas de produção de café sombreado orgânico e convencional
    (Universidade de São Paulo, 2009) Moreira, Cassio Franco; Fernandes, Elisabete A. De Nadai
    Produzido em mais de 60 países e movimentando anualmente US$ 70 bilhões, o café é a segunda commodity mais comercializada no mundo, atrás somente do petróleo. É também, depois da água, a bebida mais popular, com consumo mundial anual superior a 400 bilhões de xícaras. O mercado internacional de cafés especiais, como orgânicos, sombreados, gourmets e socialmente justos cresce 12% ao ano, gerando oportunidades para produtores de café do mundo todo. Apesar de o Brasil ser o maior produtor e exportador mundial de café, com 38 milhões de sacas de 60 kg produzidas e 26 milhões de sacas exportadas na média dos anos de 2003 a 2007, sua produção de café sombreado e orgânico é reduzida. O cultivo sombreado predomina na maioria dos países enquanto o Brasil é caracterizado por áreas de monocultivo a pleno sol. Assim, grande parte da produção brasileira de café é originada de sistemas com pouca biodiversidade, contrapondo-se à crescente preocupação mundial com o meio ambiente e a qualidade de vida. Sistemas sombreados de café aumentam a biodiversidade nas propriedades e contribuem para a mitigação do aquecimento global, além de apresentarem vantagens técnicas potenciais como menor pressão de pragas e doenças e melhoria das condições hídricas e térmicas locais. A discussão sobre cultivo sombreado versus a pleno sol já se desenvolve há mais de um século, contudo, até hoje, o assunto permanece controverso. Portanto, a pesquisa nacional deve avaliar cientificamente diferentes sistemas de produção de café, obtendo informações qualitativas e quantitativas, visando sustentabilidade e ganho de competitividade do produto brasileiro. A hipótese do trabalho é que o sombreamento do cafeeiro com uma espécie caducifólia no período de dias curtos, secos e frios, não reduz a produtividade em relação ao cafeeiro a pleno sol nesta região do país, além de promover maior ciclagem de nutrientes no sistema e melhor qualidade de grãos. O objetivo deste trabalho é verificar se o cultivo de café arábica, orgânico e convencional, sombreado com a espécie Platycyamus regnellii, leguminosa, nativa, caducifólia no período de dias curtos, no sul do Estado de Minas Gerais, resulta em vantagens técnicas. Os experimentos foram instalados no município de Machado, sul do Estado de Minas Gerais, em fazendas com distintos sistemas de produção, orgânico e convencional, em lavouras de café arábica variedade Catuaí Amarelo, espaçamento de 3,5 m x 1,5 m e idade de 17 anos. Parcelas dos tratamentos sombreado e a pleno sol foram implantadas em cada sistema, sendo o sombreamento proporcionado por indivíduos arbóreos adultos da espécie leguminosa Platycyamus regnellii, localmente chamada “Pau Pereira”. Avaliaram-se produtividade do cafeeiro, características químicas de solo, folhas e grãos, qualidade dos grãos de café produzidos (bebida, tipo e tamanho) e radiação solar incidente no solo. A ciclagem de nutrientes proporcionada pela queda de folhas da espécie arbórea também é ponto importante do trabalho. Resultados mostraram que além de produzirem quantidade de café similar aos tratamentos a pleno sol, os tratamentos sombreados apresentaram, em geral, teores mais elevados de nutrientes nos solos, folhas e grãos além de melhor qualidade dos grãos, concluindo-se que o sistema sombreado é tecnicamente mais sustentável. Devido ao crescimento de diferentes certificações na cafeicultura, foram também avaliadas as principais certificações de café no Brasil objetivando fornecer informações aos produtores e consumidores.
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    Rotulagem como mecanismo de compartilhamento de informações com agentes da cadeia produtiva do café
    (Universidade Federal de Lavras, 2016-03-17) Nicoleli, Marcello; Santos, Antônio Carlos dos
    O Sistema Agroindustrial do café, após décadas de regulação estatal, tornou-se uma atividade econômica descentralizada. Essa situação compeliu grande parte dos atores da cadeia produtiva a recorrer aos sistemas auto regulatórios oferecidos por agências de certificação, as quais possuem critérios e procedimentos específicos. No entanto a diversidade de critérios das agências não oferecem recursos capazes de garantir uma gestão eficiente da estrutura de governança. Há necessidade de reduzir a assimetria de informações, o que é possível através do compartilhamento de dados compatível com o recurso de rastreabilidade da produção. O presente trabalho se apoia nesse problema contextualizado, baseando-se na Teoria dos Custos de Transação e no uso de metodologias de pesquisa qualitativas e quantitativas. A primeira parte do trabalho busca conhecer os procedimentos requeridos pelas principais agências de regulação no Brasil, com perspectiva de sublinhar as semelhanças e compatibilidades existentes entre elas, o que foi alcançado após análise das normas e comparação de similaridades. Em seguida é registrado o funcionamento e a estrutura da rastreabilidade do café, como forma de identificar, por meio da observação, análise documental e bibliográfica, os sistemas em vigor e as informações rastreáveis em sintonia com as recomendações das certificadoras de café. Por fim, buscou criar um modelo de rotulagem que permita gerar e compartilhar informações sobre o produto desde o campo até a venda para consumo. As informações obtidas nas etapas anteriores serviram de base para coleta de dados com os agentes da cadeia produtiva, por meio de um questionário estruturado aplicado a 618 agentes da cadeia produtiva, cujas respostas foram tratadas por métodos multivariados de análises estatísticas. Os resultados permitiram concluir que os agentes da cadeia são favoráveis a inclusão e compartilhamento de informações referentes à produção rural e dados econômicos e ambientais. Tal conhecimento possibilitou elaborar um modelo de rotulagem onde o compartilhamento de informações pelos agentes seja um mecanismo eficiente para amenizar os problemas de governança identificados.
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    Caracterização de cafeicultores do norte pioneiro do Paraná por meio de análises de “cluster” e discriminante
    (Universidade Federal de Lavras, 2015-10-23) Mendonça, José Marcos Angélico; Guimarães, Rubens José
    Nos últimos anos, a cafeicultura brasileira vem passando por mudanças importantes motivadas por novos mercados consumidores mais atentos às questões do processo produtivo relacionadas à preservação ambiental, à saúde do trabalhador rural, às condições de vida da família rural, à qualidade do café e à segurança alimentar, entre outras. Tais mercados, que remuneram melhor por um café diferenciado, exigem dos cafeicultores a adoção de práticas mais sustentáveis de produção cafeeira. No caso dos cafeicultores familiares, para que essas mudanças valorizadas pelos consumidores sejam colocadas em prática, é importante o estabelecimento de políticas que fortaleçam o associativismo e o cooperativismo, além da produção eficiente e constante de cafés diferenciados. Esse café deve ser de elevada qualidade, produzido por meio de um programa técnico criterioso, capaz de posicionar decisivamente os arranjos produtivos perante esses mercados que estão cada vez mais próximos das propriedades cafeeiras familiares. O presente trabalho objetivou estudar o perfil técnico e socioeconômico de 56 cafeicultores certificados Fair Trade, filiados à Associação de Cafés Especiais do Norte Pioneiro do Paraná (ACENPP), participantes do projeto “Cafés Especiais” e integrantes do programa “100% Qualidade” e caracterizá-los em função das práticas agrícolas adotadas em suas propriedades cafeeiras. Para a obtenção dos dados em campo, foi utilizado um questionário estruturado tipo “Survey” entre os meses de março a maio de 2015 e as análises das informações ocorreu com o uso do SPSS 17.0 (Statistical Package for the Social Sciences). Primeiramente, observou-se a existência de diferenças significativas entre os cafeicultores, o que possibilitou a identificação de dois grupos de entrevistados. O primeiro grupo foi formado por cafeicultores com menor área de propriedade e menor produção anual de café, porém com maior alinhamento técnico com as diretrizes do Projeto no tocante às boas práticas agrícolas, mas que apresentam dificuldades importantes na comercialização do café e o segundo grupo, constituído por cafeicultores que possuem propriedades maiores, mais diversificados quanto ao cultivo agrícola, que realizam a comercialização do café de forma mais eficiente, porém, apresentam limitações técnicas importantes no processo produtivo.
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    A construção do mercado de cafés certificados e sustentáveis da Utz Certified no Brasil: as práticas e os arranjos de mercado
    (Universidade Federal de Lavras, 2015-08-05) Leme, Paulo Henrique Montagnana Vicente; Rezende, Daniel Carvalho de
    Neste estudo utilizou-se o arcabouço teórico da Teoria Ator Rede (TAR) e dos Estudos de Mercado Construtivistas (EMC) para analisar como as práticas de mercado interagiram na construção de arranjos de mercado ao longo do processo de desenvolvimento do mercado da Utz Certified no Brasil. Esta interação de práticas-arranjos-translações em um processo de “marketização” forma o cerne teórico dos EMC. Ao estudar a formação dos mercados, são vários os enquadramentos possíveis, nos produtos, nas agências e nos encontros de mercado, ou estudando a formação dos preços e os desenhos, implementação e manutenção dos mercados. O foco são as práticas e as relações em que atores humanos e não humanos atuam de forma conjunta. Kjellberg e Helgesson (2006, 2007b) propõem uma estrutura analítica conceitual para o estudo dos mercados baseado nas práticas de mercado (de transação, de representação e normativas). Propõe-se, nesta tese, uma estrutura analítica do mercado da certificação Utz no Brasil que correlaciona as práticas de mercado com os arranjos de mercado em um processo longitudinal. Como estratégia de pesquisa, adotou-se o estudo de caso, metodologia que envolveu uma reconstrução histórica do mercado Utz, com análise documental e entrevistas semiestruturadas em profundidade com atores selecionados. Os resultados apontam na direção de uma visão integradora entre as práticas de mercado e os arranjos de mercado. Ao analisar as práticas de mercado, pode-se identificar e categorizar os processos de enquadramento e transbordamento. Esta perspectiva temporal permite compreender as diversas configurações de mercado ao longo do tempo. Ao aplicar a estrutura analítica como lente no estudo de caso foi possível selecionar momentos de translação específicos que resultaram em diferentes enquadramentos de mercado. Por meio da reconstrução histórica da certificação e da análise dos contextos de mercado, e também a partir dos depoimentos dos atores locais responsáveis pela organização da Utz no Brasil, foi possível identificar as principais práticas de mercado adotadas pelos atores envolvidos na organização e o desenho do mercado. Destacou-se o papel de práticas de construção de mercado como importantes instâncias mediadoras para a construção de arranjos de mercado e para a modificação e a consolidação de práticas de representação, normativas e de transação. As práticas de construção e de mercado mostraram como interagem em um processo temporal e longitudinal na ocorrência de translações, que provocam transbordamentos de mercado, com consequentes enquadramentos de mercado mediados por novas práticas de construção e de mercado em um processo contínuo.
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    Rotulagem como mecanismo de compartilhamento de informações com agentes da cadeia produtiva do café
    (Universidade Federal de Lavras, 2016-03-17) Nicoleli, Marcello; Santos, Antônio Carlos dos
    O Sistema Agroindustrial do café, após décadas de regulação estatal, tornou-se uma atividade econômica descentralizada. Essa situação compeliu grande parte dos atores da cadeia produtiva a recorrer aos sistemas auto regulatórios oferecidos por agências de certificação, as quais possuem critérios e procedimentos específicos. No entanto a diversidade de critérios das agências não oferecem recursos capazes de garantir uma gestão eficiente da estrutura de governança. Há necessidade de reduzir a assimetria de informações, o que é possível através do compartilhamento de dados compatível com o recurso de rastreabilidade da produção. O presente trabalho se apoia nesse problema contextualizado, baseando-se na Teoria dos Custos de Transação e no uso de metodologias de pesquisa qualitativas e quantitativas. A primeira parte do trabalho busca conhecer os procedimentos requeridos pelas principais agências de regulação no Brasil, com perspectiva de sublinhar as semelhanças e compatibilidades existentes entre elas, o que foi alcançado após análise das normas e comparação de similaridades. Em seguida é registrado o funcionamento e a estrutura da rastreabilidade do café, como forma de identificar, por meio da observação, análise documental e bibliográfica, os sistemas em vigor e as informações rastreáveis em sintonia com as recomendações das certificadoras de café. Por fim, buscou criar um modelo de rotulagem que permita gerar e compartilhar informações sobre o produto desde o campo até a venda para consumo. As informações obtidas nas etapas anteriores serviram de base para coleta de dados com os agentes da cadeia produtiva, por meio de um questionário estruturado aplicado a 618 agentes da cadeia produtiva, cujas respostas foram tratadas por métodos multivariados de análises estatísticas. Os resultados permitiram concluir que os agentes da cadeia são favoráveis a inclusão e compartilhamento de informações referentes à produção rural e dados econômicos e ambientais. Tal conhecimento possibilitou elaborar um modelo de rotulagem onde o compartilhamento de informações pelos agentes seja um mecanismo eficiente para amenizar os problemas de governança identificados.
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    FAIR TRADE : alternativa ao mercado convencional de café e processos de empoderamento de cafeicultores familiares
    (Universidade Federal de Lavras, 2011-07-08) Pedini, Sérgio; Machado, Rosa Teresa Moreira
    Neste trabalho utilizam-se os conceitos da Nova Economia Institucional e da Sociologia Econômica para explicar o surgimento do Mercado Fair Trade (MFT), especificamente aquele vinculado à cadeia de comercialização de café da agricultura familiar. A dimensão teórica do empoderamento é apresentada como a balizadora do potencial de transformação que o MFT pode exercer numa organização certificada, dividido em três níveis: econômico, psicológico e cognitivo. O objetivo foi avaliar até que ponto o MFT tem a capacidade de alterar a estrutura habitual de comercialização de café commodity, impactando nos diferentes fatores dessa cadeia produtiva e, como consequência, empoderar cafeicultores familiares e suas organizações. Especificamente, estuda a experiência de uma cooperativa do Sul de Minas Gerais, certificada no MFT e atuante no mercado internacional. Para alcançar o objetivo proposto, o trabalho está baseado em pesquisa bibliográfica e em uma pesquisa de campo, dividida entre um survey junto aos cafeicultores da organização estudada e produtores vizinhos não filiados nas mesmas condições e um grupo focal, composto por fatores do ambiente organizacional da cooperativa. Os resultados do survey apontaram que apenas os aspectos cognitivos apresentaram diferenças significativas, evidenciando a noção da realidade em que o cafeicultor vive, de forma individual, e sua inserção nos debates do ambiente em que a cooperativa está inserida. Os resultados do trabalho em torno do grupo focal reforçam o papel do MFT no ambiente organizacional local, à luz de uma atuação em rede dos fatores envolvidos. Um aspecto analisado foi a entrada de grandes corporações produtoras e distribuidoras de café no MFT e o risco inerente de perda da identidade desse mercado, em vista do afastamento de seus princípios originais. Conclui-se que o MFT tende a amadurecer, processo que já teve seu início com a incorporação da certificação baseada em regras consolidadas como garantia de qualidade e rastreabilidade, mas muito mais agora, quando passa a incorporar grandes corporações econômicas na cadeia. Tanto certificadora quanto cafeicultores e suas organizações terão que aprimorar suas habilidades para acompanhar esse crescimento. O que fortalece o MFT como proposta alternativa são os critérios que o solidificam como um processo de certificação diferenciado, com características únicas de transformação do mercado convencional. O trabalho aponta para a necessidade de continuidade da investigação, incorporando estudos mais aprofundados da condição econômico- financeira dos participantes e uma investigação junto aos consumidores na ponta final da cadeia, quanto aos princípios norteadores do MFT.
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    Boas práticas agrícolas e certificação na cafeicultura
    (Universidade Federal de Lavras, 2014-02-21) Prado, Agda Silva; Reis, Ricardo Pereira
    A representatividade da cafeicultura no agronegócio brasileiro se justifica pela geração de renda do mercado nacional e internacional e pelo potencial produtivo em relação aos outros países produtores de café. Grande parte dos cafés brasileiros é comercializada no mercado de commodity e, a outra parcela que não é comercializada neste mercado é considerada como cafés diferenciados. Entre o seguimento de cafés diferenciados, estão os cafés certificados. Os cafés certificados obtêm um selo que representa os processos de produção adotados. O objetivo da certificação agrícola é manter uma produção ambientalmente correta, socialmente justa e economicamente viável, a fim de promover a sustentabilidade na atividade. Os cafés certificados podem conseguir valor agregado na comercialização, devido ao mercado consumidor estar atento a qualidade e rastreabilidade dos alimentos. Os padrões adotados pela certificação estão baseados nos conceitos das Boas Práticas Agrícolas (BPA), que visam a condução apropriada da lavoura através de técnicas produtivas e gerenciais. Assim, com o objetivo de verificar a importância da certificação agrícola para a adoção das Boas Práticas Agrícolas nas propriedades cafeeiras, foi realizada uma pesquisa entre os cafeicultores associados a cooperativa agrícola do município de Paraguaçu, Sul de Minas Gerais. Para isso, foi aplicado um questionário estruturado contendo questões que abrangeram os critérios das BPA entre cafeicultores certificados e não certificados. Os resultados gerados pelo programa estatístico SPSS, por meio de análises estatísticas discriminante e multivariada, apontaram que as BPA são adotadas com maior frequência entre os cafeicultores certificados, e as técnicas gerenciais são as que discriminaram em maior proporção os dois grupos. Conclui-se que a certificação pode ser considerada como uma ferramenta capaz de auxiliar os cafeicultores a adotarem técnicas de produção e gerenciamento em suas propriedades, proporcionando maiores produtividades e obtenção em qualidade de bebida. Porém a certificação ainda não gerou para o público estudado valorização das sacas vendidas. Assim a certificação será considerada totalmente válida quando os cafeicultores forem recompensados financeiramente pela dedicação ao cumprirem as BPA em suas propriedades, como forma de apoio e motivação para adotá-las e atenderem ao mercado consumidor.