Teses e Dissertações

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    O café dos nasa: percurso vegetal e afirmação étnico-territorial em Tierradentro (Cauca, Colômbia)
    (Universidade de Brasília, 2020-08-14) Cabrera Bravo, Janeth Alexandra; Sautchuk, Carlos Emanuel
    Esta tese analisa o processo de produção de café especial do povo nasa, destacando os processos técnicos dos produtores e as conjunturas e alianças criadas e transformadas pelos movimentos associativos. Esta pesquisa possui caráter descritivo e analítico das práticas e discursos das famílias cafeeiras de Tierradentro, relacionadas às técnicas de trabalho agrícola e processamento de café, bem como à organização social e ocupação do território. A atividade econômica dessa população sempre esteve relacionada à agricultura e à criação de pequenos animais. No entanto, nos últimos cinquenta anos, notou-se a transição para novos modelos econômicos, nos quais se destaca a produção, transformação e comercialização do café, mudança que se intensificou até o momento no século XXI. O impacto dessas transformações foi representado na reorganização territorial das atividades, dos recursos físicos e humanos da região.
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    Percepção de risco em operações com agrotóxicos na cafeicultura em uma comunidade do sul de Minas.
    (Universidade Federal de Lavras, 2023-11-21) Evangelista, Alexandre de Souza; Fia, Ronaldo; Paula, Luana Elis de Ramos e
    No cenário agrícola brasileiro, a cafeicultura se apresenta como atividade de grande relevância, desempenhando papel fundamental na economia, com 4ª posição em faturamento dentre as culturas agrícolas. Minas Gerais é líder na produção nacional de café, atribuindo esse destaque à importante participação dos pequenos produtores inseridos na cafeicultura familiar. Todavia, a busca por melhores rendimentos na produtividade das culturas, frequentemente leva à práticas agrícolas intensivas que impõem riscos consideráveis tanto à saúde humana quanto ao meio ambiente. Desta forma, objetivou-se analisar a segurança do trabalho em relação ao uso e aos riscos da manipulação de agrotóxicos na cafeicultura familiar em uma comunidade rural, no município de Perdões-MG. A pesquisa recebeu aprovação do Comitê de Ética em Pesquisa com Seres Humanos da Universidade Federal de Lavras, sob o PARECER n° 5.859.410, em janeiro de 2023. A obtenção dos dados ocorreu por meio da aplicação de questionário semiestruturado a uma amostra de 86 cafeicultores delimitados com base em cálculo de tamanho amostral considerando a margem de erro de 5%, um nível de confiança de 95%, e um desvio padrão de 50%. As análises dos dados quantitativos ocorreram por meio da distribuição de frequência e estimativa de prevalência média. Os dados qualitativos advindos das questões discursivas e observação não participante foram analisados e discutidos em grandes grupos por meio da análise de conteúdo. Propôs também, aplicação de um método experimental para determinação do índice (ί) de risco de exposição aos agrotóxicos, que se baseiam nas características prevalentes para cada fator ou variável associada. Os resultados indicaram que a totalidade dos entrevistados utilizam agrotóxicos nas suas atividades. Observou-se a predominância da exposição direta aos agrotóxicos pelos homens em relação às mulheres, contudo boa parte delas estão expostas de forma indireta no momento da higienização das roupas contaminadas. Notou-se menor proporção de pessoas entre 18 e 26 anos, sugerindo migração dos jovens para áreas urbanas. Além disso, o estudo identificou a presença de indivíduos com 60 anos ou mais envolvidos nas atividades da cafeicultura, incluindo o uso intensivo de agrotóxicos. As variáveis associadas à idade, baixa escolaridade, renda, acesso à informação e a reclassificação toxicológica de 2019 estão fortemente associadas aos maiores índices de intoxicação. As mesmas variáveis demográficas também exercem influência no descarte indevido das embalagens, sendo que a queima e o reaproveitamento dos frascos para usos diversos exercem prevalência sobre os demais destinos, ficando muito aquém do cumprimento das legislações inerentes a logística reversa. Por fim, o índice (i) final de risco de exposição aos agrotóxicos pelos cafeicultores familiares da comunidade rural de Perdões-MG, indicou a classe mais grave, ou seja, risco “muito alto” de exposição, sendo que isto denota para a necessidade de ações conjuntas de instituições públicas e privadas no que diz respeito a treinamentos, programa.
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    Impacto do uso da terra e da estratificação ambiental no assentamento rural Florestan Fernandes sobre a qualidade do solo
    (Universidade Federal do Espírito Santo, 2014-12-15) Marcatti, Bruna Aparecida; Mendonça, Eduardo de Sá
    O objetivo desta pesquisa é descrever e identificar os impactos ambientais advindos dos processos de transformação do uso da terra desencadeados pela criação do assentamento de Reforma Agrária Florestan Fernandes-Guaçuí. Nos últimos anos, alguns estudos demostraram que a diversificação agrícola fundamentada em preceitos de transição agroecológica melhora as condições ambientais e dos solos; e que o conhecimento entnopedológico dos agricultores e assentados contribui para este processo. Assim, para esta pesquisa, utilizou-se como metodologia a análise documental e a estratificação participativa com o "Grupo da Terra" formado por nove famílias assentadas. Os solos estratificados foram submetidos às análises laboratoriais e por meio da estatística multivariada pode-se identificar quais os atributos químicos, físicos e geomorfológicos dos solos que melhor contribuem para a estratificação dos solos pelas famílias. A segunda etapa consistiu em avaliar a fertilidade e os atributos biológicos de cinco sistemas agrícolas (mais área de mata) presentes nos solos estratificados para avaliação da qualidade dos solos. Nesta etapa utilizou-se a estatística descritiva como ferramenta de análise. Esta dissertação é composta por três capítulos. No primeiro, buscou-se introduzir o leitor sobre a criação do assentamento e contrastar as transformações socioeconômicas das famílias e do ambiente advindas do processo de criação do assentamento. Constatou-se que houve melhoria nos níveis de escolaridade e acesso a programas sociais; aumento na produção agrícola, bem como consequente elevação da renda familiar e redução das áreas de pastagem. No segundo capítulo, focalizou-se a relação entre o conhecimento etnopoedológico e a relação com os atributos dos solos e do relevo. A estratificação participativa juntamente com as análises de solo contribuíram para a identificação das áreas próprias ao plantio e outras com potencial a erosão. Demonstrou-se que o material de origem contribui para os teores de K, Ca e Mg no solo e que o relevo pouco contribui para a separação dos grupos de solo. O terceiro capítulo refere-se aos sistemas agrícolas diversificados e monocultivos e às suas variações quanto ao manejo. Os atributos biológicos foram analisados para as áreas de cafeeiro de transição agroecológica e convencional, mata e pastagem. Os resultados demonstraram que os níveis de fósforo estão baixos para todos os sistemas, sendo melhor para o sistema diversificado com manejo agroecológico. O cálcio foi o único mineral que apresentou teores satisfatórios. A atividade microbiana foi superior no sistema café- transição agroecológica. As considerações finais apontam que a eficiência no manejo dos solos depende do conhecimento etnopedológico aliado ao conhecimento técnico e científico. Para a precisão na avaliação quanto à redução do passivo ambiental deve-se considerar as condições socioeconômicas que os assentados dispõem para o investimento agrícola e o acompanhamento técnico. Há necessidade de pesquisas de longo prazo nas áreas de Reforma Agrária.
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    Inserção da agricultura familiar na reconceituação do território - a produção de cafés especiais na região cafeeira de Pérez Zeledón, Costa Rica
    (Universidade Estadual do Rio de Janeiro, 2023-11-21) Arias, Lilliam Quirós; Marafón, Gláucio José
    A história econômica, social e cultural da Costa Rica está relacionada com a dinâmica territorial do café. Produto agrícola, exposto a condições agroclimáticas adversas, pragas - doenças; e uma dinâmica territorial marcada por fortes pressões pelo avanço de outras atividades produtivas e usos alternativos do solo. Afetada pelas oscilações dos preços no mercado internacional, negociada principalmente como “commodity”. Nos últimos anos, houve um declínio acentuado no número de produtores de café; que para continuar na atividade devem competir pela qualidade de seu produto; passando da atividade agrícola tradicional -café- para a produção de cafés especiais voltados para um mercado alternativo, processo que mostra uma crescente incorporação de produtores familiares. O objetivo é analisar as estratégias de inserção da agricultura familiar na produção de cafés especiais na região cafeeira de Pérez Zeledón, Costa Rica, no período de 2000 a 2022, para compreender as transformações territoriais que permitem definir diretrizes para a revalorização do território. A metodologia utilizada contempla uma abordagem quantitativa de forma exploratória, para aprofundar técnicas de coleta de informações qualitativas, entrevistas com produtores familiares, informantes-chave, visitas de campo e geração de cartografia interpretativa do processo. A partir da Geografia Humanista, dimensiona-se o conhecimento e a importância que as famílias atribuem aos seus territórios, o que gera significados espaciais, o território como espaço de apropriação, reprodução e vida. Através da investigação, identificou-se a implementação de estratégias de inserção da agricultura familiar na produção-cultivo, o que implica a incorporação de práticas agronômicas guiadas por parâmetros de sustentabilidade, nas práticas de processo-benefício voltadas para melhorias tecnológicas para alcançar processos artesanais e a incorporação de práticas comerciais práticas orientadas para mercados alternativos. Conclui-se que essas estratégias são propostas como mecanismos de resistência contra padrões padronizados e que ressignificam o território e colocam a produção de cafés especiais como um projeto individual, coletivo, com projeção, multiescalar. Contribuir para gerar alternativas de desenvolvimento da agricultura familiar no contexto da nova ruralidade, como opções para melhorar a qualidade de vida e fortalecer o senso de identidade territorial.
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    Impulsionadores da competitividade em associações gestoras dos registros de indicações geográficas: um estudo sobre café e queijo em Minas Gerais
    (Universidade Federal de Viçosa, 2023-06-30) Matos, Karina Ferreira da Silva; Braga, Marcelo José
    A legislação brasileira referente aos selos de identificação geográfica (IGs) determina que a solicitação do registro seja feita por uma organização como, por exemplo, uma associação, que será a responsável pela gestão do registro, bem como por outras atividades referentes ao mesmo. Esta organização também assume um papel estratégico na comercialização dos produtos da região. Neste estudo, as associações das IGs constituem o objeto de pesquisa. O objetivo geral da tese foi analisar os impulsionadores de competitividade em quatro associações que realizam as gestões das indicações geográficas em Minas Gerais e que possuem o café e o queijo como produtos registrados. Os objetivos específicos foram: descrever a estrutura organizacional dessas associações; avaliar a influência dos impulsionadores de competitividade das que realizam as gestões de IGs de café; e avaliar a influência dos impulsionadores de competitividade das que realizam as gestões de IGs de queijo. O referencial teórico utilizado foi o da competitividade. Com base em uma ampla revisão de literatura, foram determinados cinco impulsionadores de competitividade em associações gestoras de IGs, sendo eles: diferenciação por qualidade; profissionalização da gestão da associação; comunicação aos consumidores; participação em atividades coletivas; e legislação e protocolos de certificação. No âmbito metodológico, procedeu-se à coleta de dados, realizada por meio de trinta entrevistas semiestruturadas com os representantes das associações gestoras e de instituições que atuam diretamente com as IGs. Foi aplicada a técnica de análise de conteúdo e as categorias de análise utilizadas, definidas a priori, foram os impulsionadores de competitividade. Dentre os resultados alcançados, observou-se que esses impulsionadores estão inter-relacionados. Entretanto, para cada tipo de produto poderá ser necessário priorizar impulsionadores específicos. Nos casos analisados, notou-se que as associações das IGs de café, enquanto um produto matéria-prima, necessitavam trabalhar principalmente a profissionalização da gestão e a comunicação aos consumidores, tendo por objetivo transmitir a qualidade do produto ao longo da cadeia. Já as associações das IGs de queijo, enquanto produto final, precisavam priorizar a profissionalização da gestão e a legislação, a fim de cumprir as exigências legais que incidem sobre o produto e garantir a segurança alimentar do mesmo. Os resultados desta tese contribuem para o entendimento da competitividade de associações no contexto específico das IGs através dos impulsionadores de competitividade. Em âmbito empresarial, esta pesquisa contribui para a contínua divulgação do fenômeno das indicações geográficas e dos impulsionadores enquanto instrumentos de potencialização dos resultados administrativos nas associações das IGs. Palavras-chave: Indicação Geográfica. Competitividade. Impulsionadores. Produção Rural. Associações Rurais.
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    Programa Certifica Minas Café: caracterização e desempenho
    (Universidade Federal de Viçosa, 2020-11-27) Souza, Luiza Monteiro; Sakiyama, Ney Sussumu; Rufino, José Luis dos Santos; Cruz, Cosme Damião
    As certificações de café com padrão de boas práticas agrícolas visam à qualidade no processo de produção, mediante a promoção da sustentabilidade ambiental, econômica e social das propriedades cafeicultoras. O programa Certifica Minas Café é o único modelo de certificação desse padrão de caráter público regional no Brasil. O programa tem como propósito garantir a qualidade e a sustentabilidade das lavouras cafeeiras, de modo a possibilitar a inclusão do café mineiro nos mercados nacional e internacional. A cafeicultura em Minas Gerais é composta por quatro regiões produtoras com características específicas tanto no modo de produção do café quanto na composição do tamanho das propriedades. Assim, se faz importante conhecer como as propriedades cafeeiras que integram o Certifica Minas se adaptam às normas de certificação, tanto pela origem de sua região, quanto pela classe de tamanho. Dessa forma, a caracterização das propriedades frente à certificação possibilita auxiliar a proposição de ações que beneficiem o produtor certificado na promoção da cafeicultura sustentável. Para tal, este trabalho contou com dados de auditorias de conformidade em propriedades cafeeiras inseridas no Certifica Minas realizadas nos anos de 2015 e 2016. No capítulo 1 objetivou-se caracterizar o perfil e o padrão de atendimento às normas do programa Certifica Minas Café das propriedades cafeeiras participantes, nas regiões produtoras e no estado de Minas Gerais. O programa atende a todos os perfis de agricultores, porém os pequenos produtores representaram a maior parcela de estabelecimentos participantes nesse padrão de certificação. Entre as quatro regiões produtoras de café, o maior número de propriedades certificadas encontrou-se presentes na região Sul. As propriedades certificadas apresentaram elevado nível de atendimento aos grupos de normas das duas versões do manual, adequando os sistemas de produção de café às exigências da certificação. O parecer das auditorias classificou a certificação majoritariamente na categoria de selo prata. Nas regiões do Cerrado, Sul e Matas os médios e grandes estabelecimentos obtiveram os melhores desempenhos de certificação comparados aos pequenos e minifúndios. As regiões Sul e Matas apresentaram semelhantemente as menores médias do parecer da auditoria. A região Cerrado e Chapada alcançaram as maiores médias do parecer. As regiões do Cerrado, Sul e Matas apresentaram resultados mais próximos à avaliação geral dos dados.A região da Chapada foi singular na certificação, pois demonstrou o maior índice de cumprimento às normas e às exigências da certificação, em especial nos estabelecimentos de maiores áreas. No capítulo 2 objetivou-se avaliar o padrão de atendimento às normas de certificação pelos cafeicultores participantes do programa Certifica Minas Café, estratificando- os por tamanho das propriedades e por região produtora do estado de Minas Gerais. As propriedades foram organizadas por região: Cerrado, Chapada de Minas, Sul de Minas e Matas de Minas, e por classe de estratificação: minifúndio, pequena, média e grande propriedades, de modo a serem combinadas em quinze conjuntos, visto que, a região Chapada de Minas não apresentou nenhum estabelecimento da classe minifúndio. Para a avaliação do padrão de certificação realizou-se técnicas de agrupamento, por meio: do método hierárquico de ligação média entre grupos – UPGMA; método de otimização de Tocher; e projeção de distância em gráficos tridimensionais – projeção 3D, para os dois anos da pesquisa separadamente. Para complementar, analisou-se a correlação das matrizes de distância dos dois anos de avaliação, pelo teste de comparação de matrizes de Mantel, com 1000 permutações (Mantel, 1967) e significância testada pelo teste t. O padrão de certificação foi semelhante para as maiorias das propriedades do CMC, independente da região produtora para todos os médios e grandes estabelecimentos, somados aos pequenos das regiões Café do Cerrado e Chapada de Minas, de modo a não exibirem diferenças no cumprimento das versões 2013-2015 e 2016 do Manual de Normas de Certificação para Propriedades Cafeeiras. Apenas a classe de tamanho influenciou o atendimento as normas, para os minifúndios de todas as regiões e para as pequenas propriedades do Sul de Minas e das Matas de Minas, sendo esses padrões do programa divergentes ao demais. Palavras-chave: Cafés sustentáveis. Rastreabilidade. Agricultura Familiar. Padrão certificação. Socioambiental
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    Estrutura de governança e agricultura familiar na cafeicultura do cerrado mineiro
    (UFU - Universidade Federal de Uberlândia, 2017-07-27) Melo, Sílvio Alberto Ribeiro; Ortega, Antonio César
    Nas últimas quatro décadas, a produção agrícola na região do Triângulo Mineiro e Alto Paranaíba passou por grandes mudanças e ganhou projeção nacional como produtora de soja, milho, cana-de-açúcar e café. Esse último tem particular importância na Economia regional e na estadual, cuja produtividade é maior que a média estadual e nacional, e tem participação expressiva no comércio exterior do Brasil, o maior produtor do grão no mundo. Mesmo com grande importância no cenário nacional, a cafeicultura passou por diversos momentos de prosperidade e de crise ao longo do tempo, como no começo dos anos 1990, com a desregulação que o Governo Federal promoveu no setor, levando vários cafeicultores a buscarem a melhoria da qualidade do grão, como alternativa à situação, diferenciando-o do grão commodity. Existem diversas certificações para todos os tipos de produtos e o café merece destaque, por ter tido um crescimento notável nesses mercados nas últimas décadas, merecendo destaque a região do Cerrado Mineiro, que produz café de alta qualidade e possui, entre diversas certificações, o selo de Denominação de Origem Região do Cerrado Mineiro. Para que esse território fosse constituído, foi necessário criar uma estrutura de governança que pudesse garantir aos produtores o controle de qualidade, que vai desde o plantio do grão, até o consumidor final, e que essa estrutura pudesse ser desfrutada tanto pelos médios e grandes produtores, quanto pelos agricultores familiares. Entretanto, a conquista dessa certificação incorre em elevados custos que tornam esse processo excludente, como é o caso dos cafeicultores familiares. Assim, objetivo do presente trabalho, é caracterizar o perfil dos cafeicultores familiares do município de Patrocínio, como um reflexo para a cafeicultura familiar do Cerrado Mineiro, partindo da hipótese de que o processo de certificação seja excludente pelos custos financeiros incorridos nele. Para isso, foi feita uma pesquisa de campo com associados da APPCER, uma associação de cafeicultores familiares que possui a certificação Fair Trade (Comércio Justo), mas seus membros não possuem a Denominação de Origem majoritariamente, buscando entender quais são as dificuldades que eles enfrentam em se certificar, se esse é um interesse para eles e como a estrutura de governança na região tem impacto para a sua atividade produtiva. Conclui-se que, para os associados da APPCER, apesar do processo ser excludente, ele não o é pelos custos incorridos na certificação, e sim, pela falta de informações sobre o processo, mas que esse fator pode se alterar dentro de uma região tão vasta como é o Cerrado Mineiro, pois é necessário considerar como os produtores estão inseridos na estrutura de governança.
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    Vozes femininas e processos de formação humana: entre as flores do café e os espinhos da vida
    (Universidade Federal de Pernambuco, 2013) Tenório, Rosa Maria Farias; Freitas, Alexandre Simão
    A presente dissertação discute a experiência de mulheres que protagonizaram histórias de vida singulares durante a década de 1950, na zona rural do município de Brejão, no agreste pernambucano, em uma tessitura social marcada pelo coronelismo, patriarcalismo e machismo. As histórias das três mulheres abordadas em nossa pesquisa configuram-se como memórias vivas do cotidiano e do tratamento dado às mulheres naquele contexto. Inicialmente a ideia mais ampla consistia em compreender os processos de formação feminina no contexto cultural vigente no período em destaque. O objetivo amplo foi analisar indícios dos processos de subjetivação em narrativas produzidas por mulheres do município de Brejão - agreste de Pernambuco - com vistas a uma compreensão dos processos de formação humana vivenciados fora do ambiente escolar. Assim, traçamos como objetivos específicos: a) Delimitar o uso metodológico das narrativas de si como formas de ativação do princípio do cuidado de si, configurado no âmbito da estética da existência foucaultiana; b) Problematizar a relação entre narrativas de si, gênero e cuidado de si como eixos analíticos dos processos formativos vivenciados pelas mulheres do município de Brejão, durante os anos 1950, fora dos ambientes escolares formais. A pesquisa fundamenta-se na interpelação filosófica foucaultiana do cuidado de si, procurando compreender a percepção das mulheres em relação às suas trajetórias de vida. A investigação mobilizou a metodologia das narrativas de si, tratando da formação humana fora dos âmbitos escolares e na perspectiva de gênero, descrevendo analiticamente o que apreendemos terem sido aspectos relevantes nas histórias narradas. O olhar das mulheres sobre a sua própria história nos revelou uma tessitura que resulta de um contraste entre força e leveza, uma vez que elas contribuíram efetivamente para a formação das suas comunidades de pertencimento. Suas ações travadas nas duras atividades do campo conseguiram de algum modo ganhar asas, delineando com outras lentes uma história que ainda permanece mal contada por insistir justamente em colocar essas mulheres no âmbito da invisibilidade
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    Empoderamento das mulheres do café feminino do grupo MOBI na COOPFAM
    (Universidade Federal de Santa Maria (UFSM, RS), 2021-12-14) Flaviano, Viviane; Souza, Renato Santos de
    Esta tese teve como objetivo compreender os processos de Empoderamento feminino presentes no cotidiano das mulheres cafeicultoras produtoras do café orgânico feminino do município de Poço Fundo (MG), bem como identificar quais são as vertentes do Empoderamento feminino na dinâmica do trabalho feminino na agricultura familiar com foco na cafeicultura orgânica. Para tanto, foram realizadas doze entrevistas em profundidade com as produtoras e três entrevistas com produtores. As produtoras eram vinculadas ao grupo de mulheres o MOBI (Mulheres Organizadas em Busca de Igualdade), associadas à Cooperativa dos Agricultores Familiares de Poço Fundo e Região a COOPFAM. A pesquisa se apoia em três eixos conceituais, quais sejam, Agricultura Familiar, Gênero e Empoderamento Feminino. O estudo é de corte qualitativo considerando gênero como categoria analítica, através de entrevistas semiestruturadas e de observação não participante. As entrevistadas aconteceram no ano de 2019, sendo que o primeiro contato aconteceu em março de 2019 e o ultimo em março de 2020, completando assim doze meses de pesquisa de campo. O contexto empírico da pesquisa localiza-se no município de Poço Fundo, no sul de Minas Gerais. Foi utilizado a saturação de dados para definir o número de participantes nas entrevistas. Os resultados mostraram que o Empoderamento dessas mulheres do café aconteceu através do trabalho e de lutas pela conquista de espaços e direitos políticos, econômicos, sociais e financeiros. Foi identificado quatro variáveis em relação ao Empoderamento que contribui para que esse grupo de mulheres se sinta com poder, são eles; individual, financeiro, organizacional, coletivo e/ou comunitário. Os perfis das entrevistas são bem semelhantes, uma vez que de acordo com a metodologia de saturação, com dez entrevistadas já começaram a se repetir os discursos e as histórias de vida. O MOBI é o maior canalizador de mulheres em busca de conhecimento. Se a mulher não for fazer parte da cooperativa, ela pode fazer parte do grupo, desenvolvendo atividades que ela já realiza no seu dia a dia, como cultivar rosas, fazer artesanato, cultivar horta, fazer pães e bolachas caseiras para vender na feira de orgânicos que a cooperativa desenvolve toda semana. Existiam novas necessidades e as mulheres foram em busca da sua representatividade política, hoje uma mulher do grupo MOBI é a presidente. A divisão sexual do trabalho é muito presente nos lares e também nos cargos ocupados na cooperativa. A agricultura familiar é à base da produção cafeeira da cooperativa, a sucessão familiar é uma questão importante e muito necessária de acordo com as entrevistas. Conclui-se que a cooperativa é o meio pela qual as mulheres buscam seu Empoderamento e o MOBI é onde tudo acontece, onde se concretiza este Empoderamento.
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    Diversidade Vegetal e Dinâmica de Alocação de Mão de Obra na Cafeicultura Familiar da Zona da Mata de Minas Gerais
    (Universidade Federal de Viçosa, 2018-12-14) Pereira, Adalgisa de Jesus; Santos, Ricardo Henrique Silva
    Esta tese está estruturada em três capítulos, todos referentes à propriedades de cafeicultores familiares. O primeiro trata da quantificação da agrobiodiversidade e o uso de espécies presentes em quintais. O segundo é referente à avaliação florística de fragmentos florestais, por meio de índices fitossociológicos e o terceiro trata da identificação da dinâmica de alocação de mão de obra em propriedades cafeeiras familiares e na região norte da Zona da Mata de Minas Gerais. O objetivo desta pesquisa foi quantificar a agrobiodiversidade e diversidade florística, bem como identificar a dinâmica de alocação da mão de obra em propriedades cafeeiras familiares na Zona da Mata de Minas Gerais (ZMMG) e sua contribuição para o manejo da agrobiodiversidade. Para a quantificação da agrobiodiversidade e diversidade florística foram avaliadas 5 das 25 propriedades visitadas. Os dados das espécies constantes nos quintais e seus usos foram obtidos por meio de entrevista semi-estruturada e transecto. Os dados necessários à quantificação fitossociológica da agrobiodiversidade e diversidade arbórea foi realizada em 1 propriedade em cada município (Coimbra, Cajuri, Canaã, São Miguel do Anta e Ervália) das 25 totais. Foram levantados dados de riqueza e diversidade mediante índices fitossociológicos e da confecção de curvas espécie-área dos indivíduos amostrados em parcelas de 20 x 50m em sistema agrícola Quintal-horta (SQ-h) por ser local de uso imediato à residência e sistema (SM), local de reserva legal. Foi aplicada a matriz de mão de obra na intenção de estudar a dinâmica de distribuição desse recurso pelo agricultor nas tarefas ou operações dos sistemas agrícolas café, milho, pecuária e quintal/horta. A agrobiodiversidade do quintal demonstrou alta diversidade de espécies com Índice de Shannon médio de 2,55; baixa dominância de espécies com Índice de Simpson médio de 0,0562 e alta Equabilidade de Pielou, com média de 0,803. Em geral, os quintais apresentam elevada quantidade de indivíduos por espécie. Essas espécies possuem usos associados à alimentação, medicinal e ornamental. O componente animal nessas propriedades foi mencionado pelos agricultores e compõem parte da agrobiodiversidade manejada para fins de alimentação e geração de renda. Constatou-se que em áreas de quintal o número de espécies aumenta a cada novo conjunto de indivíduo amostrado. A curva espécie - individuo aplicada ao quintal/horta, demonstrou suficiência amostral com R 2 médio de 0,88 e constatou-se que houve diferença significativa entre os valores de intercepto e inclinação de reta. O sistema mata (Sm) foi avaliado e os fragmentos de mata apresentaram alta diversidade com índice de Shannon médio de 2,726; baixa dominância de espécies com Índice de Simpson médio de 0,057 e média alta da Equabilidade de Pielou em 0,803. A curva espécie – indivíduo dos fragmentos de mata demonstrou suficiência amostral com R 2 médio de 0,99. Nessas áreas foi registrada diferença significativa entre as propriedades quanto aos valores de inclinação de reta como indicador de alfa diversidade e intercepto indicando registro de beta diversidade. A curva espécie – indivíduo demonstrou que a cada novo grupo de indivíduos amostrados uma nova espécie é registrada. Foi observada diferença significativa entre os valores de Inclinação de reta (medida de alfa diversidade) e intercepto (medida de beta diversidade). O que significa que as áreas apresentam diferenças de composição florística. O sistema café (Sc) e o sistema agrícola pastagem (Sp) não foram passíveis de avaliação fitossociológica pelo fato de apresentarem uma única espécie cultivada ou número não representativo para detecção de diversidade e riqueza. A dinâmica de alocação de mão de obra pelas propriedades estudadas segue uma rotina ditada principalmente pela cultura econômica mais importante. Os cultivos de milho não competem com o café por mão de obra em qualquer época do ano. A pecuária e o manejo de quintais/hortas exercida nas propriedades revelam que a necessidade mão de obra nessa atividade é constante durante todo o ano, porém com demanda menor de horas em seu manejo. A dinâmica de alocação de mão obra tende a imprimir nos ecossistemas agrícolas incremento de agrobiodiversidade.