Teses e Dissertações

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    Cafés da espécie Coffea arabica L. produzidos no Circuito das Águas Paulista: caracterização física, química e sensorial
    (Escola Superior de Agricultura "Luiz de Queiroz" - Universidade de São Paulo, 2016) Maretto, Cintia; Sturion, Gilma Lucazechi
    Dentre as principais áreas produtoras de café no Brasil, destaca-se a região do Circuito das Águas Paulista - CAP. Devido às suas características edafoclimáticas, com clima ameno, temperaturas entre 13oC e 26oC e altitudes de até 1.400 m, a região, composta por nove municípios da Serra da Mantiqueira, apresenta potencial de produção de cafés especiais. Desse modo, o objetivo deste trabalho foi caracterizar os cafés de diferentes cultivares da espécie Coffea arabica L. produzidos em duas faixas de altitude da região do CAP a partir de entrevistas semiestruturadas com os cafeicultores e análises físicas, químicas e sensoriais. O delineamento experimental foi inteiramente casualizado, baseado na interação entre ambiente (duas faixas de altitude - abaixo e acima de 1.100 m) e genótipos (Catucaí Amarelo, Catuaí Vermelho, Obatã, Mundo Novo, Bourbon Amarelo, Icatu Amarelo e Iapar). Os resultados foram submetidos à ANOVA (teste F) e ao teste de Tukey (p<0,05) (análises químicas e sensoriais). Em adição, os dados das sensoriais (SCAA e ADQ) foram submetidos às Análises de Agrupamento Aglomerativo Hierárquico e de Componentes Principais, sendo a análise de frequência das citações da ADQ submetida também ao Teste de Cochran. Foram encontradas diferenças significativas (p<0,05) entre as amostras para todas as análises. Dentre as amostras estudadas, cinco foram classificadas como “especiais” (SCAA), com pontuação de até 84,42 e todas foram classificadas como Gourmet (ADQ), com destaque para os atributos: floral/frutado, acidez, doçura e corpo pronunciados, e sabor de nozes/avelã, evidenciando as características singulares dos cafés do CAP. Quanto às cultivares, as amostras de Obatã apresentaram as maiores notas (alta qualidade); as de Mundo Novo, notas intermediárias, com aroma da bebida pronunciado e menor adstringência; e as de Bourbon Amarelo, menores notas. Quanto à altitude, houve influência na acidez, pois parte das amostras cultivadas abaixo de 1.100 metros apresentou valores mais altos desse atributo, todavia, sem interferência negativa comprovada na qualidade final da bebida. Além disso, também influenciou a cafeína, pois as amostras de Catucaí Amarelo, Catuaí Vermelho, Obatã e Bourbon Amarelo cultivadas abaixo de 1.100 metros apresentaram valores superiores. A cultivar Bourbon Amarelo apresentou maiores teores de ácidos clorogênicos e, as amostras preparadas pela via úmida, maiores teores de trigonelina, cafeína e ácidos clorogênicos (Catucaí Amarelo e Obatã) em relação às de via seca, além de notas mais altas ou intermediárias na análise sensorial (exceto a de Bourbon Amarelo). Em suma, a região do CAP possui potencial para produção de cafés especiais, de características singulares, que envolvem tradição, história, cultura e aspectos ambientais. Contudo, podem ter ocorrido interferências no processo produtivo de algumas das amostras analisadas no presente estudo.
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    Isótopos estáveis para a discriminação da origem geográfica de cafés especiais da Serra da Mantiqueira de Minas Gerais
    (Universidade Federal de Lavras, 2012-11-05) Barbosa, Juliana Neves; Borém, Flávio Meira
    Dentre várias regiões com aptidão para a produção de cafés especiais no Brasil, o sul de Minas Gerais tem recebido destaque. Esse potencial foi reconhecido pela Cup of Excellence (COE) como uma das regiões mais premiadas de todos os tempos. Essa notoriedade fez com que os produtores da região solicitassem junto ao Instituto Nacional de Propriedade Industrial (INPI) o reconhecimento da origem geográfica da região na modalidade Indicação de Procedência. Considerando a evidente relação entre a qualidade do produto e o ambiente, estudos científicos tornam-se necessários para dar embasamento na discriminação da origem do produto, validando novos métodos contra possíveis fraudes. Esse estudo teve como objetivo avaliar o uso dos isótopos estáveis na discriminação de ambientes de produção de cafés especiais da Serra da Mantiqueira de Minas Gerais por meio de técnicas de análise exploratória e discriminante. As amostras de café foram colhidas manualmente, sendo compostas apenas por frutos maduros em altitudes abaixo de 1.000m, de 1.000 a 1.200m e acima de 1.200m, considerando duas faces de exposição sombreada e ensolarada. Os frutos amarelos e vermelhos foram processados por via seca e úmida com cinco repetições. Análise discriminante foi utilizada para realizar uma investigação exploratória na discriminação dos ambientes por meio dos isótopos estáveis de nitrogênio, carbono e suas respectivas porcentagens. Para a discriminação dos ambientes de produção da variedade Bourbon amarelo, isótopos de oxigênio, nitrogênio e carbono e isótopos da água meteórica foram utilizados. Para a discriminação de ambientes de produção de cafés especiais por meio de isótopos estáveis e análise exploratória e discriminante foram utilizadas 119 amostras. O modelo gerado apresentou uma taxa de acerto de 89% na discriminação dos ambientes, sendo composto pelas variáveis isotópicas de δ15N, δ13C, %C, %N, δD, δ18O (água meteórica) e as notas da análise sensorial. Além disso, foi demonstrado que a análise da razão isotópica pôde produzir entendimento sobre como as plantas de café respondem aos fatores ambientais que influenciam na assimilação de C, N e o quanto o ambiente influencia na qualidade. Considerando que ao se estudar uma única variedade de elevado potencial sensorial, a relação da expressão da qualidade, ambiente e isótopos possa ser mais evidente, 24 amostras da variedade Bourbon amarelo foram usadas para composição de um novo modelo com uso de isótopos de δ18O (grão cru), δ15N, δ13C, %C, %N, δD, δ18O (água meteórica) e as notas da análise sensorial. O modelo discriminante gerado apresentou uma taxa de acerto para a classificação dos ambientes de 91,7%, comprovando a eficácia da metodologia em uma variedade de alto potencial sensorial.
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    Ações públicas e privadas na implantação e desenvolvimento da indicação geográfica do café em Minas Gerais: evolução e perspectivas das iniciativas na visão de seus gestores
    (Universidade Federal de Lavras, 2009-02-16) Dutra, Daniel Marcos Resende; Machado, Rosa Teresa Moreira
    A indicação geográfica (IG) de produtos agroalimentares é um tema recente na realidade do agronegócio brasileiro, ainda em desenvolvimento pelas instituições do país. A IG apresenta-se como uma alternativa de desenvolvimento social e econômico, importante para valorizar o agronegócio brasileiro. O desenvolvimento das IGs do café se assenta em bases semelhantes às dos vinhos, pois a qualidade da bebida se relaciona intrinsecamente com as condições de clima e solo da região onde são produzidos. O objetivo geral desta pesquisa foi analisar as divergências e as convergências entre as ações e as iniciativas dos setores público e privado na implantação e no desenvolvimento da indicação geográfica do café, em Minas Gerais, sob dois pontos de vista: da ação estatal, que delimita formalmente o território certificado e protege a propriedade intelectual do produto e do engajamento da comunidade local, que se une em torno de um ideal de valorização do território e de suas raízes culturais, sociais e condições edafoclimáticas. A fundamentação teórica trouxe elementos para uma análise multidimensional, abordando conceitos de vertente social, institucional, organizacional e econômica das Indicações Geográficas. Quanto aos aspectos metodológicos, trata-se de uma pesquisa exploratório- descritiva de natureza qualitativa ,realizada por meio do estudo de dois casos, mais exatamente de duas regiões produtoras de café do estado de Minas Gerais formalmente demarcadas. As técnicas de coleta de dados foram a entrevista com o roteiro semiestruturado e a pesquisa documental. A técnica de análise de dados utilizada foi a análise de conteúdo. Os principais resultados encontrados foram que, desde 1996 até os dias atuais, o governo do estado de Minas Gerais tem implementado as seguintes políticas públicas de incentivo da cadeia produtiva do café: Certicafé, Agrominas e Certifica Minas. O foco do Certicafé foi a implantação da certificação de origem do café a partir de 1996 e a demarcação de quatro grandes áreas produtoras de café. A estrutura de implantação do programa teve uma série de equívocos que prejudicaram o cumprimento de seus objetivos e, a partir de 2000, o programa foi se “esvaziando” e entrou em declínio. Em 2004, veio o Agrominas, com propostas para a melhoria da infra-estrutura da cadeia produtiva do café, mas que não previa uma continuidade do programa anterior ou, mesmo, propunha uma diferente estratégia de certificação ou diferenciação do café de Minas Gerais. A partir de 2008, iniciou-se o programa Certifica Minas, propondo a implementação de um certificado baseado em “boas práticas agrícolas”. Nesse sentido, conclui-se que as políticas públicas não tiveram continuidade ou mesmo complementaridade de ações, prejudicando a implantação programas que visavam obter a diferenciação do café e que demandavam uma estratégia de implementação de longo prazo. Paralelamente às ações do governo de Minas Gerais, associações de cafeicultores empreendiam ações para obter o reconhecimento de IGs em regiões menores que as demarcadas no âmbito do Certicafé. Estas ações privadas foram essenciais no desenvolvimento das IGs do café em Minas Gerais e consolidaram-se, independentemente do apoio dos governos estadual e federal. Estas associações de cafeicultores desempenharam importantes papéis de mobilização dos cafeicultores da região, divulgação da marca da IG e coordenação com o restante da cadeia produtiva. A relação entre público e privado apresentou divergências e convergências de ações e/ou opiniões que influenciaram o desenvolvimento das IGs do café em Minas Gerais.