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    Observações citológicas em Coffea. XII - Uma nova forma tetraplóide
    (Instituto Agronômico (IAC), 1949) Mendes, A. J. T.
    Um cafeeiro muito rústico e altamente produtivo, encontrado em uma propriedade agrícola do Estado de São Paulo, revelou ser tetraplóide (2n=44). Neste particular êle se assemelha à espécie C. arabica ; porém, em sua auto-esterilidade, se aproxima das espécies diplóides (2n = 22) de café. Imaginou-se, a princípio, que se tratava de uma forma tetraplóide espontânea de C. liberica ou de C. Dewevrei. O estudo aqui apresentado, porém, conduz à conclusão de que se deve tratar de um híbrido entre C. arabica e C. Dewevrei. No estudo da microsporogênese verificou-se a formação de uni— e bivalentes e mais raramente de tri— e tetravalentes. Supondo que o complemento cromossômico desta planta seja constituído de 22 cromossômios arabica haplóides e 22 cromossômios Dewevrei diplóides, e sabendo-se que : a) os cromossômios de C. arabica num indivíduo di-haplóide (2n = 22) formam 0 a 6 bivalentes ; e b) os cromossômios de C. Dewevrei formam normalmente 11 bivalentes, infere-se que a planta em estudo deve apresentar 11 a 17 bivalentes. Os bivalentes encontrados mais comumente, na realidade, variavam de 12 a 16 e, portanto, dentro daqueles limites. Isto justifica a hipótese de se tratar de um híbrido entre C. arabica e C. Dewevrei. A distribuição anafásica dos cromossômios é irregular, havendo formação de grãos de pólen com n = 15 a 28 cromossômios ; mais frequentes, porém, (cêrca de 80%), são os grãos com n = 20 a 24. A determinação do número de cromossômios em híbridos desse cafeeiro com C. arabica (2n=44), C. Dewevrei (2n=22) e C. Dewevrei (2n=44), como fornecedores de pólen, mostrou que também da macrosporogênese resultam oosferas férteis com n=20 a 24 cromossômios. Cêrca de 31% dos grãos de pólen são estéreis. Se na macrosporogênese as mesmas anormalidades ocorrem, é de se esperar que muitos óvulos degenerem. Isto acontece realmente, havendo grande número de frutos sem sementes ou providos de uma única semente em vez de duas.
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    Observações citológicas em Coffea - IV
    (Instituto Agronômico (IAC), 1941) Krug, C . A .; Mendes, A. J. T.
    1. É dada uma pequena descrição dos principais caracteres morfológicos de dois híbridos interespecíficos triplóides (C. arabica x C. canephora); seu crescimento é normal e a forma e tamanho das fôlhas e das flores intermediários entre as duas espécies. 2. A microsporogênese é dada em detalhe ; esperadas anormalidades foram observadas na distribuição dos cromosômios na 1.ª e na 2.ª divisão, resultando a formação de grãos de pólen estéreis, extremamente variáveis em tamanho. 3. Acredita-se que anormalidades análogas ocorram também na megasporogênese. 4. Ficaram confirmadas as prováveis causas da esterilidade de alguns híbridos interespecíficos obtidos em Java, que já haviam sido sugeridas em artigos anteriores. 5. O íntimo pareamento de alguns cromosômios na profase e mesmo na metáfase, sugere a possível origem autotetraplóide da espécie Coffea arabica. 6. A formação de trivalentes na profase e na metáfase, sugere que alguns dos cromosômios da espécie canephora devem ter regiões análogas a outros da espécie arabica. Nada pode ser dito, entretanto, sobre as possíveis relações genéticas entre C. arabica e C. canephora. 7. Duas plantas provenientes de sementes de um triplóide e obtidas de flores nas quais a polinização não foi controlada, possuem 2n = 44 cromosômios. É sugerido que se tenham derivado de células-ovo do triplóide com 22 cromosômios, que foram fertilizadas por grãos de pólen com 22 cromosômios, provenientes de plantas arabica cultivadas ao redor do triplóide.
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    Partenogênese, partenocarpia e casos anormais de fertilização em Coffea
    (Instituto Agronômico (IAC), 1946) Mendes, A. J. T.
    A espécie C. arabica L. é tetraplóide (2n = 44) ; em suas sementeiras, porém ocorrem ocasionalmente plantas di-haplóides (2n=22), hexaplóides (2n = 66) e octoplóides (2n=88). A origem das primeiras é atribuída à partenogênese ; as duas últimas devem-se formar pela união de gâmetos não reduzidos ou por processos de duplicação de cromossômios. A polinização dos tetraplóides pelos hexaplóides produziu somente plantas tetraplóides, sugerindo um processo partenogenético. Quando se cruzam as espécies C. arabica (2n = 44) e C. canephora (2n = 22) obtêm-se, além dos híbridos triplóides, indivíduos com o mesmo número de cromossômios que a planta mãe ; em vários casos essa ocorrência é atribuída à partenogênese. Dentro da espécie C. canephora verificou-se a ocorrência de partenocarpia e de partenogênese, quando se polinizou um indivíduo diplóide (2n = 22) com pólen de um tetraplóide (2n = 44). Assim, tanto em cruzamentos interespecíficos como intraespecíficos de Coffea, a diferença de número de cromossômios das plantas cruzadas determina, às vêzes, a partenocarpia e a partenogênese, observando-se ainda outros fenômenos como a união de gâmetas não reduzidos e a duplicação dos cromossômios de oosferas normalmente constituídas.
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    Uma nova forma de coffea
    (Instituto Agronômico (IAC), 1950-01) Krug, C. A.; Mendes, J. E. T.; Carvalho, A.; Mendes, A. J. T.
    Nos extensos trabalhos de melhoramento do cafeeiro, há 18 anos em realização na Subdivisão de Genética do Instituto Agronômico, tem-se dedicado especial atenção à espécie C. arabica L., pelo fato de todos os nossos cafèzais pertencerem a esta espécie que, sem dúvida, fornece o produto de melhor qualidade. Nas regiões de terras extremamente cansadas, um dos principais fatôres levados em consideração no melhoramento é a rusticidade, caráter êsse, entretanto, encontrado de preferência em outras espécies, tais como o C. canephora e C. Dewevrei, cujos cafés são de má qualidade. A hibridação interespecífica, que poderia reunir em uma só planta caraterísticos de rusticidade e boa qualidade de bebida, tem o inconveniente de dar origem a plantas triplóides, que são estéreis. Daí se deduz que a obtenção artificial de formas que combinassem êsses caraterísticos constitui problema, cuja solução é extremamente demorada. No presente trabalho, apresentam-se os caracteres de uma nova forma de Coffea, encontrada em cafèzal da Fazenda Itaporã, em Terra Roxa, município de Viradouro, que, com algumas ressalvas, oferece a desejada combinação de caracteres. Trata-se, provàvelmente, de um híbrido espontâneo entre C. arabica e C. Dewevrei, com 2n = 44 cromosômios, extremamente rústico e produtivo, cujas sementes fornecem uma bebida que pode ser classificada como boa. Apenas apresenta, como principal defeito, uma auto-esterilidade quase completa. Os seus caraterísticos botânicos são descritos em detalhe. Devido ao seu porte elevado, ramos abundantes e folhas grandes e coriáceas, esse cafeeiro se assemelha ao C. Dewevrei. Os frutos são oval-elípticos, de um vermelho bem escuro quando maduros, e as sementes oblongas, constatan-do-se elevada percentagem do tipo "moca" e "chocha". Quanto à constituição citológica, as pesquisas conduziram à hipótese de este cafeeiro possuir 22 cromosômios de C. arabica e 22 (número diplóide) de C. Dewevrei, o que parece confirmado pelos resultados obtidos nas hibridações com C. arabica. Apresentam-se também algumas informações preliminares sôbre a sua constituição genética, derivadas de um extenso projeto de cruzamentos com espécies e também genótipos diferentes de C. arabica (nana; prpr; FsFs; lrlr; momo; MgMg; ErEr; C-; CtCt; cece; etc). Concluiu-se que a nova forma é extremamente heterozigota, com relação aos fatôres determinantes dos seus principais caracteres morfológicos, e que possui vários alelos dos fatôres conhecidos de C. arabica, apresentando os indivíduos F1, e os "backcrosses" com esta espécie, acentuada predominância dos caracteres da nova forma. A auto-esterilidade predomina nas gerações de "backcrosses" seguidos, já se tendo encontrado, entretanto, plantas razoavelmente auto-férteis. Além de constituir material básico de grande importância para as tentativas de síntese de novos tipos de cafeeiros, a forma em questão também está sendo ensaiada em plantações mistas, intercalando-se o seu clone (cafeeiros enxertados) com fileiras de cafeeiros arábica (bourbon, etc.), que servirão de agentes polinizadores. Conclui-se que a descoberta dêsse cafeeiro, em Terra Roxa, facilitará a solução do problema da formação de novos cafezais em terras extremamente esgotadas.
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    Observações citológicas em Coffea. XV - Microsporogênese em Coffea arabica L.
    (Instituto Agronômico (IAC), 1950-03) Mendes, A. J. T.
    No presente trabalho são apresentadas as observações realizadas sôbre a microsporogênese nas variedades semperflorens e caturra, de Coffea arabica L. Notou-se que, no início da prófase, os cromossômios se colorem muito mal, não permitindo observações sôbre a sua morfologia; em paquitene, os cromossômios se apresentam com várias secções heteropicnóticas separadas por secções muito finas, que se colorem mal; o centrômero é bastante nítido e se acha ladeado de zonas bem heteropicnóticas; as extremidades dos braços dos cromossômios se colorem mal e se perdem no meio do citoplasma ; o nucléolo é bastante visível e a êle se acham ligados alguns cromossômios. É difícil determinar o número exato de cromossômios ligados ao nucléolo, tendo-se encontrado de 1 a 4. De paquitene a metáfase I, as fases se sucedem rapidamente. Em diplotene, os cromossômios são curtos, não mais se percebendo o centrômero. Em diaquinese os 22 pares de cromossômios se repelem pela sua parte mais colorida, onde se encontra o centrômero, e se unem pela parte clara, onde se notam os quiasmas ; o número de quiasmas, por célula, varia de 29 a 43 ; a média por bivalente é de 1,67, em semperjlorens, e 1,75, em caturra. Em metáfase I, o número médio de quiasmas, por bivalente,. é de 1,69, em semperjlorens, e 1,67, em caturra. Em anáfase I, os 22 pares de cromossômios se separam normalmente. Em telófase I, os cromossômios se colorem mal. Não há, praticamente, intercinese; os cromossômios contraem-se de novo e entram em anáfase II. A formação dos micrósporos é normal. Depois de soltos, ocorre a divisão nuclear, dando origem a dois núcleos com 22 cromossômios. Isto ocorre três a quatro dias antes da abertura das flores; o núcleo vegetativo é grande, esférico e homogêneo, colo-rindo-se mal; o núcleo reprodutivo é menor, reticulado, colore-se bem e se localiza na periferia da célula; ao seu redor se destaca uma porção de citoplasma, de forma lenticular. A divisão do núcleo reprodutivo geralmente se dá no tubo polínico. Tanto o núcleo vegetativo como o reprodutivo pode ser encontrado na extremidade do tubo polínico. Poucas irregularidades foram observadas na distribuição dos cromossômios, tendo, a grande maioria dos gâmetas, n=22 cromossômios.
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    Citologia do desenvolvimento dos frutos sem sementes no café "mundo novo"
    (Instituto Agronômico (IAC), 1954-10) Mendes, A. J. T.; Medina, Dixier M.; Conagin, Cândida H. T. Mendes
    Uma pequena porcentagem de frutos sem sementes é comum às plantas de tôdas as variedades de Coffea arabica, parecendo tratar-se de um fenômeno puramente fisiológico. No café Mundo Novo porém, além dêste tipo de plantas, há outras com elevada porcentagem de lojas vazias ("chochos"). Constituindo isto um grave defeito para uma variedade comercial, procurou-se estudar a sua causa. As observações feitas no processo da microsporogênese mostraram irregularidades na distribuição dos cromossômios. Sendo encontradas tanto nas plantas de alta porcentagem como nas de baixa porcentagem de chochos, não deve residir nessas anomalias a causa procurada. Em estudos comparativos dos dois tipos de plantas do Mundo Novo e da variedade bourbon, pôde-se verificar : a) que, em linhas gerais, o processo da formação do saco embrionário e o desenvolvimento do endosperma e do embrião são idênticos, havendo um ligeiro atrazo para as plantas Mundo Novo ; b) que nestas últimas existem anormalidades diversas no saco embrionário, em proporção muito mais elevada do que no bourbon. Ocorrendo com igual freqüência nos dois tipos de plantas do café Mundo Novo, estas anormalidades também não devem se relacionar com a formação de chochos. Estudos realizados em frutos de diversas idades, permitiram relacionar a alta freqüência de lojas vazias com o aparecimento de uma estrutura anormal, em forma de disco, encontrada no interior dos restos de perisperma. Êste "disco" (com cêrca de 3 mm de diâmetro) só apareceu na planta de alta freqüência de chochos, não tendo sido constatado na planta Mundo Novo de baixa freqüência de chochos, nem na planta bourbon. O exame citológico revelou que essa estrutura é constituida de endosperma, contendo um embrião anormal ; de côr clara a princípio, torna-se pardacenta à medida que degenera ; recebeu a denominação de "endosperma discóide". De oito plantas examinadas a seguir, encontrou-se endosperma discóide nas quatro que produzem alta porcentagem de lojas sem sementes, o que permitiu classificar as plantas Mundo Novo em duas categorias : 1) plantas onde ocorre o "disco" ; 2) plantas nas quais o "disco" não ocorre. A alta freqüência de chochos nessa variedade está, pois, condicionada à presença do endosperma discóide. Os autores sugerem uma hipótese genética para explicar êsse novo fenômeno : plantas de alta freqüência de chochos são heterozigotas para um par de fatores, que na condição duplamente recessiva têm ação letal ; como conseqüência, há paralização do endosperma no início do seu desenvolvimento, e, em seu lugar, é encontrado o "disco".
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    Observações citológicas em coffea. XIX- Monossômios
    (Instituto Agronômico (IAC), 1955-03) Mendes, A. J. T.
    Completa homozigose em Coffea arabica L. (2n=44) foi estabelecida pela duplicação dos cromossômios de uma planta di-haplóide (2n=22). Da progénie obtida, uniforme, três plantas se distinguiram, verificando-se que tinham respectivamente 22, 43 e 43 cromossômios. O mutante com 2n=22 cromossômios era idêntico a outros di-haplóides já constatados anteriormente nos viveiros de café, cuja origem é atribuida à partenogênese. Os mutantes monossômicos (2n=43) assemelham-se a fenótipos de constituições genéticas já conhecidas. A sua ocorrência vem esclarecer a razão da dificuldade da análise genética de certas plantas angustifolia, encontradas nos viveiros de café, que não respondem às esperadas relações fenotípicas: deve se tratar, nesses casos, de plantas monossômicas. Em uma pesquisa preliminar, separaram-se seis plantas angustifólia em viveiros de café; pelo menos três delas tinham também 2n=43 cromossômios. Além da possibilidade do esclarecimento completo do mecanismo da hereditariedade do caráter angustifolia, os tipos monossômicos abrem possibilidades no sentido da associação dos fatôres aos respectivos cromossômios, pela obtenção de tipos nulissômios.
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    Pesquisas citológicas e genéticas em três espécies de Coffea. Auto-incompatibilidade em Coffea canephora pierre ex froehner
    (Instituto Agronômico (IAC), 1961-08) Conagin, Cândida Helena T. M.; Mendes, A. J. T.
    As pesquisas realizadas com três espécies de Coffea (canephora, congensis e dewevrei) durante o período de 1943 a 1950 são aqui relatadas com a finalidade principal de apresentar os dados colhidos para uma futura continuação do trabalho. Parte dêsses dados acha-se publicada parceladamente. Essas três espécies são auto-estéreis, isto é, não produzem frutos quando suas flôres são autopolinizadas. No entanto, o desenvolvimento do saco embrionário e a microsporogênese são normais; além disso nenhum outro fator mecânico ou físico impede a polinização. Os grãos de pólen mostram uma grande variabilidade em tamanho, não havendo diferença estatística que separe as três espécies. Em C. congensis de Uganda, a germinação do pólen foi anormal, formando expansões disformes do ciloplasma em vez de tubos polínicos. O pólen conservado em laboratório perdeu o poder germinativo ao fim de sete dias. As auto-polinizações efetuadas durante os anos de 1943 e 1944 não produziram frutos. No período de 1944 a 1950 foram realizados cruzamentos intra-específicos entre clones de cada espécie, procurando combinações compatíveis. Na espécie C. canephora foram feitas outras observações além dessas, tais como sôbre a queda dos frutinhos e a vitalidade das sementes. As pesquisas realizadas levaram à conclusão de que nas espécies C. canephora, C. congensis e C. dewevrei existe o fenômeno da auto-incompatibilidade genética. Observações mais detalhadas na espécie C congensis mostraram que, além da auto-incompatibilidade, existe, nesta espécie, a estérilidade masculina. Tendo-se analisado um grande número de cruzamentos de C. canephora foi possível estabelecer o mecanismo genético da auto-incompatibilidade; êste mecanismo é o mesmo descrito para o gênero Nicotiana por East e Maugelsdorf, segundo o qual uma série de fatôres alelomórfos S controlam as relações entre tubo polínico e estigma. Os dados apresentados permitem admitir para C. canephora a existência de três fatôres S e classificar uma parte das plantas estudadas em três grupos: S1S2, S1S3 e S2S3.
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    Pesquisas citológicas e genéticas em três espécies de Coffea. Auto-incompatibilidade em Coffea canephora pierre ex froehner
    (Instituto Agronômico (IAC), 1961-08) Conagin, Cândida Helena T. M.; Mendes, A. J. T.
    As pesquisas realizadas com três espécies de Coffea (canephora, congensis e dewevrei) durante o período de 1943 a 1950 são aqui relatadas com a finalidade principal de apresentar os dados colhidos para uma futura continuação do trabalho. Parte dêsses dados acha-se publicada parceladamente. Essas três espécies são auto-estéreis, isto é, não produzem frutos quando suas flôres são autopolinizadas. No entanto, o desenvolvimento do saco embrionário e a microsporogênese são normais; além disso nenhum outro fator mecânico ou físico impede a polinização. Os grãos de pólen mostram uma grande variabilidade em tamanho, não havendo diferença estatística que separe as três espécies. Em C. congensis de Uganda, a germinação do pólen foi anormal, formando expansões disformes do ciloplasma em vez de tubos polínicos. O pólen conservado em laboratório perdeu o poder germinativo ao fim de sete dias. As auto-polinizações efetuadas durante os anos de 1943 e 1944 não produziram frutos. No período de 1944 a 1950 foram realizados cruzamentos intra-específicos entre clones de cada espécie, procurando combinações compatíveis. Na espécie C. canephora foram feitas outras observações além dessas, tais como sôbre a queda dos frutinhos e a vitalidade das sementes. As pesquisas realizadas levaram à conclusão de que nas espécies C. canephora, C. congensis e C. dewevrei existe o fenômeno da auto-incompatibilidade genética. Observações mais detalhadas na espécie C congensis mostraram que, além da auto-incompatibilidade, existe, nesta espécie, a estérilidade masculina. Tendo-se analisado um grande número de cruzamentos de C. canephora foi possível estabelecer o mecanismo genético da auto-incompatibilidade; êste mecanismo é o mesmo descrito para o gênero Nicotiana por East e Maugelsdorf, segundo o qual uma série de fatôres alelomórfos S controlam as relações entre tubo polínico e estigma. Os dados apresentados permitem admitir para C. canephora a existência de três fatôres S e classificar uma parte das plantas estudadas em três grupos: S1S2, S1S3 e S2S3.
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    Contrôle genético dos "frutos chochos" no café "Mundo Novo"
    (Instituto Agronômico (IAC), 1955-01) Mendes, A. J. T.; Medina, Dixier M.
    1. Decorre do presente trabalho que no Café Mundo Novo há dois grupos distintos de plantas : a) de baixa ocorrência de frutos chochos; b) de alta ocorrência de frutos chochos. 2. Há evidências de que a existência de 2 grupos distintos de plantas é devida a um par de fatores genéticos Dd. As plantas onde é baixa a ocorrência de frutos chochos são de constituição genética DD. As demais são Dd. Não há o grupo dd, pois que a combinação endosperma ddd e embrião dd é letal. 3. Segundo a hipótese, a letalidade dos fatores dd se manifesta quando o endosperma tem 2 a 3 mm de diâmetro; nesse ponto estaciona o crescimento e êle se transforma num disco (donde o símbolo d para o gen em questão). Raras vêzes a ação letal se manifesta antes dêsse estado e então nada ou quase nada resta do endosperma. Outras vezes a ação letal é tardia: o endosperma se desenvolve em semente mas esta não germina. 4. As populações de café Mundo Novo que estão se formando no Estado de São Paulo terão diferentes proporções de plantas com e sem o defeito das lojas vazias, dependendo isso da fonte onde se procurarem as sementes. 5. Limitando-se a selecionar as plantas Mundo Novo dentro do grupo de baixa ocorrência de chochos o melhorista encontra base científica para ehminar um notório defeito da variedade.