Memória do Café
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Resultados da Pesquisa
Item A convergência estratégica em Arranjos Produtivos Locais: uma análise sobre a cooperação entre atores em rede em duas regiões cafeeiras(2019-05) Leme, Paulo Henrique Montagnana Vicente; Aguiar, Bruno Henrique; Rezende, Daniel Carvalho deO desenvolvimento de novos Arranjos Produtivos Locais (APLs) no Brasil é um tema de extrema importância no atual contexto econômico e social brasileiro. As Indicações Geográficas (IG) surgem com o objetivo de proteger e valorizar produtos e serviços típicos de uma região. O resultado é que estes APLs que buscam reconhecimento de origem necessitam desenvolver aspectos ligados à governança local e à coordenação de relacionamentos e interesses diversos. O objetivo deste trabalho foi estudar um APL consolidado na produção de café, o do Cerrado Mineiro, em busca de aspectos estratégicos que expliquem seu sucesso e, através de uma pesquisa-ação, reproduzir as categorias estratégicas encontradas na articulação estratégica da construção da IG da região Oeste da Bahia. Nos resultados, confirma-se a validação do modelo teórico de convergência estratégica para APLs, que é definido como uma série de ações e práticas dos atores sociais inter-relacionados através de uma rede em um arranjo produtivo local, que possuem interesses e objetivos em comum definidos nas dimensões (1) organizacionais (estruturais), (2) históricas e de (3) ações coletivas em prol de um produto ou serviço. O processo de convergência não é estático, é performático, modifica as estruturas de governança e coordenação. Compreender a dinâmica destes fenômenos através de diferentes práticas estratégicas seria valioso para estudos futuros, tanto no café como em outras IGs.Item Eficiência do mercado futuro de café brasileiro, no período de 1992 a 1998(Sociedade Brasileira de Economia e Sociologia Rural ( SOBER), 1999) Arbex, Marcelo A.; Carvalho, Virgínia D.A função básica dos mercados futuros é possibilitar um hedge ou proteção contra variações de preços adversas que podem ocorrer, no futuro, aos agentes que negociam determinada commodity. Os preços no mercado futuro são eficientes quando refletem todas as informações disponíveis relevantes até a presente data, o que lhe habilita como a melhor estimativa de preço para a data de vencimento do contrato. Dada a importância do mercado futuro de café brasileiro, buscou-se testar a hipótese de eficiência para este, no período de março/1992 a maio/1998. Os resultados obtidos sugerem que os preços a vista e no futuro são co-integrados e que os preços futuros são estimadores não viesados dos preços a vista, à medida que o parâmetro de co-integração é igual à unidade. Os resultados sugerem, ainda, que o mercado futuro de café desempenha adequadamente sua função de preço a descoberto e pode, portanto, facilitar e otimizar as decisões dos agentes com relação a produção, comercialização e estocagem. Conclui-se que esse mercado é eficiente de forma fraca (weak form).Item Análise do processo de transmissão do preço do café no período de 1987- 1995(Revista de Economia e Sociologia Rural (SOBER), 1997) Grôppo, Gustavo de SouzaEste estudo objetivou identificar o comportamento dos preços do café nos diferentes níveis de mercado, com o intuito de detectar a origem e a intensidade das variações desses preços. A metodologia utilizada para os testes foi a de SIMS ( 1972 ). Os modelos foram ajustados, tomando-se as séries de preços reais de janeiro de 1987 a dezembro de 1995. Os resultados indicam causalidade no sentido do preço do produtor para o preço de exportação; bicausalidade entre o preço do produtor e o preço do atacado (torrefador); causalidade no sentido de atacado para varejo e causalidade no sentido de preço do produtor para preço de varejo. Observou-se, ainda, que as elasticidades se situam abaixo de um, indicando uma inelasticidade nessa transmissão.Item Entrevista EP 11: Origens Brasileiras – cafeicultores do Cerrado mineiro(Portal Coffea, 2018-05-25) Sttein, KellyAntes da década de 1970, não havia quase nada por lá. O Cerrado Mineiro que conhecemos hoje é resultado da persistência, tecnologia e muita ciência aplicada na agricultura, em especial na produção de cafés. Com menos de 50 anos dedicados à cafeicultura, a região vem despontando em seus recordes de produção e ótimas colocações em concursos de qualidade. Foi também a primeira a lançar café de vdenominação de origem no Brasil e acabou de lançá-la no mercado internacional, nos Estados Unidos.Para contar sobre essa aventura louca de produzir café onde ninguém botava fé, convidamos o engenheiro agrônomo Juliano Tarabal, superintendente da Federação dos Cafeicultores do Cerrado Mineiro.Item Violência apaziguada: escravidão e cultivo do café nas fotografias de Marc Ferrez (1882-1885)(Revista Brasileira de História, 2017-04-27) Muaze, Mariana de Aguiar FerreiraO artigo analisa a série visual composta por 65 fotografias das fazendas de café do Vale do Paraíba produzidas por Marc Ferrez entre 1882 e 1885. Por meio do estudo de seus circuitos sociais percebe-se que o discurso visual composto por elas valorizava os complexos cafeeiros como espaços modernos de produção e silenciava as marcas da escravização dos indivíduos registrados. Mediante escolhas técnicas, culturais e sociais, construiu-se no espaço de figuração da foto uma “escravidão apaziguada”, protegida dos conflitos sociais, das ideias abolicionistas e das resistências escravas. Dessa forma, as imagens de Marc Ferrez cumpriram fortemente a função política de formar e conformar uma dada memória sobre a escravidão que, ao pacificar aquele mundo extremamente violento, interessava diretamente à classe senhorial do Império.Item O financiamento hipotecário da cafeicultura do Vale do Paraíba (1865-87)(2002-01) Marcondes, Renato Leite“Este artigo analisa a importância do crédito hipotecário para o desenvolvimento da economia cafeeira no Vale do Paraíba paulista, com base em três livros de hipotecas referentes às localidades de Guaratinguetá e Lorena. O artigo mostra a transformação das formas tradicionais de crédito (usurário) para a bancária a partir da lei hipotecária de 1864/1865. Apesar das mudanças, o financiamento manteve-se restrito a uma pequena parcela da população e os mais afortunados conseguiam condições mais facilitadas.”Item Impacto distributivo da retirada do ICMS: o caso do café(1997) Negri Neto, Afonso; Vegro, Celso Luis Rodrigues; Moricochi, LuizEste estudo analisou a distribuição dos benefícios para os agentes da cadeia produção-consumo (fornecedores de insumos, produtores, agentes de comercialização e consumidores finais), decorrente da redução de alíquota do ICMS de 18% para 7% no café em âmbito do Estado de São Paulo. Após breve panorama sobre a estrutura da cafeicultura paulista e evolução das margens de comercialização, parte-se para análise gráfica visando estimar o benefício social líquido da redução do tributo. Concluiu-se que os consumidores de café torrado e moído foram os maiores favorecidos por essa política pública, apropriando-se de 91,83% do benefício total, enquanto que para os produtores esse benefício foi apenas residual (5,54%). Os benefícios foram medidos através das mudanças nos excedentes econômicos.Item Relações de produção na agricultura: algodão no Maranhão (1760 a 1888) e café em São Paulo (1886 a 1929)(2005-12) Barbosa, Francisco Benedito da CostaEste trabalho apresenta resultado de pesquisa sobre as relações de produção na agricultura do algodão no Maranhão, no período 1760 a 1888, e na agricultura do café em São Paulo, no período 1886 a 1929; ambas agriculturas estabeleceram fortes economias nas suas respectivas regiões. Analisa, também, os principais aspectos dessas relações: sistemas econômicos, tipo de mão-de-obra e políticas que contribuíram para São Paulo iniciar, com o apoio da economia cafeeira, a sua industrialização, enquanto o Maranhão entrou numa crise econômica, cuja recuperação só aconteceu a partir de 1920 com a economia do babaçu.