UFV - Dissertações

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    Identificação e análise de sistemas de produção na cultura do café, Três Pontas - MG
    (Universidade Federal de Viçosa, 1977) Alves, Hélio Andrade; Cunha, Aercio dos Santos
    A utilização pelos agricultores de diferentes sistemas de produção, para cada cultura, é explicada não somente Por fatores ambientais como também por fatores econômicos e sociopsicológicos. Em programas de difusão de tecnologia, todos esses fatores são da maior relevância e, por isso, os sistemas de produção recomendados aos agricultores devem, na medida do possível, ser ajustados a eles. A preocupação da adequação da tecnologia às necessidades do agricultor e da adoção da mesma tornou relevante a identificação de sistemas de produção como fórmula para melhorar a produção e a produtividade dos produtos agrícolas, tornando possível, ao mesmo tempo, a avaliação dos aspectos econômicos. O problema pode ser definido como a necessidade de identificar os sistemas de produção dos agricultores, levando-se em consideração os recursos naturais, os fatores de Produção comprados da indústria e os aspectos ligados aos agricultores e suas famílias. Escolheu-se para esta Pesquisa a identificação dos Sistemas de produção na cultura do café, no município de Três Pontas, Estado de Minas Gerais. Utilizou-se, no estudo, o método de juízes para a estratificação dos Cafeicultores da amostra, segundo a tecnologia por eles adotada. Paralelamente, foram usados métodos estatísticos (análise de correlação simples, analise fatorial) para se obterem indicadores representativos dos agricultores da amostra. Utilizando-se estes indicadores como elementos de uma função discriminante, foram obtidas três tipologias de Cafeicultores, que foram comparadas com as tipologias obtidas mediante Os critérios dos juízes. À capacidade de discriminação dos indicadores usados na função discriminante foi a seguinte: Uso do credito rural. Contribuiu significativamente para a identificação das tipologias dos cafeicultores. Tamanho da propriedade. Não contribuiu significativamente para a identificação das tipologias de cafeicultores segundo o uso de tecnologias. Produtividade. Foi o Índice mais importante para a identificação das tipologias dos Cafeicultores. Fatores sociopsicológicos. Contribuíram relevantemente para a identificação das tipologias dos Cafeicultores, Idade do café. Não contribuiu significantemente para a identificação das tipologias de Cafeicultores.
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    Credibilidade das políticas econômicas e relações com o mercado futuro no Brasil
    (Universidade Federal de Viçosa, 1997) Arbex, Marcelo Aarestrup; Fontes, Rosa Maria Olivera; Universidade Federal de Viçosa
    Ao longo dos últimos anos, o Brasil foi submetido a vários planos econômicos, ortodoxos e heterodoxos, mas nenhum teve sucesso efetivo no combate à inflação, com exceção do Plano Real de junho de 1994. Os repetidos fracassos dos programas de estabilização têm sido atribuídos à falta de confiança dos agentes privados acerca do comprometimento do governo com as políticas antiinflacionárias anunciadas. Tal situação caracteriza um problema de credibilidade e inconsistência temporal, problemas esses que afetam todas as atividades econômicas realizadas no país. O objetivo do presente estudo é verificar, empiricamente, em que medida a credibilidade governamental afeta o comportamento do mercado futuro brasileiro, no período compreendido entre os anos de 1991 e 1996. O desenvolvimento desse estudo baseia-se no modelo de credibilidade de DRAZEN e MASSON (1994) e no modelo de volatilidade de preços futuros de KENYON et alii (1987). A credibilidade da política econômica é definida a partir da análise das relações entre diferencial da taxa de juros e desemprego. Os resultados do modelo de credibilidade para a economia brasileira permitem concluir que a política econômica governamental não foi crível nos subperíodos 1 (de fevereiro de 1991 a dezembro de 1992) e 2 (de janeiro de 1993 a maio de 1994), tendo sido crível somente no terceiro subperíodo (junho de 1994 a junho de 1996). A partir da delimitação dos cenários com credibilidade e sem credibilidade, procedeu-se à análise da base (preço à vista menos preço futuro) e da volatilidade dos contratos futuros de café e juros negociados na Bolsa de Mercadorias & Futuros (BM&F). Os resultados apresentados pelo modelo de volatilidade, acrescido da variável credibilidade, permitem inferir que existe uma relação negativa e significativa entre volatilidade e credibilidade no período 1991-1996. Verificou-se uma relação inversa mais forte e significativa entre essas duas variáveis para o contrato DI-Futuro do que para o contrato de café. Através de uma análise de co-integração, verificou-se que os preços futuros cotados na BM&F e na Coffee, Sugar & Cocoa Exchange de Nova Iorque apresentam uma relação de equilíbrio de longo prazo, relação essa que não varia ao longo do tempo. Observou-se, assim, que os preços futuros de café negociados no país estão altamente relacionados com os preços futuros externos desse mesmo produto.
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    Estrutura, conduta e desempenho do mercado exportador brasileiro de café cru em grãos e de café solúvel
    (Universidade Federal de Viçosa, 1996) Santos, Dione Fraga dos; Aguiar, Danilo Rolim Dias de; Universidade Federal de Viçosa
    A atividade cafeeira foi, ao longo do tempo, a principal fonte de receitas cambiais do Brasil. Aos poucos, foi suplantada por setores industriais e, apenas nos anos 80, pelo complexo agroindustrial da soja. Em 1995, as exportações do segmento cafeeiro responderam por 5,22% do valor total, exportado pelo País. Por ser uma atividade, em grande parte, voltada ao mercado externo, o complexo exportador de café em grão e de café solúvel é afetado pelas alterações, nas regras no mercado internacional do café, e também pelas práticas protecionistas de alguns países consumidores. Está, ainda, exposto aos padrões de consumo externo e à prática competitiva das grandes corporações internacionais, que dominam os mercados da Europa e dos EUA. Este estudo pretende analisar a estrutura e a conduta das empresas exportadoras de café em grão e de café solúvel, buscando um maior entendimento a respeito dos indicadores de desempenho do mercado cafeeiro. Utilizaram-se medidas de estrutura, especialmente as de concentração, como os índices parciais, relacionados com as quatro e as oito maiores empresas exportadoras de café em grão e de café solúvel, e o índice de Herfindahl-Hirschman. A análise desses índices mostrou que as empresas exportadoras de café em grão configuram uma estrutura pouco concentrada. Já as que exportam o café solubilizado formaram mercado mais concentrado. Paralelamente, nos dois mercados, houve a presença de intensa modificação de posição entre as empresas, evidenciando uma possível desorganização do setor. Os indicadores de desempenho, mais precisamente, as parcelas relativas do exportador, do produtor e do atacadista estrangeiro, para ambos os produtos, mostraram que o segmento mais afetado foi o do exportador brasileiro, que presenciou, durante o período analisado, persistente perda de participação. Alguns aspectos da conduta das empresas, no mercado exportador de café, podem ser ressaltados, como a verticalização de produção, promovida por algumas cooperativas produtoras de café, bem como o início de contratos de transferência tecnológica para as indústrias de café solúvel. Conclui-se que o segmento exportador de café, no Brasil, ressente-se de um maior comprometimento de seus agentes econômicos, no tocante à busca de competitividade. Esta busca inclui maiores investimentos nos processos produtivos, de gerenciamento e de estratégias, em nível das empresas exportadoras, visando à obtenção de economias de escala. Além disso, faz-se necessário implementar campanhas publicitárias institucionais, ou não, que colaborem na conquista de novos nichos de mercado e que fortaleçam o produto brasileiro, nos mercados já estabelecidos anteriormente.
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    Análise econômica da habilidade de produção de café na competição de recursos em empresas típicas da Zona da Mata de Minas Gerais
    (Universidade Federal de Viçosa, 1971) Mesquita, Alamir; Jr., Thomas Kelley White; Universidade Federal de Viçosa
    Este estudo diz respeito a uma análise da habilidade da produção de café na competição de recursos em "empresas tipicas" da Zona da Mata, Minas Gerais. A solução ótima foi alcançada com respeito a maximização da receita liquida das "emprêsas tipicas" sujeita a restrições dos recursos disponiveis ao nível das empresas. Um a técnica de programação linear foi empregada para obter a solução ótima neste estudo. Os procedimentos utilizados e os resultados obtidos, no presente estudo, foram os seguintes: a. As sete micro-regiões da Zona da Mata foram agregadas em três regiões, com base nas caracteristicas geográficas, sócio-econômicas e ecológicas. Para cada região a distribuição de tamanhos de empresas foi usada para estabelecer 4 (quatro) modelos de emprêsa. Em cada estrato de cada região, uma amostra intencional de empresários foi entrevistada, obtendo-se dados relativos à disponibilidade de recursos, por qualidade e coeficientes insumo/produto para as principais atividades produtivas. Os dados de disponibilidades de recurso foram utilizados para definir as "empresas tipicas médias". Dados de insumo/produto foram utilizados para definir o nível existente de tecnologia. b. Modelos de programação linear de "emprêsas tipicas médias" foram construidos, utilizando-se para isto os resultados de levantamentos corno base para a especificação de níveis de disponibilidades de recursos. A disponibilidade de terra foi especificada para três classes de terra com base no grau de declividade. A disponibilidade de mão-de-obra foi especificada para cinco períodos criticos durante o ano agricola. Foram definidas as restrições para força animal, capital de investimento, capital de giro e instalações importantes escolhidas. Atividades produtivas foram orçadas para as culturas principais e empreendimentos pecuários, utilizando-se para tal, a tecnologia existente com base nos levantamentos suplementados por consultas com pesquisadores e extensionistas da Universidade de Viçosa. c. A vantagem comparativa da produção de café foi avaliada pela solução do modelo de programação linear para cada "empresa tipica média" e pela anlise da participação do café na organização ótima. O modelo básico incluiu atividades de produção de café utilizando a tecnologia existente e a tecnologia recomendada.. Os preços para café foram os preços médios na emprêsa no ano agricola 1968/69. O modulo básico foi elaborado com a suposição de que a "ferrugem do cafeeiro" não existe. A mão-de-obra disponivel na emprêsa foi tratada como sendo um recurso fixo, não computando, portanto, o seu preço. d. O efeito da disponibilidade de mão-de-obra foi analisado mediante adaptação dos modelos, de forma a permitir compra e venda de mão-de-obra e comparando-se as soluções ótimas resultantes com as soluções obtidas em "c". Quando se compara o efeito da mão-de-obra nos diferentes tamanhos de empresas, nas tres regiões da Zona da Mata, conclui-se que há uma relação direta entre o tamanho da emprêsa e avidez por mão-de-obra, avidez esta que, muitas vezes, é atenuada pela compra daquele recurso fora da empresa (mão-de-obra contratada). e. O efeito do custo de controle quimico da "ferrugem do cafeeiro" foi analisado mediante adaptação da atividade relacionada com café, nos modelos, de forma a incluir tais custos. Os resultados foram comparados com o s obtidos quando a "ferrugem" não era considerada como fator. f . O efeito da combinação de contrôle quimico e variedades resistentes "ferrugem" foi analizado pela inclusão, no modelo, das atividades relacionadas com a produção de café em plantações existentes, utilizando-se custos de contrôle químico recomendado e atividades para produção de café em novas plantações com variedades resistentes, com custo de contrôle igual a zero. Conclui-se que, ao preço médio para café de Cr13,OO por saca de kg em côco vigente no ano agrícola 1968/69, a maioria dos empresários rurais, da Zona da Mata, não está em condições para arcar con a sobretaxa do onus e ser incorporado aos custos de produção de café pela necessidade de um contrôle químico sistemático "ferrugem do cafeeiro". g . O efeito das mudanças no preço do café ao nível das empresas foi analizado pela solução dos modelos com diversos niveis diferentes de preço do café. Ao introduzir incrementos sucessivos no preço de café, verifica-se que a competitividade do café com tecnologia existente aumenta de maneira mais que proporcional do que a competitividade do café com tecnologia recomendada.Isto se explica em consequência dos maiores retornos liquidos por unidade de capital de giro utilizado em café sem tecnologia existente do que em café com tecnologia recomendada. h. Uma politica de fornecimento de crédito especial a juros reduzidos para o estabelecimento de novas plantações de café foi avaliada pela introdução de uma atividade especial de empréstimo, atividades de transferência e restrições associadas para os modelos. Com a política de crédito especial para café não houve, ao preço de Cr$ 39,OO por saca de 40 kg, impácto na organização ótima das emprêsas. Contudo, verificou-se grande impácto na decisão do empresário de como comprar capital de investimento para a formação de novas áreas com café, verificando uma preferência pelo capital de investimento obtido através do crédito especial para café do que pelo crédito convencional.
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    A expansão da cafeicultura em Minas Gerais: da intervenção do Estado à liberalização do mercado
    (Universidade Federal de Minas Gerais, 1994) Andrade, Rogério Geraldo Ribeiro de; Nabuco, Maria Regina; Universidade Federal de Minas Gerais
    Nosso estudo sobre o Complexo Cafeeiro no Brasil tem como objetivo analisar as principais razões para o deslocamento espacial da cafeicultura de São Paulo e Paraná para Minas Gerais. Em geral, destacam-se como principais fatores deste deslocamento as condições edafoclimáticas e as variantes econômicas, tais como o preço da terra, os menores custos de produção e o custo de oportunidade do café. É nosso objetivo destacar também os aspectos político-institucionais que explicam porque Minas Gerais passa a incrementar sua cafeicultura a partir dos anos setenta, através dos recursos creditícios colocados a disposição do setor cafeeiro oriundos do Programa de Renovação e Revigoramento dos Cafezais (PRRC). Em nossa opinião, estes recursos criaram as condições para que o estado assumisse a liderança nacional neste setor. Portanto, ao lado das explicações tradicionais, vamos também analisar os fatores políticos mais gerais e as mudanças na estrutura institucional de apoio a cafeicultura. Neste sentido, avaliaremos as condições em que este deslocamento se deu, do ponto de vista das ingerências do Instituto Brasileiro do Café (IBC), cuja existência passou a ser questionada a partir do final da década de oitenta, principalmente com respeito ao seu gigantismo e ineficiência. A extinção do IBC em 1990 simboliza a passagem de um sistema de produção paternalista para uma cafeicultura baseada no livre mercado e na competitividade. Convivem hoje no Brasil, grupos de postura conservadora com relação à produção e comercialiação do produto, com grupos modernos, emergentes já na fase de decadência do IBC, tendo, portanto, gestado um modelo de produção e organização competitivo e autônomo. Embora haja sinais de um novo ciclo de modernização no setor, o Complexo Cafeeiro ainda não se apresenta totalmente integrado. Apesar de ser grande comprador de equipamentos e insumos produtivos da indústria à montante, o setor agroindustrial transformador - a torrefação e a moagem e a indústria do café solúvel - não é parte determinante da dinâmica do Complexo. Enquanto o primeiro segmento permanece no mercado consumidor do café em pó, especialmente no mercado interno, o solúvel, com destinação quase que exclusivamente para mercado externo, é exportado a granel, sendo utilizado para compor os blend das grandes firmas multinacionais do setor. Apesar de mudanças no comportamento do consumidor do café - substituição pelo solúvel e pelo expresso - este mercado ainda é inexpressivo com respeito ao padrão médio do consumidor brasileiro e mesmo do internacional que compra nosso produto. A análise desse novo ciclo de modernização do café brasileiro (e mineiro especialmente) será feita a partir de quatro aspectos principais: 1) nos anos que precedem a extinção do IBC (anos sessenta e setenta), assiste-se a um profundo deslocamento da produção dos estados do Paraná e São Paulo para Minas Gerais, que a partir de então vai paulatinamente tornando-se o maior produtor nacional. O que aqui enfatizaremos é que este processo não se deveu a apenas causas edafoclimáticas. como grande parte da literatura demonstra (BDMG, 1989, NABUCO, LEMOS, 1986, GOMES, 1988). Ao contrário, esse deslocamento foi fortemente baseado em incentivos crediticios, além de apoio as cooperativas e outros tipos de grupamento de produtores, de forte aparato de assistência técnica aos cafeicultores, de incentivos a compra de insumos e equipamentos agricolas, etc. Todo o conjunto dessas medidas foi reunido em Planos Federais integrados aos Programas Estaduais de fomento das atividades agricolas (BACHA, 1988). A passagem do café de São Paulo e Paraná para Minas Gerais só foi possivel porque ampliou-se o crédito subsidiado e para os grupos mineiros abriu-se uma oportunidade de tê-lo em grande quantidade. Pretendemos, portanto, examinar as condições de subsidio do Estado para os produtores mineiros. Esta avaliação do papel do estado na atividade cafeeira será feita com base na análise da trajetória e dos instrumentos de politicas usados pelo IBC. É importante enfatizar o papel desempenhado por ele, analisando as conseqüências acarretadas no Complexo Cafeeiro quando é extinto em 1990 (GRAZIANO,1981, CASTRO, 1971). Desta forma, no primeiro capítulo analisaremos a mobilidade espacial do café, com ênfase nos dois planos elaborados pelo IBC, quais sejam, o Programa de Erradicação dos Cafezais, ocorrido nos anos sessenta e o Plano de Revigoramento e renovação dos Cafezais que teve seu início em 1969/70, com o propósito de recompor o parque cafeeiro nacional. 2) Para contextualizarmos melhor este deslocamento para Minas Gerais, com todas as suas conseqüências não só para o Estado, mas principalmente para a economia cafeeira em geral, buscaremos entender aqui as razões políticas para o fechamento de um dos maiores órgãos corporativistas da agricultura brasileira, ou seja, o IBC. As pressões para o seu fechamento que já se percebem desde os anos setenta, acentuando-se mais ainda com o advento da Nova República, não significaram apenas o caminho que o país seguia para a redução do tamanho do Estado e maior liberdade para o mercado. A crise do IBC expressou, do nosso ponto de vista, uma forte reestruturação interna do setor, onde agentes menos modernos perdiam força em detrimento de outros que assumiriam papel mais preponderante na modemização. Além disto, busco demonstrar que nem todas as funções do IBC foram perdidas com sua extinção. No segundo capitulo mostro que, sob a pressão dos proprietários, exportadores e torrefadores, onde o grupo estatal também foi importante, funções foram preservadas em órgão estaduais de apoio a agricultura, cooperativas e entidades privadas como firmas exportadoras (BACHA, 1992). É importante ressaltar o papel do Estado como provedor das iniciativas privadas. Partindo do pressuposto de que as politicas públicas não são "neutras", no sentido de que, ao ser efetivamente implantadas, elas trazem um forte componente de "arranjos" politico-institucionais, que refletem o jogo de interesses de grupos privilegiados, com maior acesso a cúpula decisória do governo, podemos assegurar que muitos órgãos públicos acabam sendo apropriados por eles. Na verdade, o IBC estava ligado aos interesses dos grupos cafeeiros paulistas, que pressionaram o Governo Federal induzindo sua criação. Esses agentes privados "apropriam-se" dessa agência pública, que passa a defender seus interesses, desenvolvendo seus trabalhos dentro de uma filosofia corporativista. Nos anos cinqüenta e sessenta, a participação estatal era vigorosa no sentido de privilegiar os produtos que contavam para a geração de divisas como é o caso também da cana-de-açúcar e, em especial, do café responsável por mais da metade das divisas geradas pelo comércio exterior do Brasil nos anos cinqüenta (CANO, 1983, SILVA, 1976, DELFIM NETTO, 1959, FURTADO, 1972, 1980, NABUCO, 1984). O 2o. capitulo terá, então, como principal objetivo a análise da trajetória e extinção do IBC, enfocando a controvérsia, "permanência versus fechamento" do IBC. A transformação de Minas Gerais no maior produtor do pais, coincide com a paulatina perda de força do JBC e significa que, para Minas Gerais manter a posição de líder, terá de fazê-lo através de maior eficiência e competitividade. A análise sobre o espólio do IBC e de que forma estão reestruturando-se institucionalmente os órgãos remanescentes que apoiam a cafeicultura, apontam para as características da atual fase de transição na cultura cafeeira entre um forte "estatismo" que representou aquela instituição, e a atual incipiente organização privada dos interesses dos vários segmentos do Complexo. É a partir deste contexto que colocamos o estudo dessa agência pública como um apriori para entender-se, não só o desenvolvimento da cafeicultura no Brasil, mas principalmente para se captar as tendências recentes da modemização originadas pela decadência da influência do IBC. Do ponto de vista de Minas Gerais, este estado recebeu o café com todo o apoio governamental, beneficiando-se ainda da presença do IBC nos anos setenta e oitenta, antes que esta autarquia entrasse num processo acelerado de decadência. Beneficiando-se também do apogeu da política de crédito agricola nos anos setenta. avançou em termos de produtividade, e deslocou-se para outras regiões do Estado. 3) Minas Gerais representa, assim, a região onde uma nova forma de produzir o café se instala: a principio com recursos financeiros abundantes. O estado enfrenta, no entanto, nos anos oitenta, a crise agricola brasileira, praticamente nas mesmas condições de qualquer produto agricola: falta de estímulo as exportações, redução de crédito, ausência de pesquisa e extensão públicas. Conduzida principalmente pelas grandes cooperativas de produtores do Sul de Minas, a integração entre a produção, a transformação e a comercialização (intermediária e final) modifica-se lentamente. O centro dinâmico deste complexo situa-se, como sempre foi, no mercado externo, sendo pequena sua diferenciação do produto final (LEMOS, 1992, 1994). diferentemente de Kageyama (1990), que não reconhece no café a existência de um CAI e sim de uma atividade modernizada. No entanto, acreditamos que o café deve ser definido como um complexo, tendo em vista a interrelação entre diferentes fases de seu processo de produção e comercialização. Apesar de suas ligações a montante serem consideradas fortes, por uma gama variada de autores, suas ligações a jusante são fracas. Portanto, podemos considerar que o centro dinâmico do Complexo vai se encontrar no setor exportador. A análise dos CAIs e suas influências na modernização das práticas agropecuárias no Brasil, onde podemos incluir o complexo cafeeiro, foi amplamente estudada desde os anos 60 (MUELLER, 1981, GRAZIANO DA SILVA, 1991, BELIK, 1992, VEGRO, 1993, ZYLBERSZTAJN et al., 1993). O capítulo 3, trabalha essa interrelação e procura demonstrar que, apesar da elevação da produtividade da cultura, com o início da diferenciação do produto e o aumento de sua qualidade, os agentes mantêm, no geral, seus papéis tradicionais. Os agentes que podemos considerar como hegemônicos são os corretores e dealers, representantes das firmas exportadoras, torrefadoras e importadores. Alguns tipos de corretores com atuação local também vão perdendo importância na cadeia de comercialização, assim como os maquinistas, que estão em franco processo de extinção. Vale destacar que surgem como agentes mais dinâmicos na atualidade as cooperativas (e por questões de afinidades as associações). A partir desse papel mais ativo no mercado, o resultado foi benéfico para os produtores porque a rede de intermediação se reduziu. Traçaremos, pois, neste 3o. capitulo. uma caracterização do Complexo Cafeeiro, com a identificação de seus principais segmentos e dos seus principais agentes e fluxos de comercialização com o fim de mostrar de que forma interagem os seus principais (conflitos e jogos de interesses). Nosso objetivo é demonstrar que, do ponto de vista da integração e dos fluxos comerciais, o café vai constituindo cada vez mais um verdadeiro complexo. Isto significa que Minas Gerais representa uma produção que ainda tem muito para se modernizar. Podemos perceber que alguns sinais são emitidos pelo cerrado e por algumas sub-regiões do Sul de Minas. 4) Se, no entanto, não se captam grandes modificações na interrelação dos agentes e nos seus graus de autonomia, alguns sinais de mudança estão se verificando, quando se analisam de perto modificações, como por exemplo, nas formas associativas (as cooperativas começam a assumir a condição de agentes exportadores), ao mesmo tempo que estão buscando um processo de maior verticalização. Os torrefadores buscam também não só a qualidade do produto, mas procuram diversificar o consumo através da diferenciação do produto, e estão fazendo tentativas de exportar o produto com maior grau de elaboração. O cerrado busca a melhoria do produto e suas tentativas de exportar cafés mais finos estão rendendo bons frutos para ele. Todas essas modificações se devem, não só ao fato de que o mercado externo está selecionando mais os produtores de "cafés finos", mas por que o mercado interno também se diferencia, isto é, o setor torrefador vem ampliando seu mercado através da diferenciação do produto, isso porque os hábitos dos consumidores vêem passando por modificações. Examinaremos timbém as conseqüências ocorridas na agricultura mineira em virtude de programas regionais de incorporação do cerrado que beneficiaram o café. Neste caso, iremos analisar um novo modelo de cafeicultura que surge em Minas Gerais, em especial, no cerrado mineiro, nas regiões do Alto Paranaíba e do Triângulo Mineiro. Podemos dizer então que um objetivo importante do trabalho será demonstrar que a nova cafeicultura de Minas apresenta-se com características inovadoras tais como: maior integração dentro do complexo (da produção a comercialização interna e externa); ganhos de novos "nichos" de mercado; melhoria da qualidade do produto; ampliação do associativismo versus cooperativismo; etc. Nesse atual modelo de cafeicultura, novos paradigmas se colocam frente a ela. Vão sendo eliminados gradativamente os mecanismos protetores e corporativistas que, de certa forma a engessavam, partindo-se para novas conquistas em termos de produtividade e de competitividade, profissionalizando-a de forma acentuada, e acarretando a saída daqueles cafeicultores que podemos denominar de "amadores", isto é, profissionais liberais e pessoas autônomas, cujo interesse somente se deve á lucratividade imediata da atividade, sem preocupações de longo prazo com as dificuldades que porventura se apresentarem frente aos negócios com o café (FRANCA, 1984, NARCISO JR, 1976, CAIXETA et al.. 1975, AMARANTE, 1984, GOMES, 1988). O 4o. capítulo terá como foco de análise o estado de Minas Gerais. Além de caracterizarmos a cafeicultura mineira em termos de tamanho de propriedade, condição do produtor, área plantada, dentre outras variáveis, iremos destacar de que forma a cafeicultura se estabeleceu nas zonas mais antigas a partir dos créditos fartos e subsidiados do PRRC, e quais foram suas conseqüências, enfatizando a problemática do cooperativismo nessas áreas. Contrapondo-se a esse item anterior, analisaremos como a cafeicultura passa a se locomover para outras áreas de fronteira de Minas Gerais, estabelecendo-se em regiões que até então eram consideradas inadequadas para o cultivo de café. A ênfase será dada ao café do cerrado, com suas características próprias, tendo como ponto de apoio as associações, que diferentemente das cooperativas, são estruturas mais ágeis e mais enxutas. Ao lado da análise quantitativa que mostrará de que forma ocorreram as mudanças em termos de população cafeeira, quantidades produzidas e exportadas, niveis do consumo interno e externo, dentre outros, vamos proceder a uma análise qualitativa baseada em entrevistas realizadas com empresários, técnicos e especialistas. Estas foram feitas com base em uma seleção de informantes-chave, englobando, dentre outros, produtores, dirigentes de cooperativas e associações, técnicos de entidades públicas estaduais e federais, torrefadores e representantes do poder público. Nosso estudo privilegia este último tipo de análise, tendo em vista o fato da escassez de dados oficiais sobre o setor (fechamento do IBC e precariedade dos levantamentos de dados de estatística econômica recente no Brasil). Finalmente, sentimos falta de maior número de estudos sobre a história do IBC e o papel do estado no Complexo Cafeeiro. Desta forma, metodologicamente, o estudo teve como base três fontes de informação. Além da pesquisa bibliográflca, buscamos nos dados secundários tendências que nos mostrassem de que forma foram ocorrendo as mudanças quantitativas na cafeicultura, principalmente a partir dos anos cinqüenta até os dias atuais. Através destas leituras procuramos também detectar aspectos político-institucionais que formaram a história cafeeira embora nunca tivessem tido o destaque adequado nestas publicações. Finalmente, a análise elaborada com base no depoimento dos diversos informantes-chave, fundamental para captar-se os diversos e por vezes conflitantes interesses, não só dentro do Complexo, como também a partir das instituições públicas, ainda diretamente, influentes no processo de modernização do café.
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    Formação de precos no mercado futuro brasileiro
    (Universidade Federal de Viçosa, 1993) Atrasas, Ana Lucia; Rezende, Alberto Martins; Universidade Federal de Viçosa
    As negociacões na mercado futuro surgiram como uma alternativa para reduzir a variabilidade dos preços agrícolas, protegendo tanto o produtor quanto o procvessador das instabilidades de preços. O caráter protetor do mercado futuro está com base na pressuposição de que mudanças, nos preços correntes das mercadorias, e mudanças, nos preços dos contratos futuros serão suficientemente similares. Desse modo, perdas ocorridas nas compras e nas vendas de mercadorias seriam compensadas por ganhos, por meio de uma transação oposta no mercado futuro. Essa proteção, embora não seja total, minimiza, pelo menos, os riscos de possív eis perdas. Este estudo procura verificar a eficiência da função preço-antecipatória dos mercados a termo de algodao em pluma, boi gordo, café e soja em grão; e determinar a influência dos mercados a termo de algodão em pluma, boi gordo, café e soja em g rã o sobre a variabilidade dos preços à vista. No primeiro objetivo, utiliza-se do modelo de regressão linear, o qual relaciona preços no mercado à vista no mes de vencimento com preços defasados. cotados, antecipadamente, em mercado futuro. 0s resultados revelam que a medida que se distancia da data de vencimento dos contratos os poderes explicativos dos preços de fechamento de contratos tornam-se menos precisos, em consequência das poucas informacdes sobre as condições do mercado na data de vencimento em que estarao disponiveis. Foi empregado um segundo modelo, Erro Quadratico Médio de Preços (EBM), para testar a hipótese de que, para mercadorias não-estocáveis como o boi gordo. não há relação intertemporal precisa entre o preço à vista e o preço futuro, particularmente para os contratos mais distantes da data de vencimento dos mesmos. Us resultados indicaram que nos primeiros meses de defasagens a melhor estimativado prep. à vista, na data de vencimento, e dada pelo preço futuro, o que apóia o teste anterior. No segundo objetivo, estimou-se uma auto-regressão para períodos sem e com o funcionamento do mercado futuro. Os resultados indicaram que os negociantes conhecem as últimas informações de mercado com o funcionamento do mercado futuro. A evidência dos efeitos das informações de mercado futuro notadamente consistente para os diferentes produtos e periodos de tempo. Isto leva a concluir que um efeito significativo no preço do mercado a termo reflete um aumento das informações de mercado. Pela agregação dos resultados, pode-se concluir que o mercado futuro é um instrumento relevante para antecipar os preços do mercado, a vigorarem no futuro, podendo, portanto, ser indicador útil na orientação de política agricola.
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    Retorno aos investimentos em pesquisa e assistência técnica na cultura do café em Minas Gerais
    (Universidade Federal de Viçosa, 1993) Ferreira, Marilza Machado; Magalhães, Carlos Augusto de; Universidade Federal de Viçosa
    Os investimentos públicos em pesquisa e assistência técnica possuem alta correlação com o desenvolvimento agrícola e são altas suas taxas de retorno (PASTORE e ALVES, 1985). A quantificação em termos de eficiência e equidade dos benefícios oriundos desse processo é de suma importância, na medida em que fornece a base para tornar mais eficiente a alocação dos recursos e possibilita uma melhor compreensão do processo tecnológico como fator econômico e endógeno ao funcionamento da economia e da sociedade. O presente trabalho objetivou avaliar os investimentos em pesquisa e assistência técnica para o café no Estado de Minas Gerais, aplicados nas décadas de setenta e oitenta. Para tanto, focalizou-se o esforço realizado pela EPAMIG - Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais, UFV - Universidade Federal de Vicosa, ESAL - Escola Superior de Agricultura de Lavras e regionais do IBC - Instituto Brasileiro do Café e EMATER - Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural. Utilizou-se o procedimento tradicional de cálculo dos excedentes e da taxa interna de retorno. Para calcular o excedente econômico consideraram-se duas pressuposições sobre o início do fluxo de benefícios (os anos de 1973 e 1975) e adotou-se o coeficiente de ajustamento da oferta para estimar o deslocamento da produção. Os investimentos realizados no Estado apresentaram tendência crescente, mas com nítida descontinuidade ao longo dos anos. Os gastos com pesquisa tiveram comportamento declinante, enquanto os gastos com assistência técnica foram crescentes. Para a pressuposição 1975, o benefício líquido total gerado para a sociedade foi da ordem d e Cr$1,74 trilhão em valores de dezembro d e 1991 que, ao ano, significou uma média de Cr$82,91 bilhões. Ante um investimento de Cr$156,9 bilhões, observou-se que o custo desta política é baixo dado o elevado benefício que proporciona. O ganho auferido pelo Estado, via acréscimo no ICMS, foi em média de Cr$6,4 bilhões ao ano, sendo que este aumento representou 80,54% dos investimentos realizados no período. As taxas internas de retorno encontradas foram da ordem de 82,06 e 137,97% (respectivamente para início dos benefícios nos anos de 1975 e 1973). A distribuição dos benefícios auferidos pela sociedade foi mais favorável aos consumidores. Contribuíram para isso as características do mercado de café (baixas elasticidades de demanda e oferta) e a hipótese do trabalho de deslocamento pivotal. Conclui-se que a orientação dos recursos públicos para o desenvolvimento de pesquisas e extensão rural beneficia de forma significativa a sociedade e o Estado, constituindo-se em uma boa opção de investimento.
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    Efeitos das políticas econômicas sobre a cafeicultura mineira - 1970/90
    (Universidade Federal de Viçosa, 1994) Logato, Edson Spini; Bandeira, Antonio Lima; Universidade Federal de Viçosa
    As politicas macroeconomicas do governo tem afetado a cafeicultura ao longo do tempo, distorcendo os precos recebidos pelos produtores e os preços pagos aos insumos utilizados na produção de café. Na década de 70, foram utilizados vários instrumentos compensatórios às taxas impostas à cafeicultura, tais como: crédito rural subsidiado e investimentos em pesquisa e assistência técnica. Em 1975 e 1976, alem desses, houve subsídio direto aos fertilizantes. Na década de 80, em virtude dos planos de estabilização gerais da economia, essas medidas compensatórias foram reduzidas. Em consequencia, a cafeicultura mineira passou a fase de declinio produtivo e de descapitalização, estando a necessitar de politicas especificas para a sua recuperação. A grande importância que esta cultura representa para o Pais e para o Estado de Minas Gerais, tanto na geração de receitas quanto na oferta de emprego para parcela significativa da população rural justifica a implementação dessas políticas. Esta pesquisa tem como objetivos avaliar os efeitos das politicas econômicas do governo sobre as distorções de preços enfrentadas pelos produtores mineiros no período de 1770 a 1990, tanto em nivel de produto quanto de insumos; e verificar ate que ponto as politicas compensatórias conseguiram neutralizar as taxações impostas por essas politicas. Para o alcance dos objetivos propostos, foram utilizados como método dois instrumentos da teoria do comércio internacional : a taxa de proteção nominal e a taxa de proteção efetiva. Os resultados encontrados demonstraram que a cafeicultura mineira foi altamente taxada pelas politicas macroeconômicas do governo, destacando-se as politicas comerciais relativas ao produto e aos insumos e a politica cambial. As primeiras. representadas pelas quotas de contribuição como ICMS, FINSOCIAL e FUNRURAL, dentre outras, foram as politicas que mais prejudicaram a cafeicultura, chegando em alguns anos a uma taxação de 65% sobre o valor adicionado aos presos internacionais. Dentre essas tributações, a cota de contribuição foi a que mais penalizou o setor cafeeiro. A politica cambial brasileira destacou-se também na taxação da cafeicultura em todo o periodo analisado, dada a crônica sobrevalorização do cruzeiro, com exceção dos anos de 1984 e 1985, quando essa moeda esteve desvalorizada em relação ao dólar americano e funcionou como pequeno subsídio à exportação. Quanto às politicas compensatórias. o crédito rural subsidiado foi o instrumento que mais contribuiu para a redução das taxações impostas à cafeicultura, não conseguindo, entretanto, neutralizar seu efeito negativo, além do problema distributivo dessas taxas entre os produtores. Os investimentos em pesquisa e assistência técnica representaram, em média, valores abaixo de 1% sobre o valor adicionado a precos internacionais. Para a reversão do quadro atual da cafeicultura, é necessária a redução das tributações diretas sobre o produto, as quais, hoje, chegam a representar 29% de seu valor, além de uma política cambial realista, para aumentar o grau de competitividade do produto nacional.
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    Parceria e conta-própria nas culturas de café e milho no munícipio de Afonso Cláudio, Espírito Santo
    (Universidade Rural do Estado de Minas Gerais, 1966) Ribon, Miguel; Silva, Josue Leitao e; Universidade Rural do Estado de Minas Gerais
    O presente estudo teve como objetivo estudar a parceria agrícola e suas relaçoes com a exploraçao por conta-própria, nos Distritos de Piracema e Pontoes do município de Afonso Cláudio,Espírito Santo, Brasil. A amostra constituiu-se de 49 proprietários e os seus respectivos 55 parceiros. Os dados foran obtidos através de entrevista direta - Survey Method - durante o mês de julho de 1964. As análises são de natureza tabular ou descritiva, no que diz respeito ao parceiro e proprietário e tomada de decisoes por ambos, com respeito às medidas de eficiência, usaram-se relaçoes para as duas formas de exploraçao. Usou-se o teste de "t", quando necessário. As principais conclusoes foram: os parceiros sao uma classe de trabalhadores de baixo nível do instrução e educaçao; apesar de a família do parceiro ser numerosa, 39,7% representam sua. fôrça de trabalho, são ávidos por crédito e aquisiçao de terra; a principal oportunidade para empregar a. sua fôrça de trabalho foi a de ser parceiro; os proprietários adotam a parceria por ser menos dispendiosa e facilitar a administraçao; mais de 3/4 da produçao de café e de milho são de responsabilidade do parceiro; os parceiros nao sao menos eficientes do que os proprietários; as decisoes na administraçao do negócio agrícola sao predominantemente tomadas pelos parceiros. Como limitaçoes foram apontados fatôres psicológicos e o não uso de registros contábeis pelos agricultores. São sugeridos alguns tópicos para novas pesquisas, entre êles um estudo completo sobre tôdas a s atividades da emprêsa explorada em parceria. Aos órgãos incumbidos da assistência técnica e/ou creditícia e ao poder publico, sugeriu-se medidas com vistas a elevação de parceiro agrícola na escala sócio-econômico-agrícola.
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    Segmento exportador da cadeia agroindustrial do café brasileiro
    (Universidade Federal de Viçosa, 1995) Ponciano, Niraldo José; Rezende, Alberto Martins; Universidade Federal de Viçosa
    É evidente a forte redução da participação do café brasileiro na receita de divisas e no comércio internacional, nas últimas décadas. No entanto, o café ainda possui papel relevante na economia nacional, visto que o "agribusiness" do café brasileiro chega a envolver negócios que somam em torno de US$ 4,52 bilhdes de dólares anuais. No Brasil, o complexo café foi um dos últimos a ganhar a liberdade de mercado. A instabilidade dos preços do produto evidencia o problema de desorganizaçao da cadeia agroindustrial do café brasileiro em relação aos outros complexos agroindustriais. Este trabalho objetiva analisar a cadeia agroindustrial do café brasileiro destinado à exportação, sua competitividade e o comportamento das margens de comercialização, com vistas em subsidiar decisões de política comercial e, até mesmo, de investimentos privados. Utilizou-se análise tabular para descrever os diversos segmentos que compõem a cadeia agroindustrial do café brasileiro e fazer algumas inferências sobre sua competitividade no mercado internacional. Para analisar o comportamento das margens ao longo do tempo, usou-se o modelo de tendência das margens de comercialização. A cadeia agroindustrial do café brasileiro apresentou estrutura de mercado pouco concentrada e ineficiente nos segmentos de produção (baixa produtividade) e na agroindústria do café torrado e moído (incapacidade de desenvolver "blends" para exportação), onde este produto é destinado apenas ao mercado interno. Por outro lado, a agroindústria do café solúvel apresentou estrutura mais organizada, com sua dinâmica associada ao mercado internacional. O segmento exportador possui 174 exportadoras que exportam cerca de 19 milhões de sacas anuais. Os importadores de café possuem estrutura oligopsônica, dado que apenas cinco empresas concentram 80% das importações mundiais de café. Em relação à receita proveniente das exportações brasileiras do setor agricola, o complexo café teve sua participação relativa sensivelmente diminuída; em 1971, representava 48,59% e, em 1992, apenas 10,67%. Essa redução da participação relativa do "agribusiness" do café brasileiro, em geral, esteve diretamente ligada à grande intervenção do governo na comercialização do produto, como a sustentação de preços elevados artificialmente, enquanto a agregação de valor ao produto, a melhoria de qualidade e o desenvolvimento de marketing foram negligenciados. A análise da exportação do café brasileiro para os EUA, de 1982 a 1992, indicou que a margem de comercialização do atacadista dos EUA foi crescente em relação à margem do exportador brasileiro. Com relação a parcela recebida. pelo produtor brasileiro, a margem do atacadista dos EUA foi decrescente, no período de 1982 a 1986, e crescente, no período de 1986 a 1992. A margem de comercialização do exportador em relação ao preço recebido pelo produtor apresentou-se decrescente, no período de 1982 a 1986 ; e crescente, no período de 1986 a 1992. O comportamento dos preços do café exportado para todos os países importadores membros da OIC também foi decrescente. Verificou-se que o preço de importação (CIF) reduziu-se, drasticamente, de 168,7 para 78,9 centavos de dólar, por libra-peso, no período de 1986 a 1991. Para este mesmo período, a margem de comercialização das indústrias processadoras de café desses países aumentou de 229,5 para 327,3 centavos de dólar por libra-peso. O forte crescimento da margem de comercialização dos países importadores de café pode estar associado à estrutura concentrada dos grandes grupos empresariais importadores. O preço do café processado nos principais mercados consumidores é bastante elevado, mas o Brasil exporta pequena parcela de café industrializado. O estudo indica que a agroindústria do café precisa acelerar seu desenvolvimento, para cumprir seu importante papel no conjunto da economia cafeeira, colocando no mercado internacional maior quantidade do produto processado.