UFV - Dissertações

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    Seletividade, hormese e refratariedade comportamental determinam surtos de ácaro-vermelho-do-cafeeiro?
    (Universidade Federal de Viçosa, 2011-02-28) Cordeiro, Érick M. Góes; Guedes, Raul Narciso Cafyalho
    O ácaro-vermelho-do-cafeeiro (Oligonychus ilicis) (Tetranychidae: Acari) é uma praga secundária em sistemas de cultivo de café. Entretanto, é frequente a observação de inseticidas que provocam aumento da abundância (além do que seria observado sem a aplicação do inseticida) dessa praga. Esse fenômeno é referido como erupção de pragas. A explicação mais comumente encontrada é que inimigos naturais são mais susceptíveis aos pesticidas e dessa maneira são reduzidos a níveis críticos após a aplicação. Contudo, outras causas como hormese e efeitos comportamentais são normalmente negligenciadas. Este estudo se propôs a investigar as possíveis causas responsáveis pelo fenômeno de erupção do ácaro-vermelho-do-cafeeiro, entre elas a seletividade, hormese e refratariedade comportamental induzida por pesticida. O índice de seletividade foi calculado por ensaio padrão concentração-resposta para O. ilicis e seu predador Amblyseius herbiculus (Chant) (Acari: Phytoseiidae) expostos à deltametrina. Ensaios no formato de tabela de vida foram utilizados para estimar as taxas intrínsecas de crescimento populacional em reposta a concentrações do inseticida para as duas espécies. A população de O. ilicis foi também submetida a ensaio de caminhamento em superfície tratada e não-tratada com resíduo seco do inseticida para avaliação de repostas comportamental. O bioensaio de mortalidade revelou maior tolerância da praga, cerca de 1,54 vezes. Nos ensaios demográficos a resposta foi contrária e apontam a espécie predadora como 3 vezes mais tolerante que sua praga. Nesse ensaio também foi possível a detecção de efeito de hormese para a população de praga, mas não para a de predadores. Os ensaios comportamentais sugerem não haver qualquer indício de resposta comportamental refratária ao inseticida. Os resultados deste estudo mostram que os resultados de ensaios de concentração- resposta não são bons preditores das respostas populacionais, e que o efeito de estímulo (hormese) do inseticida pode ter um papel preponderante na causa de surtos de praga.
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    Efeito do Fertiactyl na proteção de plantas de café atingidas por herbicidas e no controle de plantas daninhas
    (Universidade Federal de Viçosa, 2018-02-27) Nascimento, Jefferson Luiz Marciano do; Ferreira, Lino Roberto
    O manejo das plantas daninhas constitui-se como atividade relevante no sistema de produção de café, uma vez que elas exercem efeitos antagônicos na produção do cafeeiro, pois além de competirem pela água e por nutrientes, interferem grandemente nas práticas culturais, como fertilização, manejo de pragas e colheita. Nas entrelinhas do cafeeiro, o manejo do mato pode ser realizado com herbicidas, enxadas ou com roçadoras. Para o manejo na linha tem-se o herbicida oxyfluorfen aplicado em pré-emergência das plantas daninhas, entretanto, são poucos os herbicidas de ação pré-emergente comprovadamente seletivos ao cafeeiro. Outra opção, são aqueles aplicados em pós-emergência, como por exemplo, os inibidores da Acetil CoA carboxilase (fluazifop-p-butyl). E por último, considerado o herbicida mais utilizado pelos cafeicultores, destaca-se o glyphosate aplicado de forma dirigida. Todavia, há relatos de trabalhos e evidências no campo, demonstrando que a deriva do glyphosate pode intoxicar as plantas, prejudicando o crescimento, seu status nutricional e a sua atividade fotossintética. A aplicação de substâncias que protegem contra o efeito tóxico dos herbicidas tem sido adotada para algumas culturas, como soja, eucalipto e cenoura. Como possibilidade de uso, aponta-se o Fertiactyl, sendo este, um fertilizante foliar que promove efeitos funcionais, fisiológicos e nutricionais às plantas. Diante disso, objetivou-se avaliar a eficiência do Fertiactyl na proteção de plantas de café atingidas por diferentes herbicidas, e seu efeito sobre o controle de plantas daninhas submetidas à aplicação do glyphosate. Foram conduzidos três experimentos em vasos: o primeiro com o intuito de determinar a época e a dose de aplicação do Fertiactyl na proteção de plantas de café contra a intoxicação por glyphosate; o segundo visando avaliar o efeito do Fertiactyl quando aplicado em mistura com o glyphosate no controle de plantas daninhas; e o terceiro para avaliar a tolerância de mudas de café recém-transplantadas a herbicidas com e sem o Fertiactyl. No primeiro experimento observou-se que o Fertiactyl aplicado em mistura com o glyphosate se mostrou eficiente em diminuir os danos causados pelo herbicida ao cafeeiro, sendo constatado que, para maior proteção conferida pelo Fertiactyl foi necessário levar em consideração sua dose e a do glyphosate utilizada. Sendo 720 g ha -1 do glyphosate a dose viimais utilizada no campo, viu-se que 2 L ha -1 do Fertiactyl foram o suficiente para minimizar os efeitos tóxicos do herbicida. No segundo experimento ficou evidente que o Fertiactyl retardou o controle das plantas daninhas na menor dose do glyphosate, no entanto, não alterou o controle da tiririca e do apaga-fogo na avaliação final. Por outro lado, para controlar a grama-seda houve necessidade de maior dose do glyphosate na presença do Fertiactyl. No último experimento verificou-se que o Fertiactyl não aumentou a tolerância das mudas de café aos herbicidas aplicados logo após o transplantio, e que o sulfentrazone e o oxyfluorfen foram os mais tolerados pelas plantas de café recém- transplantadas. Assim, conclui-se que o Fertiactyl aplicado em mistura no tanque com glyphosate tem potencial para proteger o cafeeiro contra os danos provocados por esse herbicida sem prejudicar o controle das plantas daninhas. Mas, por outro lado, não demonstrou efeito protetor para os demais herbicidas testados.
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    Resíduos de fungicidas em folhas de cafeeiro, submetidos à precipitação pluviométrica, no controle da ferrugem
    (Universidade Federal de Viçosa, 2018-07-17) Brenes, Eduardo Granados; Zambolim, Laércio
    A ferrugem do cafeeiro causada pelo fungo Hemileia vastatrix vem causando grandes perdas na cafeicultura ao longo dos anos. O controle químico envolvendo fungicidas sistêmicos e protetores tem sido uma ferramenta importante, visando controle eficiente e evitando o surgimento de mutantes resistentes, na população do fungo aos fungicidas sistêmicos. Dentro os produtos mais utilizados, destacam-se os fungicidas cúpricos, preventivamente por sua eficiência, na inibição da germinação dos esporos; quando a incidência atinge 5 %, nos anos de alta carga de frutos pendentes nas plantas, torna-se necessário a utilização de fungicidas sistêmicos. A ocorrência de chuva tem efeito direto no sucesso do controle, pois pode alterar a dinâmica dos fungicidas na superfície foliar. Neste trabalho foi avaliado os efeitos e ocorrências de chuvas após aplicação de fungicidas sistêmicos e protetores, em folhas de cafeeiro, no controle da ferrugem. Foram realizados dois experimentos em casa de vegetação, onde as folhas destacadas de Coffea arabica var. Caturra foram submetidas a uma chuva de 30 mm. No primeiro teste avaliou-se fungicidas sistêmicos (epoxiconazole + piraclostrobina), hidróxido de cobre, sulfato de zinco e ácido bórico, misturados e sozinhos, utilizando a dose comercial. As folhas foram atomizadas e em seguida submetidas a chuva. No primeiro experimento aguardou-se 30 minutos para a aplicação da chuva. Os melhores resultados foram aqueles que continham (epoxiconazole + piraclostrobina) + hidróxido de cobre, onde a severidade foi praticamente zero Independiente do tempo de chuva após pulverização dos tratamentos. Concluiu-se que a aplicação destes fungicidas, mesmo após serem submetidos a chuva, teve controle eficiente da doença. No segundo experimento foi avaliado o oxicloreto de cobre adicionado adjuvantes. Com ocorrência de chuva de 30 mm após os tempos zero, 30, 120 e 480 minutos, depois da pulverização. Os tratamentos mais eficientes foram onde houve a mistura de oxicloreto de cobre 3,0 kg há -1 + OM a 0,75%, demostrando maior retenção na superfície da folha e maior controle da doença. Os menos eficientes foram aqueles que tinham oxicloreto de cobre + PAFE a 0,10% e 0,20%. Conclui-se que o uso de adjuvantes, pode favorecer via tenacidade e eficiência dos produtos, tendo em consideração a formulação do fungicida.