USP - Dissertações
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Item Análise da relação entre contratos futuros agropecuários e mercado de ações com foco em períodos de crise(Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz” - Universidade de São Paulo, 2011) Grola, Mariangela; Lima, Roberto Arruda de SouzaMais do que uma ferramenta para gestão do risco de preços para produtores e consumidores, os contratos futuros agropecuários tem se tornado uma importante opção de investimento principalmente em períodos de crise quando os riscos no mercado de ações aumentam. No Brasil, a participação de investidores no mercado futuro agropecuário ainda é pequena, mas há um considerável potencial de crescimento, posto que o país é um importante player no mercado internacional das principais commodities agropecuárias como café, soja, milho, açúcar, etanol e carne. Neste contexto, será analisada neste trabalho a relação entre os retornos resultantes de posições compradas em contratos futuros agropecuários negociados na BM&FBOVESPA e o retorno apresentado pelo mercado de ações, representado pelo Índice Bovespa com atenção especial aos períodos de crise. Para isso, utilizou-se uma metodologia similar a desenvolvida por Baur e Lucey (2009) buscando identificar em qual categoria – porto seguro, hedge ou diversificador - os dois principais contratos futuros negociados na BM&FBOVESPA - boi gordo e café arábica – se encaixam. Os comportamentos de tais contratos foram analisados de forma isolada e também considerando carteiras formadas pelo ponto de mínimo risco da teoria do portfólio de Markowitz. Como resultado identifcou-se que o contrato futuro do boi gordo atua como hedge em relação ao mercado de ações, já o contrato futuro do café arábica, por apresentar correlação positiva, mas não perfeita, atua como diversificador. Combinando os dois contratos em posição comprada durante todo o período obteve-se uma carteira cuja variância média foi inferior a variância do boi gordo e do café arábica, no entanto esta carteira apresenta correlação positiva em relação ao mercado de ações, o que a coloca na categoria de diversificador. Outra combinação entre os contratos foi feita utilizando uma estratégia dinâmica de negociação, ou seja, a posição adotada pelo investidor se altera no decorrer do tempo. Esta carteira apresentou uma variância média inferior à carteira estática e a correlação com o mercado de ações reduziu ainda mais, porém continuou positiva. Sendo assim, o boi gordo mostrou ser o contrato que melhor protege o investidor, mas seu retorno médio é inferior se comparado às demais opções, já a carteira dinâmica apresenta a segunda menor correlação e um retorno superior. Vale destacar que, apesar de nenhum contrato ter se mostrado como porto seguro em relação ao mercado de ações, todos podem ser utilizados com a finalidade de redução do risco.Item Análise de estratégias de hedging estáticas aplicadas a commodities agrícolas(Escola Politécnica - Universidade de São Paulo, 2008) Rossi, Cláudio Antonio; Ribeiro, Celma de OliveiraDentre as diversas ferramentas disponíveis para gestão de risco no mercado financeiro, este trabalho analisa estratégias de hedging para commodities agrícolas, utilizando o mercado futuro. Isto posto, efetua-se uma revisão das diferentes estratégias apresentadas pela literatura e analisa-se sua aplicação para o mercado brasileiro. Ao construir uma estratégia de hedging no mercado futuro, busca-se determinar o número de contratos a ser adquirido ou vendido, de forma a reduzir o risco financeiro, resultante de oscilações adversas no preço dos ativos. Ou seja, considerando-se um portfólio composto por dois ativos, um no mercado à vista e outro no futuro, as diferentes medidas de desempenho – caracterizadas pelas diversas estratégias - conduzem a diferentes portfólios ótimos. Dessa forma, pretende-se analisar qual a melhor estratégia, determinando, implicitamente, qual a composição de portfolio mais adequada a um agente específico no mercado de commodities. São analisados o mercado do café, da soja, do açúcar e do álcool. Ativos financeiros, como o câmbio e o Ibovespa, também são considerados, a fim de averiguar eventuais diferenças de comportamento das estratégias, resultantes de peculiaridades do mercado de commodities. As estratégias estudadas foram: de mínima variância; de mínima variância condicionada ao período de carregamento, de maximização do índice de Sharpe; de maximização da utilidade esperada; de minimização do coeficiente de Gini estendido; de regressão linear; de regressão linear condicionada ao conjunto de informações e regressão linear condicinada ao conjunto de informações e ao período de carregamento. Apesar de o trabalho considerar somente estratégias estáticas, que se caracterizam por, uma vez determinado a quantidade de contratos a se posicionar no mercado futuro, não mais se alterar até o vencimento dos mesmos, adotou-se uma abordagem dinâmica para análise, presumindo que o portfólio pudesse ser reestruturado ao longo do tempo, de acordo com o comportamento do mercado, permitindo empregar uma abordagem mais próxima da realidade. Os resultados indicaram que as estratégias possuem diferenças, derivadas de sua estrutura, mas não variaram significativamente em função do tipo de commodity analisada. Não foi possível também identificar uma estratégia que fosse superior às demais, ou mais adequada, para uma commodity específica, do ponto de vista de resultado financeiro. Os resultados sugerem entretanto, que a seleção de uma estratégia por parte do investidor, deverá considerar as tendências de mercado, abrindo espaço para a incorporação desta informação nos modelos empregados.Item Análise do custo-benefício da exportação de água virtual no setor agropecuário brasileiro(Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz” - Universidade de São Paulo, 2018) Gelain, Jaquelini Gisele; Almeida, Alexandre Nunes deAnálise de custo-benefício (CBA) é um instrumento de avaliação de políticas que auxilia na tomada de decisão, empregada principalmente por gestores públicos. A CBA foi utilizada com o intuito de alcançar o objetivo principal desse estudo: verificar se a exportação de água virtual – água incorporada em um produto durante seu processo produtivo – embutida em 10 produtos do setor agropecuário brasileiro, no período de 2002 a 2016, está sendo benéfica ao Brasil. Os produtos estudados foram agrupados em 5 grupos, Açúcar, Café, Milho, Soja e Boi que, somados, desde o ano de 2012 têm representado mais de 20% do total das exportações brasileiras, em termos monetários, US$. Para qualquer análise custo- benefício é necessário que todos os impactos (custos e benefícios) sejam monetizados para se apurar o benefício líquido (BL), que é alcançado diminuindo-se os custos (C) dos benefícios (B), (BL = B − C). O estudo admitiu como custo os custos de produção, dos produtos estudados; a tarifa de armazenagem portuária; e, o valor da água virtual exportada pelo Brasil. Como benefício está sendo considerado o valor recebido com a exportação desses produtos, convertido em moeda nacional. Dessa forma, para alcançar o objetivo principal do estudo, foi necessário precificar a água virtual, um dos objetivos específicos do estudo. Ademais, o estudo apresenta ainda os principais parceiros importadores do Brasil, com relação aos produtos estudados; a importância brasileira como país exportador para esses parceiros importadores; a diferença no volume de água utilizado para produção, tanto no Brasil quanto nesses importadores; e, o volume e o valor total da água virtual exportada no período analisado. A hipótese central que norteou esse trabalho é que o Brasil obteve mais benefícios do que custos ao exportar água virtual, embutida na cesta de produtos agropecuários escolhida. Inclusive, essa hipótese pôde ser confirmada, uma vez que se identificou, por meio da CBA, benefícios totais líquidos positivos, no período de 2002 a 2016, isto é, os benefícios (valor das exportações) superaram os custos (custo de produção, tarifa portuária e valor da água virtual). No que tange aos benefícios líquidos por grupo de produto estudado, os mesmos apresentaram resultado negativo em alguns anos do período analisado. Como exemplo, para o grupo Milho, nos anos de 2005, 2006 e 2009 os benefícios líquidos foram negativos. Quanto aos benefícios totais líquidos, os mesmos foram de R$ 216.342.482.411,98 no período de 2002 a 2016. Em relação ao volume total de água virtual exportada, incorporada nos produtos abordados pelo estudo, no período analisado, o mesmo foi de 2.514.850,651 milhões de m3 de água. Em termos de valor monetário, o total apurado para esse volume de água foi de R$ 27.166.366.824,47.Item Arquitetura residencial urbana: Espírito Santo do Pinhal, 1880-1930(Universidade de São Paulo, 2010) Ferreira, Camila Corsi; Bortolucci, Maria Ângela P. C. S.Estuda a arquitetura residencial urbana em Espírito Santo do Pinhal, região paulista de economia cafeeira. Insere-se no contexto de produção de casarões urbanos patrocinados pela riqueza acumulada pelo café, edificados no final do século XIX e início do século XX, constituindo importante acervo arquitetônico do ecletismo e da história do ciclo cafeeiro no estado de São Paulo. A abordagem teórica apóia-se especialmente em autores como Maria Cecília N. Homem; Nestor Goulart Reis Filho; Carlos Lemos; Maria Ângela Bortolucci. Documenta e analisa 34 casarões representativos desse período. Destaca a importância do estudo da arquitetura da burguesia cafeeira, e aponta para necessidade de conscientização e preservação deste patrimônio como documento histórico e arquitetônico.Item Atividade antioxidante de extratos vegetais: estudo das condições de extração e aplicação em sistema lipídico(Escola Superior de Agricultura "Luiz de Queiroz" - Universidade de São Paulo, 2014) Cruz, Richtier Gonçalves da; Vieira, Thais Maria Ferreira de SouzaA oxidação lipídica é uma das principais reações de deterioração em alimentos, provocando perdas em qualidade e valor nutricional. Para evitar este problema a indústria utiliza antioxidantes, substâncias capazes de retardar essas reações. Os compostos fenólicos constituem-se na principal substância antioxidante utilizada e encontrada em alimentos, sendo que estes podem estar presentes em várias matérias primas vegetais e em resíduos agroindustriais, desprezados pela indústria. O objetivo do presente trabalho foi estudar as condições de extração de compostos fenólicos de frutos de acerola (Malpighia emarginata), borra de café (Coffea arabica) e casca de lichia (Litchi chinensis), bem como avaliar sua atividade antioxidante in vitro e sua aplicação em emulsões. Para extração dos compostos fenólicos foi aplicada a metodologia de superfícies resposta, visando a definição da melhor combinação de variáveis (concentração de etanol, temperatura e tempo) para a máxima recuperação de compostos fenólicos. A avaliação da atividade antioxidante se deu pela estabilização do radical DPPH e estudo da cinética da reação em comparação ao antioxidante sintético TBHQ. Além disso, foi avaliada a atividade antioxidante dos extratos adicionados a emulsões em diferentes concentrações (50 a 200 mg.kg -1 ), submetidas a teste acelerado de oxidação. O estudo das condições de extração evidenciou que os compostos fenólicos de cada matriz devem ser extraídos em condições distintas. Extratos de frutos de acerola apresentaram o maior teor de compostos fenólicos totais quando foi utilizada apenas água como solvente (175,87 mg GAE.g -1 ), seguido pelos extratos de borra de café e de casca de lichia extraídos com soluções etanólicas (26,37 e 25,87 mg GAE.g -1 respectivamente). O estudo da cinética de estabilização do radical DPPH demonstrou que o extrato de acerola foi o mais eficiente, seguido pelos extratos de casca de lichia e de borra de café (650,53; 43,09 e 38,74 de TEAC, respectivamente). O estudo de aplicação dos extratos em sistema modelo, com acompanhamento da oxidação por meio da determinação de hidroperóxidos formados (mmol.kg -1 ), indicou que somente o extrato de acerola, em todas as concentrações utilizadas, apresentou efeito comparável ao TBHQ. Os extratos de casca de lichia e de borra de café, em qualquer concentração utilizada, não apresentaram a mesma proteção à oxidação lipídica. Com os resultados obtidos pode-se concluir que cada matriz se comporta de uma forma na extração de compostos fenólicos, e daí vem a necessidade de se realizar estudo das condições de preparo dos extratos para cada amostra. O extrato de acerola se mostrou o mais eficiente, tanto na cinética de estabilização do radical DPPH quanto na inibição da oxidação no sistema lipídico estudado. No entanto mais trabalhos são necessários para avaliar diferentes sistemas de oxidação, bem como estudos toxicológicos para garantir níveis seguros de consumo.Item Atividade das enzimas redutase do nitrato e glutamina sintetase em cafeeiro arábica(Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz” - Universidade de São Paulo, 2005-01) Andrade Netto, José Fernandes de; Favarin, José LaércioO objetivo deste trabalho foi avaliar a atividade das enzimas redutase do nitrato (RN) e glutamina sintetase (GS) em mudas de Coffea arabica L cv Obatã IAC 1669-20 em função dos atributos ecofisiológicos. O experimento foi conduzido em casa de vegetação no Laboratório de Biotecnologia Agrícola do Departamento de Ciências Biológicas da Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz”, Universidade de São Paulo. Para a realização do experimento adotou-se o delineamento inteiramente casualizado com dois tratamentos: T1 (100% de luz) e T2 (50% de luz) e cinco repetições. As determinações das atividades enzimáticas foram feitas às 07:00 h; 12:00 h; 17:00 h e 22:00 h, bem como dos atributos ecofisiológicos: temperatura atmosférica; temperatura foliar; radiação fotossinteticamente ativa; condutância estomática; taxa de fotossíntese líquida; taxa de transpiração e proteína total solúvel. O nível de exposição à luminosidade altera a atividade da redutase do nitrato (RN), cujo valor foi menor nas plantas a pleno sol às 12:00 h e 17:00 h. A saturação lumínica e a maior temperatura foliar em relação ao ambiente, às 12:00 h, diminuiu as trocas gasosas (CO 2 e vapor d’água) e a atividade da RN. Ao longo do período luminoso, independentemente do nível de exposição à luminosidade, decresceu a atividade da glutamina sintetase (GS). A disponibilidade de amônio proveniente da ação da RN no período noturno elevou a atividade da GS, enquanto a fotorrespiração, por hipótese, forneceu o substrato (NH 4+ ) para a atividade dessa enzima (GS) nas plantas a pleno sol ao meio dia. A inibição da redutase do nitrato (RN) no cafeeiro proporcionada pela fotorrespiração se dá, por hipótese, em resposta a produção de glutamina por meio da atividade da glutamina sintetase (GS).Item Avaliação da capacidade reprodutiva de populações de Pratylenchus spp. frente a diferentes espécies vegetais(Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz” - Universidade de São Paulo, 2009) Bonfim Junior, Mauro Ferreira; Inomoto, Mário MassayukiOs nematoides que atualmente tem sido classificados como P. coffeae, demonstram ampla variabilidade morfológica, molecular e quanto à reação à diferentes hospedeiros. Por conseguinte, é essencial que se identifique corretamente as espécies e que se conheça a capacidade de parasitismo em alguns hospedeiros, para que se possa estabelecer medidas de controle e estimar eventuais riscos da entrada de um patógeno em uma área com hospedeiro suscetível. Neste sentido, a presente pesquisa propõe, numa primeira parte, uma medida de controle de P. jaehni (K 5 ), que é muito agressivo à cafeeiro arábico, baseada no uso de plantas má hospedeiras. Na segunda parte deste trabalho é realizada uma caracterização da reação de diferentes espécies vegetais à quatro populações de Pratylenchus spp. Em virtude do exposto, este estudo objetivou avaliar a reação de diferentes cultivares de feijoeiro comum frente à P. jaehni (K 5 ), visando seu possível uso no manejo de áreas cafeeiras infestadas e caracterizar a reação de diferentes espécies vegetais de importância econômica (café, porta-enxertos cítricos, banana e sorgo) frente à quatro populações de Pratylenchus spp. As populações inciais utilizadas nos experimentos variaram entre 180 e 200 nematóides. Em todos os experimentos, os nematóides foram extraídos das raízes pelo método de Coolen e D ́Herde (1972) e, eventualmente, do substrato pelo método de Jenkins (1964). Foram realizados três ensaios: i) o primeiro com feijoeiro comum, onde todas as cultivares utilizadas foram resistentes à P. jaehni (K 5 ), inclusive na réplica; ii) o segundo com porta-enxertos cítricos, no qual somente o limão-cravo foi hospedeiro de P. jaehni (K 5 ); iii) o terceiro, no qual foi utilizado café, limão-cravo, banana e sorgo para o conhecimento das respectivas reações frente à 4 populações de Pratylenchus spp. Neste último experimento ocorreu uma reação hospedeira diferenciada para cada população. De acordo com os resultados, conclui- se que as cultivares de feijoeiro comum utilizadas apresentam potencial de uso em áreas cafeeiras infestadas por P. jaehni (K 5 ), em consórcio ou em áreas de renovação de cafezal, e que as populações de Pratylenchus spp. são capazes de se reproduzir de forma diferenciada frente às espécies vegetais testadas.Item Avaliação de sistemas de produção de café na região sul de Minas Gerais : um modelo de análise de decisão(Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz” - Universidade de São Paulo, 2012-11) Carvalho, Glauco Rodrigues; Peres, Fernando CuriO café é um dos mais tradicionais produtos da agricultura brasileira e teve grande influência no processo de industrialização da economia. É também um produto que contribui significativamente para a geração de emprego no campo, principalmente em regiões inaptas à mecanização da lavoura. A cafeicultura passou por uma significativa reestruturação nas últimas décadas, que modificou tanto a organização interna entre os elos da cadeia agroindustrial, como as práticas de condução das lavouras pelo produtor rural. Sistemas alternativos de produção foram surgindo com o objetivo de aumentar a competitividade dessa lavoura. Na esteira desses sistemas, emergem dúvidas quanto à viabilidade técnica e econômica de cada um. Esse trabalho está dividido em duas partes. Primeiramente procurou-se identificar as técnicas de produção que estão sendo adotadas e caracterizar as dúvidas existentes. Em seguida, partiu-se para a elaboração de um modelo fundamentado nas técnicas de análise de decisão, para auxiliar nas escolha entre alternativos sistemas de processamento de café, na forma tradicional ou especial, uma das dúvidas que foram identificadas. As decisões disponíveis indicavam a possibilidade de produzir um café natural (no sistema tradicional vigente ou mais elaborado), um café cereja descascado ou um café despolpado. Essas alternativas, por sua vez, envolvem investimentos e são expostas a condições de risco, já que o clima pode influenciar os resultados da lavoura e a qualidade do grão. Por meio dessa pesquisa foi possível identificar, entre outros resultados, uma ligeira distorção entre as demandas dos produtores e os estudos de especialistas que, em muitos casos, dão excessiva importância a aspectos considerados triviais para os cafeicultores. Além disso, a pesquisa proporcionou avaliar os sistemas de processamento do café e identificar os cafés especiais como uma boa alternativa aos produtores do Sul de Minas Gerais.Item Avaliação de sistemas de produção de café na região sul de Minas Gerais: um modelo de análise de decisão(Universidade de São Paulo, 2003-01-17) Carvalho, Glauco Rodrigues; Peres, Fernando CuriO café é um dos mais tradicionais produtos da agricultura brasileira e teve grande influência no processo de industrialização da economia. É também um produto que contribui significativamente para a geração de emprego no campo, principalmente em regiões inaptas à mecanização da lavoura. A cafeicultura passou por uma significativa reestruturação nas últimas décadas, que modificou tanto a organização interna entre os elos da cadeia agroindustrial, como as práticas de condução das lavouras pelo produtor rural. Sistemas alternativos de produção foram surgindo com o objetivo de aumentar a competitividade dessa lavoura. Na esteira desses sistemas, emergem dúvidas quanto à viabilidade técnica e econômica de cada um. Esse trabalho está dividido em duas partes. Primeiramente procurou-se identificar as técnicas de produção que estão sendo adotadas e caracterizar as dúvidas existentes. Em seguida, partiu-se para a elaboração de um modelo fundamentado nas técnicas de análise de decisão, para auxiliar nas escolha entre alternativos sistemas de processamento de café, na forma tradicional ou especial, uma das dúvidas que foram identificadas. As decisões disponíveis indicavam a possibilidade de produzir um café natural (no sistema tradicional vigente ou mais elaborado), um café cereja descascado ou um café despolpado. Essas alternativas, por sua vez, envolvem investimentos e são expostas a condições de risco, já que o clima pode influenciar os resultados da lavoura e a qualidade do grão. Por meio dessa pesquisa foi possível identificar, entre outros resultados, uma ligeira distorção entre as demandas dos produtores e os estudos de especialistas que, em muitos casos, dão excessiva importância a aspectos considerados triviais para os cafeicultores. Além disso, a pesquisa proporcionou avaliar os sistemas de processamento do café e identificar os cafés especiais como uma boa alternativa aos produtores do Sul de Minas Gerais.Item Avaliação do emprego do café torrado como aromatizante na produção de cervejas(Escola de Engenharia de Lorena - Universidade de São Paulo, 2015-09) Duarte, Larissa Graziele Rauber; Silva, João Batista de Almeida eO principal objetivo desse trabalho foi contribuir para o desenvolvimento de uma tecnologia de produção de cerveja empregando café como aromatizante. Primeiro foi avaliado se o café poderia ser usado como adjunto, para isso foram feitas análises em Cromatografia Líquida de Alta Eficiência (HPLC), para avaliar os açúcares presentes em um mosto de cerveja usando como adjunto café. Devido a baixa contribuição de extratos fermentescíveis oriundos do café, resolveu-se que o café não poderia ser usado como adjunto e sim como aromatizante. Realizou-se uma análise sensorial usando a escala do ideal para avaliar a intensidade de café na cerveja considerado ideal pelo consumidor. A amostra utilizada durante o teste foi uma cerveja usando 45% de café como adjunto. 57% dos julgadores consideraram o sabor de café muito mais intenso que o ideal, portanto a cerveja com 45% de café foi reformulada com diferentes concentrações de café, 45%, 35%, 25%, 15% e 0% usando como aromatizante na etapa da fervura. O teor alcóolico das cervejas produzidas se apresentou entre 5,17 a 5,78% (v/v) o que as caracterizaram como cervejas de alto teor alcoólico. Foram realizadas análises microbiológicas, a cada 12 horas, contagens em câmara de Neubauer e expresso em número de células/mL. Após o final da fermentação foram calculados o rendimento, produtividade em álcool e a eficiência do processo, encontrando valores que variaram entre 0,49g/g e 0,50g/g; 0,57g/L.h e 0,63g/L.h e 93,8% e 97,8%, respectivamente. A primeira análise sensorial demonstrou que a cerveja aromatizada com 45% de café foi a mais bem avaliada em todos os quesitos. Analisando os hábitos dos consumidores de cervejas, observou-se um aumento pela procura por cervejas diferenciadas e com mais sabor e uma possível grande aceitação no mercado de cervejas aromatizadas com café. A segunda análise sensorial, comparando a cerveja produzida em escala piloto aromatizada com 45% de café com uma comercial, apresentou ótimas notas para todos os atributos e para a intenção de compra.Item Avaliação do risco e o impacto do hedge simultâneo de preços e câmbio para o exportador de café no Brasil(Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz” - Universidade de São Paulo, 2015) Kairalla, Julio Cesar; Martines Filho, João GomesEste trabalho tem como analisa principal a estratégia de hedge para o exportador de café nas principais regiões brasileiras, utilizando o modelo tradicional de hedge de variância mínima para a receita. São propostas quatro estratégias: sem hedge, hedge de preço do café, hedge de câmbio e hedge simultâneo de preço do café e câmbio. Chega-se à conclusão que a estratégia de hedge simultâneo de preços e câmbio é mais efetiva em diminuir a variância da receita do produtor em relação a outras estratégias analisadas. A redução do risco de taxa de câmbio, em conjunto com o risco de preços é importante para a gestão estratégica dos exportadores de commodities.Item Balanço hídrico e avaliação da chuva na cultura do cafeeiro(Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz” - Universidade de São Paulo, 2006) Bruno, Isabeli Pereira; Reichardt, KlausO cafeeiro é uma planta que tem seu crescimento e desenvolvimento fortemente afetado pelo regime hídrico, ora prejudicando, ora favorecendo a produção final, dependendo do estádio fenológico em que este se encontra durante uma possível seca. Para ter um conhecimento mais aprofundado do consumo de água do cafeeiro, assim como para um manejo da irrigação mais eficiente, uma ferramenta muito útil é o balanço hídrico, que pode ser medido no campo ou estimado através de modelos. O balanço hídrico de campo é demasiado trabalhoso, por isso os modelos são mais usados em virtude de sua rapidez e facilidade. No entanto, os modelos são frequentemente aplicados em condições agronômicas e ambientais diferentes das em que foram concebidos, necessitando de testes regionais. Um dos principais elementos de entrada para o cálculo do balanço hídrico é a precipitação pluviométrica, e o rigor em sua medida pode determinar se este será ou não condizente com a realidade, devendo sua variabilidade espacial ser levada em conta, o que não ocorre na maioria dos casos. O presente trabalho traz um estudo entre balanço hídrico medido no campo com café e os balanços hídricos climatológicos baseados na estimativa da evapotranspiração pelos métodos de Thornthwaite e Penman-Monteith, confeccionados em um programa computacional. Uma segunda parte trata do número ideal de pluviômetros a serem utilizados em uma área pequena, além das comparações destas medidas com duas estações meteorológicas. Ambos os estudos foram feitos para o município de Piracicaba – SP, com dados meteorológicos do período de 2003 a 2005.Item Cafés da espécie Coffea arabica L. produzidos no Circuito das Águas Paulista: caracterização física, química e sensorial(Escola Superior de Agricultura "Luiz de Queiroz" - Universidade de São Paulo, 2016) Maretto, Cintia; Sturion, Gilma LucazechiDentre as principais áreas produtoras de café no Brasil, destaca-se a região do Circuito das Águas Paulista - CAP. Devido às suas características edafoclimáticas, com clima ameno, temperaturas entre 13oC e 26oC e altitudes de até 1.400 m, a região, composta por nove municípios da Serra da Mantiqueira, apresenta potencial de produção de cafés especiais. Desse modo, o objetivo deste trabalho foi caracterizar os cafés de diferentes cultivares da espécie Coffea arabica L. produzidos em duas faixas de altitude da região do CAP a partir de entrevistas semiestruturadas com os cafeicultores e análises físicas, químicas e sensoriais. O delineamento experimental foi inteiramente casualizado, baseado na interação entre ambiente (duas faixas de altitude - abaixo e acima de 1.100 m) e genótipos (Catucaí Amarelo, Catuaí Vermelho, Obatã, Mundo Novo, Bourbon Amarelo, Icatu Amarelo e Iapar). Os resultados foram submetidos à ANOVA (teste F) e ao teste de Tukey (p<0,05) (análises químicas e sensoriais). Em adição, os dados das sensoriais (SCAA e ADQ) foram submetidos às Análises de Agrupamento Aglomerativo Hierárquico e de Componentes Principais, sendo a análise de frequência das citações da ADQ submetida também ao Teste de Cochran. Foram encontradas diferenças significativas (p<0,05) entre as amostras para todas as análises. Dentre as amostras estudadas, cinco foram classificadas como “especiais” (SCAA), com pontuação de até 84,42 e todas foram classificadas como Gourmet (ADQ), com destaque para os atributos: floral/frutado, acidez, doçura e corpo pronunciados, e sabor de nozes/avelã, evidenciando as características singulares dos cafés do CAP. Quanto às cultivares, as amostras de Obatã apresentaram as maiores notas (alta qualidade); as de Mundo Novo, notas intermediárias, com aroma da bebida pronunciado e menor adstringência; e as de Bourbon Amarelo, menores notas. Quanto à altitude, houve influência na acidez, pois parte das amostras cultivadas abaixo de 1.100 metros apresentou valores mais altos desse atributo, todavia, sem interferência negativa comprovada na qualidade final da bebida. Além disso, também influenciou a cafeína, pois as amostras de Catucaí Amarelo, Catuaí Vermelho, Obatã e Bourbon Amarelo cultivadas abaixo de 1.100 metros apresentaram valores superiores. A cultivar Bourbon Amarelo apresentou maiores teores de ácidos clorogênicos e, as amostras preparadas pela via úmida, maiores teores de trigonelina, cafeína e ácidos clorogênicos (Catucaí Amarelo e Obatã) em relação às de via seca, além de notas mais altas ou intermediárias na análise sensorial (exceto a de Bourbon Amarelo). Em suma, a região do CAP possui potencial para produção de cafés especiais, de características singulares, que envolvem tradição, história, cultura e aspectos ambientais. Contudo, podem ter ocorrido interferências no processo produtivo de algumas das amostras analisadas no presente estudo.Item Caracterização de sistemas de café orgânico sombreado e a pleno sol no sul de Minas Gerais(Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz - Universidade de São Paulo, 2003) Moreira, Cássio Franco; Fernandes, Elisabete A. de NadaiO consumo e o mercado de cafés especiais, como orgânicos, gourmets e socialmente justos, cresce no mundo todo oferecendo preços atraentes para o produtor, enquanto o mercado de cafés commodity encontra grande oferta e preços muito baixos. A produção orgânica revela-se como alternativa ambiental, social e econômica, pois não contamina o meio ambiente e nem as pessoas direta e indiretamente envolvidas, além de agregar mais valor ao produto final. Apesar de o Brasil ser o maior produtor mundial de café, com aproximadamente 45 milhões de sacas em 2002, a produção de café orgânico foi aproximadamente de 70 mil sacas, de acordo com a ACOB (Associação de Cafeicultura Orgânica do Brasil). O México é o maior produtor mundial de café orgânico, com aproximadamente 500 mil sacas em 2002, sendo a maioria proveniente de sistemas sombreados de café. A cafeicultura nacional caracteriza-se por extensas áreas de monocultivo a pleno sol, desconsiderando o fato do café ser uma espécie originária de florestas caducifólias da Etiópia. A produção de café orgânico brasileira também é, em sua maioria, a pleno sol, com pouca biodiversidade e grande input ao sistema. Países produtores de café orgânico em sistemas sombreados e consumidores criticam a ausência de biodiversidade do sistema brasileiro. Portanto, a pesquisa nacional deve avaliarix cientificamente diferentes manejos de café orgânico, obtendo informações quantitativas e qualitativas, visando a sustentabilidade sócio-ambiental e ganho de competitividade internacional do produto brasileiro neste nicho de mercado. Na busca de parâmetros que permitam a caracterização do sistema sombreado e do sistema a pleno sol de café orgânico, a composição química elementar avaliada em elevado nível metrológico é uma ferramenta potencial. Esta alta confiabilidade metrológica pode ser obtida através da análise por ativação neutrônica instrumental (INAA). Para a caracterização destes sistemas de produção de café orgânico, vários elementos químicos foram quantificados por INAA em grãos e folhas de café Coffea arabica, variedade Mundo Novo, e nos solos de ambos os sistemas - café sombreado por árvore leguminosa Platycyamus regnellii e café a pleno sol, na fazenda Jacarandá, Machado, Minas Gerais. Foram também avaliados os parâmetros de produtividade, fertilidade do solo, nutrição vegetal e qualidade do café. Os resultados indicam uma perspectiva positiva para a discriminação dos dois sistemas de produção utilizando-se da composição química elementar determinada por INAA. As avaliações demonstram uma tendência à superioridade do sistema sombreado, principalmen te quanto às maiores concentrações de potássio encontrados em grãos, folhas e solo, que podem ter propiciado uma melhor qualidade do café deste sistema.Item Comportamento dos cafeicultores perante o risco: uma análise de três sistemas de produção da região de Marília, SP(Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz” - Universidade de São Paulo, 2002-10) Pizzol, Silvia Janine Servidor de; Peres, Fernando CuriO setor primário da região de Marília tem passado por crises periódicas, em função do comportamento cíclico de preços e produção do café, sua principal atividade agropecuária. Com isso, a receita dos cafeicultores está sujeita a sensíveis oscilações a cada ano, sugerindo um elevado nível de risco econômico. Como parte do Projeto de Apoio à Competitividade Global da Cultura do Maracujazeiro na Região de Vera Cruz, SP – AFRUVEC/Bioex-CNPq essa dissertação tem como objetivo avaliar o comportamento dos cafeicultores da região de Marília na presença do risco. Uma vez que o grau de aversão ao risco dos agricultores é refletido na escolha dos planos de exploração agropecuária, inicialmente desenvolveu-se uma metodologia para identificar os sistemas de produção de café existentes na região. Essa identificação baseou-se na elaboração e análise de grupos focais e validação dos resultados através de análise discriminante. Assim, foram identificados os sistemas “monocultura de café”, “cafeicultura e pecuária” e “pequena propriedade diversificada”. Posteriormente, selecionou-se uma propriedade típica de cada sistema para o estudo do comportamento dos agricultores perante o risco. A programação linear foi a técnica utilizada na modelagem dos sistemas de produção. Para a geração das fronteiras de eficiência, que refletem o trade-off entre rendimento e risco, foi empregado o MOTAD. Os resultados dessa pesquisa indicam que o produtor do sistema cafeicultura e pecuária é mais averso ao risco do que o monocultor. Esse comportamento era esperado, pois as margens brutas da pecuária são negativamente correlacionadas com as do café, indicando que a combinação dessas atividades é eficiente do ponto de vista da redução do risco. No entanto, constatou-se que o pequeno produtor diversificado é menos averso ao risco do que o monocultor, contrariando as hipóteses iniciais do trabalho. Esse comportamento pode ser explicado pela estratégia de diversificação adotada pelo agricultor, que optou por investir em diversas espécies frutíferas e na cafeicultura. Grande parte das frutas possui maior grau de risco que o café e, além disso, muitas dessas atividades são positivamente correlacionadas, o que reduz a eficiência da diversificação na minimização dos riscos do sistema. Com isso, pode-se afirmar que o objetivo principal da diversificação da pequena propriedade é a elevação da margem bruta do sistema, pois somente com a cafeicultura o produtor não obteria renda suficiente para permanecer na atividade. A grande contribuição dessa pesquisa é mostrar e divulgar a situação dos pequenos cafeicultores, a importância da diversificação para os mesmos e abrir espaço para a realização de outros estudos na região de Marília. É muito importante que futuras pesquisas levantem alternativas de cultivo para elevar a renda dos pequenos produtores da região, considerando estudos de mercado e identificação de canais de comercialização. Por outro lado, também seria interessante aprofundar o estudo da situação dos pequenos produtores inseridos em outros sistemas que não incluam a cafeicultura, para se ter uma visão mais abrangente dos problemas enfrentados e definir ações efetivas para o desenvolvimento regional.Item Comportamento sexual da broca-do-café, Hypothenemus hampei (Ferrari, 1867) (Coleoptera: Curculionidae: Scolytinae)(Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz” - Universidade de São Paulo, 2009) Silva, Weliton Dias da; Bento, José Maurício SimõesO estudo do comportamento sexual dos insetos abrange todos os eventos ocorridos desde a formação dos casais por meio do cortejo, até a separação dos mesmos após a cópula. Esses estudos são importantes e representam o primeiro passo em pesquisas que visam à elucidação de feromônios da espécie alvo. No caso da broca-do-café, Hypothenemus hampei (Ferrari), que é considerada mundialmente a principal praga do café, existe uma lacuna de informações sobre o comportamento sexual dessa espécie. Além disso, as pesquisas têm sido direcionadas para o uso de armadilhas contendo alcoóis (ex: etanol e metanol) visando o manejo dessa praga, mas com resultados conflitantes. Em razão disso, o objetivo do presente trabalho foi estudar o comportamento sexual de H. hampei, como suporte para estudos subseqüentes visando a elucidação do feromônio da espécie. As cópulas de H. hampei ocorreram em qualquer horário dentro de um ciclo de 24 horas. Embora em menor freqüência, 60% dos casais realizaram pelo menos uma cópula na idade de 0-24 horas, chegando a 100% dos casais nas demais idades. A maior atividade sexual foi observada nas idades de 48-72 e 72-96 horas, onde, nessa última, ocorreram 6,9 ± 0,47 cópulas por casal com duração de 2,04 ± 0,13 minutos cada. Os padrões comportamentais exibidos foram semelhantes a outros grupos de curculionídeos, com pré-cópula, cópula e pós-cópula. Os resultados indicaram ainda a presença de um feromônio produzido pelos machos mediando o acasalamento. A possibilidade de as fêmeas de H. hampei realizarem a recópula após sua saída dos frutos abre novas perspectivas sobre a viabilidade deste feromônio no manejo desta praga.Item Conhecendo os valores pessoais do produtor rural de café na compra de insumos agrícolas(Faculdade de Economia,Administração e Contabilidade de Ribeirão Preto - Universidade de São Paulo, 2015) Bara, Janaína Gagliardi; Scare, Roberto FavaNo Brasil, a cafeicultura é uma cadeia produtiva de grande importância econômica, cultural, histórica e social do País. Dentro dessa cadeia, o produtor rural de café está mudando seu comportamento devido às preocupações com inovação, qualidade do produto, tecnologia e fatores financeiros, buscando um negócio sustentável no longo prazo. Esse produtor vem procurando alternativas na produção de café, sendo que uma opção encontrada é a certificação da produção, já que essa pode trazer uma diferenciação ao produto e, consequentemente, vantagens competitivas ao negócio. Essa certificação possui exigências, e muitas delas estão relacionadas às características dos produtos utilizados, portanto, o produtor rural como grande comprador de diversos produtos da indústria agropecuária, precisa estar atento a essas especificações no momento de compra desses insumos. Estudos como de Lagerkvist et al. (2012) e Okello et. al (2014) mostram que a decisão de compra dos agricultores é um processo de resolução de problemas em que os critérios emocionais, sociais e funcionais são influenciadores. Dentre esse fatores se destacam os valores pessoais que estão associados às escolhas e podem explicar determinadas ações, auxiliando na compreensão da escolha dos produtores na compra de defensivos agrícolas para sua produção. Portanto, o objetivo desse estudo foi identificar e analisar os valores pessoais que motivam a tomada de decisão dos produtores rurais de café na compra de insumos, da categoria de defensivos agrícolas. Para atingir esse objetivo, foi utilizada a técnica laddering, baseada nos conceitos do Modelo de Cadeia Meios-Fim, que permite a identificação e quantificação da relação atributo, consequência (beneficio) e valor. Foram realizadas 40 entrevistas em profundidade por meio da técnica laddering, sendo 20 com produtores de café com certificação e 20 sem certificação da produção, na região Nordeste de São Paulo e Sul de Minas Gerais, regiões grandes produtoras de café. Algumas etapas das análises propostas pela técnica foram desenvolvidas por meio do software LadderUX. Os valores pessoais identificado nos dois grupos foram, i) vida confortável: prosperidade do negócio, obter recursos financeiros para si e para a família; ii) senso de realização: continuidade do negócio, contribuição duradoura, satisfação no que faz; e iii) harmonia interna: liberdade de conflitos internos, fazer o que é certo. Esses valores mostram a satisfação dos produtores ruais de café com a atividade, e preocupação com a continuidade e sustentabilidade do negócio. O atributo do produto destacado pelos produtores com certificação da produção foi a toxicidade e pelos produtores sem certificação o preço. Os produtores com certificação da produção mostraram-se racionais e emocionais nas suas escolhas e os produtores sem certificação da produção mais racionais. A análise dos valores pessoais dos produtores rurais de café ajudou a compreender os motivadores na tomada de decisão de compra, para melhor compreensão e promoção de ações específicas para esse público.Item Crescimento e maturação do fruto de café (Coffea arabica L.) em sistema arborizado e em monocultivo(Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz” - Universidade de São Paulo, 2007) Camargo, Fabiana Taveira de; Favarin, José LaércioA busca por condições climáticas que minimizem efeitos negativos de extremos de temperatura e irradiância, a arborização pode viabilizar a cafeicultura brasileira, em particular, com o advento das mudanças climáticas. A pesquisa avaliou a dinâmica do crescimento e da maturação do fruto e a produtividade do café sob diferentes níveis de luminosidade. O experimento foi composto por seringueiras e cafeeiros, plantados dentro e na interface do seringal, e em monocultivo. O gradiente de radiação disponível aos cafeeiros nas diferentes distâncias das seringueiras foi de 40, 45, 80 e 100 % e caracterizou os tratamentos. Avaliou-se o acumulo de matéria seca de frutos nas fases da frutificação e a produtividade. Nas fases chumbinho, expansão e granação, O incremento varia com a quantidade de frutos na planta. A expansão depende da irradiância e a granação, do tempo de deposição de reservas. A matéria seca de frutos verde, verde-cana e cereja é superior nas plantas protegidas da face soalheira, favorecida pela exposição até 80 % de luminosidade. A produtividade aumenta, proporcionalmente, com a disponibilidade de luz, enquanto a expansão, o processo e a uniformidade da maturação são, também, beneficiados à exposição até 80 % da radiação solar.Item De centro a periferia: as transformações sofridas pelo Nordeste Paulista na chegada do café (1873 - 1905)(Faculdade de Arquitetura e Urbanismo - Universidade de São Paulo, 2016-06-30) Costa, Rafael Giorgi; Mori, Klara KaiserEste estudo teve como objetivo avaliar a influência exercida pela agroexportação no desenvolvimento do mercado interno paulista ao final do século XIX. Os dados referentes à composição social e à produção agrícola para os anos de 1836 e 1854, aqui cartografados, revelaram que as áreas mais dinâmicas do mercado interno eram as regiões pecuárias dos caminhos do sul e do Nordeste Paulista, guardando certo afastamento em relação às regiões da agroexportação de cana e café. Esses circuitos do gado eram mais longos e mais lucrativos que o mercado de gêneros alimentícios como o arroz, o feijão e o milho, produzidos no bojo, porém à margem, das fazendas de cana e café do quadrilátero do açúcar e do Vale do Paraíba. O Nordeste Paulista ou Sertão do Rio Pardo, objeto de estudo deste trabalho, foi responsável por articular o Brasil Central Pecuário (Goiás, Mato Grosso e Triângulo Mineiro) com a faixa litorânea Centro-Sul (Rio de Janeiro e São Paulo), constituindo- se como importante centro de cria e (re)engorda. Tal centralidade foi operada por uma elite de chefes-de-parentela pecuaristas residente nos municípios de Franca e Batatais, e cuja reprodução como classe dominante envolvia a inserção em cargos políticos e militares, a propriedade da terra e, consequentemente, o domínio sobre grande contingente populacional, incluindo agregados, escravos, compadres e parentes. A fim de avaliar se essa centralidade do mercado interno resistiu ao avanço cafeeiro que atingiu a região na década de 1880, questão ainda em aberto na historiografia, procurou-se pela presença das parentelas e suas linhagens nas listas dos maiores fazendeiros do período de transição. Revelou-se que a elite não só se inseriu como foi protagonista da economia cafeeira na região nas décadas de 1880 e 1890. No entanto, já na virada do século, todo o Estado de São Paulo sofreria com uma forte crise na economia cafeeira, demonstrando a fragilidade e suscetibilidade do mercado externo. Os dados da produção cafeeira do ano de 1905 apontam para a baixa relevância de Franca e Batatais no universo da agroexportação, enquanto os números da produção de gado desse mesmo ano indicam o deslocamento do eixo principal de articulação pecuária para oeste, mais precisamente para os municípios de Jaboticabal e Barretos, que assumiram a primazia no setor. Conclui-se que a aproximação da agroexportação foi um fator importante que levou à reestruturação do mercado interno para áreas contíguas, devido ao grande desvio de investimentos por parte daquela elite pecuária para a economia cafeeira, o que revelou, em última instância, a dificuldade de ancoragem da produção endógena no espaço quando seu território se mostra atrativo para o estabelecimento da agroexportação.Item Desdobramento da função qualidade (QFD) aplicado à produção de mudas de café (Coffea arabica L.)(Escola Superior de Agricultura "Luiz de Queroz" - Universidade de São Paulo, 2005-08) Nagumo, Gustavo Kazuo; Milan, MarcosA produção de mudas de qualidade constitui um dos principais fatores de sucesso da cultura cafeeira, principalmente para a substituição de cafezais não-produtivos, e implantação de novas técnicas de produção. Através dessa demanda realizou-se um trabalho em conjunto com a Cooperativa dos Cafeicultores da Região de Marília (Coopemar), no município de Marília (SP), estabelecendo e analisando as características exigidas pelos clientes de mudas de café enxertadas, e comercializadas em tubetes plásticos. A aplicação da metodologia foi composta por 2 fases: aquisição das qualidades exigidas pelos clientes com aplicação da metodologia QFD (Casa da Qualidade) e emprego de ferramentas de controle de qualidade no sistema produtivo. A aquisição da qualidade exigida foi composta de entrevistas com os cooperados, clientes de mudas, com a finalidade de captar quais as características e serviços analisados na aquisição da muda de café e qual o grau de importância de cada característica exigida. Nessa etapa os itens de qualidade exigida prazo de entrega, enxerto bem-feito, preço acessível e condições de pagamento obtiveram os maiores pesos relativos. Desdobrando as qualidades exigidas mencionadas em requisitos técnicos, o estado nutricional, massa seca da parte aérea, massa seca das raízes, altura da planta e diâmetro do caule foram os itens que alcançaram o maior peso relativo, nesta ordem de importância. No controle produtivo os requisitos técnicos (indicadores de qualidade) selecionados foram submetidos à verificação através da utilização de cartas de controle e histogramas. Com a utilização do diagrama de causa e efeito também pode-se determinar três características importantes: profundidade de plantio, altura de enxertia e peso de substrato por recipiente. Os resultados permitiram avaliar que dentre as características analisadas o estado nutricional, altura e diâmetro do caule apresentaram-se sob controle, porém os itens profundidade de plantio, altura de enxertia e peso de substrato por recipiente evidenciaram que o processo ocorria fora de controle. Devido à baixa correlação com as características da qualidade, os itens de qualidade exigida alcançaram baixo peso relativo nos respectivos itens de qualidade projetada e os processos fora de controle ocorridos durante o processo produtivo surgiram como proposta para melhorias para obtenção da muda de café com atributos da planta e dos serviços intrínsecos, segundo exigência dos clientes.