UFV - Teses

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    Impactos de especificidades regionais na competitividade da atividade cafeeira sobre a localização da produção e na redistribuição espacial de renda
    (Universidade Federal de Viçosa, 2001-03-23) Pires, Mônica de Moura; Campos, Antônio Carvalho
    O potencial de crescimento da atividade cafeeira, tanto para o mercado interno, com a estabilização, quanto para ter maior alcance no mercado externo, com a globalização, é bastante promissor diante da nova ordem econômica. Esse processo de desenvolvimento da atividade cafeeira levará muitos produtores e regiões a serem marginalizados, à medida que a atividade for se profissionalizando e concentrando em regiões mais favoráveis. Por outro lado, para que essa competitividade possa ser conquistada de forma duradoura, tem que se pensar nos diversos elos da cadeia que envolvem a atividade cafeeira. O objetivo deste é avaliar os impactos das diferenças na competitividade regional da atividade cafeeira sobre a localização espacial da produção e na conseqüente redistribuição regional de renda. Para tanto, aplicou-se um modelo multissetorial de equilíbrio geral computável, com 26 atividades e três grupos de consumidores. O modelo foi calibrado ao ano-base de 1995. Em seguida, realizaram -se modificações nas demandas interna e externa e na participação dos diferentes sistemas de produção na oferta nacional de café. Cada cenário proposto caracteriza uma alteração a ser efetuada na condição do equilíbrio inicial, de forma a representar as novas situações que vêm sendo esperadas no mercado cafeeiro, principalmente quando se consideram as tendências da última década. Os resultados obtidos no Cenário 1 indicam , de forma lógica, que a expansão da demanda, nos níveis estabelecidos, revela efeito positivo sobre as atividades produtivas nas regiões que apresentam maior potencial de crescimento para os cafés especiais. Portanto, os ajustes da produção implicam maior racionalidade na utilização dos recursos produtivos, por meio de redistribuição da produção de café. A resposta da oferta ao aumento da demanda implica elevação dos preços do café, em todas as regiões. Como o choque de demanda não foi acompanhado de choques na oferta, isso provocou diminuição nos níveis de emprego rural e de capital rural. Essas mudanças provocam retrações nas rendas das famílias, do governo e do exterior, reduzindo o bem -estar das famílias, comportamento que sugere que a expansão da demanda de cafés especiais seja medida necessária para garantir a oferta de produto de qualidade no mercado. No Cenário 2, nota-se que os resultados mais expressivos ocorrem nas atividades relacionadas com a agroindústria e com a exportação de café. A interdependência das regiões produtoras de café indica que, quando se elevam a produtividade e, conseqüentemente, a competitividade do café, os efeitos diretos sobre a atividade são reduções no nível de atividade em quase todas as regiões, excetuando-se a Zona da Mata mineira e outras regiões brasileiras. A maior produtividade não foi suficiente para elevar a oferta dessas regiões. Portanto, os níveis de produtividade estabelecidos estes são, ainda, relativamente pequenos para elevar a oferta das regiões produtoras de café. Como o choque de oferta não foi acompanhado de alterações na demanda, há excesso de produto no mercado. Se, por um lado, o excesso de oferta provoca reduções nos níveis de preços, por outro, melhora o bem-estar das famílias. O impacto no emprego agrícola do aumento da produção é positivo. A expansão conjunta da demanda e oferta (Cenário 3) evidencia um comportamento complementar em relação aos resultados obtidos nos Cenários 1 e 2, isoladamente. Observa-se que, quanto maior a incorporação de progresso técnico, mais acentuada será a redução nos preços, o que propiciará aumentos nas rendas das famílias. Esses resultados sugerem que a expansão regional da produção, resultante do crescimento diferenciado da demanda de café e de melhorias na produtividade dos sistemas de produção, permite uma realocação dos recursos produtivos utilizados na atividade cafeeira e, conseqüentemente, uma redistribuição regional da renda. De modo geral, os resultados corroboram com a expectativa de que modificações na qualidade do produto proporcionem efeitos positivos sobre a atividade cafeeira, e a exploração de nichos de mercados torna-se uma alternativa na competição. Dessa forma, o ganho de eficiência constitui importante fator impulsionador da atividade, conjuntamente com estratégias de marketing. Ressalta-se, assim, que o Brasil possui condições especiais para desenvolver a cafeicultura, especialmente no que se refere aos aspectos edafoclimáticos, o que constitui uma vantagem em face à segmentação do mercado e aos países concorrentes. A implementação de medidas que visem reestruturar a atividade torna-se fundamental na competitividade regional, o que justifica a adoção de avanços tecnológicos. Nesse contexto, portanto, algumas regiões devem expandir a cultura, enquanto outras devem reduzir sua produção, pois os produtores que não conseguirem operar com maior nível de concorrência, praticamente estarão “condenados” a abandonar a atividade.
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    Integração dos mercados internos e externos de café
    (Universidade Federal de Viçosa, 2005) Nogueira, Fernando Tadeu Pongelupe; Aguiar, Danilo Rolim Dias de; Universidade Federal de Viçosa
    A idéia de eficiência num mercado que envolve várias regiões espacialmente separadas está associada ao grau de integração que existe entre os vários mercados. Mercados integrados possuem informações mais precisas, o que possibilita a tomada de decisão empresarial e aumenta a renda de produtores rurais, favorecendo ainda a especialização e o comércio (aumentando a eficiência da movimentação dos produtos). Adicionalmente, os mercados integrados ajustam-se mais rapidamente a mudanças na economia e transmitem mais amplamente os efeitos de políticas públicas. Assim, o conhecimento do grau de integração de um mercado e dos fatores que o determinam atende aos interesses dos tomadores de decisão privada e dos formuladores de políticas públicas, visto que aumenta a racionalidade nas definições de ações públicas e privadas. Entretanto, apesar da relevância do tema e da importância do mercado brasileiro de café no contexto mundial, há carência de estudos sobre a integração desse mercado, em suas dimensões relacionadas com tipo de produto (café arábica e robusta) e geográfica (regional e internacional). Tais estudos poderiam embasar ações públicas e privadas com vistas em maximizar a eficiência de tão importante mercado. O objetivo deste estudo foi analisar a extensão, o padrão e o grau de integração do mercado brasileiro de café, bem como o grau de integração entre o mercado interno brasileiro de café e os mercados externos de café. Utilizou-se a teoria da co-integração (teste de Raiz Unitária, teste de Johansen, VEC - Vetor de Correção de Erros - e metodologia de GONZALO e GRANGER, 1995) na análise da extensão e do padrão do mercado brasileiro de café, e empregou-se a metodologia de PESARAN e SHIN (1996) para analisar o grau de integração. Os resultados obtidos permitem concluir que a extensão da integração do mercado brasileiro de café é dado por BAHIA, CEARÁ, MATO GROSSO, RONDÔNIA, ESPÍRITO SANTO, PARANÁ, SÃO PAULO e MINAS GERAIS, regiões que produzem diferentes tipos de café (café arábica e café robusta), de tal forma que essas localidades compartilham a mesma informação, no longo prazo. Conclui-se, também, que pertencem ao mercado brasileiro de café regiões distantes como BAHIA, RONDÔNIA e CEARÁ. Com relação ao padrão do mercado brasileiro de café, constatou-se que este não possui uma Unidade da Federação dominante, que se supunha ser MINAS GERAIS, maior produtor nacional de café. Aliás, nesse quesito, o que se verificou é que as variações nos preços no curto prazo são bem distribuídas entre todo o sistema, apesar da importância de MINAS GERAIS. Nota-se, ainda, existência de um provável mercado que abranja SÃO PAULO e MINAS GERAIS. Pelo fato de o Brasil ser grande exportador de café arábica, supunha-se que as regiões produtoras desse produto fossem mais integradas que as produtoras do robusta. No entanto, os resultados não foram condizentes com a suposição acima, visto que houve casos em que as produtoras de café robusta eram mais integradas que as produtoras de café arábica. Por fim, devido ao fato de o Brasil ser o maior exportador mundial de café, é de grande importância que se conheça o grau de integração entre o mercado interno de café (café arábica e café robusta) e o externo. Para isso, utilizou-se, como proxy do mercado externo, a média das quartas-feiras dos contratos futuros de café (café arábica para NYBOT e café robusta para LIFFE), primeiro vencimento (vencimento mais recente). Os resultados permitem concluir que o grau de integração entre o mercado brasileiro de café arábica e o externo é maior que o grau de integração entre o mercado brasileiro de café robusta e o mercado externo, o que pode ser justificado pelo fato de o mercado de café arábica ser mais importante para o Brasil.
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    Análise da efetividade das estratégias estáticas e dinâmicas de hedge para o mercado brasileiro de café arábica
    (Universidade Federal de Viçosa, 2007) Muller, Carlos André da Silva; Moura, Altair Dias de; Universidade Federal de Viçosa
    Este trabalho teve a finalidade de analisar a efetividade de estratégias de hedge, em termos de redução de riscos, para o mercado de café arábica, com uso do mecanismo de mercados futuros da Bolsa de Mercadorias e Futuros (BM&F). Observou-se, a priori, que o café arábica está entre os produtos mais arriscados do agronegócio brasileiro. Além disso, detectou-se o pouco uso desse mecanismo não só para o café arábica, mas para todo o agronegócio brasileiro, embora os mercados futuros sejam amplamente difundidos como um meio eficaz de reduzir riscos oriundos da comercialização física do produto. De forma geral, a literatura acerca de hedging na linha de investigação de minimização de riscos tem demonstrado divergência em seus resultados, cujo centro da discussão é a inclusão do conteúdo informacional. Entende-se por estratégia de hedge a proporção de contratos futuros realizados em relação à comercialização física do produto feita (ou a fazer) pelo hedger. Para encontrar essas estratégias neste trabalho, foram aplicados o Modelo Clássico de Regressão Linear (MCRL) sobre os retornos dos preços à vista e futuros (sem informações passadas), denominado Estratégia Simples; o Modelo Vetorial de Correção de Erro (VEC), que incorpora o conteúdo informacional na forma auto-regressiva e o inter-relacionamento entre o curto e o longo prazo, denominado Estratégia com Conteúdo Informacional (ECCI). A característica comum dessas estratégias é que elas são estáticas, uma vez que as variâncias e a covariância são constantes, mantendo também os riscos constantes. Por fim, foi encontrada a Estratégia Dinâmica de hedge a partir do modelo GARCH Multivariado BEKK, que inclui os efeitos das informações sobre a volatilidade dos preços (volatilidade condicional). A estratégia é dinâmica porque as variância e a covariância se alteram, modificando os riscos e, como conseqüência, a proporção de contratos futuros em relação à comercialização física. Além dessas estratégias, foram incluídas duas outras estratégias bastante comuns no mercado brasileiro: a não-atuação em mercados futuros, e a cobertura completa, em que o hedge contrata em futuros a mesma proporção de sua comercialização física. Os resultados indicaram que a estratégia que mais reduziu riscos da comercialização de café arábica foi a Estratégia Dinâmica para todos os contratos dentro e fora da amostra, seguidos da Estratégia Simples, da ECCI e da Cobertura Completa. A nãoatuação em mercados futuros foi responsável pelos maiores riscos. Para agentes com pequena escala de comercialização, houve indeterminação entre as estratégias, excluída a Cobertura Completa, que não foi aconselhável. Todas elas tiveram redução de riscos semelhantes. Quanto maior a escala de comercialização e, por conseqüência, maior necessidade de contratos futuros, maior a importância da Estratégia Dinâmica de hedge. Concluiu-se que a Estratégia Simples é ainda aplicável para agentes com pequena escala de comercialização, uma vez que demanda pouco tempo de gerenciamento, não necessita de especialistas, podendo ser realizado pelo próprio agente. A conclusão é reforçada pois a Cobertura Completa não foi boa estratégia. No entanto, os valores pagos pela estratégia podem inviabilizar a atuação em mercados futuros. Quanto aos agentes com maior escala de comercialização, a Estratégia Dinâmica passa a ser interessante, sendo aplicável.
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    Impactos de especificidades regionais na competitividade da atividade cafeeira sobre a localização da produção e na redistribuição espacial de renda
    (Universidade Federal de Viçosa, 2001) Pires, Mônica de Moura; Campos, Antônio Carvalho; Universidade Federal de Viçosa
    O potencial de crescimento da atividade cafeeira, tanto para o mercado interno, com a estabilização, quanto para ter maior alcance no mercado externo, com a globalização, é bastante promissor diante da nova ordem econômica. Esse processo de desenvolvimento da atividade cafeeira levará muitos produtores e regiões a serem marginalizados, à medida que a atividade for se profissionalizando e concentrando em regiões mais favoráveis. Por outro lado, para que essa competitividade possa ser conquistada de forma duradoura, tem que se pensar nos diversos elos da cadeia que envolvem a atividade cafeeira. O objetivo deste é avaliar os impactos das diferenças na competitividade regional da atividade cafeeira sobre a localização espacial da produção e na conseqüente redistribuição regional de renda. Para tanto, aplicou-se um modelo multissetorial de equilíbrio geral computável, com 26 atividades e três grupos de consumidores. O modelo foi calibrado ao ano-base de 1995. Em seguida, realizaram -se modificações nas demandas interna e externa e na participação dos diferentes sistemas de produção na oferta nacional de café. Cada cenário proposto caracteriza uma alteração a ser efetuada na condição do equilíbrio inicial, de forma a representar as novas situações que vêm sendo esperadas no mercado cafeeiro, principalmente quando se consideram as tendências da última década. Os resultados obtidos no Cenário 1 indicam , de forma lógica, que a expansão da demanda, nos níveis estabelecidos, revela efeito positivo sobre as atividades produtivas nas regiões que apresentam maior potencial de crescimento para os cafés especiais. Portanto, os ajustes da produção implicam maior racionalidade na utilização dos recursos produtivos, por meio de redistribuição da produção de café. A resposta da oferta ao aumento da demanda implica elevação dos preços do café, em todas as regiões. Como o choque de demanda não foi acompanhado de choques na oferta, isso provocou diminuição nos níveis de emprego rural e de capital rural. Essas mudanças provocam retrações nas rendas das famílias, do governo e do exterior, reduzindo o bem -estar das famílias, comportamento que sugere que a expansão da demanda de cafés especiais seja medida necessária para garantir a oferta de produto de qualidade no mercado. No Cenário 2, nota-se que os resultados mais expressivos ocorrem nas atividades relacionadas com a agroindústria e com a exportação de café. A interdependência das regiões produtoras de café indica que, quando se elevam a produtividade e, conseqüentemente, a competitividade do café, os efeitos diretos sobre a atividade são reduções no nível de atividade em quase todas as regiões, excetuando-se a Zona da Mata mineira e outras regiões brasileiras. A maior produtividade não foi suficiente para elevar a oferta dessas regiões. Portanto, os níveis de produtividade estabelecidos estes são, ainda, relativamente pequenos para elevar a oferta das regiões produtoras de café. Como o choque de oferta não foi acompanhado de alterações na demanda, há excesso de produto no mercado. Se, por um lado, o excesso de oferta provoca reduções nos níveis de preços, por outro, melhora o bem-estar das famílias. O impacto no emprego agrícola do aumento da produção é positivo. A expansão conjunta da demanda e oferta (Cenário 3) evidencia um comportamento complementar em relação aos resultados obtidos nos Cenários 1 e 2, isoladamente. Observa-se que, quanto maior a incorporação de progresso técnico, mais acentuada será a redução nos preços, o que propiciará aumentos nas rendas das famílias. Esses resultados sugerem que a expansão regional da produção, resultante do crescimento diferenciado da demanda de café e de melhorias na produtividade dos sistemas de produção, permite uma realocação dos recursos produtivos utilizados na atividade cafeeira e, conseqüentemente, uma redistribuição regional da renda. De modo geral, os resultados corroboram com a expectativa de que modificações na qualidade do produto proporcionem efeitos positivos sobre a atividade cafeeira, e a exploração de nichos de mercados torna-se uma alternativa na competição. Dessa forma, o ganho de eficiência constitui importante fator impulsionador da atividade, conjuntamente com estratégias de marketing. Ressalta-se, assim, que o Brasil possui condições especiais para desenvolver a cafeicultura, especialmente no que se refere aos aspectos edafoclimáticos, o que constitui uma vantagem em face à segmentação do mercado e aos países concorrentes. A implementação de medidas que visem reestruturar a atividade torna-se fundamental na competitividade regional, o que justifica a adoção de avanços tecnológicos. Nesse contexto, portanto, algumas regiões devem expandir a cultura, enquanto outras devem reduzir sua produção, pois os produtores que não conseguirem operar com maior nível de concorrência, praticamente estarão "condenados" a abandonar a atividade.
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    Utilização de sistema de informações geográficas na estruturação do modo de seguro rural
    (Universidade Federal de Viçosa, 2002) Faria, Roberto Araújo de; Leite, Carlos Antônio Moreira; Universidade Federal de Viçosa
    O presente trabalho analisou a evolução espacial da lavoura de café, nas mesorregiões do Triângulo Mineiro/Alto Paranaíba e Zona da Mata, com a finalidade de agregar informações econômicas e edafoclimáticas que subsidiassem a delimitação de áreas a serem favorecidas, ou excluídas, por novos mecanismos de financiamento da atividade cafeícola. Foi gerado um mapa de aptidão para o café, considerando-se aspectos naturais, tais como altitude, solo, temperatura e deficiência hídrica, usando dados cedidos pelo Instituto Nacional de Meteorologia (INMET), pela Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL), pelo Governo do Estado de Minas Gerais (Geominas) e pelo Serviço Geológico dos Estados Unidos (USGS). Verificou-se a influência do zoneamento edafoclimático do café nos resultados dos modelos "shift-share" e na análise fatorial por meio do software SPRING do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), acoplado à técnica de correlação canônica. Os dados econômicos utilizados foram provenientes dos censos de 1985 e 1995/96 da Fundação Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (FIBGE). Analisando os escores fatoriais, verificou-se uma região estagnada ao sul da Zona da Mata, com baixo nível de mecanização e financiamentos. Verificou-se que o desenvolvimento agrícola do Triângulo Mineiro/Alto Paranaíba deu-se de maneira mais equilibrada, com a maior parcela dos municípios investindo em lavouras permanentes e,ou anuais. Os resultados da correlação canônica permitiram concluir que os principais municípios cafeícolas estão localizados em áreas aptas, como também em áreas restritas por solo ou restritas pela deficiência hídrica, enquanto as áreas com restrição de temperatura apresentam-se economicamente inexpressivas no que se refere à produção de café. Destarte, para fins de subsídio à formulação de um novo modelo de seguro rural, conclui-se que áreas que apresentam restrições por solo e por deficiência hídrica não devem ser penalizadas com taxas mais altas de adesão ao sistema de securidade, uma vez comprovada a capacidade do produtor em compensar as restrições edafoclimáticas por meio da utilização de insumos modernos. Entretanto, deve-se levar em consideração que os investimentos de irrigação, em áreas com deficiência hídrica, devem estar integrados ao planejamento dos recursos hídricos da região à qual pertencem a fim de evitar (ou amenizar) conflitos no uso da água. Conclui-se também que o zoneamento climático, especialmente o que leva em conta a evolução da temperatura no espaço e no tempo, deve ser amplamente utilizado para fins de subsídio ao seguro rural e formulação de políticas agrícolas.
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    Ajustamentos na política comercial brasileira e seus efeitos nas cadeias agroindustriais
    (Universidade Federal de Viçosa, 2000) Ponciano, Niraldo José; Campos, Antônio Carvalho; Universidade Federal de Viçosa
    A política comercial desempenhou papel fundamental no processo de estabilização e na abertura da economia brasileira. Por outro lado, essa política tem sido recorrentemente apontada como desfavorável ao País, por gerar grandes distorções na competitividade dos produtos nacionais, elevados déficits na balança comercial e crescentes índices de desemprego. Assim, torna-se relevante a análise dos principais instrumentos que controlam a balança comercial. Este estudo objetivou avaliar os impactos de políticas que simulam a redução da renúncia fiscal nas importações, a desoneração dos impostos sobre as exportações agropecuárias e agroindustriais, e a combinação da redução do déficit externo com o crescimento das exportações. Utilizou-se um modelo computável de equilíbrio geral para simular a interação dos agentes econômicos. A eliminação das renúncias fiscais das importações do resto do mundo promoveu forte queda no nível das atividades e, conseqüentemente, na renda das famílias, que, por sua vez, diminuíram os gastos com consumo de alimentos. A elevação do preço das importações dificultou o acesso aos insumos, reduzindo, assim, os níveis das atividades produtivas, inclusive as do CAI. Em conseqüência dessa recessão, houve tendência de apreciação na taxa de câmbio efetiva real, devido à redução da demanda de importações, situação que funcionaria como uma correção paulatina de parte da sobrevalorização cambial. Por outro lado, com exceção da receita do governo que aumentou, houve queda generalizada nos níveis dos demais indicadores econômicos, crescimento das taxas de desemprego, assim como redução nos níveis de bem-estar dos consumidores, comportamento que reflete a essencialidade das importações brasileiras. No que diz respeito aos cenários que desoneram as exportações das principais atividades ligadas ao CAI, verifica-se efeito depressivo sobre o nível da atividade econômica, com queda no nível de renda das famílias que resulta na diminuição do consumo de alimentos e da receita do governo. O desemprego rural decresceu fortemente, enquanto o desemprego urbano aumentou levemente. Houve reduções nos níveis de satisfação dos consumidores nesses cenários analisados. Nos ajustes das contas externas, a combinação das medidas de política de redução no déficit com a de expansão das exportações produziu um novo dinamismo na economia, apesar do declínio na taxa de câmbio e da queda na receita do governo, e ocorreu expansão dos investimentos, principalmente nas atividades ligadas às exportações. Para uma postura coerente com esse cenário, há necessidade de o governo incentivar o crescimento da competitividade em atividades potencialmente promissoras nas exportações. O declínio na taxa de câmbio ocorreu, em parte, devido à forte redução nos gastos com importações e, também, ao aumento do influxo de moeda estrangeira, mediante acréscimo nas exportações. Houve redução no desemprego e aumento nos níveis de bem-estar das famílias e de renda provenientes do setor externo.
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    Modelo de decisão para "hedging" com opções de venda sobre futuros: aplicação aos mercados de café e boi gordo
    (Universidade Federal de Viçosa, 2000) Silva, Renato Nunes da; Santos, Maurinho Luiz dos; Universidade Federal de Viçosa
    Neste trabalho, abordou-se a questão do risco de mercado que permeia a atividade agropecuária, alertando-se para a necessidade de os produtores rurais precaverem-se contra situações adversas, traduzidas em baixos preços das mercadorias quando estas chegam ao mercado, por ocasião das safras. Levou-se a efeito uma rápida abordagem histórica acerca do surgimento dos mercados organizados, suas origens e evolução, de modo geral, e, mais especificamente, foram tecidas considerações sobre o surgimento do mercado de opções, suas controvérsias e as causas da sua grande preferência pelos investidores, tanto hedgers como especuladores. Fez-se alusão ao surgimento e à evolução das Bolsas de Mercadorias brasileiras, destacando-se a importância das commodities café e boi gordo, sobre as quais se fez um retrospecto, incluindo-se origens, introdução no Brasil, evolução e, principalmente, importância no contexto da economia nacional. A discussão acerca das características e do funcionamento dos mercados futuros e de opções revelou-se de fundamental importância para subsidiar a tese da proteção contra o risco de preço, por meio do hedging com opções de venda sobre futuros, para produtores de café e boi gordo. Discutiu-se também a aplicabilidade de modelos de avaliação de opções, em tempo discreto (modelo binomial) e em tempo contínuo (modelo de Black & Scholes). A metodologia utilizada teve como base teórica de sustentação a teoria de Von Newman acerca da predisposição dos agentes econômicos para arcarem com custos voltados para o gerenciamento de riscos associados ao desempenho de suas atividades produtivas, diretamente proporcional à probabilidade e ao nível de retorno esperado do empreendimento e inversamente proporcional ao grau de aversão ao risco do tomador de decisão. O modelo de Black & Scholes, considerado ideal para os objetivos deste trabalho, foi discutido em seus diversos aspectos e dele foram extraídos todos os elementos necessários à constituição da estrutura técnico-metodológica para configurar o modelo de decisão sobre hedging com opções, para produtores de café e boi gordo. Na discussão dos resultados, que incluiu a operacionalização do modelo de decisão, foram utilizados dados reais obtidos da BM&F e simulações, visando testar a consistência deste. Finalmente, foram explicitadas as conclusões do trabalho, que culminaram com a apresentação de uma tabela dinâmica em Excel, que permite aos usuários calcular os indicadores estatísticos e mercadológicos necessários à análise de decisão, bem como acompanhar a dinâmica do mercado de sua commodity, enquanto aguardam o melhor momento para efetivação do hedging.
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    Comportamento dos preços no mercado "spot" de café do Brasil: análise nos domínios do tempo e da freqüência
    (Universidade Federal de Viçosa, 2001) Lamounier, Wagner Moura; Leite, Carlos Antônio Moreira; Universidade Federal de Viçosa
    O mercado spot de café caracteriza-se por acentuadas flutuações de preços. Essas flutuações implicam que a rentabilidade nessa atividade deverá oscilar, o que pode propiciar aos investidores mais informados um diferencial de lucratividade, pois as suas decisões de hedge e de especulação estarão baseadas em previsões mais precisas acerca do comportamento do mercado. Contudo, pode-se observar que essas possibilidades de ganho ainda não são plenamente aproveitadas por grande parte dos agentes econômicos envolvidos nesse mercado. Isto porque existe uma imperfeita compreensão acerca da natureza das flutuações dos preços do café, que, se não podem ser evitadas, ao menos deveriam ser utilizadas pelos agentes econômicos ligados a esses mercados, a fim de otimizar suas decisões de hedge e de especulação. Em termos gerais, pretendeu-se com este trabalho de pesquisa detectar a existência dos componentes estocásticos (e, ou, determinísticos) de tendência, ciclos, sazonalidade e volatilidade condicional nos preços do mercado spot da principal commodity agrícola do Brasil: o café, analisando como a dinâmica desses preços é influenciada por esses componentes, fornecendo assim subsídios teóricos e empíricos aos agentes econômicos envolvidos em operações com essa commodity no mercado spot e no mercado futuro (hedgers e especuladores), para otimização dos seus processos de tomada de decisão. Partiu-se do princípio de que as séries históricas, de maneira geral, contêm informações extremamente importantes acerca do comportamento passado da variável em questão (preços, no presente caso). Assim, foi utilizado no presente trabalho o instrumental estatístico conhecido por Teoria da Análise de Séries Temporais, para verificar a existência (e analisar a natureza) dos componentes distintos de tendência, ciclos, sazonalidade e volatilidade nos preços spot de café. Especificamente, a metodologia empregada referiu-se a análises no domínio do tempo (para a análise de tendência, sazonalidade e volatilidade) e análise no domínio da freqüência, também conhecida como análise espectral, para o estudo da presença de ciclos de preços. Os resultados encontrados mostraram que a tendência existente nos preços do café se configurou como uma composição de tendências dos tipos determinística e estocástica, ou seja, a série de preços do café brasileiro não se configurou como estacionária no período analisado. Com relação aos ciclos existentes nos preços do café, tem-se que a análise espectral para os dados conjuntos de toda a amostra (jan. de 1946 a dez. de 2000) confirmou a incidência de um ciclo de média duração existente no intervalo de 22 a 44 meses. Subdividindo a análise por décadas, a fim de verificar mudanças na periodicidade dos ciclos, constatou-se a existência de um ciclo bienal (24 meses) como o mais recorrente e que possivelmente esteve ligado diretamente ao ciclo biológico do cafeeiro. Todavia, duas exceções ocorreram. Verificou-se que um ciclo de longo prazo nos preços do café, de aproximadamente 60 meses (cinco anos) de duração, também foi marcante na década de 60 e que na década de 90 pôde-se observar uma mudança no comportamento dos preços em termos do componente de ciclos. Nesta última década, o ciclo bienal não foi significativo, apenas um ciclo com freqüências correspondentes ao período de 12 meses, o que configuraria um ciclo sazonal. Em relação à análise da sazonalidade nos preços, observou-se que para as décadas tomadas individualmente os resultados não diferiram significativamente dos verificados para todo o período. Observou-se que a sazonalidade, enquanto um componente de influência no comportamento dos preços do café no mercado internacional, não é da forma determinística e regular. Pelo contrário, ela é de natureza estocástica, variando em função do período do tempo. Com relação à volatilidade nos preços, os resultados indicaram que a variância condicional do modelo estabelecido para os preços do café possui raiz unitária e que esta não apresentará comportamento de reversão à sua média histórica com o passar do tempo, após um choque, o que significa que choques na volatilidade irão perdurar por muito tempo nos preços em questão; em última instância, indica um elevado grau de risco de preço (e de renda, de forma indireta) associado ao mercado spot do café.
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    Modelos de previsão de preços aplicados aos contratos futuros agropecuários
    (Universidade Federal de Viçosa, 2001) Bressan, Aureliano Rangel; Lima, João Eustáquio de; Universidade Federal de Viçosa
    Esta pesquisa trata da aplicabilidade de modelos de previsão de séries temporais como ferramenta de decisão de compra e venda de contratos futuros da BM&F, em datas próximas ao vencimento. Para fins empíricos, foram consideradas as commodities boi gordo, café e soja. O objetivo geral foi verificar qual modelo fornece as previsões mais precisas para cada série de preços considerada no mercado físico. O objetivo específico foi calcular os retornos médios de cada modelo em operações de compra e venda nos mercados futuros das commodities analisadas, de modo a fornecer um indicativo do potencial ou da limitação de cada um deles. Os modelos estudados foram os de Box & Jenkins (ARIMA), Redes Neurais, Estruturais e Bayesianos. Os dados utilizados corresponderam às cotações semanais de boi gordo, café e soja nos mercados físico e futuro. A discussão se baseou na hipótese de que esses modelos são instrumentos viáveis de auxílio à tomada de decisão por parte de agentes ligados ao agronegócio, reduzindo a incerteza quanto ao comportamento futuro dos preços. A análise foi conduzida, primeiramente, em termos de Erro Percentual de Previsão da série de preços do mercado físico para, em seguida, verificar os retornos em simulações de compra e venda de contratos futuros de cada produto, utilizando-se o Índice Sharpe, além do viés positivo ou negativo dessa média, através da estatística de simetria e do grau de dispersão dos retornos, medido pela curtose da distribuição destes. De modo geral, os resultados indicaram que: a) os modelos de previsão de séries temporais captam, de modo coerente, o padrão de comportamento dos preços analisados; b) há, contudo, diferenças de desempenho preditivo entre os modelos e entre cada mercado; e c) os retornos financeiros se mostraram positivos na maioria dos contratos analisados, indicando o potencial de utilização desses modelos em negociações de contratos para datas próximas ao vencimento, com destaque para operações fundamentadas nas previsões dos Modelos ARIMA e Estruturais.
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    Aplicação de um modelo mundial para cafés diferenciados por origem
    (Universidade Federal de Viçosa, 2003) Viana, José Jair Soares; Silva, Orlando Monteiro da; Universidade Federal de Viçosa
    Sabe-se que existem quatro tipos principais de cafés produzidos e comercializados no mundo: o suave colombiano, com produção principalmente na Colômbia e no Quênia; outros suave, com origem nos países centro-americanos, México, Papua Nova Guiné, Equador e Peru; o arábica brasileiro, que predomina no Brasil e na Etiópia; e o robusta, originário do Vietnã, da Indonésia, da Costa do Marfim, de Uganda, da Tailândia e do Brasil. No entanto, a maioria dos estudos que tem sido desenvolvido no âmbito do mercado mundial do café considera que os cafés provenientes de quaisquer países ou regiões exportadores em um dado mercado importador são substitutos perfeitos. O presente estudo, ao contrário, considerou a diferenciação conforme o país, ou região, exportador (Brasil, Colômbia, México, América Central, África e o Resto do Mundo - composto pelos outros países exportadores) e, portanto, pressupõe que os mercados importadores de café (Estados Unidos, Alemanha, Japão, França, Itália, Espanha, Canadá, Inglaterra, Holanda e a região denominada Resto do Mundo - formada pelos demais países importadores) fazem distinção entre os cafés de origens diversas, que, em virtude disso, deixam de ser substitutos perfeitos. Foram estimadas as elasticidades de substituições para os principais mercados importadores mundiais de café com procedência dos principais mercados exportadores mundiais. A seguir, em conformidade com a pressuposição de Armington, utilizada no estudo, os cafés das diferentes origens compuseram um grupo separável na função de utilidade de cada país, ou região, importador. Em virtude disso, a demanda total interna é atendida por um bem resultante de uma agregação Constant Elasticity Substitution (CES), entre os bens com origem nos vários mercados exportadores. Para isso, foram obtidos os valores médios da elasticidade de substituição em cada mercado importador, os quais foram utilizados para calcular os índices CES de quantidade e de preço. Esses índices, juntamente com uma proxy para a renda, foram usados para estimar as elasticidades-preço e renda da demanda total de importações do café nos vários mercados importadores do produto. Mediante a aplicação das fórmulas de Armington, estimaram-se as elasticidades-preço diretas e cruzadas para os diversos países ou regiões exportadores nos mercados importadores estudados. Os resultados encontrados apontaram que as elasticidades-preço diretas da demanda foram inelásticas para todos os mercados, com exceção da Holanda, que apresentou demanda unitária para o café. No que se refere às elasticidades-preço cruzadas da demanda de Armington, os resultados indicaram que os cafés com origem nos diversos mercados exportadores apresentam pouca substitubilidade em todos os países ou regiões exportadores considerados. Portanto, concluiu-se que a demanda de café pelos mercados importadores leva em consideração, ao se decidir sobre suas importações, a sua região de procedência. Desse modo, apesar de serem substitutos, os cafés com origem nas diversas regiões ou países exportadores eles não são substitutos perfeitos nesses mercados. As simulações feitas em relação ao comércio internacional do café reforçam os resultados anteriores. De fato, os diversos países e regiões exportadores são afetados distintamente em razão da ocorrência de choques exógenos no mercado internacional do café.