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    Validação do questionário de expectativa à cafeína para a população brasileira e associação aos polimorfismos dos genes CYP1A2 e ADORA2A
    (Universidade de Brasília, 2022-06-29) Mendes, Guilherme Falcão; Zandonadi, Renata Puppin; Reis, Caio Eduardo Gonçalves
    A expectativa de efeitos da cafeína pode ser registrada em questionários validados para observar padrões favoráveis, ou não, ao uso de fontes cafeína. Esta individualidade biológica está relacionada com os polimorfismos genéticos podem interferir no modo como os indivíduos metabolizam a cafeína, gene CYP1A2 (rs 762551), genótipo AA, fenótipo rápidos metabolizadores, e a sua ação nos receptores de adenosina ADORA2A (rs 5751876), genótipo TT, fenótipo maior sensibilidade. Portanto, o presente estudo teve como objetivo avaliar a capacidade do CaffEQ-BR na diferenciação dos polimorfismos dos genes CYP1A2 e ADORA2A, conforme as expectativas de efeito da cafeína medidas pelo instrumento. O estudo foi composto por três etapas: (i) processo de tradução com dois tradutores bilingues, validação semântica por meio de técnica de juízes (n = 20), análise de reprodutibilidade e consistência interna com amostra de conveniência (n = 50) e validação externa por meio da análise fatorial confirmatória com amostra composta por 4.202 participantes de todas as Unidades da Federação; (ii) desenvolvimento e validação da versão curta do instrumento (B-CaffEQ-BR); (iii) aplicação do CaffEQ-BR (versão completa e curta) a uma amostra (n = 71) de atletas brasileiros treinados em desenvolvimento, consumidores habituais de cafeína com determinação prévia para os polimorfismos dos genes CYP1A2 e ADORA2A. O questionário se mostrou adequado quanto à confiabilidade, clareza e compreensão. A reprodutibilidade e a validação foram confirmadas pelo alfa de Cronbach (α) de 0,948, e foi observado um coeficiente de correlação intraclasse de 0,976. Os sete fatores apresentaram um bom ajuste para a raiz do erro quadrático médio de aproximação – RMSEA = 0,0332 (IC 95%: 0,0290–0,0375). Após a validação externa, o CaffEQ-BR passou por modelagem estatística com vistas a reduzir o número de itens, com três itens por fator, mantendo os sete fatores (CaffEQ-BR versão curta com 21 itens) com reprodutibilidade interobservador e a consistência interna tão satisfatória quanto o CaffEQ-BR (α de Cronbach ≥ 0,729) e reprodutibilidade global (ICC ≥ 0,915) para todo o questionário e seus sete fatores. As versões completa e curta foram aplicados em indivíduos (n = 71) com genotipagem prévia para os polimorfismos dos genes CYP1A2 e ADORA2A. A frequência observada dos genótipos AA para o gene CYP1A2 foi de 47,9% (n=34) e portadores do alelo C (AC e CC) foi de 52,1% (n=37). Para o gene ADORA2A foi observado 22,7% (n=15) como portadores do genótipo TT e 77,3% vii (n=51) portadores C (TC e CC). Com exceção ao fator “ansiedade/efeitos físicos negativos”, os demais escores do CaffEQ-BR (completo e curto), obtiveram ICC > 0,75. Indivíduos que pontuaram > 4 na escala Likert (“um pouco provável”) no fator ansiedade/efeitos negativos no B-CaffEQ-BR apresentaram capacidade discriminatória para o genótipo TT para ADORA2A (p = 0,01) de acordo com a curva ROC, mas com representatividade muito baixa (n = 2). Portanto, na presente amostra estudada, o CaffEQ-BR não foi capaz de diferenciar, por meio da expressão dos fenótipos de rápida metabolização hepática e maior sensibilidade na ação da cafeína nos receptores de adenosina, associado aos genótipos para os genes CYP1A2 e ADORA2A em amostra de conveniência de atletas brasileiros treinados em desenvolvimento. Sugere-se que pesquisas futuras utilizem amostras mais amplas, com grupo controle composto por indivíduos com consumo baixo ou irregular consumo de cafeína, calibrando o questionário com maior foco em aspectos da ansiedade e efeitos negativos na busca em diferenciar o genótipo TT para ADORA2A.
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    Efeito da cafeína nas alterações comportamentais e cognitivas decorrentes da sepse experimental
    (Faculdade de Medicina - Universidade de Brasília, 2014-02-06) Assis, Melissa Sousa de; Ferreira, Vania Maria Moraes
    A cafeína é uma metilxantina muito consumida pela população por suas propriedades psicoestimulantes. Sua ingestão diária nos chama a atenção por seus efeitos na redução de estresse, melhora do humor e memória, possivelmente mediada pelos receptores adenosinérgicos. Estes receptores, por sua vez, parecem estar envolvidos com o processo de infecção. Esta pesquisa, portanto, procurou investigar os efeitos da cafeína nas alterações comportamentais e déficits cognitivos de ratos com sequelas decorrentes de um quadro infeccioso sistêmico. Para tal, foram usados ratos Wistar machos (n=80), anestesiados com ketamina (80 mg/kg) e xilazina (10 mg/kg), seguidos dos procedimentos cirúrgicos de indução de sepse ou operação fictícia (OF). Solução salina ou cafeína (10 mg/kg) foi administrada por gavagem durante uma semana antes e/ou uma semana após os procedimentos cirúrgicos. Os animais foram divididos em: Grupo 1 (OF+Salina), Grupo 2 (OF+Cafeína); Grupo 3 (Sepse+Salina) e Grupo 4 (Sepse+Cafeína). Após uma hora da última administração das substâncias, os animais foram avaliados nos testes experimentais do Campo aberto, Labirinto em cruz elevado (LCE), Nado forçado, Esquiva inibitória e Reconhecimento social. Foi observado que os animais que sobreviveram à sepse reduziram seu percentual de entradas (%EBA) e tempo de permanência nos braços abertos (%TBA) do LCE. Nenhuma diferença significativa foi detectada no número de ambulações no teste do Campo aberto e na frequência de entradas nos braços fechados (EBF) do LCE. Além disso, esses animais aumentaram o tempo de imobilidade no teste do Nado forçado, sugestivo de comportamento depressivo. Houve também prejuízo tanto na aquisição quanto na retenção de memória demonstradas pela diminuição no tempo de permanência dos animais na plataforma, sem alteração no Teste do Reconhecimento Social. Quando a cafeína foi administrada aos animais sobreviventes à sepse, em um regime de tratamento subcrônico (pré e pós-procedimentos cirúrgicos), aumentou o %TBA no LCE, resposta sugestiva de atividade ansiolítica, visto que os parâmetros de locomoção e EBF não foram afetados. O tempo de imobilidade também foi reduzido no teste do Nado forçado, comportamento sugestivo de resposta antidepressiva. Além disso, observou-se um aumento no tempo de permanência dos animais que sobreviveram à sepse na plataforma da Esquiva inibitória, sem alteração no Teste do Reconhecimento social. Resultados similares foram observados quando os animais foram administrados com a cafeína somente durante uma semana pós-procedimentos cirúrgicos, com exceção daqueles observados no LCE, onde não se observou diferença estatística entre os animais que sobreviveram à sepse e os controles. Em um contexto geral, esses resultados mostram que os efeitos da cafeína, provavelmente vias receptores adenosinérgicos, têm um papel importante nas alterações comportamentais e déficits cognitivos produzidos pela sepse induzida experimentalmente em ratos.