Teses e Dissertações

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    Cafezais manejados sob os princípios da agricultura natural: aporte de nutrientes, formação e composição da matéria orgânica do solo
    (Universidade Federal de Viçosa, 2023-12-21) Figueiredo, Naiara Oliveira; Soares, Emanuelle Mercês Barros; Teixeira, Rafael da Silva; Cardoso, Irene Maria
    A matéria orgânica do solo (MOS) desempenha relevante papel, em âmbito global por representar uma importante fonte armazenadora de C, e localmente em razão dos atributos do solo por ela influenciados. Sistemas conduzidos sob manejo agroecológico preconizam a conservação do solo, a manutenção da diversidade vegetal e biológica das áreas, contribuindo para estabilidade da MOS. Nesse contexto, a quantidade e composição bioquímica dos resíduos vegetais depositados na área desempenham um papel crucial nas transformações da MOS e suas frações. Desse modo, o objetivo geral deste estudo foi analisar o manejo da propriedade, a influência da aplicação de diferentes resíduos vegetais no aporte de nutrientes e na formação e composição da matéria orgânica do solo durante a transição agroecológica. Portanto, no capítulo 1 foi realizada a sistematização acerca do processo de transição agroecológica da propriedade. No capítulo 2, foi avaliado a composição bioquímica, dinâmica da decomposição e mineralização de nutrientes a partir de resíduos utilizados como fonte de adubação na propriedade. Para estudar a contribuição destes resíduos na composição molecular da MOS foi realizado a termoquimólise de amostras dos solos, de áreas de café em diferentes épocas de transição para o manejo sob os princípios da agricultura natural, apresentado no capítulo 3. Essas áreas de café estão localizadas no Sitio Pedra Redonda em Araponga-MG. O sítio possui 12 hectares distribuídos em nove talhões que são consorciados com árvores nativas, frutíferas e espécies anuais para consumo familiar e geração de renda. A sistematização foi realizada a partir de visitas e caminhadas transversais, além do uso da matriz de sistematização para compilar dados coletados e dados secundários. Para avaliar a dinâmica de decomposição dos resíduos vegetais, um experimento foi montado em condições controladas pelo período de seis meses. Análises foram realizados ao longo do tempo para verificar a quantidade liberada de nutrientes, a taxa de decomposição e contribuição para as frações da matéria orgânica do solo. A caraterização da MOS foi feita por fracionamento físico, determinando-se as fracções MOP e MOAM. A partir destas, foi feita a determinação dos teores de C, N, razão C/N e DSC. Para caracterizar bioquimicamente a MOS presente nessas frações e na vegetação, foi realizada análise de termoquimólise com identificação dos compostos por GC/MS com objetivo de analisar se há correlação entre a composição desses vegetais e a composição bioquímica da MOS. Em vinte anos de transição o agricultor alcançou um nível considerado de sucesso no processo de conservação de agroecossistemas, pois trabalha potencializando os processos ecológicos, não dependendo em nenhum momento de insumos externos e principalmente a partir da mão de obra familiar. A análise revelou uma maior liberação de nutrientes em solos de 0-20cm, influenciada pelo tempo de incubação e composição dos resíduos. Variações na saturação de carbono afetaram apenas a liberação de nitrogênio. Amendoim forrageiro e bananeira contribuíram significativamente para a mineralização de N, P, K e Ca, enquanto o tambu se destacou para Mg. A serapilheira mostrou menor mineralização, indicando possível imobilização de nutrientes. Solos sem resíduos apresentaram redução nos teores de C-MOP, C-MOAM e N-MOP. Nas áreas de Agricultura Natural com maior tempo de manejo (9 e 5 anos), os teores de C-MOP, C-MOAM, N-MOP e N-MOAM na entrelinha assemelham-se à vegetação natural. A entrelinha é comumente usada para manejo de resíduos, exceto no talhão Araras (1 ano), onde são aplicados diretamente na linha. Essa diferença reflete-se na composição molecular da matéria orgânica, indicando que os compostos nas áreas mais cultivadas se aproximam mais da vegetação natural. Palavras-chave: Agroecologia. Ciclagem de nutrientes. Decomposição. Manejo de resíduos. TMAH-GC-MS.
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    Atributos químicos do solo e estado nutricional de diferentes cultivares de cafeeiro robusta (coffea canephora) no Amazonas
    (Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia, 2022-09-16) Nascimento, Klisman de Almeida do; Falcão, Newton Paulo de Souza; Oliveira, Danielle Monteiro de
    O cafeeiro é de grande importância social e econômica para o Brasil, que se destaca como o maior produtor mundial. As novas cultivares de robustas amazônicos desenvolvidos pela Embrapa foram produzidas a partir de cruzamentos entre plantas das variedades botânicas Conilon e Robusta. Os cruzamentos foram realizados em 2003 no campo experimental da Embrapa Rondônia. Um dos principais fatores limitantes para a obtenção de altas produtividades nos cafezais é a baixa fertilidade da grande maioria dos solos da Amazônia, sendo a adubação uma das principais estratégias para reverter essa deficiência. Assim, este trabalho tem por objetivo verificar as condições de fertilidade do solo e os teores foliares dos macros e micronutrientes das diferentes cultivares do cafeeiro Robusta Amazônico (Coffea canephora), submetidos a mesma adubação na Associação Solidariedade Amazonas, no município de Silves no Amazonas. As variedades selecionadas foram BRS-1216, BRS-2314, BRS-3210, BRS-3213, BRS-3220, que foram plantadas em sistema de ‘clone em linha’, onde cada linha de plantio é formada por plantas de um mesmo genótipo. Cada linha de plantio avaliada foi composta por 80 plantas. As amostragens foram realizadas no mês abril de 2021, época em que as variedades estavam com idade de 1 ano e 11 meses após o plantio. As características avaliadas foram: Concentrações dos macronutrientes (N, P, K, Ca, Mg) e micronutrientes (Fe, Zn e Mn) nas folhas e os atributos químicos do solo. Quanto a caracterização nutricional das variedades, o BRS-2314 apresentou os resultados abaixo dos níveis aceitos como essenciais para a cultura do café nos teores de P, Ca e Mg. Na caracterização dos atributos químicos, o solo sob as variedades BRS-3220 e BRS-1216 apresentaram os menores teores de P, K, Ca, Cu e Fe nas duas profundidades avaliadas, quando comparado com as outras variedades de cafeeiros. A área avaliada possui teores elevados de P no solo, possivelmente em função do uso rotineiro de formulações comerciais, sem levar em consideração os resultados de análise de solo.
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    Modelos não lineares na comparação de fertilizantes de liberação controlada aplicados ao cafeeiro
    (Universidade Federal de Lavras, 2022-10-05) Salvador, Rafaela de Carvalho; Fernandes, Tales Jesus
    O café é uma cultura muito importante para o Brasil, gera desenvolvimento econômico e social ao país. O sucesso do cultivo do grão está relacionado ao aumento da produtividade, que pode ser influenciada por diversos fatores, dentre eles merece destaque o manejo adequado da fertilidade do solo. Vários nutrientes são necessários na adubação, um indispensável é o nitrogênio (𝑁���) e atualmente o fertilizante mais usado para suprir esta demanda é a ureia, pois possui alta concentração do nutriente e baixo custo por unidade. No entanto, este fertilizante apresenta altas taxas de perdas de 𝑁���, principalmente por volatilização de amônia (𝑁���𝐻���3). Visando diminuir essas perdas surgiram algumas inovações tecnológicas, dentre elas o fertilizante de liberação controlada. O padrão de liberação dos nutrientes, na tecnologia de liberação controlada, apresenta um comportamento de um sigmoide, o que se assemelha a curva de absorção de 𝑁��� do café e sigmoides são bem ajustados por modelos de regressão não linear. O objetivo desta pesquisa é selecionar o modelo de regressão não linear mais adequado para descrever as perdas de nitrogênio por volatilização de amônia (𝑁���𝐻���3) em fertilizantes de liberação controlada aplicados ao cafeeiro e comparar os diferentes fertilizantes com base nos parâmetros do modelo selecionado. Os dados estudados são os fertilizantes de liberação controlada ureia + enxofre + polímero, ureia + resina plástica, ureia formaldeído, ureia + polímero insolúvel em água, aplicados ao cafeeiro. Os modelos Logístico, Gompertz, Brody e von Bertalanffy foram ajustados pelo método de mínimos quadrados utilizando o algoritmo de Gauss-Newton, considerando as estruturas de resíduos independentes ou autorregressivos. A qualidade do ajuste foi avaliada com base nos valores do coeficiente de determinação ajustado, desvio médio absoluto e critério de informação de Akaike. Todos os modelos apresentaram bons ajustes, porém com base nos avaliadores de qualidade utilizados o modelo von Bertalanffy mostrou-se na maioria dos casos como o melhor para descrever a perda acumulada média de nitrogênio por volatilização de amônia em fertilizantes de liberação controlada usados no café. Foram realizados os ajustes individuais do modelo von Bertalanffy para cada repetição e usada a análise de variância nas estimativas dos parâmetros e os resultados foram analisados aplicando-se o teste F e o teste de Tukey. Os resultados indicaram que o teste F foi significativo em todos os parâmetros, o teste Tukey mostrou que o fertilizante ureia formaldeído atinge assíntota mais rapidamente e apresenta a menor perda acumulada de 𝑁��� no cafeeiro, e os fertilizantes ureia + enxofre + polímeros e ureia + polímero insolúvel possuem o ponto de inflexão mais tardio, dentre os estudados.
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    Microbiota solubilizadora de fosfato em solo de cafezal agroflorestal cultivado sob os princípios da agricultura natural
    (Universidade Federal de Viçosa, 2023-04-03) Souza, Inácio Gonçalves de; Cardoso, Irene Maria; Costa, Maurício Dutra
    Os sistemas agroflorestais (SAFs) manejados sob os princípios da agricultura natural, possuírem alta diversidade de plantas e não utilizarem agrotóxicos e adubos químicos ou orgânicos. Assim os SAFs favorecerem os organismos do solo, agentes importantes na disponibilização de fósforo (P) em solos tropicais. Objetivou-se analisar modificações na dinâmica do P provocadas pela microbiota do solo de um cafezal agroflorestal cultivado sob os princípios da agricultura. Especificamente, objetivou-se caracterizar quimicamente o solo; identificar e analisar os pools de P; avaliar o potencial de solubilização de P dos microrganismos do solo; quantificar os fungos e bactérias totais e solubilizadores de P presentes no solo; e quantificar a atividade de fosfatases no solo. Realizou-se revisão bibliográfica sobre fósforo, agroecologia e agricultura natural e analisou-se solos de uma mata nativa e de cafezais localizados em Araponga, Minas Gerais, sob diferentes manejos: SAF manejado sob os princípios da agricultura natural, SAF com adubação orgânica e cafezal a pleno sol com manejo convencional (uso de adubos químicos e agrotóxicos). Os solos das áreas estudadas foram amostrados à profundidade de 0-5 cm. Determinou-se o pH em H2O, a acidez potencial, os teores de K, Ca, Mg, Al e P, a capacidade de troca catiônica total e efetiva, a saturação por bases e por alumínio e a matéria orgânica. O fracionamento de P foi feito, obtendo-se P solúvel, P lábil, P inorgânico e P orgânico moderadamente lábeis, P extraído com HCl, P ocluso e P total. Analisou-se o potencial de solubilização de P através da incubação de solo com fosfato natural; a quantificação dos fungos e bactérias totais e solubilizadores de fosfato a partir da incubação de placas com solo; e as fosfatases ácidas e alcalinas, feita a partir da quantificação de p-nitrofenol liberado pela atividade de fosfatases. Os dados foram submetidos à Análise de Variância e comparados por teste Tukey a 10%. Os resultados indicam que o SAF orgânico apresentou os maiores valores de P em formas lábeis e moderadamente lábeis, maior P total, menor P ocluso, o segundo maior potencial de solubilização de fosfato e a maior porcentagem de bactérias solubilizadoras. A mata e o SAF orgânico apresentaram o maior teor de matéria orgânica, mas a mata apresentou baixos teores de nutrientes disponíveis, baixo pH e acidez potencial elevada, além de maior potencial de solubilização de fosfato e maior porcentagem de fungos solubilizadores. SAF natural apresentou atributos químicos do solo similares ao sistema convencional, com exceção da porcentagem de saturação por bases, que foi superior; menor potencial de solubilização de fosfato; baixo teor de P e maior atividade de fosfatases ácidas e alcalinas, indicando a importância do P orgânico para as plantas nessa área. A adubação com esterco animal, o aporte de materiais de podas e o consórcio com árvores podem ter contribuído para os bons indicadores químicos de qualidade do solo avaliados em SAF orgânico. O aporte constante de materiais lábeis e pouco lábeis no SAF natural resultou em maior atividade de fosfatases e em condições de solo similares ou superiores ao convencional à pleno sol. Embora o SAF natural apresente baixos teores de P, as plantas de café não apresentaram sintomas de deficiência nutricional e são produtivas, o que sugere que os microrganismos do solo funcionaram como "by-pass" e podem ter fornecido o P diretamente para as plantas e que as plantas ciclaram o P de camadas mais profundas do solo, deixando-o disponível nas camadas superficiais na forma de P orgânico, não quantificável pelo método Mehlich-1. Portanto o manejo de cafezais em sistema agroflorestal com adubação orgânica ou natural favoreceram a fertilidade do solo. O aporte de adubação orgânica de origem animal (SAF orgânico) favoreceu a disponibilidade de fósforo, os microrganismos solubilizadores de fosfato, em especial as bactérias, e o potencial de solubilização de fosfato pela microbiota do solo, enquanto o aporte de resíduos vegetais no SAF natural favoreceu a ação das fosfatases ácidas e alcalinas e possibilitou solos de qualidade semelhantes ou melhores do que os solos manejados com insumos químicos. Assim, com o sistema de produção de café natural, além dos benefícios ambientais, o agricultor tem menos custos com insumos externos e maior valor agregado no café, que é reconhecido pela alta qualidade. Palavras-chave: Manejo agroecológico. Sistemas agroflorestais. Fracionamento de fósforo. Agricultura orgânica. Microbiota solubilizadora de fosfato. Atividade de fosfatases.
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    Eficácia agronômica e comportamento do Indaziflam em solos com adição de coberturas orgânicas no cafeeiro
    (Universidade Federal de Viçosa, 2023-08-24) Fontes, Daniel Resende; Mendes, Kassio Ferreira; Reis, Marcelo Rodrigues
    O Brasil lidera a produção, exportação e consumo de café. As plantas daninhas que competem com o cafeeiro por recursos devem ser manejadas. Herbicidas são frequentemente utilizados na cultura do café, porém, é crucial selecionar o herbicida adequado, considerando fatores como estágio de desenvolvimento das plantas daninhas, fase da cultura e tipo de solo. A escolha criteriosa maximiza a eficácia agronômica e minimiza os impactos ambientais. O indaziflam é um herbicida amplamente utilizado nessa cultura, mas ainda existem lacunas de conhecimento sobre seu comportamento e interações com diferentes condições do solo e cobertura vegetal. Assim, o objetivo do presente estudo foi avaliar a eficácia agronômica, dinâmica da comunidade daninha, efeito residual, dissipação e lixiviação do indaziflam em solos com duas coberturas na cultura do café. As duas coberturas estudadas são comumente utilizadas na cultura do café, uma formada por restos culturais denominada cisco e outra formada por palha com adição de esterco de galinha denominado composto orgânico, ambas aplicadas na dose de 5 t ha-1. Os estudos de eficácia agronômica, efeito residual e dissipação foram realizados em duas fazendas em Rio Paranaíba, MG, Brasil (Latossolo Vermelho muito argiloso - IPACER e Latossolo Vermelho argiloso - Glória) com aplicação de 75 g i.a. ha-1 do indaziflam e foram realizadas avaliações do controle da comunidade de plantas daninhas usando notas de nível de injúria. Além disso, foram medidos o tempo de meia-vida residual (RL50) através das notas de injúria ao longo do tempo, e o tempo de meia-vida da dissipação (DT50) por meio de quantificação dos resíduos de indaziflam por cromatografia líquida de alta eficiência (HPLC). Em experimentos em casa de vegetação, a lixiviação do indaziflam foi avaliada em colunas de PVC preenchidas com os diferentes solos e coberturas, utilizando a soja como planta bioindicadora da presença do herbicida. O RL50 do indaziflam foi superior a 180 dias após a aplicação (DAA), e o herbicida mostrou-se eficiente no controle (>80%) da comunidade de plantas daninhas por mais de 100 DAA para todos os solos e coberturas utilizados. A DT50 variou de 135 a 161 dias no Latossolo Vermelho muito argiloso nas duas coberturas estudadas. Enquanto a DT50 variou de 95 a 119 dias no Latossolo Vermelho argiloso. A lixiviação do indaziflam foi limitada no perfil do solo, causando altos níveis de injúrias e grandes reduções no acúmulo de biomassa da soja na profundidade de 0-5 cm. Nas camadas de 5-10 cm os níveis de injúria foram de 20-30% e a partir de 15 cm não foi detectada nenhuma injúria na cultura da soja para todos os solos e coberturas com simulação de 100 mm de chuva após aplicação do herbicida. De modo geral, as coberturas não influenciaram nenhuma das variáveis estudadas, e a utilização das coberturas cisco e composto orgânico não alteraram a eficácia agronômica, efeito residual, dissipação e lixiviação do indaziflam nos solos estudados. Nesse sentido, as coberturas podem ser utilizadas, nas condições do presente estudo, sem prejudicar o desempenho agronômico do indaziflam e podem auxiliar na proteção do solo e no manejo de plantas daninhas. Entretanto, são necessários mais estudos variando doses de cobertura e indaziflam com diferentes tipos de solo para entender melhor a dinâmica da interação tripla entre coberturas, solo e indaziflam. Palavras-chave: Pré-emergência. Controle químico. Manejo integrado. Plantas daninhas.
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    Propriedades físicas de Latossolos cultivados com cafeeiro mecanizado na região do Alto Paranaíba-MG
    (Universidade Federal de Viçosa, 2022-03-11) Martinez Escobar, Katherine; Oliveira, Teogenes Senna de; Francelino, Márcio Rocha
    Os solos dos Cerrados são profundos, bem estruturados, com boas condições de drenagem, com limitações químicas e localizados em relevo plano a suave ondulado, o que favorece a mecanização para a cafeicultura. Quando há possibilidade de mecanização, otimiza-se os recursos, aumentando também a eficiência da lavoura. No entanto, o uso intensivo de máquinas agrícolas pode levar à compactação do solo, comprometendo o crescimento das raízes e o desenvolvimento da cultura. Este trabalho objetivou avaliar o efeito da mecanização sobre as características físicas de um Latossolo cultivado com cafeeiro mecanizado e irrigado na região do Alto Paranaíba-MG, aplicando ferramentas de sensoriamento remoto e geofísico de radar de penetração do solo (GPR). Oito áreas de cultivo foram selecionadas com diferentes cultivares e anos de plantio de café arábica (BV06, BA08, BV15, BA14, BV09, CT01a, AR17 e CT01b), usando como critério de seleção o índice de vegetação por diferença normalizada (NDVI) para a amostragem dos atributos físicos e químicas em cinco posições de coleta, denominadas saia alta (SA), rodado alto (RA), entrelinhas (EL), rodado baixo (RB) e saia baixa (SB), nas profundidades 0-0,1, 0,1-0,2, 0,2-0,3 e 0,3-0,4 m do solo. Os dados foram submetidos à análise multivariada utilizando componentes principais (PCA), e, posteriormente, os atributos selecionados foram submetidos a análise de variância, sendo as médias comparadas pelo teste de Tukey (p<0,05). O NDVI classificou áreas nas faixas de 0,5 a 0,9, indicando variação do vigor nas plantas de café, o que foi associado a algum tipo de estresse biótico ou abiótico, sendo necessário uma validação em campo para a correta identificação e diagnóstico. A PCA selecionou até três componentes principais (CP1, CP2 e CP3) compostos por 12 atributos físicos e químicas dentre um total de 27. Os atributos porosidade total (PT), resistência à penetração média (RPmed) e máxima (RPmax), umidade em volume (θ) na tensão de 100 kPa e 300 kPa foram maiores nas profundidades 0,0-0,1m e -,1-0,2 m. O GPR não identificou diminuição da PT ou compactação em profundidade. Contudo, PT, RPmed e RPmax demostraram a existência de compactação nas faixas dos rodados no plantio de café. A lavoura com 3,5 anos de plantio não apresenta variação significativa na PT, RPmed e RPmax como medidas indiretas de compactação, no entanto, demonstra a tendência de ocorrência do fenômeno. O GPR não identificou mudanças dos atributos físicos em subsuperficie para Latossolos. Palavras-chave: Subsuperficie. Compactação. Produtividade. NDVI. Coffea arabica.
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    Bioprocessos para a otimização de pós de rocha utilizados na agricultura
    (Universidade Federal de Viçosa, 2022-03-28) Medeiros, Fernanda de Paula; Cardoso, Irene Maria; Carvalho, André Mundstock Xavier de
    No Brasil é frequente a busca de alternativas ao uso de fertilizantes que sejam mais sustentáveis, acessíveis localmente e financeiramente viáveis, como os pós de rocha. Esta tecnologia é permitida pela legislação brasileira, inclusive para uso na agricultura orgânica. Porém, essa tecnologia ainda é pouco conhecida. As diversas formas de utilização e as técnicas mais eficientes que aceleram a disponibilização de nutrientes dos minerais dos pós de rochas precisam ser melhor estudadas. A disponibilização de nutrientes presentes nos minerais pode ser acelerada a partir da associação do uso dos pós de rochas com tecnologias que potencializam a atividade dos organismos, a exemplo da vermicompostagem e dos sistemas biodiversos, a exemplo dos sistemas agroflorestais. Muitos pós de rocha são acessíveis aos agricultores, mas para que eles sejam utilizados é preciso conhecer seus potenciais e ricos, a exemplo da presença de metais pesados. O objetivo geral da pesquisa foi avaliar o potencial nutricional de pós de rocha para a produção de café (Coffea arabica) orgânico. Os objetivos específicos foram: i) sistematizar as informações relativas ao uso dos pós de rocha por agricultores familiares em sistemas agroflorestais; ii) avaliar o crescimento de mudas de café adubadas com substratos preparado com pós de rocha de gnaisse e esteatito; iii) avaliar os teores nutrientes e a bioacumulação de metais pesados e elementos potencialmente tóxicos em mudas de café adubadas com pós de rocha de gnaisse e esteatito; iv) avaliar a qualidade química, microbiológica e bioquímica do solo e a produção de café, cultivado em sistema agroflorestal fertilizado com pó de gnaisse e; v) avaliar as qualidades físico-química do solo e da bebida do café cultivado em sistema agroflorestal fertilizado com pó de gnaisse. No primeiro capítulo as iniciativas de uso de pós de rocha pelos agricultores familiares em transição agroecológica na Zona Mata mineira foram identificadas e analisadas. Objetivou-se identificar as principais técnicas, as principais impressões e aprendizados e os principais desafios na utilização dos pós de rocha e; novas perguntas de pesquisa sobre o uso dos pós de rocha. As informações foram adquiridas em rodas de conversa e diálogos sobre a temática dos pós de rochas em eventos agroecológicos, tais como a Troca de Saberes, Intercâmbios Agroecológicos, Mutirões nas propriedades rurais e uma pesquisa participativa com uso de pó de rocha, desenvolvida com agricultores/as. Os eventos agroecológicos contribuíram para visibilizar o reconhecimento dos saberes daqueles que lidam com a terra e sobre a importância da tecnologia da rochagem, como forma de melhorar a qualidade do solo. Esses eventos foram úteis também para apontar novos caminhos de pesquisa. No segundo capítulo, avaliou-se o crescimento das mudas de café fertilizadas com substratos produzidos a partir de uso de pó de gnaisse e esteatito adicionados a processo de vermicompostagem; a capacidade do processo de vermicompostagem em potencializar a liberação de nutrientes desses pós de rochas para o desenvolvimento das mudas e; a absorção pelas plantas dos metais pesados presentes nos pós de rocha. Os estudos foram conduzidos em casa de vegetação, através do desenvolvimento, por seis meses, de mudas de café fertilizadas com substratos produzidos com pós de gnaisse e esteatito vermicompostados. Parâmetros de desenvolvimento das plantas, teores de macro e micronutrientes e metais pesados no substrato e nas folhas das plantas ao final do experimento. As plantas se desenvolveram melhor nos tratamentos com pós de gnaisse e esteatito . No solo, com a aplicação dos pós de rocha, houve aumento do pH, da soma de bases e da CTC. As concentrações de metais pesados Ni, Cd, Cr e Pb no substrato foram abaixo dos valores estabelecidos pela legislação brasileira. O pó de gnaisse vermicompostado apresentou potencial para ser utilizado na agricultura, pois promoveu melhorias nas características químicas do solo. O uso do pó de esteatito, devido à presença de alguns metais pesados, em especial o Ni e o Cr na rocha, requer cuidados, mas quando vermicompostado pode ser indicado para produção de mudas perenes que não tenha finalidade de produção de alimentos. No terceiro capítulo analisou-se a disponibilização de nutrientes e a adição de metais pesado advindos de pó de gnaisse para o solo cultivado com cafeeiro agroecológico, em sistema agroflorestal ou a pleno sol e; o efeito do pó de gnaisse na qualidade físico-química e sensorial do café. O estudo foi conduzido em três propriedades agroecológicas de agricultura familiar, no município de Divino, Minas Gerais. As análises realizadas para avaliar a qualidade do solo foram umidade, respiração e carbono da biomassa microbiana e análise enzimática da β-glicosidase. Para avaliação da qualidade do café, características físicas e bioquímicas tais como densidade dos grãos, condutividade elétrica, pH, acidez total titulável foram realizadas. A qualidade sensorial da bebida do café também foi avaliada. Os sistemas agroflorestais potencializaram os efeitos do pó de gnaisse na liberação de K, Ca 2+ e Mg 2+ , além de micronutrientes como Cu e Zn e melhoraram a umidade do solo. Ademais, não houve, em geral, aumento de metais pesados, como Cd, Pb e Cr no solo. Em relação ao sistema a pleno sol, nos sistemas agroflorestais a respiração microbiana foi maior e, em um dos sistemas, a β- glicosidase foi também maior. Nos sistemas agroflorestais, os grãos de café apresentaram maior densidade e menor condutividade elétrica, indicando a produção de grãos com menor quantidade de defeitos, indicando, portanto, grãos de melhor qualidade. Os valores de acidez total titulável ficaram dentro dos níveis encontrados na literatura e podem ser considerados como palatáveis. A análise sensorial indicou que o manejo agroecológico melhorou a qualidade sensorial da bebida, pois os cafés, mesmo a pleno sol, produzidos em duas propriedades alcançaram notas acima de 80, classificados como cafés especiais. Há evidencias de que os SAFs associados com pós de rocha contribuem com a produção de cafés de qualidade. Em uma propriedade, os cafés receberam notas em torno de 60, exceto o SAF que recebeu pó de rocha, que recebeu nota maior que 80. De forma geral, os processos biológicos, associados aos tipos de manejo agroecológicos utilizados contribuíram para melhor as qualidades do solo e do café. Entretanto, nos sistemas agroflorestais, com maior biodiversidade que o cafezal a pleno sol, os processos biológicos contribuíram mais com a disponibilização de nutrientes do pó de rocha para as plantas. Palavras-chave: Agrofloresta. Café. Agroecologia. Agrominerais. Gnaisse. Esteatito.
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    Plantas de cobertura na descompactação do solo e controle de plantas daninhas em lavoura cafeeira
    (Universidade Federal de Viçosa, 2022-12-09) Gonçalves, Ana Luisa Lucca; Ruas, Renato Adriane Alves
    Coffea sp. é uma das commodities mais importantes do Brasil. Para obtenção de altas produtividades o uso da mecanização tornou-se indispensável. Entretanto, o uso intensivo de mecanização pode vir provocar alterações na estrutura tanto física quanto química do solo e favorecer a compactação ao longo dos anos. Além de, resultar em maior incidência de plantas daninhas, ocasionadas pelo maior espaçamento entre linhas na cultura do café. As plantas daninhas competem com a cultura do café por espaço, nutrientes e água. No entanto, o uso de plantas de cobertura descompactadoras tem sido uma alternativa para reduzir a compactação do solo e a mobilização mecânica. Além do efeito de supressão em plantas daninhas. Diante disso, o objetivo deste trabalho foi avaliar o efeito das plantas de cobertura e mobilização mecânica do solo nos atributos físicos de solo e na fitossociologia de plantas daninhas. O trabalho foi desenvolvido na área experimental de café da Universidade Federal de Viçosa, campus Rio Paranaíba. Foram utilizados três fatores: planta de cobertura (Urochola ruzizienses, Raphanus sativus, Crotalaria juncea) e mobilização mecânica (escarificador), camadas do solo (0,1 a 0,6 cm) e posição (entre linha e rodado). O experimento foi avaliado por dois anos consecutivos, em delineamento em blocos ao acaso com três repetições. Não houve diferença estatística entre as plantas de cobertura e a escarificação mecânica para as variáveis densidade do solo, microporosidade, macroporosidade e porosidade total. A densidade do solo e a resistência mecânica a penetração foi maior na projeção do rodado dos tratores em comparação aos valores obtidos na entre linha do cafeeiro. As plantas daninhas Bidens pilosa e Conyza bonariensis apresentaram os maiores índices fitossociológicos nas duas posições avaliadas. O tratamento crotalária foi o que apresentou os menores índices fitossociológicos. Palavras-chave: Café. Supressão vegetal. Propriedades do solo.
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    Produtividade e estado nutricional e suas relações com a reflectância espectral do cafeeiro
    (Universidade Federal de Viçosa, 2022-02-25) Souza, Joésio Leandro de; Neves, Júlio César Lima; Fernandes Filho, Elpídio Inácio
    Para a obtenção de um manejo nutricional adequado da cultura faz-se necessário, além da análise de solo, a utilização de outras técnicas visando abranger os efeitos de outros fatores importantes para a produção vegetal. Neste contexto, a análise foliar tornou-se uma ferramenta muito útil, tendo em vista que possibilita a avaliação dos nutrientes absorvidos pela cultura permitindo que ações de manejo sejam adotadas durante o ciclo, especialmente em culturas perenes, visando o ajuste fino do suprimento nutricional. Uma das técnicas que pode ser utilizada para subsidiar o manejo nutricional é o sensoriamento remoto, com base em índices de vegetação obtidos por meio da reflectância espectral da cultura. O objetivo deste trabalho consistiu em relacionar o Índice de Vegetação por Diferença Normalizada (NDVI) com a produtividade, teores foliares de nutrientes e atributos da fertilidade do solo em lavouras irrigadas de café arábica visando subsidiar o manejo nutricional da cultura. O estudo foi realizado com base em um banco de dados contendo informações obtidas em nove fazendas produtoras de café arábica (Coffea arabica), localizadas nas mesorregiões do Noroeste de Minas e Triângulo Mineiro/Alto Paranaíba. As sequencias temporais das imagens espectrais das lavouras de café foram obtidas nos sites do USGS Earth Explorer da NASA e Copernicus Open Acess Hub, com as correções atmosféricas, sendo selecionadas as imagens do satélite Sentinel-2 obtidas nas datas mais próximas das datas de amostragem foliar da cultura. As imagens obtidas foram cortadas de acordo com o tamanho das fazendas utilizando o programa ArcGis 10.1, através das coordenadas geográficas de cada parcela. O NDVI foi obtido através do processamento das imagens, utilizando as faixas de comprimento de onda do infravermelho próximo e vermelho. Utilizando o método de análise numérica Chance Matemática Relativa (CHMR) foram obtidos os relacionamentos da produtividade em função do NDVI e do NDVI em função dos teores foliares dos nutrientes e de atributos da fertilidade do solo. Conclui-se que a utilização do NDVI, associado ao método CHMR, permitiu a obtenção de faixas de suficiência dos teores de nutrientes foliares e de atributos da fertilidade do solo, condizentes com as relatadas na literatura, sendo alternativa viável para subsidiar o manejo nutricional da cultura de café arábica. Palavras-Chave: Café - Faixas de suficiência Nutricional. Café - NDVI. Café - Chance Matemática Relativa. Café - Manejo Nutricional.
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    Avaliação agronômica e econômica da lavoura de Coffea arabica L. em diferentes níveis de adubação nas fases de implantação e condução
    (Universidade Federal de Lavras, 2022-08-08) Brandão, Lorena Martins; Guimarães, Rubens José; Fontes, Renato Elias
    O alto custo dos fertilizantes atualmente reflete em maiores custos de produção e pressiona o produtor rural a ser cada vez mais eficiente no uso deste insumo indispensável para a produção vegetal, este que tem participação em cerca de 18% nos custos operacionais. Assim, os cafeicultores têm reduzido a adubação como estratégia de sobrevivência a curto e médio prazos afetando, portanto, a nutrição das lavouras e consequentemente a produtividade. Pode acontecer também, em épocas em que o preço do café é alto e as condições financeiras favoráveis, que os cafeicultores excedam nas quantidades de fertilizantes utilizadas, o que pode desequilibrar e provocar perdas de produtividade. Portanto, objetivou-se com o presente trabalho, avaliar o impacto de diferentes níveis de adubação na produtividade determinando o melhor nível e as doses de fertilizantes (N, P e K) adequadas agronomicamente e economicamente. O experimento foi conduzido no Setor de Cafeicultura da Universidade Federal de Lavras-MG de novembro de 2018 a maio de 2021 utilizando-se mudas da Cultivar Mundo Novo IAC 379/19. O delineamento foi em blocos casualizados, com seis tratamentos, quatro repetições e subdivisão das parcelas, no tempo. Os níveis de adubação utilizados foram 10%, 40%, 70%, 100%, 130% e 160%, onde a adubação padrão é 100%. A máxima produtividade de café beneficiado (sc ha-1 ) foi alcançada com 119,06% do nível de adubação recomendado, ou seja, 19,06% maior em relação a adubação padrão, porém, alcançando um pequeno aumento na produtividade, ou seja, de apenas 1,80% a mais em produtividade em relação a obtida com a adubação padrão (100%), cujas doses foram 239,48 kg ha-1 de N e 177,8 kg ha-1 de K2O. A adubação mínima necessária para lavouras de café em sequeiro no segundo ano de formação após o transplantio, sem prejuízos superiores a 10% de produtividade é de: 149,7 kg ha-1 de N e 111,15 kg ha-1 de K2O, e a faixa crítica dos teores foliares de nitrogênio foi encontrada entre 30,30 g.kg-1 e 32,43 g.kg-1. Em relação a análise econômica concluiu-se que o cafeeiro com níveis de adubação entre 10% e 40% da adubação padrão têm sua produtividade comprometida; o nível de 74,43% é satisfatório do ponto de vista econômico sem que haja prejuízos de produtividade superiores a 10%; lavouras implantadas com 130% e 160% da adubação padrão não tem bons resultados econômicos em relação ao nível de 70%; diante de um cenário de menores custos com fertilizantes e melhores preços da saca de café, pode ser interessante aumentar o nível de adubação no intervalo entre 70% e 119%.