Teses e Dissertações

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    Cafezais manejados sob os princípios da agricultura natural: aporte de nutrientes, formação e composição da matéria orgânica do solo
    (Universidade Federal de Viçosa, 2023-12-21) Figueiredo, Naiara Oliveira; Soares, Emanuelle Mercês Barros; Teixeira, Rafael da Silva; Cardoso, Irene Maria
    A matéria orgânica do solo (MOS) desempenha relevante papel, em âmbito global por representar uma importante fonte armazenadora de C, e localmente em razão dos atributos do solo por ela influenciados. Sistemas conduzidos sob manejo agroecológico preconizam a conservação do solo, a manutenção da diversidade vegetal e biológica das áreas, contribuindo para estabilidade da MOS. Nesse contexto, a quantidade e composição bioquímica dos resíduos vegetais depositados na área desempenham um papel crucial nas transformações da MOS e suas frações. Desse modo, o objetivo geral deste estudo foi analisar o manejo da propriedade, a influência da aplicação de diferentes resíduos vegetais no aporte de nutrientes e na formação e composição da matéria orgânica do solo durante a transição agroecológica. Portanto, no capítulo 1 foi realizada a sistematização acerca do processo de transição agroecológica da propriedade. No capítulo 2, foi avaliado a composição bioquímica, dinâmica da decomposição e mineralização de nutrientes a partir de resíduos utilizados como fonte de adubação na propriedade. Para estudar a contribuição destes resíduos na composição molecular da MOS foi realizado a termoquimólise de amostras dos solos, de áreas de café em diferentes épocas de transição para o manejo sob os princípios da agricultura natural, apresentado no capítulo 3. Essas áreas de café estão localizadas no Sitio Pedra Redonda em Araponga-MG. O sítio possui 12 hectares distribuídos em nove talhões que são consorciados com árvores nativas, frutíferas e espécies anuais para consumo familiar e geração de renda. A sistematização foi realizada a partir de visitas e caminhadas transversais, além do uso da matriz de sistematização para compilar dados coletados e dados secundários. Para avaliar a dinâmica de decomposição dos resíduos vegetais, um experimento foi montado em condições controladas pelo período de seis meses. Análises foram realizados ao longo do tempo para verificar a quantidade liberada de nutrientes, a taxa de decomposição e contribuição para as frações da matéria orgânica do solo. A caraterização da MOS foi feita por fracionamento físico, determinando-se as fracções MOP e MOAM. A partir destas, foi feita a determinação dos teores de C, N, razão C/N e DSC. Para caracterizar bioquimicamente a MOS presente nessas frações e na vegetação, foi realizada análise de termoquimólise com identificação dos compostos por GC/MS com objetivo de analisar se há correlação entre a composição desses vegetais e a composição bioquímica da MOS. Em vinte anos de transição o agricultor alcançou um nível considerado de sucesso no processo de conservação de agroecossistemas, pois trabalha potencializando os processos ecológicos, não dependendo em nenhum momento de insumos externos e principalmente a partir da mão de obra familiar. A análise revelou uma maior liberação de nutrientes em solos de 0-20cm, influenciada pelo tempo de incubação e composição dos resíduos. Variações na saturação de carbono afetaram apenas a liberação de nitrogênio. Amendoim forrageiro e bananeira contribuíram significativamente para a mineralização de N, P, K e Ca, enquanto o tambu se destacou para Mg. A serapilheira mostrou menor mineralização, indicando possível imobilização de nutrientes. Solos sem resíduos apresentaram redução nos teores de C-MOP, C-MOAM e N-MOP. Nas áreas de Agricultura Natural com maior tempo de manejo (9 e 5 anos), os teores de C-MOP, C-MOAM, N-MOP e N-MOAM na entrelinha assemelham-se à vegetação natural. A entrelinha é comumente usada para manejo de resíduos, exceto no talhão Araras (1 ano), onde são aplicados diretamente na linha. Essa diferença reflete-se na composição molecular da matéria orgânica, indicando que os compostos nas áreas mais cultivadas se aproximam mais da vegetação natural. Palavras-chave: Agroecologia. Ciclagem de nutrientes. Decomposição. Manejo de resíduos. TMAH-GC-MS.
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    Microbiota solubilizadora de fosfato em solo de cafezal agroflorestal cultivado sob os princípios da agricultura natural
    (Universidade Federal de Viçosa, 2023-04-03) Souza, Inácio Gonçalves de; Cardoso, Irene Maria; Costa, Maurício Dutra
    Os sistemas agroflorestais (SAFs) manejados sob os princípios da agricultura natural, possuírem alta diversidade de plantas e não utilizarem agrotóxicos e adubos químicos ou orgânicos. Assim os SAFs favorecerem os organismos do solo, agentes importantes na disponibilização de fósforo (P) em solos tropicais. Objetivou-se analisar modificações na dinâmica do P provocadas pela microbiota do solo de um cafezal agroflorestal cultivado sob os princípios da agricultura. Especificamente, objetivou-se caracterizar quimicamente o solo; identificar e analisar os pools de P; avaliar o potencial de solubilização de P dos microrganismos do solo; quantificar os fungos e bactérias totais e solubilizadores de P presentes no solo; e quantificar a atividade de fosfatases no solo. Realizou-se revisão bibliográfica sobre fósforo, agroecologia e agricultura natural e analisou-se solos de uma mata nativa e de cafezais localizados em Araponga, Minas Gerais, sob diferentes manejos: SAF manejado sob os princípios da agricultura natural, SAF com adubação orgânica e cafezal a pleno sol com manejo convencional (uso de adubos químicos e agrotóxicos). Os solos das áreas estudadas foram amostrados à profundidade de 0-5 cm. Determinou-se o pH em H2O, a acidez potencial, os teores de K, Ca, Mg, Al e P, a capacidade de troca catiônica total e efetiva, a saturação por bases e por alumínio e a matéria orgânica. O fracionamento de P foi feito, obtendo-se P solúvel, P lábil, P inorgânico e P orgânico moderadamente lábeis, P extraído com HCl, P ocluso e P total. Analisou-se o potencial de solubilização de P através da incubação de solo com fosfato natural; a quantificação dos fungos e bactérias totais e solubilizadores de fosfato a partir da incubação de placas com solo; e as fosfatases ácidas e alcalinas, feita a partir da quantificação de p-nitrofenol liberado pela atividade de fosfatases. Os dados foram submetidos à Análise de Variância e comparados por teste Tukey a 10%. Os resultados indicam que o SAF orgânico apresentou os maiores valores de P em formas lábeis e moderadamente lábeis, maior P total, menor P ocluso, o segundo maior potencial de solubilização de fosfato e a maior porcentagem de bactérias solubilizadoras. A mata e o SAF orgânico apresentaram o maior teor de matéria orgânica, mas a mata apresentou baixos teores de nutrientes disponíveis, baixo pH e acidez potencial elevada, além de maior potencial de solubilização de fosfato e maior porcentagem de fungos solubilizadores. SAF natural apresentou atributos químicos do solo similares ao sistema convencional, com exceção da porcentagem de saturação por bases, que foi superior; menor potencial de solubilização de fosfato; baixo teor de P e maior atividade de fosfatases ácidas e alcalinas, indicando a importância do P orgânico para as plantas nessa área. A adubação com esterco animal, o aporte de materiais de podas e o consórcio com árvores podem ter contribuído para os bons indicadores químicos de qualidade do solo avaliados em SAF orgânico. O aporte constante de materiais lábeis e pouco lábeis no SAF natural resultou em maior atividade de fosfatases e em condições de solo similares ou superiores ao convencional à pleno sol. Embora o SAF natural apresente baixos teores de P, as plantas de café não apresentaram sintomas de deficiência nutricional e são produtivas, o que sugere que os microrganismos do solo funcionaram como "by-pass" e podem ter fornecido o P diretamente para as plantas e que as plantas ciclaram o P de camadas mais profundas do solo, deixando-o disponível nas camadas superficiais na forma de P orgânico, não quantificável pelo método Mehlich-1. Portanto o manejo de cafezais em sistema agroflorestal com adubação orgânica ou natural favoreceram a fertilidade do solo. O aporte de adubação orgânica de origem animal (SAF orgânico) favoreceu a disponibilidade de fósforo, os microrganismos solubilizadores de fosfato, em especial as bactérias, e o potencial de solubilização de fosfato pela microbiota do solo, enquanto o aporte de resíduos vegetais no SAF natural favoreceu a ação das fosfatases ácidas e alcalinas e possibilitou solos de qualidade semelhantes ou melhores do que os solos manejados com insumos químicos. Assim, com o sistema de produção de café natural, além dos benefícios ambientais, o agricultor tem menos custos com insumos externos e maior valor agregado no café, que é reconhecido pela alta qualidade. Palavras-chave: Manejo agroecológico. Sistemas agroflorestais. Fracionamento de fósforo. Agricultura orgânica. Microbiota solubilizadora de fosfato. Atividade de fosfatases.
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    Levantamento da mirmecofauna de solo (Hymenoptera, Formicidae) em cultivo orgânico de café (Coffea arabica)
    (Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz” - Universidade de São Paulo, 2009) Spolidoro, Mateus Varajão; Berti Filho, Evoneo
    A preocupação com novos conceitos de produção é importante devido às mudanças observadas no mundo. Para isto, o conhecimento da diversidade dos ambientes se torna uma ferramenta de comparação entre diferentes ambientes, sendo onde se encaixa o uso das formigas como bioindicadoras, pela sua fácil coleta e identificação. O objetivo deste projeto foi identificar as espécies da família Formicidae (Hymenoptera), presentes no solo em cultivo orgânico de café (Coffea arabica), com a finalidade de determinar a riqueza e a diversidade de espécies, e as espécies que possam ser consideradas bioindicadoras dentro deste sistema. Os experimentos foram desenvolvidos em área de plantio do sistema de cultivo orgânico de café (Coffea arabica) no município de Dois Córregos, SP, em dois períodos distintos do ano: chuvoso (fevereiro/2008) coleta I e seco (julho/2008) coleta II. A coleta da mirmecofauna foi realizada utilizando-se dois tipos de armadilhas a de solo “Pitfall” e a do tipo “Winkler”. Posteriormente o material foi triado e identificado. As áreas de café foram separadas em duas a pleno sol e sombreada. Foram coletados 7101 espécimes distribuidos em 38 espécies. Poucas espécies foram constantes e freqüentes ao longo do estudo. Com relação ao índice de diversidade apenas dois pontos se destacaram ao longo do estudo na coleta I a pleno sol e na coleta II na sombra, de acordo com os índices de Shanon-Wiener e Simpson. O único ponto que teve maior dominância foi na coleta I a pleno sol. Através da análise de agrupamento dois grupos distintos foram formados a partir dos tipos de armadilha utilizados. Linepthema humile foi considerada como espécie bioindicadora para o cultivo orgânico de café.
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    Planejamento da conversão do café convencional para o orgânico: um estudo de caso
    (Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz” - Universidade de São Paulo, 2012) Oliveira, Renato Alves de; Caixeta Filho, José Vicente
    A Agricultura Orgânica oferece, ao mercado consumidor, produtos isentos de agentes químicos. Os produtores que fazem uso do sistema convencional e estiverem interessados em adotar a tecnologia orgânica de produção deverão se credenciar junto ao Ministério da Agricultura através de uma certificadora de produtos orgânicos. A certificação pode ser por auditoria ou participativa, mas para recebê-la o agropecuarista deve seguir as normas e procedimentos estabelecidos pela legislação brasileira de produtos orgânicos. Um dos procedimentos é o processo de conversão ou transição, pelo qual a atividade agrícola em manejo convencional muda para o manejo orgânico. O tempo de transição pode variar de 12 a 18 meses, no mínimo, de acordo com a espécie vegetal ou animal e pelo histórico da unidade produtiva. No caso do café, a conversão do sistema convencional para o orgânico pode trazer consigo, entre outros benefícios, a independência de insumos externos, menor risco para a saúde e pode proporcionar maior lucro ao produtor. Esta pesquisa tem como objetivo desenvolver um planejamento de produção do café para o processo de conversão da técnica convencional para a orgânica no Sítio Terra Verde em Espírito Santo do Pinhal no estado de São Paulo. Utilizou-se a metodologia de programação linear para maximizar o lucro e minimizar o custo de produção do café em seis cenários. O plano de conversão foi de oito anos, respeitando a bienalidade do cafeeiro, passando por três fases de manejo: substituição de insumos, conversão e produção orgânica. Foram realizadas três análises sobre o planejamento de conversão. Os resultados da primeira análise mostraram que a adoção da técnica orgânica proporcionou ao cafeicultor lucros superiores aos do sistema convencional no final do período de conversão, quando ocorre aumento sobre o preço da saca. Os cenários da segunda análise identificaram uma situação de prejuízo ao cafeicultor no 4o ano do planejamento e uma condição econômica desvantajosa em relação ao sistema convencional, pois o lucro geral foi inferior, devido à redução da produtividade até o final da conversão. A terceira análise apresentou uma situação em que o produtor não recebe o incremento sobre o preço da saca de café quando em manejo orgânico, o que levou à obtenção de resultado desvantajoso ao produtor, no qual o lucro geral do sistema orgânico foi muito baixo em relação ao do sistema convencional. Conclui-se que especificamente para o Sítio Terra Verde, pode ser economicamente viável a adoção da produção orgânica na cultura do café, mas é com extrema dependência do diferencial do preço entre os sistemas convencional e orgânico.
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    Sustentabilidade de sistemas de produção de café sombreado orgânico e convencional
    (Universidade de São Paulo, 2009) Moreira, Cassio Franco; Fernandes, Elisabete A. De Nadai
    Produzido em mais de 60 países e movimentando anualmente US$ 70 bilhões, o café é a segunda commodity mais comercializada no mundo, atrás somente do petróleo. É também, depois da água, a bebida mais popular, com consumo mundial anual superior a 400 bilhões de xícaras. O mercado internacional de cafés especiais, como orgânicos, sombreados, gourmets e socialmente justos cresce 12% ao ano, gerando oportunidades para produtores de café do mundo todo. Apesar de o Brasil ser o maior produtor e exportador mundial de café, com 38 milhões de sacas de 60 kg produzidas e 26 milhões de sacas exportadas na média dos anos de 2003 a 2007, sua produção de café sombreado e orgânico é reduzida. O cultivo sombreado predomina na maioria dos países enquanto o Brasil é caracterizado por áreas de monocultivo a pleno sol. Assim, grande parte da produção brasileira de café é originada de sistemas com pouca biodiversidade, contrapondo-se à crescente preocupação mundial com o meio ambiente e a qualidade de vida. Sistemas sombreados de café aumentam a biodiversidade nas propriedades e contribuem para a mitigação do aquecimento global, além de apresentarem vantagens técnicas potenciais como menor pressão de pragas e doenças e melhoria das condições hídricas e térmicas locais. A discussão sobre cultivo sombreado versus a pleno sol já se desenvolve há mais de um século, contudo, até hoje, o assunto permanece controverso. Portanto, a pesquisa nacional deve avaliar cientificamente diferentes sistemas de produção de café, obtendo informações qualitativas e quantitativas, visando sustentabilidade e ganho de competitividade do produto brasileiro. A hipótese do trabalho é que o sombreamento do cafeeiro com uma espécie caducifólia no período de dias curtos, secos e frios, não reduz a produtividade em relação ao cafeeiro a pleno sol nesta região do país, além de promover maior ciclagem de nutrientes no sistema e melhor qualidade de grãos. O objetivo deste trabalho é verificar se o cultivo de café arábica, orgânico e convencional, sombreado com a espécie Platycyamus regnellii, leguminosa, nativa, caducifólia no período de dias curtos, no sul do Estado de Minas Gerais, resulta em vantagens técnicas. Os experimentos foram instalados no município de Machado, sul do Estado de Minas Gerais, em fazendas com distintos sistemas de produção, orgânico e convencional, em lavouras de café arábica variedade Catuaí Amarelo, espaçamento de 3,5 m x 1,5 m e idade de 17 anos. Parcelas dos tratamentos sombreado e a pleno sol foram implantadas em cada sistema, sendo o sombreamento proporcionado por indivíduos arbóreos adultos da espécie leguminosa Platycyamus regnellii, localmente chamada “Pau Pereira”. Avaliaram-se produtividade do cafeeiro, características químicas de solo, folhas e grãos, qualidade dos grãos de café produzidos (bebida, tipo e tamanho) e radiação solar incidente no solo. A ciclagem de nutrientes proporcionada pela queda de folhas da espécie arbórea também é ponto importante do trabalho. Resultados mostraram que além de produzirem quantidade de café similar aos tratamentos a pleno sol, os tratamentos sombreados apresentaram, em geral, teores mais elevados de nutrientes nos solos, folhas e grãos além de melhor qualidade dos grãos, concluindo-se que o sistema sombreado é tecnicamente mais sustentável. Devido ao crescimento de diferentes certificações na cafeicultura, foram também avaliadas as principais certificações de café no Brasil objetivando fornecer informações aos produtores e consumidores.
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    Estado da arte em agroecologia e suas relações com experiências no sul de Minas Gerais
    (Universidade Federal de Lavras, 2014-10-24) Xavier, João Barcellos; Resende, Luciane Vilela
    O presente trabalho procurou identificar inovações tecnológicas no campo da agroecologia, com base em trabalhos científicos globais e as suas relações com as experiências agroecológicas do Sul de Minas Gerais. Foi realizada pesquisa bibliográfica e bibliométrica abrangendo estudos científicos globais sobre agroecologia, levando a uma reflexão sobre os seus conceitos, tendências e técnicas. Para isso, foi realizado uma busca nas bases de periódicos SciVerse Scopus, Web of Science e Scielo. Foi sistematizado o estado da arte em agroecologia e agricultura orgânica. Ao mesmo tempo foi feita uma pesquisa ao nível de campo como um estudo de caso, caracterizando e mapeando as experiências agroecológicas do Sul de Minas Gerais. Foram realizadas entrevistas com questionários semiestruturados e visitas às organizações e aos agricultores envolvidos com agroecologia na região. Desta forma, foi efetivada uma investigação das técnicas e inovações de manejo e de produção dos agricultores locais. Portanto, foram sistematizados os possíveis pontos-chave para o desenvolvimento da ciência e das experiências da região. Foram contabilizados 4.739 registros de documentos científicos, abrangendo todos os anos desde 1958 até o dia 31 de dezembro de 2013. Foi feito um refinamento dos dados, retirando as referências duplicadas e dividindo posteriormente em categorias e subcategorias para a sistematização do conhecimento agroecológico.Após analisar estes documentos, foram confeccionados gráficos e tabelas representando as características da agroecologia e da agricultura orgânica como ciência.As organizações ecológicas do Sul de Minas demonstraram-se abertas ao diálogo com a agroecologia, tendo importante papel na construção do debate agroecológico na região. Com a junção dos conhecimentos científico e prático dos agricultores, tornou-se possível relacionar as formas de conhecimento. Foram identificadas técnicas e inovações em agroecologia, obtendo-se uma alta relação entre os conhecimentos científicos e a prática local dos agricultores agroecológicos do Sul de Minas Gerais.
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    Caracterização de sistemas orgânicos de produção de café utilizados por agricultores familiares em Poço Fundo-MG
    (Universidade Federal de Lavras, 2003-08-13) Martins, Márcia; Mendes, Antônio Nazareno Guimarães
    Objetivando a caracterização de três agroecossistemas de produção de café orgânico, avaliaram-se as propriedades químicas, físicas e microbiológicas do solo, incidência de pragas e doenças, nutrição das plantas e produtividade. Os agroecossistemas, conduzidos por agricultores familiares, situam-se em Poço Fundo-MG. Esta pesquisa foi conduzida por dois anos, sendo as amostras de solo e folha coletadas nos períodos chuvoso e seco e a determinação da incidência de pragas e doenças, a partir de levantamentos mensais. Utilizou-se o delineamento inteiramente casualizado com três repetições para cada amostra de solo e folha. A amostragem de solo foi realizada em três profundidades (0-10, 10-20 e 20-40 cm) para levantamento das propriedades físicas e químicas e a 0- 10 cm para as microbiológicas. A proposta desta pesquisa foi de caracterizar esses agroecossistemas sem interferir na sua forma de manejo, priorizando consolidar o conhecimento local na lógica do sistema de produção. Observou-se que os agroecossistemas apresentaram boa estruturação do solo, provavelmente devido à não mecanização das áreas e à constante reposição de matéria orgânica ao solo. Em relação às propriedades químicas do solo e à nutrição dos cafeeiros pode-se observar que mesmo quando determinados nutrientes do solo apresentaram-se fora do nível adequado para a cultura, a nutrição vegetal estava adequada, como por exemplo, para o B, Ca, Cu, Fe, Mg, Mn, S e Zn. O teor de P, a 0-10 cm no solo, apresentou-se dentro do nível adequado para a cultura, estando abaixo deste nas profundidades 10-20 e 20-40 cm, porém os teores foliares desse nutriente apresentaram-se acima do nível considerado adequado. O teor de K, tanto nas três profundidades do solo quanto nas folhas, apresentou- se abaixo do recomendado. A matéria orgânica do solo apresentou teor médio nas profundidades 0-10 e 10-20 cm e, praticamente, teores baixos na profundidade 20-40 cm. O teor de N foliar manteve-se dentro do nível de adequação. A biomassa de carbono e a taxa de colonização micorrízica não apresentaram diferenças significativas entre os agroecossistemas. Quanto à respiração do solo, pode-se constatar que o agroecossistema III apresentou maior atividade microbiana. Em relação aos fungos micorrízicos arbusculares identificados, observou-se maior freqüência dos gêneros Glomus e Paraglomus nos agroecossistemas, sendo que o gênero Acaulospora apresentou maior incidência no agroecossistema II. A infestação por bicho-mineiro ultrapassou 20% no terço superior (principalmente no período seco). A infestação por broca atingiu o nível de dano somente no agroecossistema I em 2001 e no agroecossistema III em 2002. A ferrugem no agroecossistema III não atingiu nível de dano devido à tolerância da cultivar (‘Icatu Amarelo’) à infecção por esse fungo. Porém nos agroecossistemas I e II (‘Catuaí Vermelho’) a infecção na lavoura atingiu elevados níveis. A infecção por cercóspora em folhas e frutos atingiu níveis elevados (período seco) em todos os agroecossistemas. A produtividade do agroecossistema I em 2001 foi de 8,5 sc/ha e em 2002 de 39,0 sc/ha, no agroecossistema II em 2001 foi de 7,0 sc/ha e em 2002 de 21,5 sc/ha e no agroecossistema III foi praticamente zero em 2001 e em 2002 de 33,5 sc/ha.
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    Transição do manejo de lavoura cafeeira do sistema convencional para o orgânico
    (Universidade Federal de Lavras, 2006-07-07) Theodoro, Vanessa Cristina de Almeida; Mendes, Antônio Nazareno Guimarães
    O contundente processo modernizador da agricultura brasileira gerou impactos ambientais e transformações sociais em magnitudes tão amplas que, por si só, justificam estudos voltados para novas tecnologias emergentes como a agricultura orgânica. Já existe um acervo de experiências práticas de transição agroecológica bem sucedidas, em particular para a cultura do cafeeiro (Coffea arabica L.), em pequenas propriedades na região sul de Minas Gerais que inspiraram essa pesquisa. Empregou-se o delineamento látice balanceado 4x4 com cinco repetições em esquema fatorial 3x2x2 mais quatro tratamentos adicionais. Foram utilizadas três fontes de matéria orgânica (farelo de mamona, esterco bovino e cama de aviário), com e sem palha de café fermentada, com e sem a adubação verde com feijão-guandu (Cajanus cajan L.) nas entrelinhas do cafeeiro e pulverizações com o biofertilizante supermagro. O manejo convencional constou da aplicação de sulfato de amônio e o cloreto de potássio e de adubação foliar convencional. O manejo orgânico adotado é eficiente no fornecimento de N, P, K, S, Ca, Mg, Mn, B, Zn, Cu e Fe ao cafeeiro em produção. O farelo de mamona promove um menor acúmulo de açúcares solúveis totais na folha, o que possivelmente concorre para um aumento da resistência da planta ao ataque do bicho mineiro (Leucoptera coffeella). Os tratamentos de manejo orgânico apresentam produtividade similar à testemunha convencional, devido à existência de reservas de nutrientes no solo. Não há diferença na biomassa microbiana, em função dos manejos orgânico e convencional, entretanto nos tratamentos de manejo orgânico é maior a diversidade biológica das populações de fungos micorrízicos arbusculares.
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    Caracterização de sistemas de café orgânico sombreado e a pleno sol no sul de Minas Gerais
    (Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz - Universidade de São Paulo, 2003) Moreira, Cássio Franco; Fernandes, Elisabete A. de Nadai
    O consumo e o mercado de cafés especiais, como orgânicos, gourmets e socialmente justos, cresce no mundo todo oferecendo preços atraentes para o produtor, enquanto o mercado de cafés commodity encontra grande oferta e preços muito baixos. A produção orgânica revela-se como alternativa ambiental, social e econômica, pois não contamina o meio ambiente e nem as pessoas direta e indiretamente envolvidas, além de agregar mais valor ao produto final. Apesar de o Brasil ser o maior produtor mundial de café, com aproximadamente 45 milhões de sacas em 2002, a produção de café orgânico foi aproximadamente de 70 mil sacas, de acordo com a ACOB (Associação de Cafeicultura Orgânica do Brasil). O México é o maior produtor mundial de café orgânico, com aproximadamente 500 mil sacas em 2002, sendo a maioria proveniente de sistemas sombreados de café. A cafeicultura nacional caracteriza-se por extensas áreas de monocultivo a pleno sol, desconsiderando o fato do café ser uma espécie originária de florestas caducifólias da Etiópia. A produção de café orgânico brasileira também é, em sua maioria, a pleno sol, com pouca biodiversidade e grande input ao sistema. Países produtores de café orgânico em sistemas sombreados e consumidores criticam a ausência de biodiversidade do sistema brasileiro. Portanto, a pesquisa nacional deve avaliarix cientificamente diferentes manejos de café orgânico, obtendo informações quantitativas e qualitativas, visando a sustentabilidade sócio-ambiental e ganho de competitividade internacional do produto brasileiro neste nicho de mercado. Na busca de parâmetros que permitam a caracterização do sistema sombreado e do sistema a pleno sol de café orgânico, a composição química elementar avaliada em elevado nível metrológico é uma ferramenta potencial. Esta alta confiabilidade metrológica pode ser obtida através da análise por ativação neutrônica instrumental (INAA). Para a caracterização destes sistemas de produção de café orgânico, vários elementos químicos foram quantificados por INAA em grãos e folhas de café Coffea arabica, variedade Mundo Novo, e nos solos de ambos os sistemas - café sombreado por árvore leguminosa Platycyamus regnellii e café a pleno sol, na fazenda Jacarandá, Machado, Minas Gerais. Foram também avaliados os parâmetros de produtividade, fertilidade do solo, nutrição vegetal e qualidade do café. Os resultados indicam uma perspectiva positiva para a discriminação dos dois sistemas de produção utilizando-se da composição química elementar determinada por INAA. As avaliações demonstram uma tendência à superioridade do sistema sombreado, principalmen te quanto às maiores concentrações de potássio encontrados em grãos, folhas e solo, que podem ter propiciado uma melhor qualidade do café deste sistema.
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    Disposição a pagar pelo café orgânico: um estudo no município de São Paulo
    (Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz” - Universidade São Paulo, 2006) Cunha, Christiano França da; Shitora, Ricardo
    O objetivo principal da presente pesquisa foi estimar a Disposição a Pagar (DAP) do consumidor do município de São Paulo (SP) pelo café orgânico. O método utilizado foi de valoração contingente, adotando-se o modelo de referendo com distribuição de probabilidade logística. O levantamento de dados foi realizado no período de 22 de setembro à 2 de outubro de 2006, realizando-se 498 entrevistas, as quais foram aproveitadas 478. Foram feitas duas amostras distintas: uma para o município de São Paulo, com a execução de 400 entrevistas e aproveitamento de 384, e uma para a feira orgânica (AAO), com a realização de 98 entrevistas e aproveitamento de 94. O valor médio da Disposição a Pagar para a amostra do município de São Paulo foi de R$ 7,69 ( para renda declarada) e R$ 7,69 (para renda estimada pelo IBOPE). Estes valores para a amostra da feira orgânica foram R$ 9,81 (com renda declarada) e R$ 9,81 (com a renda estimada). Com estes valores é possível determinar ou refinar melhor a viabilidade econômica da conversão do café convencional para orgânico, além de poder ser utilizado como instrumento para melhorar as políticas públicas neste setor. O estudo também levantou alguns motivos para o não aceite ao pagamento. O valor elevado sugerido em alguns questionários se destaca como o principal motivo para este não pagamento.