Teses e Dissertações

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    Qualidade de serviços : um estudo multicaso nas cafeterias independentes da cidade de São Paulo
    (UNB - Universidade de Brasília, 2019-02-27) Sampaio, Edilene; Carvalho, José Márcio
    Durante anos o café tem movimentado a economia brasileira e gerado renda em diversas escalas da cadeia. Assim, há alguns anos o Brasil tem sustentado o título de maior produtor, exportador e segundo maior consumidor de café do mundo. Neste contexto, a cafeicultura brasileira passou por algumas transformações com intuito de buscar a valorização da qualidade e a diferenciação dos grãos, exigindo conhecimentos sobre a origem e preparo da bebida. Neste período surgiu as cafeterias independentes de alta qualidade, que além de ofertar a bebida, proporcionam benefícios e interação social e cultural. Diante disso, o objetivo desta dissertação é analisar as operações de serviços de qualidade que são predominantes entre as cafeterias independentes de cafés especiais da cidade de São Paulo. A pesquisa proposta caracteriza-se como inovadora, uma vez que, de acordo com a pesquisa exploratória, não existe nenhum outro estudo com a mesma temática. Deste modo, esta pesquisa caracteriza-se como descritiva e exploratória e faz uso de recursos de pesquisas quantitativas e qualitativas. Foram realizados também um levantamento de fontes secundárias na literatura a respeito dos aspectos sobre os cafés especiais, sua estrutura e dinamismo de funcionamento, e também caracterizou os termos, conceitos e principais discussões científicas relativas a gestão de operações de serviços e gestão total da qualidade no setor de serviços. Como método de pesquisa, aplicou-se 25 entrevistas semiestruturadas devidamente adaptadas à realidade das cafeterias da cidade de São Paulo, a maior cidade do Brasil, cosmopolita de importância econômica. Após o levantamento dos dados, promoveu-se uma triangulação entre os resultados do roteiro de entrevista e os roteiros de observação presencial e na internet que resultou na identificação e caracterização das operações de serviços que são predominantes entre as cafeterias independentes de cafés especiais da cidade de São Paulo. Os resultados indicam que elas procuram se diferenciar da concorrência a partir da qualidade dos grãos e principalmente pelos serviços ofertados. Além disso, entendem a qualidade como algo a ser constantemente buscado nos processos operacionais diários, seja na extração da bebida, na harmonização, no atendimento ou mesmo na estruturação de um ambiente físico que contribua para que os clientes tenham uma melhor experiência e desenvolvam uma relação de fidelidade com a cafeteria.
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    Análise comparativa da eficiência na produção de café entre as principais regiões brasileiras
    (Universidade Federal de Lavras, 2023-02-16) Melo, Gustavo Alves de; Castro Júnior, Luiz Gonzaga de; Peixoto, Maria Gabriela Mendonça
    O agronegócio representa um dos pilares da economia brasileira, de modo que o café é um produto que contribui com grande expressividade para o bom desempenho do setor. A produção de café no Brasil se divide em dois tipos, o Arábica e o Conilon. Na produção do café Arábica se destaca as regiões de Minas Gerais, Espírito Santo, Paraná, São Paulo e Bahia, já no Conilon se destaca as regiões de Rondônia, Bahia e Espírito Santo. Todavia, o cenário de produção tem sofrido mudanças nos últimos anos, acompanhando os impactos decorrentes de eventos climáticos indesejáveis. Frente a isso, o objetivo desta dissertação foi avaliar o desempenho das principais regiões produtoras de cafés Arábica e Conilon do Brasil nos anos safra de 2018-2019 e 2020-2021, através da aplicação das técnicas Análise de Componentes Principais (PCA) e Análise Envoltória de Dados (DEA). Para tanto, o estudo prezou pela utilização de uma abordagem híbrida, com a utilização de técnicas quantitativas e análises qualitativas complementares. O estudo também apresentou um caráter descritivo e seguiu a lógica indutiva. O horizonte de realização deste foi de 12 meses para a integralização de todas as etapas metodológicas. Logo, os resultados apontaram para o ano safra 2018-2019, a presença de 4 inputs (Qtd_M, Tam_prop, Agua_cons e Area_cafe) e 1 output (Rend_prop) e 21 inliers no conjunto amostral. Já para o ano safra 2020-2021 foram considerados 3 inputs (Area_cafe, Cred_financ e QtdInsum_prod) e 3 outputs (AdOrgan_prod, Rend_prop e Rend_tec) e 23 inliers. Em relação às eficiências, foram identificados 6 produtores ineficientes para 2018-2019 e 9 para 2020-2021. As variáveis Qtd¬_M e Rend¬_prop foram mais impactantes para a eficiência em 2018-2019, já para 2020-2021 as variáveis Cred_financ, QtdInsum_prod, Rend_tec e AdOrgan_prod foram mais impactantes. Se tratando das limitações existentes, estas estiveram relacionadas ao pesquisador na escolha de etapas metodológicas para o melhor ajuste e apresentação de resultados, a utilização de uma base estritamente financeira para complementar a coleta de dados referente ao projeto Campo Futuro do CIM/UFLA e à restrição metodológica de que o número de DMUs deve ser três vezes superior que o número de variaveis originais selecionadas para a aplicação da técnica DEA. A fim de propor uma agenda de estudos futuros, sugere-se a replicação deste estudo para outras culturas, a ampliação do conjunto amostral a fim de aumentar a quantidade de variáveis originais consideradas, a aplicação e combinação de novas técnicas como a Modelagem de Equações Estruturais (MEE), bem como um estudo mais detalhado sobre a eficiência de cada região produtora e seus respectivos benchmarkings.
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    Adoção de práticas sustentáveis por cafeicultores do sul de Minas Gerais para atender exigências de cadeias de suprimentos
    (Universidade Federal de Lavras, 2022-03-16) Reis, Nilmar Diogo dos; Castro Junior, Luiz Gonzaga de
    Nos últimos anos, o interesse sobre a temática das cadeias de suprimentos tem aumentado significativamente, e questões de práticas sustentáveis têm acompanhado essa expressiva atenção, seja na área acadêmica, seja no setor privado. Dessa maneira, as cadeias de suprimentos sustentáveis (Sustainable Supply Chain Management – SSCM) tornaram-se indispensáveis para as tomadas de decisões das organizações e também de ações governamentais. Às preocupações no que tange às práticas sustentáveis têm, originalmente, destacado, sobremaneira, nas organizações ao redor do mundo, porém, a corresponsabilidade entre os agentes da cadeia de suprimentos passou ser mais evidente e necessária, obrigando que as ações sustentáveis passassem a ser introduzidas e realizadas de forma otimizada. Uma vez que, se um agente da cadeia age de forma dissonante às práticas sustentáveis ante os demais, todo o processo produtivo, ao longo da cadeia, poderá ser comprometido. Embora estudos, no que concerne às cadeias de suprimentos, assim como os sobre SSCM’s tenham adquirido notoriedade nos últimos anos, pouco se tem sobre as percepções das práticas sustentáveis dos cafeicultores. Pretende-se, então, com este trabalho, preencher essa lacuna e captar as perspectivas dos cafeicultores da região do Sul de Minas Gerais, a fim de entender como os cafeicultores praticam práticas sustentáveis requisitadas pela SSCM. Por meio da abordagem da Economia dos Custos de Transação (ECT), as análises foram realizadas para se obter um panorama das práticas sustentáveis realizadas pelos cafeicultores. Neste trabalho, pautou-se analisar, em sua primeira parte, o aspecto dos estudos voltadas para a cadeia de suprimentos sustentáveis, por meio de análise documental e bibliométrico. Na segunda parte, foram realizadas entrevistas com quatro cafeicultores da região do Sul de Minas Gerais a fim de compreender como e por que, eles, cafeicultores, buscam agir de forma sustentável dentro da cadeia cafeeira. Os resultados encontrados foram que há uma considerável lacuna entre os estudos que buscam entender os cafeicultores dentro da cadeia de suprimentos e os que estudam as organizações e que, quando se trata de práticas sustentáveis, há mais estudos que focam nas organizações e stakeholders do que nos próprios cafeicultores. Quando entrevistados, percebeuse que há entre os cafeicultores uma assimetria informal considerável no que tange os conceitos do que são as cadeias de suprimentos, as práticas sustentáveis e oportunidades de novos negócios, embora tenham ciência e pratiquem o manejo de formas sustentáveis em suas propriedades. Por fim, notou-se que, embora não haja um consenso/ entendimento de onde advêm as motivações em agir de forma sustentável, foi possível concluir que, entre todos os entrevistados, é uníssono que as certificações tenham um papel vital, para que os cafeicultores passem a conhecer e a adotar boas práticas de manejo, produção e até comercialização de seus cafés, de forma sustentável, garantindo assim, um café mais competitivo no mercado nacional e, sobretudo, no mercado internacional.
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    MULHERES DO CAFÉ: percepções sobre o crescimento das mulheres no agronegócio café
    (CENTRO UNIVERSITÁRIO DE SUL DE MINAS – UNIS/MG, 2019) Osório, Gabriela Luciano; Caldeira, Lúcio
    A participação das mulheres está aumentando cada vez mais no agronegócio café, tanto na lavoura quanto nas diferentes atividades do ramo, tais como, na gestão em propriedades, degustação e classificação, agronomia, pesquisa, barismo e na participação ativa em cooperativas e associações. Dentro deste contexto, esta monografia tem como objetivo verificar como as mulheres ligadas ao café percebem o crescimento feminino nos vários setores deste segmento. Para essa análise, foram feitas entrevistas com sete mulheres de diferentes áreas da cafeicultura de Varginha. Os nomes das entrevistadas não são divulgados devido acordo prévio. As entrevistas buscaram entender de perto a realidade de mulheres que vivem nesse mercado em que a maioria dos cargos ainda são ocupados por homens. Foi observado que as entrevistadas encontram algumas dificuldades em seus postos de trabalho por serem mulheres, mas que de acordo com as mesmas, as diferenças estão diminuindo ao passar dos anos. Também foi possível perceber um aumento importante no destaque da mulher na cafeicultura através de associações que buscam mostrar o trabalho feminino na lavoura e que ressaltam suas contribuições no desenvolvimento e na qualidade do café. Consequentemente, as mulheres que não são produtoras também tiveram um aumento na visibilidade e valorização profissional nos últimos anos, mesmo com muitos obstáculos que ainda encontram no mercado.
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    Novos instrumentos de financiamento do agronegócio brasileiro e uma análise das alternativas de investimentos para o CDA/WA
    (Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz” - Universidade de São Paulo, 2006) Silva, Gustavo de Souza e; Marques, Pedro Valentim
    O instrumento tradicional de financiamento é aquele utilizado pelo Sistema Nacional de Crédito Rural - SNCR e que possui como fonte o orçamento do governo, as exigibilidades bancárias, a poupança verde etc. Os instrumentos não tradicionais podem ser considerados os novos mecanismos com fonte de recursos privados e que pretendem substituir os instrumentos tradicionais no financiamento agropecuário. A Lei n o 11.076, de 30 de dezembro de 2004, oficializou cinco títulos de créditos que deverão ser utilizados pelos agentes do agronegócio para captarem recursos privados para o seu financiamento e aumentar o giro de capital dentro do próprio setor, além de dar nova redação à Lei n o 9.973, de 29 de maio de 2000, que dispõe sobre o sistema de armazenagem dos produtos agropecuários. Os novos instrumentos de financiamento do agronegócio são denominados de: Certificado de Depósito Agropecuário - CDA, Warrant Agropecuário - WA, Certificados de Direitos Creditórios do Agronegócio - CDCA, Letra de Crédito do Agronegócio - LCA e Certificado de Recebíveis do Agronegócio - CRA. O objetivo destes instrumentos é desvincular a concessão de crédito do sistema oficial e desenvolver um novo mecanismo de financiamento do agronegócio através de papéis lastreados em produtos depositados e títulos de dívidas agrícolas que deve ampliar o relacionamento entre o setor financeiro e o setor como um todo, devendo tornar o financiamento mais eficiente para o produtor e menos onerosos aos cofres públicos. Este trabalho define o cenário brasileiro onde estes novos títulos do agronegócio foram instituídos, apresenta as justificativas para a criação destes títulos e expõe os mecanismos atualmente utilizados pelo mercado para captar recursos da iniciativa privada, apresenta e discute a legislação desses novos instrumentos. E por último buscaram-se alternativas de investimento para estes papéis nos mercados físicos e futuros de seis produtos agrícolas de janeiro de 2005 a outubro de 2005: açúcar cristal, algodão, arroz, café arábica, milho e soja. Duas situações foram consideradas: especulações com o CDA e o WA, onde o investidor adquire o papel e especula com cada produto; e operação de spread, onde o investidor compra o CDA/WA (mercado físico) e trava o rendimento numa operação com o mercado futuro da Bolsa de Mercadorias & Futuros - BM&F, sem ficar exposto a variações de preço. No caso do arroz apenas a análise dos preços físicos foi elaborada devido à ausência do mercado futuro para este produto na BM&F. A partir disso, concluiu-se que a especulação com os produtos agrícolas não teve um bom resultado no período. Já as operações de spread do mercado futuro da BM&F com o CDA/WA ofereceram boas oportunidades de rentabilidade ao investidor que conseguiu captar o momento correto para a operação.
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    Fatores de sucesso da parceria entre exportadores e produtores agrícolas de cafés especiais da região Mantiqueira de Minas
    (Faculdade de Agronomia e Medicina Veterinária - Universidade de Brasília, 2018-02-26) Dib, Anderson Jorge; Carvalho, José Márcio
    Com a crescente competição no mundo dos negócios, cada vez mais globalizado e levando-se em conta as constantes mudanças no padrão de consumo, a formação de parcerias estratégicas entre compradores e fornecedores, tornou-se uma importante alternativa estratégica. Neste contexto complexo, as organizações buscam obter vantagens competitivas a fim de conquistar mercados internacionais. Embora haja na literatura uma ampla gama de estudos para o setor industrial sobre os estágios da formação de parcerias estratégicas, como são desenvolvidas, tipos, características, fatores de sucesso da parceria, motivos para se formar parcerias estratégicas e seus benefícios, a temática ainda é pouco explorada no contexto do agronegócio. Falta, portanto, uma melhor compreensão sobre quais fatores de sucesso estariam presentes na parceria entre exportadores e produtores agrícolas de cafés especiais. Neste sentido, esse estudo busca conciliar as preconizações sobre os fatores de sucesso em parcerias estratégicas entre compradores e fornecedores no contexto agrícola. Com base no modelo conceitual desenvolvido por Monczka et al. (1998) este trabalho abordará quais são os fatores de sucesso da parceria entre exportadores e produtores agrícolas de cafés especiais da região da Mantiqueira de Minas em quatro dimensões: (i) atributos da parceria; (ii) comportamento de comunicação; (iii) técnicas de resolução de conflitos; e, (iv) processo de seleção de produtos e fornecedores focados na estratégia de cadeia de suprimentos. Para tanto, serão utilizados, respectivamente, métodos de pesquisa quantitativos para produtores agrícolas (questionários) e qualitativos (entrevistas) para os exportadores. Como resultado dessa pesquisa, buscar-se-á evidenciar como as parcerias bem-sucedidas do agronegócio do café especial brasileiro estão relacionadas com cada um dos fatores constantes das quatro dimensões acima elencadas. As implicações do resultado desse estudo podem auxiliar na tomada de decisões estratégicas gerenciais e discussões no desenvolvimento e manutenção da relação de parceria colaborativa entre compradores e fornecedores do agronegócio.
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    Desenvolvimento territorial, história, cultura e tradição: os caminhos do café em Alto Paraíso (GO)
    (Faculdade de Agronomia e Medicina Veterinária - Universidade de Brasília, 2008-02-20) Campos, Jurema Iara; Valente, Ana Lúcia Eduardo Farah
    O presente estudo tem por objetivo analisar a forma como os habitantes de Alto Paraíso de Goiás estão buscando alternativas para a geração de renda e o desenvolvimento sustentável do município. Para isso, efetua a análise a partir da implantação, pela Embrapa, de um projeto específico, relativo ao resgate da cultura agrícola tradicional do café. O município faz parte da região da Chapada dos Veadeiros e possui trajetória de busca de atividades produtivas que agreguem renda para sua população. A partir da colonização no século XVIII, a mineração e as atividades agrícola e pecuária foram as que mais se desenvolveram na região até que sua vocação produtiva foi transformada, no início dos anos 1960, com a criação do parque Nacional da Chapada dos Veadeiros e a inauguração de Brasília, iniciando-se a exploração do turismo. A partir do ano 2000, o fluxo de turistas decaiu devido a problemas relativos à saúde pública, acarretando na região estagnação da economia local e escassez de recursos financeiros. A partir da conjuntura de diversificação do mercado, produtores familiares do município despertaram para a existência, em suas terras, de um café que pode ser comercializado em nichos de mercado de cafés especiais, tais como de orgânicos e de origem definida. E buscaram, na Embrapa, o desenvolvimento de projeto relativo à implantação de cafeicultura orgânica para a agricultura familiar. Essa pesquisa se apoiou na perspectiva técnico-metodológica da Antropologia, que tem como linhas condutoras a exigência do trabalho de campo e o estudo de caso. Os resultados revelaram que a partir do desvelamento de valores, representados pela história, cultura e as tradições da região, é possível estabelecer uma estratégia mais eficiente de busca de mercado para o café, a partir da experiência revelada no próprio trabalho concreto e na cultura dos produtores. E que o desenvolvimento rural da região deve ser buscado a partir do desenvolvimento de atividades da nova ruralidade e da aplicação de uma abordagem territorial de desenvolvimento, de forma a potencializar as habilidades locais por meio da integração dos municípios que compõem o território.
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    O Direct Trade no agronegócio café: uma perspectiva de seus agentes
    (Universidade Federal de Lavras, 2018-02-28) Reis, Nilmar Diogo dos; Castro Junior, Luiz Gonzaga de
    O agronegócio café apresenta inúmeros agentes que permeiam a cadeia produtiva. Nesta perspectiva, surgiu, recentemente, o Direct Trade como um modelo de negociação entre cafeicultor e torrefador/cafeterias, voltado mais especificamente à comercialização de cafés especiais, suprimindo os agentes intermediários em sua negociação. Pautado nos conceitos de “Ondas do Cafés”, o Direct Trade é amplamente usado, para aquisição de cafés com qualidade superior e visa proporcionar uma relação mútua entre os agentes da cadeia. Trabalhos voltados para esta temática têm apresentado um crescimento considerável dentro da academia, porém voltados mais para a qualidade e consumo dos grãos. Ao voltar-se, especificamente, para as ações de negociação dos cafés especiais entre esses agentes, incipientes estudos aparecem no rol acadêmico que busca vislumbrar as interações entre os cafeicultores e torrefadores. Desse modo, surgem indagações que nortearão a proposta deste trabalho e têm como objetivo analisar, por meio da teoria da Economia do Custos de Transação (ECT), quais premissas levam os cafeicultores, assim como os torrefadores e cafeterias, a atuarem via Direct Trade; analisar as características desses agentes, o modo que realizam suas transações, bem como o ambiente institucional em que ocorre a comercialização dos cafés especiais e, por fim, averiguar como as ações dos agentes impactam nos custos de transações e propor medidas de redução desses custos. Isto posto, a pesquisa foi desenvolvida em duas etapas: na primeira, fez-se uma pesquisa bibliográfica, em textos acadêmicos (e não acadêmicos também) e revisão de literatura sobre a teoria utilizada, a fim de consolidar os conceitos. Então, aprofundou-se, na segunda parte, que se constitui de entrevistas semiestruturadas com agentes da cadeia do agronegócio café que se utilizam do Direct Trade, para fazer suas transações – cafeicultores brasileiros; torrefadores e/ou cafeterias, tanto no Brasil como no exterior. Por entrevistas, a ETC corroborou no entendimento de que o Direct Trade é um modelo de negócio que visa minimizar os intermediários do café, mas apresenta perspectivas bem distintas entre os cafeicultores brasileiros quanto ao aspecto das torrefadoras e/ou cafeterias tanto no Brasil como no exterior. Embora o Direct Trade não seja uma certificação como o FairTrade, Rainforest Alliance, entre outras, observou-se também que, mesmo que as aquisições via Direct Trade não exijam, ou ocorram pelas certificadoras (Certificações), os cafeicultores, que melhoraram a qualidade de seus cafés, possuíam algum tipo de certificação, mas nem todo cafeicultor certificado atua no mercado de cafés especiais, ou sequer conhecem a qualidade do seus cafés, o que cria um ambiente institucional sem mudanças significativas, permeado com ações oportunistas de seus agentes pela racionalidade limitada arraigada aos moldes tradicionais de comercialização de cafés. A pesquisa identificou, também, que, mesmo sem os nexus de contratos firmados entre cafeicultores e torrefadoras e/ou cafeterias, foi possível obter altos valores pagos à saca de cafés especiais aos produtores, os quais têm robustecido a expansão da produção e venda de cafés especiais via Direct Trade tanto no mercado interno como no exterior.
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    Impacto gerado pela adoção da certificação fairtrade para produtores de café: uma análise sobre a ótica econômica e social
    (Universidade Federal de Lavras, 2018-04-08) Barros, Marina de; Castro Junior, Luiz Gonzaga de
    A produção de café tem um destaque muito importante na economia brasileira. Além disso, o consumo do produto, ao redor do mundo, tem um crescimento constante (mesmo que com taxas decrescentes). Por isso, há necessidade de olhar para essa produção com olhares cautelosos. Tendo em vista que grande parte da commodity produzida provém de pequenos produtores, eis que surge a preocupação social e econômica na vida dessas pessoas. De acordo com Polanyi (1944), após a Revolução Industrial e adoção do mercado autorregulável, os trabalhadores deixam sua cultura de lado e passam a ser parte do sistema através do capital econômico. Dessa forma, o intuito da economia deixa de ser subsistência e tem como objetivo o lucro. Por conseguinte, a sociedade começa a enfrentar níveis de pobreza, uma vez que essa passa a se polarizar. Entretanto, para todo movimento econômico de sucesso, Polanyi (1944) afirma existir um contramovimento de proteção social. É afirmado nessa pesquisa que, para a proteção dos pequenos produtores de café, foi criado o movimento (ou contramovimento capitalista) do comércio justo (FT). FT é uma certificação com intuito de proteger pequenos e médios produtores do sistema comercial convencional. Essa certificação diz abrigar diversos benefícios para a qualidade de vida de quem produz certificadamente. Porém, como objetivo desse trabalho, a dúvida é: qual o impacto social e econômico que a certificação FT traz na vida dos produtores de café? Para averiguar tal impacto, foi feito um estudo de caso com uma amostra de produtores da cooperativa COOPFAM (Cooperativa De Agricultores Familiares De Poço Fundo). Foram aplicados questionários (survey), além da pesquisa bibliográfica. Averiguou-se que o impacto da certificação FT na vida dessa amostra foi positivo, uma vez que houve o aumento da qualidade de vida, do café produzido e do desenvolvimento na comunidade.
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    Competitividade do agronegócio do café na região sul de Minas Gerais
    (Universidade Federal de Lavras, 1998-10-26) Silva, Sálvio de Macedo; Santos, Antônio Carlos dos
    Este trabalho teve como objetivo a análise dos fatores que determinam a competitividade do agribusíness do café na Região Sul do Estado de Minas Gerais. Para este estudo, utilizou-se o modelo denominado "Diamond*, descrito por Michael E. Porter (1993) como sendo um conjunto de quatro determinantes que concorrem para o desenvolvimento da competitividade internacional de determinada indústria: 1) condições de fatores; 2) condições de demanda; 3) competitividade das indústrias correlatas; 4) estratégia, estrutura e rivalidade das empresas. Além destes determinantes considerou-se a influência do acaso e do governo no desenvolvimento do agribusíness do café. Para a realização deste trabalho foram coletados dados em organizações produtivas dos setores de torrefação, exportação e cooperativas de produtores de café. Foram consultados bancos de dados de instituições governamentais e entidades de classe, bem como pesquisadores do agribusíness do café. Os resultados obtidos permitem afirmar que, na região sul de Minas Gerais, os determinantes preconizados por Porter contribuem positivamente para o desenvolvimento da competitividade das organizações do agribusíness do café. Tal fato se infere pela disponibilidade dos fatores de produção na região, além da crescente demanda pelo produto e do crescente nível de exigência por parte dos consumidores no que se refere a qualidade do produto. A busca pela competitividade é intensa e caracterizada pelo desenvolvimento de atividades, como o planejamento estratégico e o treinamento e desenvolvimento de recursos humanos, visando uma melhor atuação mercadológica. Verificou-se a existência entre as empresas, de uma intensa rivalidade, que, muitas vezes, resulta na exclusão das empresas menos consolidadas no mercado. A principal meta das empresas é a conquista do mercado internacional, ator pelo qual se empenham em melhorar a qualidade, o preço e as estratégias de marketing do produto.