Teses e Dissertações
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Item Curso diário do balanço de carbono e do metabolismo primário foliar em três espécies lenhosas tropicais cultivadas(Universidade Federal de Viçosa, 2014-08-08) Morais, Leandro Elias; Matta, Fábio Murilo da; Araujo, Wagner LuizA maioria dos estudos envolvendo variações diurnas do metabolismo vegetal tem-se concentrado em espécies herbáceas em condições controladas. Tem-se questionado a validade de extrapolação de modelos de alocação de carbono em plantas herbáceas para espécies lenhosas/perenes. Neste estudo, procurou-se explorar o curso diário de carboidratos e de outros metabólitos importantes quanto ao balanço energético em espécies lenhosas tropicais com taxas de crescimento (e origem evolutiva quanto à disponibilidade de irradiância) e capacidades fotossintéticas contrastantes, em condições de campo, na estação de crescimento ativo. Para tanto, utilizaram-se três espécies lenhosas, sendo duas evoluídas em ambientes de sombra e com baixa taxa de crescimento: café (Coffea arabica Citrus sinensis espécie evoluída em ambiente a pleno sol e com elevada taxa de crescimento, eucalipto (Eucalyptus grandis x urophylla Clone 3336). As plantas foram cultivadas em Viçosa, sudeste do Brasil, a pleno sol, sob práticas agronômicas usuais. Foram realizadas avaliações diárias de trocas gasosas, fluorescência da clorofila a, teores de metabólitos e atividades enzimáticas. Observaram-se decréscimos consistentes, ao longo do dia, nos valores de vários parâmetros fotossintéticos (e.g., condutância estomática, taxa de assimilação líquida de CO2, taxa de transporte de elétrons e coeficiente de dissipação fotoquímico), particularmente em citrus e café, cujas taxas fotossintéticas foram grandemente limitadas por fatores difusionais. Essas espécies também exibiram os maiores incrementos diurnos nos parâmetros relacionados aos processos não assimilativos de CO2 (e.g., fotorrespiração e coeficiente de dissipação não fotoquímico) e as menores taxas de respiração noturna. Em eucalipto, foi observado um padrão típico de turnover de carboidratos, isto é, acúmulo de amido (e outros carboidratos como sacarose) ao longo do dia, seguido de degradação noturna, mas este padrão não foi observado em café. Citrus, aparentemente, apresentou um padrão intermediário de turnover de carboidratos, caracterizado por um giro de sacarose e polióis, mas não de amido. Ao longo do dia, não se verificou alteração nas concentrações de glicose-6- fosfato, glicose-1-fosfato, frutose-6-fosfato, proteínas e aminoácidos. Em café, houve aumento significativo nas concentrações diurnas de fenóis solúveis totais, seguido por um decréscimo ao longo da noite. Nas três espécies, foram observados acréscimos na concentração de isocitrato e, em eucalitpto, observou-se acúmulo de succinato e níveis não detectáveis de malato. Esse ácido orgânico não variou ao longo do dia em café e citrus, entretanto, nessas espécies, houve acúmulo de piruvato e de glicina. A atividade catalítica das enzimas envolvidas no ciclo de Calvin não variou ao longo do dia em todas as espécies. Comparada a café ou citrus, em eucalipto, observou-se maior conteúdo relativo e também maior atividade total da rubisco; em adição, constatou-se a maior atividade catalítica da pirofosforilase da ADP-glicose, -amilase e fosforilase do amido. Em eucalipto, também se observou maior atividade das invertases, e semelhantemente a citrus, observou-se acréscimo diurno na atividade da sintase da sacarose-fosfato. Em suma, as espécies aqui estudadas apresentaram divergências nos mecanismos associados à capacidade de manter o equilíbrio entre os processos fotoquímicos/bioquímicos acoplados com a variação diária das condições ambientais. Discutem-se essas divergências num contexto de fornecimento de carbono e energia para a otimização do ganho de carbono e do acúmulo de biomassa.Item Atividade da celulase sobre o processo germinativo de sementes de cafeeiro (Coffea arabica L.)(Universidade Federal de Lavras, 2002-02-15) Sales, Juliana de Fátima; Alvarenga, Amauri Alves deO presente trabalho foi realizado no Laboratório de Bioquímica e Metabolismo de Plantas e no Laboratório de Análise de Sementes da Universidade Federal de Lavras - MG, tendo como principal objetivo estudar in vitro, as atividades da enzima celulase e sua ação in vivo sobre a germinação de sementes de cafeeiro, visando o aumento do índice de velocidade de germinação e a redução do período de formação das mudas. Por se tratar de um estudo pioneiro relacionado à atividade da enzima celulase sobre a germinação das sementes de cafeeiro, na 1ª fase foi realizado um estudo preliminar com o objetivo de verificar a ação da enzima celulase sobre a decomposição do endocarpo extraído de sementes de cafeeiro. Avaliando a concentração da enzima, a concentração do substrato e o tempo de incubação, foi constatado que a hidrólise do endocarpo in vitro é diretamente proporcional à concentração da enzima celulase utilizada e que a hidrólise do endocarpo cresce linearmente em função do tempo de exposição à enzima. Na 2ª fase, foram realizados 2 experimentos in vivo com imersão das sementes de cafeeiro em diferentes soluções, testando-se várias concentrações da enzima. Foi verificado que sementes sem endocarpo apresentam maiores IVG (Índice de Velocidade de Germinação), IVE (Índice de Velocidade de Emergência), porcentagem de germinação e porcentagem de emergência do que sementes com endocarpo e, também, que sementes com endocarpo imersas por 144 horas em solução de celulase na concentração de 6,4 g.L-¹ apresentam maior IVG e porcentagem de germinação.Item Mobilização de carboidratos pelos botões florais de café (Coffea arabica L.) em expansão(Universidade Federal de Viçosa, 1986-12-04) Melotto, Eunice; Barros, Raimundo SantosCom o objetivo de estudar a mobilização de carboidratos pelo botão floral de cafê em expansão após a quebra da dormência, três fontes alternativas de assimilados foram analisadas: a fotossíntese atual nas folhas, os recursos de carboidratos prê-existentes nas folhas e as reservas dos ramos. Dessas, a fotossintese que ocorre nas folhas, concomitantemente ao crescimento dos botões, mostrou ser a fonte mais importante no suprimento de carboidratos. Quando a entrada de carboidratos foi contínua (fotossintese atual), as correlações entre os níveis de carboidratos das folhas ou dos ramos e a expansão dos botões foram baixas, ou mesmo nulas, isto é, as duas variáveis mostraram-se independentes. Os botões florais não exauriram completamente os carboidratos das folhas ou dos ramos, quando estavam conectados a uma ârea foliar fotossinteticamente ativa. Em ausência dessa, houve uma correlação entre a depleção de carboidratos nas folhas ou ramos e a expansão dos botões florais. Ramos despidos de folhas e folhas impedidas de realizar fotossintese, pela cobertura com papel, forneceram amido e açúcares solúveis, resvectivamente, para os botões florais a eles conectados. O amido armazenado nos ramos foi mobilizado a grandes distâncias e pareceu ser mais importante que os açúcares solúveis das folhas, para o crescimento dos botões. Botões florais conectados a folhas cobertas cresceram menos e cairam prematuramente, quando comparados aos botões conectados a ramos.Item Impacts of drought on coffee: integrating physiological and morphological processes from the leaf to the whole-plant scale(Universidade Federal de Viçosa, 2018-04-09) Perez, Junior Pastor Molina; Matta, Fábio Murilo daThe water deficit negatively impacts plant growth and development through morphophysiological alterations, either at the leaf level or at the whole plant level. This study focused on the dynamics of ecophysiological and canopy architecture traits of two coffee cultivars, cv. RUBI MG1192 (Rubi: drought sensitive) and cv. IAPAR59 (I59: drought tolerant). The trials were conducted over two years; three irrigation treatments were applied (irrigated and non-irrigated during the dry seasons, and irrigated during the second dry season only). Samplings and measurements were performed at six times (7- 10 plants per treatment combination, totalling 211 plants). The following parameters were evaluated: relative growth rate, net primary productivity, leaf composition (C, N, and Δ13C), water-use efficiency, phenotypic plasticity, leaf water potential (ΨL), sap flow (SF), canopy conductance (gC), total soil-to-leaf hydraulic conductance (gL), branch setting (number and length), number of phytomers, leaf shedding and renewal, dynamics of leaf area and internode length; in addition, the patterns of light intercepted by the canopy was modelled. The cultivar which retained its leaves under severe drought (I59) proved to be more isohydric and more plastic for hydric functioning (SF, gC, and gL), demonstrating precocious adjustments to drought. In contrast, the leaf-shedding cultivar (Rubi) was more anisohydric and more plastic for late reactions to drought through, e.g. an increased root dry mass-to-leaf area ratio and leaf shedding with faster leaf renewal due to greater number of branches of second order. Despite marked differences in their hydric functioning, the two cultivars expressed similar vegetative growth, yield and recovery. Overall, drought had effects on all of the studied variables but no architectural trait appeared to be specifically responsive to water stress. Rubi displayed a greater proportion of higher order branches allowing a fast recovery of its leaf area from drought. This was associated with a high number of phytomers that in turn supported faster development of axillary buds (leaves and/or floral buds). The fitness of coffee plants submitted to climatic events depends on the adequacy of physiological and organo-morphogenetic features and, consequently, these aspects should be accounted for in breeding programs aimed at improving drought tolerance in coffee.Item Aspectos microbiológicos, nutricionais, fisiológicos e bioquímicos em cafeeiro(Universidade Estadual do Norte Fluminense Darcy Ribeiro, 2008-07-04) Partelli, Fábio Luiz; Vieira, Henrique DuarteO trabalho foi dividido em dois capítulos. Capítulo 1: As plantas de cobertura proporcionam benefícios para a agricultura, entretanto se mal manejadas podem prejudicar o desenvolvimento da cultura. Os objetivos deste trabalho foram: (a) avaliar, em condições de campo, a interferência que as plantas de cobertura cultivadas nas entrelinhas de Coffea canephora cv. Conilon impõem sobre as plantas espontâneas, bem como verificar seu comportamento fitossociológico; (b) avaliar a ciclagem de nutrientes, a fixação biológica de nitrogênio e o efeito que as plantas de cobertura podem causar em lavoura de C. canephora cv. Conilon, sob manejo orgânico; (c) avaliar as características químicas e microbiológicas do solo sob cafeeiros Conilon (C. canephora) em manejo orgânico e convencional. Plantas de cobertura foram semeadas nas entrelinhas de um cafezal de 6,5 anos, conduzido sob manejo orgânico, com espaçamento de 2,0 x 1,5 m. O delineamento experimental foi de blocos ao acaso, com quatro repetições, num arranjo fatorial com tratamentos adicionais: testemunha, milheto (Pennisetum glaucum) e as leguminosas feijão-de-porco (Canavalia ensiformis), mucuna-anã (Mucuna deeringiana) e feijão-guandu (Cajanus cajan), com e sem inoculação com Rizóbio. Foram determinadas a matéria seca das plantas de cobertura, o crescimento e as concentrações de nutrientes no cafeeiro. Determinou-se, ainda, a densidade, a freqüência e abundância relativa, o índice de valor de importância e de similaridade das plantas espontâneas. Efetuaram-se, também, análises químicas de solo e das partes vegetativas das plantas espontâneas e de cobertura, bem como as concentrações foliares do cafeeiro. A fixação biológica de nitrogênio (FBN) foi determinada pela técnica da abundância natural. Foram selecionadas duas áreas cultivadas com café Conilon (manejo orgânico e convencional) e uma área de fragmento de mata Atlântica, utilizada como referência. Realizou-se análise química, granulométrica, concentração do carbono e de nitrogênio da biomassa microbiana e respiratória atividade de microrganismos do solo, em janeiro e julho, nas profundidades de 0-10 cm e 10 a 20 cm. Os dados foram submetidos à análise multivariada e análise descritiva das variáveis. Foram identificadas 27 espécies, destacando-se Bidens subalternans e Commelina benghalensis. As plantas de cobertura promoveram modificações na dinâmica de sucessão de plantas espontâneas e não prejudicam o desenvolvimento do cafeeiro. Feijão-de-porco, mucuna-anã e milheto auxiliaram no controle de plantas espontâneas. A FBN contribuiu com cerca de 80% do N acumulado pelas leguminosas, sendo que a contribuição foi equivalente a 27 - 35 kg N ha -1 . Dessa forma, as leguminosas podem suprir parte da necessidade de nitrogênio do cafeeiro Conilon. Não se observou efeito significativo das plantas de cobertura sobre as concentrações de nutrientes e o crescimento do cafeeiro Conilon. A inoculação com rizóbio não influenciou a ciclagem de nutrientes e FBN. O carbono da biomassa microbiana foi o atributo microbiológico do solo que mais contribuiu para agrupar as diferentes formas de cultivo. O solo do fragmento de mata Atlântica, seguido pelo solo de café Conilon sob manejo orgânico, apresentaram os melhores índices de qualidade de solo. Os atributos microbiológicos variaram conforme a época do ano e profundidade do solo, apresentando maiores valores de carbono e nitrogênio da biomassa microbiana na camada superficial, no mês de janeiro. Do ponto de vista nutricional, os sistemas de manejo estudados (orgânico e convencional) apresentaram respostas similares. Capítulo 2: Temperaturas baixas positivas afetam diversos componentes fisiológicos e bioquímicos das plantas. Contudo, essas possuem mecanismos de aclimatação que conferem tolerância a essas condições limitantes e uma melhor capacidade de recuperação após o fim do estresse. Os objetivos deste trabalho foram: (a) avaliar o impacto de baixas temperaturas positivas no aparato fotossintético, através da análise da composição lipídica das membranas dos cloroplastos e na taxa fotossintética, em dois genótipos de Coffea sp. submetidos a baixas temperaturas positivas; e (b) contribuir na caracterização das respostas fisiológicas e bioquímicas de dois importantes genótipos de C. canephora e um genótipo de C. arabica, submetidos a baixas temperaturas positivas e ao período de recuperação subseqüente, pemitindo elucidar os mecanismos envolvidos em diferentes suscetibilidades a baixas temperaturas. Plantas com cerca de 1 ano de idade foram colocadas em câmaras de crescimento, onde permaneceram em condições controladas, quais sejam: temperatura de 25/20oC (dia/noite), irradiância 700-900 μmol m -2 s -1 , atimosfera com 380 μL CO 2 L -1 , umidade relativa de 70% e fotoperíodo de 12h durante cerca de 10 dias. As plantas foram depois submetidas sucessivamente a um decréscimo gradual de 0,5oC diários da temperatura, desde 25/20oC até 13/8oC, um ciclo de 3 dias a 13/4oC e 14 dias de recuperação. Durante o experimento, foram avaliadas as trocas gasosas, a emissão de fluorescência da clorofila a, a atividade de algumas enzimáticas relacionadas com as vias fotossintéticas e respiratórias, assim como os teores de pigmentos fotossintéticos e de açúcares solúveis. Com a imposição das condições de baixas temperaturas observou-se a queda na taxa de fotossíntese líquida, acompanhada de um aumento da concentração interna de CO 2 . Assim, o decréscimo daquela pode estar associada a problemas não-estomáticos, nomeadamente, relacionados com o funcionamento das membranas. O Conilon clone 02 foi o genótipo mais afetado, apresentando maior perda de folhas e menor recuperação da fotossíntese líquida após o fim das condições de estresse, seguido pelo clone 153, sendo Catucaí o menos afetado nesses parâmetros. O Catucaí apresentou maior grau de insaturação de lipídios (18/13oC) e maior porcentagem de ácido linolênico no fosfatidilglicerol, entre o controle e 13/8oC, sugerindo uma maior fluidez membranar. Os genótipos estudados apresentam sensibilidade a baixas temperaturas, mas com tolerância e capacidade de recuperação diferente, o que, conjugado com a análise a outros parâmetros, pode contribuir para uma correta escolha de cultivares e no melhoramento do gênero Coffea no que diz respeito à tolerância a baixas temperaturas. Em relação aos genótipos estudados, observou- se que ocorre melhor recuperação do Catucaí IPR 102, em comparação ao Conilon clone 02, o que poderá estar associado, além de outros fatores, à maior taxa de atividade da ribulose-5P cinase (no período de recuperação), rubisco e malato desidrogenase (nos ciclos de baixas temperaturas e no início da recuperação), bem como a maiores concentrações de clorofilas e carotenóides totais (no período de recuperação), zeaxantina e luteína (em praticamente todos os pontos avaliados). A manutenção de maior grau de funcionalidade dos tecidos vegetais poderá, assim, estar ligada à manutenção da concentração da sacarose, com a imposição de baixas temperaturas. Por razões similares, o Conilon clone 153 apresentou melhor recuperação em comparação ao clone 02, sugerindo que, mesmo em diferentes genótipos selecionados a partir de uma mesma cultivar (C. canephora cv. Conilon), pode existir variabilidade genética relativamente aos mecanismos de proteção e aclimatação a baixas temperaturas. Em termos gerais, o genótipo Catucaí IPR 102 foi o que apresentou melhor recuperação (relativamente a diversos parâmetros, mas em particular à taxa de fotossíntese líquida) após o fim do período de estresse mais severo, seguindo-se o clone 153.Item Rustificação de plantas jovens de Coffea arabica L.(Universidade Federal de São Carlos, 2007-06-06) Novaes, Paula; Prado, Carlos Henrique Britto de AssisPlantas jovens de Coffea arabica enxertadas sobre C. canephora foram submetidas a 6 ciclos de suspensão de rega (CR) durante 35 dias. Cada CR foi acompanhado até que a fotossíntese líquida (P N ) fosse próxima de zero ou até que o potencial hídrico foliar (Ψ) fosse próximo de -2.0 MPa nos cultivares Acauã (AC), Mundo-Novo (MN) e Obatã (OB). Após 2 CR (cerca de 10 dias) os valores médios de condutância estomática (g s ) diminuíram de 0,15 para 0,01 mol m -2 s -1 em todos os cultivares, mudando o padrão de trocas gasosas nos subseqüentes CR. De 3 a 6 CR os cultivares apresentaram maiores oscilações da eficiência do uso da água e da concentração substomática de CO 2 , além de valores negativos de P N ao final dos CR. Após 3 CR ocorreu um aumento proporcionalmente maior em g s do que em P N após rega, com um aumento correspondente de Ci, indicando possíveis danos no aparato fotossintético. Este evento ocorreu de forma mais clara em OB, o qual demonstrou redução progressiva de P N após 3 CR e os menores valores de Ψ (-2,0 MPa) ao final de 6 CR. A sobrevivência dos cultivares foi de 80% em 3 CR e 70% em 6 CR. As alterações dos padrões de trocas gasosas nos cultivares AC, MN e OB podem indicar que os exemplares foram potencialmente rustificados. Após o plantio de MN e OB rustificados e controle (sem prévia rustificação) em campo, com 180 dias de idade, foi observado no tratamento rustificado valores significativamente (p<0,05) maiores do acúmulo de biomassa e do número de componentes estruturais da copa. A rustificação prévia proporcionou maior acumulo de biomassa de folhas, de caule e de raízes que nas plantas controle em ambos os cultivares. O diâmetro do caule, a altura, o número de folhas e o número de ramos também foram significativamente maiores (p<0,05) nos indivíduos previamente rustificados. As maiores diferenças da estrutura da copa e da biomassa acumulada entre plantas controle e rustificadas foram encontradas principalmente após o primeiro período de rezudida disponibilidade hídrica (210 dias em condições de campo). O maior número de folhas e a maior área foliar em copas mais ramificadas podem proporcionar um aumento da assimilação de carbono por planta e maior produção de grãos nas plantas rustificadas. Em termos práticos, 3 CR antes do crescimento em campo são suficientes para mudar consistentemente o padrão de trocas gasosas foliares nos 3 cultivares estudados, mantendo o aparato fotossintético livre de danos e proporcionando maior sobrevivência. A prática de rustificação prévia antes do plantio deve ser adotada nos cultivares estudados, pois o custo é reduzido e o desenvolvimento vegetativo inicial é fortemente favorecido após o transplante sob condições de campo.Item Análise sistêmica da fotossíntese de cultivares de Coffea arabica L. em condições de campo e de laboratório(Universidade Federal de São Carlos, 2008-03-03) Bortolin, Lívia Haik Guedes de Camargo; Prado, Carlos Henrique Britto de AssisNo primeiro capítulo, a análise da conectância global (Cg) da rede de fotossíntese e a análise de componentes principais (PCA) indicaram, respectivamente, que a diminuição da fotossíntese líquida (P N ) foi acompanhada por reduzida autonomia com relação ao ambiente de todos os cultivares e reduzida amplitude da variação de respostas de todas as variáveis fisiológicas da rede sob dia claro em relação ao dia nublado. A elevada sincronização entre os parâmetros fisiológicos e meteorológicos (reduzida autonomia dos cultivares com relação ao ambiente) no dia claro foi considerada a principal causa da diminuição de P N . Essa conclusão foi corroborada por resultados provenientes da PCA, a qual mostrou um contraste entre os vetores fisiológicos e meteorológicos, reduzida variabilidade de comportamento dos indivíduos enxertados e francos no dia claro e uma distribuição dos símbolos dos dias claros e nublados próximos, respectivamente, dos vetores meteorológicos e fisiológicos. Portanto, a autonomia é claramente um indicador da condição de estresse de Coffea arabica em dias claros ou nublados sob condições de campo na estação de crescimento. No segundo capítulo, plantas jovens de C. arabica apresentaram maior assimilação líquida de carbono quando permaneceram por 14 horas sob 17-23oC (temperaturas reduzidas) do que quando permaneceram por 14 horas sob 26-32oC (temperaturas elevadas). Sob 17- 23oC, a eficiência quântica aparente é maior, a taxa de transporte de elétrons não é excessiva, os componentes negativos do processo fotossintético são reduzidos e os processos bioquímicos e fotoquímicos da fotossíntese estão em equilíbrio. A PCA mostrou que, nas temperaturas reduzidas (17-23oC) os cultivares apresentaram comportamentos semelhantes entre si. Por outro lado, sob temperaturas elevadas (26-32°C), os cultivares exibem maior variação de comportamentos fisiológicos e fotossíntese extremamente inibida sob temperatura foliar de 32oC. Sob essa temperatura extrema há diminuição da eficiência de carboxilação e aumento da limitação mesofílica da fotossíntese. A rede da fotossíntese de C. arabica encontra-se fortemente conectada nas temperaturas elevadas (valores de Cg relativamente maiores). A análise de redes e a PCA foram apropriadas para discriminar o impacto de temperaturas estressantes e o tipo de respostas de cada cultivar sob mudanças no ambiente.Item Influência do alumínio na qualidade fisiológica e sanitária de sementes de duas espécies de café(Universidade Federal do Espírito Santo, 2008-02-20) Macedo, Célia Maria Peixoto de; Lopes, José CarlosObjetivou-se neste trabalho avaliar a influência do alumínio na qualidade fisiológica e sanitária de sementes de duas espécies de café do Programa de Melhoramento Genético das espécies Coffea arabica L. e Coffea canephora Pierre ex. Froehner do Estado do Espírito Santo, coordenado pelo Incaper. Foram conduzidos quatro experimentos em delineamento inteiramente casualizado. No primeiro foram utilizadas sementes de Catuaí Amarelo IAC 86 e Apoatã submetidas a diferentes concentrações de alumínio: 0; 15; 30; 45 e 60 mg L -1 , em esquema fatorial (2 x 5), com quatro repetições. No segundo foram utilizadas sementes de Catuaí Amarelo IAC 62, Iapar 59, Obatã e Oeiras, na ausência e presença de alumínio na concentração de 45 mg L -1 , em esquema fatorial (4 x 2), com quatro repetições. A semeadura foi feita em rolos de papel-toalha, mantidos em câmaras BOD a 30oC, na ausência de luz. Foram avaliados a germinação e o vigor (primeira contagem de germinação e comprimento de raiz). O terceiro experimento foi conduzido 42 dias após a semeadura do anterior, transferindo-se 10 plântulas de cada cultivar germinadas em ausência de Al 3+ para solução nutritiva na ausência de Al 3+ , e 10 para solução em presença de Al 3+ ; 10 plântulas de cada cultivar germinadas em presença de Al 3+ para solução em ausência de Al 3+ , e 10 para solução em presença de Al 3+ , em esquema fatorial (4 x 4) com cinco repetições (cultivares x combinações de alumínio). Quarenta e quatro dias após a aplicação dos tratamentos foram avaliados: altura de plântula, comprimento de raiz, massa fresca e seca da parte aérea e raiz. No quarto experimento foram avaliadas a incidência e o controle de fungos nas sementes das cultivares de café arábica e robusta armazenadas por 12 meses sob temperatura de 4±3oC, utilizando-se o método do papel de filtro em placas de Petri. As sementes foram tratadas com captan, ridomil e a mistura thiabendazole + thiram e avaliadas semanalmente até 28 dias de incubação. O alumínio não influencia na germinação, mas estimula o crescimento da raiz primária; a cultivar Apoatã é sensível ao alumínio; as cultivares Catuaí Amarelo IAC 62 e a Iapar 59 são tolerantes, a cultivar Oeiras apresenta tolerância intermediária, enquanto a cultivar Obatã se mostra sensível; os principais fungos incidentes são Fusarium sp. e Aspergillus spp., sendo que o tratamento com a mistura thiabendazole + thiram foi o mais eficiente na redução da incidência pelos fungos nas sementes de C. canephora, enquanto para C. arabica o mais eficiente foi o captan.Item Respostas de café conilon à concentração de ferro(Universidade Federal do Espirito Santo, 2014) Campos, Luana Morati; Milanez, Camilla Rozindo DiasO ferro (Fe) é um elemento essencial para o crescimento e desenvolvimento das plantas. Entretanto, está frequentemente presente nas águas subterrâneas utilizadas na irrigação em concentrações que podem causar fitotoxidez ao longo do tempo. No presente estudo, foi investigado o efeito de doses de Fe em diferentes análises, a saber: crescimento radicular, concentração mineral das folhas, extravasamento de eletrólitos, teores de pigmentos fotossintéticos, fotossíntese, anatomia foliar e radicular e sintomas visuais de toxidez de plantas de Coffea canephora Pierre ex A. Froehner cv. Conilon. As mudas foram tratadas por 30 dias pela adição de 0 (controle), 10, 40, 120, 200 e 400 mg/L de Fe fornecidos como FeSO 4 .7H 2 O mais sal EDTA no solo. A massa seca das raízes mostrou valores menores sob a maior dose de Fe. Plantas sob a dose maior de Fe apresentaram maior acúmulo foliar deste elemento. O maior teor de boro (B) ocorreu nos indivíduos sob a dose de 400 mg/L quando comparado às doses de 40 mg/L e 200 mg/L. Os teores de fósforo (P) não diferiram e foram menores nas doses de 120, 200 e 400 mg/L de Fe quando comparados ao controle. As concentrações foliares de potássio (K) foram maiores em 10, 40, 120, 200 e 400 mg/L de Fe. As maiores concentrações de zinco (Zn) foliar foram encontradas nas plantas submetidas a 120, 200 e 400 mg/L de Fe em relação ao controle e à dose de 10 mg/L de Fe. O extravasamento de eletrólitos foi maior nas plantas sob 400 mg/L de Fe em relação à dose de 40 mg/L, porém não diferiu das demais doses. Não houve diferença significativa quanto aos teores de pigmentos fotossintéticos e os parâmetros de clorofila a. As plantas controle mostraram maior fotossíntese, condutância estomática e transpiração, sendo as menores taxas encontradas no tratamento a 200 mg/L Fe. A concentração de carbono interno foi maior nas plantas sob 400mg/L de Fe. Foi observada necrose nas folhas maduras sob a maior dose de Fe. As espessuras da face adaxial da epiderme, do parênquima esponjoso e total do limbo não diferiram entre os tratamentos. A espessura do parênquima paliçádico foi menor para a dose de 400 mg/L em relação às doses de 120 e de 200 mg/L e a espessura da face abaxial da epiderme foi maior no controle quando comparada com a dose de 40 mg/L. No tratamento com maior teor de Fe verificou-se alteração na morfologia das raízes, como a redução no crescimento e na emissão de raízes laterais. Houve também maior lignificação da epiderme e do córtex; algumas células corticais apresentaram alteração do formato, com retração do protoplasto. De modo geral, os resultados obtidos indicam que a dose de 400 mg/L de Fe é nociva, afetando a estrutura e a funcionalidade da variedade Conilon.Item Respostas fisiológicas de cultivares de Coffea arabica, em função da disponibilidade de luz e nitrogênio(Universidade Federal de Viçosa, 2014-11-25) Godoy, Alice Gontijo de; DaMatta, Fábio MuriloA compreensão dos detalhes que governam o espectro econômico das plantas sob diferentes ambientes é um dos principais objetivos dos estudos atuais em ecologia vegetal, por ser necessária aos modelos preditivos de fluxo de nutrientes e limites vegetacionais em função de alterações nas condições ambientais. A alocação de fotoassimilados e de minerais absorvidos em diferentes compostos químicos influencia diretamente o crescimento e os custos de construção e de manutenção dos tecidos das plantas. Este trabalho teve como objetivo detectar possíveis estratégias diferenciais de uso da radiação solar em cultivares de Coffea arabica tradicionalmente cultivadas em ambientes luminosos distintos, assim como os padrões de alocação de recursos entre crescimento e defesa em plantas submetidas a diferentes disponibilidades de nitrogênio e luz. A cultivar KP, com genótipo de ambiente sombreado, apresentou sempre características funcionais morfológicas mais ajustadas ao sombreamento que aquelas exibidas por Catuaí, cultivar selecionada para plantio a pleno sol. Valores de V cmax , J max e A max indicam capacidades fotossintéticas potenciais similares entre as cultivares, quando sob condições não-limitantes de luz e/ou CO 2 . Os dados obtidos indicam que o ambiente de cultivo foi mais determinante nas características de trocas gasosas das cultivares que seu histórico evolutivo, com efeito mais marcante da disponibilidade de nitrogênio que do ambiente luminoso nas características potenciais (medidas sob condições não limitantes) e efeitos similares de ambos os fatores nas condições efetivas de cultivo. Cerca de 60% do nitrogênio foliar das plantas avaliadas esteve alocado em componentes estruturais, dentro dos quais contabilizam-se os compostos de defesa nitrogenados, como alcalóides e metilxantinas. O dreno de nitrogênio para a síntese desses compostos, associadas às baixas taxas de assimilação de carbono decorrentes de limitações difusivas levariam à baixas PNUEs como característica constitutiva da espécie, independentemente das condições ambientais. Observaram-se maiores custos de construção nas plantas a pleno sol que nas sombreadas, positivamente correlacionados à síntese de metilxantinas e fenóis solúveis totais, que poderiam explicar a diferença observada. Os diferentes contextos evolutivos das cultivares avaliadas resultaram em genótipos capazes de se manifestar de forma diferenciada às variações ambientais, principalmente na magnitude das respostas (plasticidade), não sendo observadas tendências diferenciadas na síntese de grupos de compostos químicos e características morfofisiológicas. As características ecofisiológicas diferenciais entre as cultivares seriam fortemente explicadas pelas diferentes arquiteturas de copa, que resultam em diferentes intensidades de interceptação da irradiância pelas folhas.