Navegando por Autor "Pfenning, Ludwig Heinrich"
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Item Aplicação de boas práticas agrícolas (BPA) em pós-colheita de café arábica na região de Brejetuba, Espírito Santo(2003) Pereira, Ricardo Tadeu Galvão; Chalfoun, Sára Maria; Castro, Hilário Antonio de; Pfenning, Ludwig Heinrich; Consórcio Brasileiro de Pesquisa e Desenvolvimento do CaféA qualidade de um produto pode ser definida como a soma de todos os atributos que satisfaçam a necessidade do consumidor. No produto café, estes atributos vão muito além dos aspectos organolépticos, sendo cada vez maior a preocupação com a segurança alimentar. Entre os fatores que afetam a qualidade do café, a atuação de fungos é citada tanto como principal causa de alterações no flavor do produto quanto pela produção de metabólitos tóxicos. A presença de ocratoxina A, metabólito produzido por fungos do grupo Aspergillus ochraceus, já limita a exportação de café para alguns países. A garantia da qualidade do café é alcançada pela adoção de uma série de práticas, as quais favorecem a obtenção de um produto satisfatório ao consumidor em todos os aspectos. O conjunto destas técnicas é denominado Boas Práticas Agrícolas (BPAs). A sua definição e aplicação na cadeia produtiva devem ser cada vez mais fomentadas para tornar o agronegócio café mais eficiente e rentável. A implementação das BPAs passa pelo estudo da sua viabilidade técnica, operacional e econômica e, principalmente, pela conscientização e organização dos produtores em torno do projeto de adoção das práticas. Neste contexto, o presente trabalho teve como objetivo exemplificar a adoção de BPAs em Brejetuba ES. O município de Brejetuba está localizado no centro-sul do estado do Espírito Santo, a 20º10’ de latitude sul e 41º16’ de longitude oeste, e uma altitude de 803 m. Brejetuba é um dos maiores produtores de café arábica do estado, com uma produção de 274.500 sacas e um total de 13.500 ha plantados. Para a caracterização do processo e das práticas adotadas foi a aplicado um questionário estruturado aos produtores e técnicos da associação local, juntamente com documentação fotográfica das propriedades. Três produtores entrevistados se destacaram pela adoção das BPAs. O tamanho das propriedades estudadas foi de 9, 10 e 700 ha, todas trabalhando com sistema de produção de café desmucilado. A adoção de BPAs está baseada no fato de que o processamento do café por via úmida, nas condições de cultivo locais, favorece a obtenção de café de qualidade superior. Assim existem grupos de produtores organizados para a utilização comunitária do conjunto de maquinários necessário para a produção de café do tipo desmucilado. Os cuidados na fase pós colheita iniciam-se com a passagem do café no lavador-separador onde os cafés do tipo bóia são separados dos tipos cereja e verde. Os frutos verdes são separados no descascador de cerejas que, além de descascadas, passam por uma desmucilagem mecânica. Em uma das propriedades, o fruto do tipo bóia passa ainda por um descascador de cerejas, previamente regulado para este tipo de fruto, obtendo-se assim mais um tipo de café, o "bóia descascado". Cada lote segue então para a secagem no secador ou terreiro, que segundo orientações da associação, deve ser do tipo suspenso ou de cimento, sendo proibida a secagem na terra. O ponto ideal de secagem, 11% de umidade do grão, é definido pelo técnico da associação com medidor de umidade. Após a secagem, amostras do café são classificadas quanto ao tipo e qualidade da bebida na sede da associação, que orienta também o processo de comercialização. Com intuito de caracterizar a região como produtora de cafés especiais, é desenvolvido um trabalho de marketing. Além da marca "Café das Montanhas do Espírito Santo", marcas como "Brejetuba - a cidade do café" ou "Brejetuba - um dos melhores cafés do mundo" estão presentes em materiais da associação. Os resultados da adoção das práticas são satisfatórios, com a melhoria na qualidade da bebida passando de tipo rio para duro em alguns locais e acréscimos de até 30% no preço por saca dos cafés duros para melhor. Os resultados confirmam que a organização dos produtores e conscientização na adoção das boas práticas agrícolas tem grande potencial na melhoria da condição econômica do produtor e da qualidade dos cafés brasileiros.Item Caracterização e dinâmica de colonização de Cladosporium cladosporioides (Fresen.) de vries em frutos do cafeeiro (Coffea arabica L.)(Editora UFLA, 2005-11) Pereira, Ricardo Tadeu Galvão; Pfenning, Ludwig Heinrich; Castro, Hilário Antônio deA presença de fungos em associação natural com frutos do cafeeiro é considerada um fator importante influenciando a qualidade do café. A influência negativa de algumas espécies de Aspergillus é conhecida, comprometendo inclusive a segurança do produto. Os relatos de fungos influenciando positivamente a qualidade se resumem à ocorrência de Cladosporium sp. associados a grãos que originaram cafés de boa qualidade, porém informações exatas sobre a espécie e a sua dinâmica no campo são escassas. Objetivando caracterizar a espécie associada ao cafeeiro e sua dinâmica de colonização, 18 isolados de Cladosporium foram caracterizados e identificados. A dinâmica de colonização do fungo nas comunidades externa e interna do fruto do cafeeiro foi estudada ao longo do período de desenvolvimento do fruto. A espécie associada ao cafeeiro foi identificada como Cladosporium cladosporioides (Fresen.) de Vries. A dinâmica do fungo é característica de um fungo saprófita encontrado em intensidade máxima quando os frutos estão nos estágios de cereja.Item Caracterização e identificação de fungos endofíticos em grãos verdes de café (Coffea arabica L.)(2001) Roldão, Graciela Mayrink; Pfenning, Ludwig Heinrich; Consórcio Brasileiro de Pesquisa e Desenvolvimento do CaféMicrorganismos endofíticos são principalmente fungos e bactérias que vivem no interior das plantas sem causar aparentemente nenhum dano a seus hospedeiros. No entanto, um endofítico, de acordo com as condições do ambiente e o próprio estado fisiológico do hospedeiro, pode ser considerado um patógeno latente. A contaminação interna dos grãos de café por Aspergillus spp. é variável, havendo alternância de predominância de espécies ou grupos. Desse modo, o presente trabalho teve como objetivo recuperar e identificar fungos endofíticos de grãos verdes de café e verificar a infecção precoce de Aspergillus ochraceus e outros fungos deletérios à qualidade do grão, ainda na lavoura de café. Os grãos foram lavados superficialmente com água destilada, desinfestados em álcool 70% e hipoclorito de sódio 3%, lavados novamente em água destilada e descascados. A casca e a película foram retiradas completamente. Depois foram plaqueados em meio de cultura MEA e DG18. Verificou-se a presença de fungos mitospóricos, pertencentes à classe Hyphomycetes. O meio de cultura SNA tem se mostrado mais eficiente para recuperação de fungos endofíticos do que o meio DG18, possivelmente devido à oxidação que ocorreu entre o meio DG18 e os grãos de café. Em lavouras cultivadas a pleno sol e sombreada, a incidência de fungos endofíticos foi diferenciada. Já para o fungo Cladosporium cladosporioides não foi verificada diferença quanto ao tipo de tratamento. Em ambos os tratamentos realizados não foi detectada a presença de A. ochraceus, e os trabalhos para verificar sua presença nos grãos verdes de café ainda estão em andamento.Item Diversidade e freqüência de fungos associados a frutos e grãos de café(Universidade Federal de Lavras, 2006-03-09) Pereira, Ricardo Tadeu Galvão; Pfenning, Ludwig HeinrichOs objetivos deste trabalho foram avaliar a diversidade e a freqüência de fungos associados a frutos e grãos em diferentes tipos de café; estudar a influência da permanência do fruto aderido à planta após o ponto ideal de colheita na infecção por fungos e contaminação com Ocratoxina A (OTA); propor uma metodologia eficiente para detecção e monitoramento de fungos em diferentes partes do fruto; e avaliar a possibilidade da implementação do plano HACCP para o agronegócio café. Para o monitoramento foram coletadas nos anos de 2002 e 2003, grãos de café de 178 amostras, de diferentes tipos, nas regiões Sul e Zona da Mata de Minas Gerais e Montanhas do Espírito Santo. Foram identificadas as espécies potencialmente produtoras de OTA Aspergillus ochraceus, de ampla ocorrência, e A. carbonarius, de ocorrência restrita. Não houve diferença entre a colonização por A. ochraceus nos diferentes tipos de café, exceto para os cafés de varrição. A. ochraceus foi detectado em diversas amostras, porém em baixa freqüência. Para verificar a influência da permanência do fruto no campo, após o ponto ideal de colheita foram coletadas amostras de café aos 0, 30 e 60 dias após o ponto ideal de colheita e analisadas quanto à ocorrência de fungos e à contaminação por OTA. A colonização por A. ochraceus aumentou após a permanência do fruto no campo por 30 dias e a contaminação por OTA de 8 das 9 amostras contaminadas só foi detectada após 30 dias de permanência no campo. A metodologia desenvolvida para detecção de fungos em diferentes partes do fruto baseou-se na separação do exocarpo, endocarpo e mesocarpo e recuperação dos fungos destas frações. A metodologia foi eficiente para caracterizar as diferentes comunidades de fungos presentes nas diferentes partes do fruto do cafeeiro com eficiência, praticidade e segurança. Foram detectados com maior frequência Aspergillus spp., Penicillium spp., Fusarium spp., Cladosporium e leveduras. Foi descrito um plano de implementação do sistema HACCP para café, contendo os fluxogramas de produção, indicação de prováveis pontos de risco à segurança bem como as medidas que possam diminuir os riscos. Conclui-se que a espécie ocratoxigênica A. ochraceus é de ampla distribuição em grãos e frutos do cafeeiro, porém com freqüência baixa. A adoção conseqüente do conceito de boas práticas agrícolas pode garantir a segurança do produto e manter a sua qualidade.Item Escala diagramática para avaliação da severidade da mancha de Phoma do cafeeiro (Coffea arabica)(2005) Salgado, Mirian; Pereira, Ricardo Tadeu Galvão; Pozza, Edson Ampélio; Pfenning, Ludwig Heinrich; Embrapa - CaféA mancha de Phoma do cafeeiro é uma importante doença em determinadas regiões produtoras de café, ocasionando danos foliares e seca de ponteiros. Para avaliar a severidade da mancha de Phoma do cafeeiro foi construída uma escala diagramática representando sete níveis de severidade da doença. O coeficiente de regresão (R2) entre os valores reais e os estimados foi superior a 0,75 para todos os avaliadores. Os resíduos absolutos, severidade estimada menos severidade real, nunca foram superiores a 8%. A acurácia foi variável, sendo o coeficiente angular da reta da equação igual a 1 para a maioria dos avaliadores.Item Espécies de Fusarium associadas a plantas de café (Coffea arabica L.) com sintomas de murcha no Sul de Minas Gerais(2003) Almeida, Anderson Resende; Gonçalves, Fabrício Packer; Pfenning, Ludwig Heinrich; Consórcio Brasileiro de Pesquisa e Desenvolvimento do CaféNa África, Gibberella xylarioides (anamorfo Fusarium xylarioides) é o agente etiológico da "traqueomicose" ou murcha vascular do cafeeiro. Esta moléstia é considerada uma das mais importantes em vários países do continente Africano, pois afeta plantas de Coffea excelsa, Coffea liberica, Coffea dewevrei, Coffea canephora e Coffea arabica. O patógeno coloniza o sistema vascular e é transmitido via aérea por ascósporos e conídios. As medidas de controle restringem-se ao manejo. No Brasil, a fusariose em cafeeiro é uma doença pouco estudada, embora venha se expandir no país. Os sintomas observados em viveiro são apodrecimento do hipocótilo das mudas no estádio de "palito-de-fósforo". No campo, as plantas infectadas amarelecem, murcham e morrem em um curto período de tempo. Devido à ocorrência de murcha vascular em plantas de cafeeiro no Brasil e à ausência de estudos de caracterização das espécies de Fusarium associadas a essa cultura, o projeto teve como objetivos: a) isolar, caracterizar e identificar espécies de Fusarium associadas a plantas de cafeeiro com sintomas de murcha e b) testar a patogenicidade de alguns isolados selecionados. A recuperação de espécies de Fusarium foi feita a partir de caules, raízes e frutos coletados de cafeeiros com sintomas de murcha. As amostras foram coletadas nos municípios de Lavras, Guapé, Machado, Muzambinho e Bambuí Sul de Minas Gerais e Capelinha norte de Minas. Sementes comerciais e hipocótilos de plântulas com sintomas de podridão também foram utilizados. Foram caracterizadas e identificadas sete espécies de Fusarium: Fusarium dimerum, Haematonectria ipomoeae (anamorfo Fusarium striatum), Fusarium solani, Fusarium oxysporum, Fusarium equiseti, Fusarium semitectum e Fusarium stilboides. Fusarium dimerum e Haematonectria ipomoeae foram relatados pela primeira vez no cafeeiro. Testes de patogenicidade foram realizados em plântulas de cafeeiro das cultivares Acaiá Cerrado e Catuaí. Foram inoculados Fusarium oxysporum, Fusarium solani, Fusarium equiseti, Fusarium semitectum e Haematonectria ipomoeae. Entretanto, não foi observado nenhum sintoma de fusariose seis meses após a inoculação das mudas com suspensão de conídios, aplicada com auxílio de seringa e quirera de milho infestada. Da mesma forma, nos experimentos de inoculação por imersão das raízes em suspensão de conídios e ferimentos na base do hipocótilo, não foi possível reproduzir sintomas. Porém, os experimentos foram avaliados 120 e 60 dias, respectivamente, após a inoculação. Provavelmente, prazos maiores são necessários para avaliar a patogenicidade e reproduzir sintomas. Portanto, pode-se concluir: a) Fusarium dimerum e Haematonectria ipomoeae (anamorfo Fusarium striatum) foram relatados pela primeira vez na cultura do cafeeiro; b) Haematonectria ipomoeae é homotálica, produzindo peritécios com facilidade em meio de cultura e em substrato vegetal; c) as sementes são potencialmente fontes de inóculo, portanto, a sanidade destas é fundamental na produção de mudas sadias; d) Haematonectria ipomoeae (anamorfo Fusarium striatum), Fusarium oxysporum e Fusarium solani possuem ampla distribuição, pois foram recuperados em sementes provenientes de plantas com murcha e de um lote de sementes comerciais; de troncos e raízes de plantas com sintomas de murcha e de hipocótilos de plântulas com podridão no hipocótilo. Haematonectria ipomoeae foi ainda recuperado como endofítico de folhas e Fusarium oxysporum como endofítico de hastes de cafeeiros sem sintomas de doença; e) Fusarium xylarioides não foi encontrado nas fazendas estudadas no Sul de Minas Gerais, sendo confirmado como praga quarentenária; f) os testes de patogenicidade em mudas de cafeeiro não forneceram resultados conclusivos, portanto, são necessários mais testes de patogenicidade em condições controladas com avaliações de, pelo menos, até 6 meses a partir da inoculação.Item Espécies de Fusarium associadas ao cafeeiro (Coffea arabica L.)(Universidade Federal de Lavras, 2003) Almeida, Anderson Resende; Pfenning, Ludwig Heinrich; Universidade Federal de LavrasEm lavouras de cafeeiro no Brasil tem sido observada uma síndrome de murcha que leva à morte das plantas em poucas semanas. Nestas plantas, espécies de Fusarium podem freqüentemente ser encontradas. No campo, plantas infectadas amarelecem, murcham e morrem em um curto período de tempo. Em viveiro ocorre o apodrecimento do hipocótilo das mudas no estádio de “palito de fósforo”. Em vários países da África, a murcha vascular ou “traqueomicose” causada por Gibberella xylarioides (anamorfo Fusarium xylarioides) conta entre as mais importantes doenças da lavoura. Estudos de caracterização das espécies associadas a essa cultura e testes de patogenicidade são escassos. Portanto, o presente trabalho teve como objetivos: a) isolar, caracterizar e identificar espécies de Fusarium associadas a plantas de cafeeiro com sintomas de murcha e b) testar a patogenicidade de alguns isolados selecionados. Espécies de Fusarium foram recuperadas a partir de caules, raízes e frutos coletados de cafeeiros com sintomas de murcha. O material vegetal foi coletado nos municípios de Lavras, Guapé, Machado, Muzambinho e Bambuí, no Sul de Minas Gerais e Capelinha, Norte de Minas. Sementes comerciais e hipocótilos de plântulas com sintomas de podridão colhidos em viveiro, também foram utilizados. Sete espécies foram caracterizadas e identificadas: Fusarium dimerum, Fusarium equiseti, Fusarium oxysporum, Fusarium semitectum, Fusarium solani, Fusarium stilboides e Haematonectria ipomoeae (anamorfo Fusarium striatum). Este é o primeiro relato da presença de Fusarium dimerum e Haematonectria ipomoeae em cafeeiro. Haematonectria ipomoeae é uma espécie homotálica, produzindo peritécios com facilidade em substrato natural e meio de cultura. Em seguida, testes de patogenicidade foram realizados em plântulas das cultivares Acaiá Cerrado e Catuaí, utilizando Fusarium equiseti, Fusarium oxysporum, Fusarium semitectum, Fusarium solani e Haematonectria ipomoeae. Durante um período de seis meses, não foi possível observar sintomas característicos de fusariose nas plantas inoculadas. Possivelmente, esse prazo não seja suficiente para expressão e observação dos sintomas. Uma vez que seis das espécies de Fusarium foram recuperadas a partir de sementes aparentemente sadias e de grãos provenientes de plantas com sintomas de murcha, a possibilidade de transmissão de Fusarium spp. por meio de sementes durante a produção de mudas deve ser levada em consideração em estudos futuros. Fusarium xylarioides não foi encontrado nas lavouras estudadas em Minas Gerais, sendo o fungo confirmado como praga quarentenária.Item Espécies de Fusarium associados ao cafeeiro na região sul de Minas Gerais(2000) Pfenning, Ludwig Heinrich; Martins, Melissa Faria; Consórcio Brasileiro de Pesquisa e Desenvolvimento do CaféTem sido relatado um grande número de patógenos fúngicos associados ao cafeeiro, causando sérias perdas econômicas nas principais regiões produtoras de café no Brasil. No solo e nas raízes destaca-se pelo maior número de espécies o gênero Fusarium. Nos últimos anos, tem sido observada em plantas de café uma síndrome levando rapidamente à murcha, sem se ter conhecimento dos agentes etiológicos que causam este distúrbio. O presente trabalho teve como objetivo isolar e identificar fungos associados à parte aérea e raízes de plantas apresentando a síndrome de murcha, dando ênfase ao gênero Fusarium. Material vegetal foi coletado em vários plantios da região Sul de Minas. O isolamento dos fungos foi conduzido em placas de Petri contendo o meio SNA (synthetic nutrient-poor agar), a partir de pequenos pedaços de tecido vegetal. Após a purificação dos isolados, características micromorfológicas e culturais foram observadas em meio de cultura. Os isolados foram preservados na Coleção Micológica de Lavras (CML) para fins de estudos futuros. Foram identificadas as espécies Fusarium oxysporum, F. solani, F. verticillioides, F. equiseti e F. stilboides, bem como um isolado de Fusarium sp. homotálico, formando a fase ascogênica, encontradas em raízes, folhas, galhos e troncos das plantas. Através de testes de patogenicidade, possíveis efeitos sobre a sanidade da planta e do produto estão sendo avaliados. Estudos estão em andamento visando esclarecer aspectos de taxonomia e patogenicidade das espécies e elaborar uma metodologia eficiente de isolamento e identificação correta das espécies.Item Freqüência de ocorrência de agentes etiológicos, sintomas e origem de amostras do cafeeiro catalogados em 12 anos de clínica fitossanitária da UFLA(Editora UFLA, 2003-01) Garcia Júnior, Daniel; Pozza, Edson Ampélio; Souza, Paulo Estevão de; Talamini, Viviane; Pozza, Adélia Aziz Alexandre; Castro, Hilário Antônio de; Souza, Ricardo Magela de; Abreu, Mário Sobral de; Pfenning, Ludwig HeinrichSituada no sul de Minas Gerais, principal região cafeeira do País, a Clínica Fitossanitária da Uni- versidade Federal de Lavras tem auxiliado os produto- res, dando suporte na diagnose de doenças de origem biótica e abiótica, de modo a gerar subsídios para mini- mizar as perdas na produção. Nos últimos doze anos, foram analisadas 378 amostras de café. Em 78,6% das amostras, foram detectados fungos, destacando-se Colletotrichum sp. (29%), Rhizoctonia solani (18%), Cer- cospora coffeicola (13%), Phoma sp. (13%) e Fusarium sp (11%). Ocorreram ainda em números representativos casos de fitotoxidez, deficiência de nutrientes e proble- mas no sistema radicular. Devido à localização da Clí- nica, a maior parte das amostras foi proveniente de loca- lidades na região sul do Estado (63%), seguido do Tri- ângulo Mineiro (12%) e Zona da Mata (10%).Item Fungos endofíticos em grãos verdes de café (Coffea arabica L.)(Universidade Federal de Lavras, 2002) Roldão, Graciela Mayrink; Pfenning, Ludwig Heinrich; Universidade Federal de LavrasOs fungos que invadem as sementes antes da colheita, enquanto as plantas crescem no campo, diferem quanto à sua predominância de acordo com a cultura, a região ou localização geográfica e o clima. Fungos do gênero Aspergillus, Penicillium e Fusarium são os mais comuns componentes da microbiota fúngica associada ao café. Dentre eles, Aspergillus ochraceus apresenta infecção saprofítica e oportunista, sendo que, em algum ponto do sistema de produção do café, ocorre uma combinação de fatores ambientais favorável para a penetração e o desenvolvimento do fungo e a produção de ocratoxina. No presente trabalho foram recuperadas e identificadas espécies de fungos endofíticos e potencialmente toxigênicos em grãos verdes de café, com o objetivo de analisar se há infecção precoce de Aspergillus ochraceus e outros fungos deletérios à qualidade do grão, ainda na lavoura de café. Amostras de grãos verdes de café, provenientes de duas lavouras da região de Lavras, MG, foram desinfestadas superficialmente (álcool 70% e hipoclorito de sódio 3%) e lavados em água esterilizada. Em seguida, os grãos foram descascados, tendo a casca e a película retiradas completamente, e incubados em placas de Petri contendo meio de cultura (SNA e Meio à Base de Glicerol), permitindo assim a recuperação de fungos contaminantes do interior dos grãos. Para recuperar o máximo possível de fungos endofíticos, os grãos foram incubados inteiros, cortados em lascas finas, macerados em almofariz e cortados em formato de discos. .As placas com os grãos de café incubados foram deixadas em temperatura ambiente de 24 +ou- 2oC. Amostras também serviram de testemunhas, sendo tratadas somente com água esterilizada e álcool 70%. Ao primeiro sinal de crescimento micelial nas amostras incubadas, o micélio fúngico foi transferido, com a utilização de uma alça de platina, para placas de Petri contendo meio MA e incubadas para esporulação e identificação. A identificação dos fungos foi realizada por caracterização morfológica e cultural. A avaliação dos resultados foi feita de forma qualitativa, de acordo com a presença de fungo nos grãos, demonstrado por uma análise não paramétrica. Foram isolados e identificados os seguintes fungos endofíticos: Aspergillus flavus, Aspergillus niger var. niger, Aspergillus tamarii, Bipolaris nodulosa, Chaetomium globosum, Cladosporium cladosporioides, Curvularia verruculosa, Fusarium oxysporum, Fusarium solani, Fusarium stilboides, Monilia aureofulva, Nigrospora oryzae, Paecilomyces variotii, Phomopsis archeri, Penicillium janthinellum, Pestalotiopsis palustris, Rhizopus stolonifer, Scedosporium sp., Trichoderma koningii e Verticillium lecanii. As lavouras cultivadas a pleno sol e sombreada possuem incidência de fungos endofíticos diferenciada. A maior incidência destes fungos foi observada nas amostras provenientes das lavouras cultivadas a pleno sol. A partir de grãos macerados em almofariz foi possível recuperar maior número de fungos endofíticos que nos demais procedimentos. O tratamento de desinfestação foi eficiente, não tendo havido contaminação bacteriana no meio. Embora não tenha sido detectada a presença de Aspergillus ochraceus nos tratamentos realizados, não se pode concluir sobre a impossibilidade de sua infecção precoce nos grãos. Isso porque a metodologia empregada neste trabalho pode não ter sido válida para este caso, ou este fungo pode estar presente nas amostras de grãos, mas sob forma latente.Item Fungos endófitos e espécies de Phoma associadas ao cafeeiro (Coffea arabica L.)(Universidade Federal de Lavras, 2007-04-02) Almeida, Anderson Resende; Pfenning, Ludwig HeinrichCom o objetivo de contribuir para o conhecimento da diversidade de fungos associados ao cafeeiro no Brasil foram realizados estudos sobre fungos endófitos de cafeeiros em sistema orgânico e convencional de cultivo e sobre as espécies de Phoma associados a este hospedeiro. Para o estudo de fungos endófitos foram realizadas coletas de material vegetal em duas fazendas no município de Santo Antônio do Amparo, Sul de Minas Gerais, nos meses de janeiro e setembro de 2005 e abril de 2006. Após a desinfestação superficial, fragmentos de folhas e hastes foram transferidos para meio de cultura 1726 unidades formadoras de colônias (UFCs) foram obtidas a partir deste material. As espécies mais frequentes foram Colletotrichum gloeosporioides, C. crassipes, Staninwardia sp., Phomopsis spp. E Xylaria spp. O sistema orgânico apresentou taxa de colonização de 53,9%, 993 UFCs e 38 espécies enquanto o sistema convencional apresentou taxa de colonização de 44,6%, 733 UFCse 33 espécies. O número de isolados observados foi significativamente superior nas hastes em ambos os sistemas. Pseudohalonectria lutea e Staninwardia sp. São relatados pela primeira vez em café. Foi realizado ainda um levantamento de Phoma em 23 municípios do Estado de Minas Gerais e no sudoeste da Bahia como objetivo de caracterizar as espécies por meio de caracteres mofológicos, moleculares e patogenicidade. Dentre os aproximadamente 60 isolados avaliados foram identificados P.tarda, P. exigua var. exígua, P. jolyana var. jolyana, P. leveillei e P. herbarum. P. tarda apresentou-se ocorrência generalizada nas lavouras estudadas e como única espécie patogênica, considerada, portanto, o principal agente etiológico da mancha de phoma do cafeeiro. Na análise filogenética Ascochyta coffeae e Phoma tarda corresponderam à mesma espécie. Análises de sequências de β-tubulina e região dos espaçadores internos transcritos (ITS) do rDNA foram utilizados para avaliar as relações filogenéticas entre P. tarda e outras espécies. Na análise de máxima parcimônia, P. tarda é agrupado junto a P. exigua no mesmo clado. Este agrupamento evidencia a relação estreita entre P. tarda e P. exígua, que não puderam ser diferenciadas comas regiões analisadas. Assim, regiões mais variáveis devem ser utilizadas para a separação dessas espécies. Outra hipótese é de que P. tarda e P. exígua correspondam à mesma filogenética.Item Identificação e caracterização morfológica de espécies de Phoma do cafeeiro no Brasil(2000) Salgado, Mirian; Pfenning, Ludwig Heinrich; Consórcio Brasileiro de Pesquisa e Desenvolvimento do CaféAs enfermidades conhecidas como "seca dos ponteiros" e "mancha de Phoma" no cafeeiro, são causadas por fungos do gênero Phoma. Isolados de diferentes localidades de Estados Minas Gerais e Bahia foram estudados analisando características morfológicas, como estruturas reprodutivas e de resistência, forma teliomórfica, e culturais como taxa de crescimento, coloração e textura da cultura, pigmentação e formação de cristais. Dentre os isolados obtidos, 5 espécies foram identificadas e separadas em grupos de acordo com as características especificas de cada Seção do gênero Phoma. Foram identificadas as espécies Phoma tarda (Stewart) Boerema & Bollen, Phoma costarricensis Echandi, Phoma jolyana Pirozynski-Jones var. jolyana, Phoma herbarum Westend. e Phoma leveillei Boerema & Bollen. A distribuição e ocorrência destas espécies é influenciadas pelas condições ambientais.Item Influência da temperatura e do tempo de incubação no crescimento micelial e produção de conídios in vitro de espécies de Phoma do cafeeiro(2003) Salgado, Mirian; Pozza, Edson Ampélio; Berger, Richard D.; Pfenning, Ludwig Heinrich; Consórcio Brasileiro de Pesquisa e Desenvolvimento do CaféA seca dos ponteiros do cafeeiro pode ter como agentes etiológicos fungos do gênero Phoma. Até o momento, o efeito da temperatura no crescimento de diferentes espécies de Phoma foi pouco estudado. Na Colômbia, esse agente etiológico está associado a sérios danos às lavouras cafeeiras. Estas lavouras estão normalmente localizadas em altitudes de 1400 a 2000 m de altitude com temperatura entre 17 e 20°C, alta umidade relativa no período chuvoso e pouca densidade luminosa. A combinação dessas variáveis resulta em alta incidência da doença (Gomez et al., 1977, Fitopatologia Colombiana 6: 73). As variáveis climáticas influenciam o crescimento dos patógenos e a intensidade das doenças de maneira a constituir o principal fator do ambiente no progresso de epidemias (Campbell & Madden 1990, Introduction to Plant Disease Epidemiology). As espécies Phoma tarda, Phoma exigua var. noackiana e Phoma costarricensis foram identificadas como agentes etiológicos da seca de ponteiros de cafeeiros em áreas produtoras dos estados de Minas Gerais, Bahia e Espírito Santo (Salgado & Pfenning, 2000, I. Simpósio de Pesquisa dos Cafés do Brasil, Anais, 183). O objetivo do trabalho foi avaliar, in vitro, o efeito da temperatura e do tempo de incubação no crescimento micelial, produção e germinação de conídios. Os isolados testados foram obtidos de lesões em folhas e hastes do cafeeiro coletadas no Sul de Minas Gerais, Phoma tarda (MS-13), Phoma costarricensis (MS-10) e Phoma exigua var. noackiana (MS-41). Os isolados foram transferidos para placas de Petri contendo meios de cultura V8 e incubadas em BOD nas temperaturas de 15, 20, 25, e 30°C, com fotoperíodo de 12 horas. O delineamento experimental foi inteiramente casualizado com 4 repetições. Ajustaram-se as equações de regressão para as superfícies de resposta, de modo que as variáveis independentes foram temperatura e dias de crescimento. Os pontos de máximo crescimento e produção de conídios foram obtidos pela derivada das equações em relação à temperatura e dias de crescimento. Foram avaliados o diâmetro das colônias diariamente e a produção e germinação de conídios aos 9, 12, 15, 18, 21 e 24 dias. A germinação também foi medida às 12, 24 e 48 horas após permanência dos conídios em água. Para o crescimento das colônias, as temperaturas ótimas e o número de dias de incubação para o fungo atingir toda a borda da placa foram de 22,3°C e 10 dias para Phoma tarda, 22,3° C e 9 dias para Phoma exigua var. noackiana e 23,3° C e 7 dias para Phoma costarricensis. Em relação à produção de conídios, as temperaturas ótimas e o número de dias necessários para haver maior produção de conídios após incubação foram 15°C e entre 20 a 24 dias para a Phoma tarda, 25°C e entre 16 e 17 dias para a Phoma exigua e 22°C e 22 dias para a Phoma costarricensis. Para Phoma tarda a maior taxa de germinação (80%) foi obtida próxima a 10 dias de incubação em todas as temperaturas avaliadas após 36 horas em água. Para a taxa de germinação máxima dos conídios de Phoma costarricensis, aproximadamente 50%, a melhor temperatura foi a de 15°C, próximo aos 15 dias de incubação, tanto às 12 quanto às 36 horas após colocar os esporos na água. Para a Phoma exigua a temperatura ótima de germinação foi de 15° C após os 20 dias de incubação das plantas com valores máximos de aproximadamente 50, 75 e 90% de germinação às 12, 24 e 36 horas em água, respectivamente. Observou-se grande variabilidade no comportamento das espécies quanto ao crescimento micelial e à produção e germinação de conídios em função da temperatura e o tempo de permanência em meio de cultura.Item Influência do processamento do café na incidência e na ocorrência de Ocratoxina A(2003) Vargas, Eugênia A.; Santos, Eliene A.; Amorim, Silésia S.; França, Regina Coeli A.; Silva, Maria Eunice S.; Aquino, Vivianne Consolação; Bezerra, Elisa E. D.; Faustino, Lílian C. S.; Lima, Francisco Barbosa; Corrêa, Tânia Barretto Simões; Chalfoun, Sára Maria; Bartholo, Gabriel Ferreira; Araújo, J. L. da Silva; Nogueira, Márcia Dimov; Pfenning, Ludwig Heinrich; Consórcio Brasileiro de Pesquisa e Desenvolvimento do CaféA presença de ocratoxina A (OTA) vem sendo detectada no Brasil em café beneficiado, café torrado e/ou solúvel, tanto nas etapas de pré-colheita como nas etapas de pós-colheita. Embora as boas práticas de produção associadas ao manejo do pós-colheita, tais como separação, secagem e classificação venham sendo consideradas como uma abordagem para a redução da contaminação do café por OTA, os dados disponíveis na literatura não são ainda indicativos e/ou conclusivos em relação aos principais fatores de produção (processos tecnológicos) na pré e pós-colheita que contribuem para a incidência e a ocorrência de OTA. Visando determinar estes fatores, foram coletadas amostras de cafés de diversas etapas de pré e pós-colheita, em vários estágios de maturação, de secagem normal e chuvados, e em função do tipo de processamento, em fazendas dos Estados de Minas Gerais, Bahia, Espírito Santo, São Paulo, Paraná, Rondônia e Goiás. As amostras de café foram primeiramente identificada segundo o tipo de fruto na lavoura, isto é: café bóia, café verde (café cereja verde), café de varrição, fruto verde e café cereja. Parte das amostras foram classificadas e separadas por defeito: preto, ardido, ardido/quebrado, mal granado, verde, quebrado/concha, brocado, coco/cascas, catado e sem catar. Todas as amostras e frações do café separadas e classificadas foram analisadas para OTA e umidade e os resultados foram avaliados estatisticamente. Dentre as amostras analisadas até o momento o café de varrição e o bóia apresentaram a maior incidência e os maiores níveis de contaminação por OTA. Ao se analisar as cascas do café recebido em coco e descascado pelo LACQSA observou-se que nenhuma tendência ou correlação foi observada entre níveis de contaminação por OTA no grão e na casca, podendo um café altamente contaminado apresentar baixo nível de contaminação na casca e vice-versa. Os valores de contaminação de OTA na casca somente excederam aqueles determinados para os grãos em algumas amostras específicas. Os níveis de umidade variaram de 4% a 60% e nenhuma correlação/tendência pode ser observada entre os teores de umidade e o nível de contaminação por OTA seja no grão ou na casca. Com base nos dados de contaminação do café por OTA determinados nas diversas etapas da produção (pré e pós colheita), serão definidas as etapas críticas (onde ocorre a maior contaminação por OTA) e os procedimentos a serem adotados visando a redução/eliminação da contaminação do café para níveis significativamente mais baixos do que aqueles já em vigor em países importadores de café do Brasil.Item Influência do processamento e defeitos do café na incidência e ocorrência de ocratoxina A(2005) Vargas, Eugênia A.; Silva, Francisco B.; Santos, Eliene A.; Souza, Sara Maria Chalfoun de; Souza, Sandra Elizabeth de; Corrêa, Tânia Barretto Simões; França, Regina Coeli A.; Amorim, Silésia S.; Pfenning, Ludwig Heinrich; Batista, Luís Roberto; Pereira, Ricardo Tadeu Galvão; Nogueira, Marcia Dimov; Nacif, Antonio de Pádua; Afonso, Paulo Cesar; Embrapa - Café762 amostras de café (1kg) - em sua maioria café arábica processado (beneficiado) oriundos de diferentes estágios da pré e pós-colheita - foram coletados em diferentes regiões do Brasil de acordo com um questionário sobre o histórico da amostra. 60 amostras, entre as 762, foram classificadas e separadas por defeitos, de acordo com a Classificação Brasileira, em 13-17 tipos de defeitos: preto, ardido, brocado, brocado azulado, malformado, concha e miolo de concha, verde, melado, dentre outros. Todas as 762 amostras e as frações de defeitos (446 subamostras) foram analisadas para ocratoxina A e a influência e o impacto do processamento do café e a presença de defeitos na contaminação de ocratoxina A foram determinados.Item Método para análise de comunidades de fungos associadas a frutos e grãos do cafeeiro(2003) Pereira, Ricardo Tadeu Galvão; Frank, John Mick; Pfenning, Ludwig Heinrich; Consórcio Brasileiro de Pesquisa e Desenvolvimento do CaféMaterial vegetal de qualquer órgão ou tecido abriga um elevado número de microrganismos, principalmente fungos. Esses fungos podem ser patogênicos ou endofíticos, aqueles que não causam efeito visível sobre a planta. Muitas espécies de fungos são capazes de produzir metabólitos, os quais podem alterar a qualidade do produto de origem vegetal. No caso do café, caracterizado por seu aroma e sabor, os fungos supostamente interferem na qualidade e também segurança do produto. Para a avaliar a ocorrência e freqüência desses fungos é preciso recorrer a procedimentos que garantam a detecção e a recuperação dos fungos, a partir de seu substrato, da forma mais completa possível. O fruto cereja do cafeeiro apresenta três partes distintas: a camada externa, constituída pelo exocarpo, a camada intermediária ou mesocarpo, e a parte interna, representada pelo endosperma que dá origem ao café beneficiado. A comunidade de fungos da camada externa ("x") é constituída por todos os organismos presentes no ambiente em que o fruto se desenvolveu ou entrou em contato. Sua determinação é feita pela lavagem da superfície do fruto. O mesocarpo é a parte do fruto localizada entre o exocarpo e o endocarpo e abriga a comunidade intermediária ("m"). A comunidade interna é constituída pelos fungos que habitam o endosperma ou grão do café, sendo a caracterização destes de maior interesse. Este trabalho descreve uma metodologia eficiente para recuperação, isolamento e caracterização de fungos potencialmente toxigênicos em frutos do tipo cereja do café. Os cuidados iniciais incluem uma rigorosa seleção dos frutos do tipo cereja, coletando somente aqueles que apresentem características do fruto maduro, sem sinal de ataque por insetos ou organismos patogênicos e limpos. Esta coleta pode ser feita diretamente na planta ou no terreiro, desde que os frutos tenham sido coletados no dia. Para o estudo da comunidade externa, cinqüenta frutos do tipo cerejas são agitados em 100ml de água peptonada 0,1%, esterilizada, removendo assim a comunidade externa. Em seguida, a suspensão é diluída em série e plaqueada em duplicata em meio DG18 (SAMSON et al., Introduction to food and airborne fungi. Wageningen: CBS, 2000). No levantamento da comunidade do mesocarpo, a superfície das cerejas do procedimento anterior é desinfestada por imersão em NaClO 2% durante 10 minutos, sob agitação constante, e então enxaguadas em água estéril. Para a retirada da casca, os frutos são apertados com a mão e as cascas colocadas diretamente no cadinho, liquidificador ou mixer. Após acréscimo de 50 mL de diluente estéril por 3 minutos, o mesocarpo pectináceo e esmagado até o completo rompimento e a suspensão coada em uma peneira. Segue-se a diluição em série da suspensão e a inoculação em placas de Petri. Para o estudo da comunidade interna, a mucilagem residual é removida dos pergaminhos, agitando os grãos do procedimento anterior em solução NaOH 0,2 N por 10 minutos. Os grãos são enxaguados e secos em papel de filtro para remover água em excesso e então colocados em DG18 com um suave aperto. As placas são incubadas a temperatura ambiente por 7 dias. O número de colônias de fungos presentes nas placas fornecerá os resultados das unidades formadoras de colônia por fruto nas comunidades "x" e "m". No caso da comunidade interna "i", o resultado é dado em porcentagem de grãos infectados. Adaptações na metodologia possibilitam ainda o trabalho com outros tipos de cafés. Estas adaptações devem ser feitas levando em consideração o princípio de separação das comunidades. No caso do café em coco, o fruto deverá ser descascado e as cascas processadas através de diluições em série. No caso, as comunidades externa e intermediária "x + m" são avaliadas em conjunto. Os grãos descascados são plaqueados diretamente após desinfestação superficial com NaClO 1% por 30 segundos, para determinar a comunidade interna "i". A leitura das placas em microscópio estereoscópico permite identificar alguns grupos de fungos e até espécies. No gênero Aspergillus, é possível diferenciar os grupos "niger" e "ochraceus". Dentro do grupo "ochraceus" pode ser diferenciada, pela tonalidade da cor amarela, a espécie Aspergillus sulphureus. Do gênero Penicillium, duas espécies foram diferenciadas, pertencentes ao subgênero "Furcatum" e "Penicillium", respectivamente. As espécies de Fusarium mais comuns em frutos de café, Fusarium stilboides e Fusarium semitectum, também podem ser reconhecidas, bem como Cladosporium cladosporioides. Os protocolos descritos, apesar de apresentarem um custo um pouco mais elevado que o tradicional "blotter test", permitem a detecção e quantificação rápida e confiável de fungos presentes em grãos e frutos de café, principalmente das espécies que oferecem potencialmente risco para a qualidade e a segurança do produto.Item Monitoramento de fungos potencialmente toxigênicos em cafés com permanência prolongada na planta e em contato com solo(2005) Pereira, Ricardo Tadeu Galvão; Matos, Elisa R.; Pfenning, Ludwig Heinrich; Embrapa - CaféNa cadeia produtiva do cafeeiro a identificação de fatores de risco à qualidade e segurança do produto possibilita a proposição de práticas que visem implementar um rígido controle. Atualmente, um dos perigos mais significativos é a ocorrência de ocratoxina A, uma micotoxina com possíveis efeitos carcinogênicos. A caracterização de fluxogramas de produção e o estudo das populações fúngicas presentes nos diferentes tipos de cafés e vias de processamento em estudos anteriores evidenciou como prováveis pontos críticos à segurança do produto os cafés de "varrição" e "secos no pé" (Pereira, 2004). Durante o ano de 2004 foi monitorada a presença de fungos em cafés de varrição e cafés com permanência prolongada na planta, "secos no pé" A maior porcentagem de grãos colonizados por Aspergillus ochraceus foi verificada aos 30 dias após o ponto ideal de colheita na maioria das amostras de "secos no pé". A secagem em terreiro reduziu a colonização dos grãos por Fusarium spp., Cladosporium cladosporioides e Penicillium spp. Nos cafés do tipo varrição, a maior porcentagem de colonização por Aspergillus ochraceus foi verificada após um período de sete dias de permanência em contato com o solo. As análises da presença de toxina nas amostras estão em andamento.Item Ocorrência e severidade da contaminação de grãos de café (Coffea arabica L.) por fungos do gênero Aspergillus em diversas propriedades do sul de Minas Gerais(2000) Freitas, Renil Franklin de; Pfenning, Ludwig Heinrich; Chalfoun, Sára Maria; Batista, Luís Roberto; Maia, Terezinha de Jesus Abenassiff Ferreira; Santos, Angela de Fátima Carvalho; Consórcio Brasileiro de Pesquisa e Desenvolvimento do CaféMuitos fungos infectam os grãos de café alterando a qualidade quanto ao sabor e aroma. Várias espécies do gênero Aspergillus tem a habilidade de produzir toxinas deletérias à saúde humana como a ocratoxina. Um total de 68.000 grãos de café foram analisados com o objetivo de estudar a ocorrência e a severidade de contaminação por espécies do gênero Aspergillus. Amostras de 200 grãos de café coletadas em 170 propriedades localizadas na região sul de Minas Gerais foram desinfestadas com hiplocrito de sódio a 1%, permitindo assim a identificação de fungos contaminantes do interior dos grãos. Os grãos de café foram incubados segundo a técnica blotter test. As colônias formadas na superfície dos grãos foram expressas pelo Índice de Severidade de Contaminação (ISC) de acordo com uma escala de notas. Foram identificadas as espécies Aspergillus niger, Aspergillus tamarii, A. flavus, A. parasiticus, Aspergillus ochraceus, A. sclerotiorum, A. sulphureus e A. melleus. Entre os isolados do grupo do Aspergillus glaucus foram identificados os teleomorfos Eurotium herbariorum e Eurotiorum amstelodami. A diferenciação dos Aspergillus foi baseada na coloração e no aspecto visual das colônias. Todos os isolados de esporulação marrom café a negra foram identificados como A. niger. Todos isolados de esporulação marrom esverdeado foram identificados como A. tamarii. Para estas duas espécies houve correspondência entre a leitura direta das colônias formadas nos grãos de café. Colônias com massa de conídios amarelos formaram o grupo de A. ochraceus, as de conídios verdes o grupo do A. flavus e as de conídios de cor cinza o grupo A. glaucus. A espécie A. niger apresentou maior severidade de contaminação interna dos grãos de café com valor médio de 14,76%, em seguida os grupos de A. glaucus e de A. ochraceus, com 2,81% e 1,83%, respectivamente. Ocupando menores ISC interna aparece o grupo de A. flavus com 0,36% e a espécie A. tamarii com 0,26%. Foi determinada diferença altamente significativa (p<0,001) com relação à contaminação de Aspergillus niger, espécies do grupo A. ochraceus e do A. glaucus, podendo dizer que existe influência do efeito do local de cultivo. Houve diferença entre os períodos de colheita com relação aos ISC da espécie A. niger, das espécies do grupo A. ochraceus e do grupo A. glaucus. A espécie A. niger e o grupo A. ochraceus tiveram maiores ISC durante o período de seca. O grupo A. glaucus teve maior ISC na fase inicial do período de colheita C/S, quando comparada com outras fases as chuvas.Item Primeiro relato da ocorrência de Didymella sp., fase sexuada de Phoma tarda, em Coffea arabica no Brasil(2007) Salgado, Mirian; Lima, Cristiano Souza; Almeida, Anderson Resende; Santos, Lucas L.; Pfenning, Ludwig Heinrich; Embrapa - CaféPhoma tarda é o principal agente etiológico da seca de ponteiros e da mancha de Phoma do cafeeiro no Brasil e na África. O patógeno causa danos nas folhas e ramos com posterior seca, comprometendo a frutificação e a futura produção das lavouras. Durante levantamentos da ocorrência de P. tarda feitos em plantações de café do sul de Minas Gerais e do sudoeste da Bahia, folhas e ramos com sintomas típicos de mancha de Phoma e seca de ponteiros foram examinados sob microscópio. Junto aos picnídios de Phoma, foram observados corpos de frutificação do tipo pseudotécio, contendo ascos e ascósporos típicos do gênero Didymella (Ascomycota). Ascósporos de Didymella sp. transferidos para meio de cultura extrato de malte 2% produziram culturas típicas de Phoma tarda. Este é o primeiro relato da ocorrência no campo de Didymella sp., fase teleomórfica de Phoma tarda, em cafeeiros no Brasil. O relato da fase sexuada do fungo em lavouras de café constitue-se em informação relevante em relação à variabilidade genética do patógeno e abre novas oportunidades de estudo sobre a biologia do patógeno e a epidemiologia da doença.Item Sistema APPCC em café: fluxogramas de produção de café e identificação de prováveis pontos críticos de controle(2003) Pereira, Ricardo Tadeu Galvão; Almeida, Anderson Resende; Salgado, Mirian; Pfenning, Ludwig Heinrich; Consórcio Brasileiro de Pesquisa e Desenvolvimento do CaféDentre princípios do sistema APPCC - Análise de Perigos e Pontos Críticos de Controle (do inglês, HACCP - Hazard Analysis and Critical Control Points), a definição dos pontos críticos de controle-PCC) é um dos primeiros a ser estabelecido. Os pontos críticos de controle são as etapas da produção que se não controladas, pode originar riscos potenciais à segurança alimentar. Um dos riscos mais significativos à segu-rança alimentar na cadeia produtiva do café é a ocorrência de micotoxinas, metabólitos secundários, produzi-dos por fungos filamentosos, como, por exemplo, a ocratoxina A. Partindo de uma analise inicial, os PCCs da cadeia produtiva do café, na etapa primária, seriam os locais ou condições no campo ou na fase de processamento pós-colheita onde os fungos potencialmente toxígenos encontrariam condições para produzir as micotoxinas. Este trabalho teve como objetivo avaliar os fluxogramas de processamento do café e os tipos de cafés obtidos, relacionando possíveis PCCs. A ferramenta para o levantamento de informações sobre o sistema de produção foi um questionário estruturado aplicado em 36 propriedades nas Regiões Sul e Zona da Mata do Estado de Minas Gerais e Região de Montanhas do Estado do Espírito Santo. Através da análise dos questionários aplica-dos foi possível descrever as duas principais vias de processamento seca e úmida e os tipos de café obtidos por cada uma delas. Na via seca os tipos mais comuns foram café natural, constituído da mistura de frutos do tipo verde, cereja e bóia, sendo que em algumas destas misturas o bóia é separado no lavador separador. Na via úmida os principais foram os tipos Cereja descascado, que é o fruto do tipo cereja que tem sua casca removida ainda neste estado, e o tipo Desmucilado constituído pelo Cereja Descascado que passou pela remoção da mucilagem. Os tipos bóia, verde e varrição são comuns aos dois sistemas, porém com destinos diferentes, dependendo do manejo da propriedade. Um tipo de café de ocorrência significativa em 2002 foi o seco no pé, que deu origens a cafés do tipo natural ou bóia. As amostras de café de varrição apresentaram maior conta-minação por fungos filamentosos, incluindo os potencialmente toxigênicos, de acordo com as análises microbiológicas realizadas. A média de grãos infectados por Aspergillus ochraceus nas amostras analisadas chegou a 5 % e o total de grãos infectados a 14% . As amostras coletadas de café "secos no pé" apresenta-ram uma percentagem de grãos infectados por Aspergillus ochraceus menor que 2%. Entretanto, os frutos secos no pé foram observados em condições climáticas e períodos de permanência no campo variáveis. Se as condições climáticas ideais para que o fungo produza a toxina forem mantidas por um intervalo de tempo longo, podem ocorrer altas contaminações pela toxina. Considerando as observações a respeito dos cafés de varrição e seco no pé, sugere-se um aprofundamento nesses estudos para que no futuro estabelecimento dos princípios do sistema APPCC na cadeia do café, os pontos levantados possam ser incluídos como pontos críticos de controle.